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Técnicas de Imunodiagnóstico Profa. Juliana Normando Pinheiro Universidade de Cuiabá Como utilizar a Resposta Imune (RI) para diagnosticar uma doença? Direta Busca por antígenos Anticorpos são utilizados para detectar/identificar antígenos Indireta Busca por anticorpos específicos no soro de um animal Determina que ele foi previamente exposto a um agente infeccioso Reagentes utilizados em testes sorológicos Soro: Fonte mais comum de anticorpos Produto de sangue coagulado Pode ser armazenado congelado e testado quando for conveniente Antiglobulinas: São anticorpos específicos contra as imunoglobulinas Capaz de detectar as imunoglobulinas Disponíveis comercialmente Anti IgG cão Anti IgG felino Anti IgG caprino... Anticorpos monoclonais: São anticorpos produzidos por um único clone de linfócito B gerados por camundongos, cujos sistemas imunológicos foram estimulados pelos antígenos de interesse. São puros e específicos Podem ser utilizados como reagentes químicos padrão e em quantidades quase ilimitadas Principais características dos ensaios de imunodiagnóstico Reprodutibilidade: Refere-se à obtenção de resultados iguais em testes realizados com a mesma amostra, por pessoas diferentes em locais diferentes Remete à confiabilidade, precisão do teste Validade Grau em que o exame é apropriado para medir o verdadeiro valor daquilo que é medido, observado ou interpretado. Capacidade de produzir valore muito próximos aos obtidos num ensaio de referência (padrão ouro) Remete à Acuidade, acurácia ou exatidão Sensibilidade: É a capacidade de detectar amostras verdadeiramente positivas Probabilidade do teste dar positivo em pacientes sabidamente doentes É a proporção de resultados positivos verdadeiros. Teste com alta sensibilidade pode dar elevado nº de Falsos Positivos (Reações positivas em indivíduos sabidamente sadios) Quanto maior a sensibilidade, menor a ocorrência de Falsos Negativos Especificidade: É a capacidade de detectar amostras verdadeiramente negativas Probabilidade do testes dar negativo em pacientes sabidamente sadios É a proporção de resultados negativos verdadeiros. Teste com alta especificidade pode dar elevado nº de Falsos Negativos (teste negativo em pacientes sabidamente doentes) Quanto maior a especificidade, menor a ocorrência de Falsos positivos Ponto de corte (“cut –off”) É o valor que define o limite entre um teste negativo e positivo Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=y7Puf75vK0w Objetivos dos Testes Sorológicos Para Diagnóstico É necessário a utilização de testes mais específicos, sendo importante evitar os testes falso positivos. Doenças de Notificações obrigatórias Para Triagem São utilizados com fins preventivos Busca-se evitar os testes falso-negativos – testes mais sensíveis Permite a detecção precoce de doenças, melhorando o prognóstico Testes Sorológicos Qualitativos: resultados informam se houve ou não reação ( + ou -) Quantitativos: há determinação de um valor dentro de uma determinada escala Semi-quantitativo: amostra testada é diluída (a maior diluição a apresentar reação é o seu título) Ex: detecção por imunofluorencência de anticorpos IgG contra o T. Cruzi Resultado: positivo até a diluição de 1:320 Quantitativo: informa a quantidade absoluta do material detectado: Ex: detecção de ELISA de anticorpos IgM contra T.gondii Resultado: 63 UI/ml REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA Reação baseada na reação antígeno-anticorpo Conjugado: Anticorpo é marcado com pigmentos/corantes fluorescentes (isotiocianato de fluoresceína - FITC) Anticorpos marcados com FITC são utilizados nos testes de fluorescência direta e indireta. Corante fluorescente: Utilizado como marcador de ligação primária (Ag-Ac) É um componente amarelo que pode se ligar ao Ac sem alterar sua reatividade Quando submetido à luz UV ou azul o FITC emite uma luz verde fluorescente (microscópio de epifluorescência) Imunofluorescência Direta Pesquisa a presença de antígenos em células ou tecidos através de um Ac fluorescente Detecções diretas de microrganismos em secreções, urina, fezes e em cortes de tecidos Anticorpo contra um antígeno específico é acoplado ao FITC. O tecido é fixado a uma lâmina de vidro e incubado com o anticorpo marcado. Quando examinados em um microscópio com luz ultravioleta, os anticorpos que reconheceram e se ligaram aos antígenos irão exibir intensa fluorescência. Vantagens: Alta especificidade e sensibilidade Possibilidade de detecção de proteínas intracelulares e de sua localização Desvantagens: Alto custo com o microscópio de epifluorescência Necessidade de um conjugado para cada antígeno que se deseja localizar ou identificar Subjetividade na leitura Utilização: Erliquiose, Raiva Imunofluorescência Indireta (RIFI) Pesquisa a presença de anticorpos no soro Utiliza Ac (Antiglobulina) fluorescente (conjugado) Necessário a preparação da lâmina com Ag Imunofluorescência Indireta (RIFI) O antígeno é utilizado como um esfregaço, um corte de tecido ou cultura celular em uma lâmina ou lamínula. Incubação com soro suspeito de conter anticorpos contra o tal antígeno. O soro é lavado, deixando apenas os anticorpos específicos ligados ao antígeno Estes anticorpos ligados podem, então, ser detectados incubando o esfregaço com antiglobulina marcada com FITC. A presença de fluorescência indica que o anticorpo estava presente no soro testado. Vantagens: Sensibilidade Especificidade Reprodutibilidade Simples padronização e execução O mesmo conjugado pode ser utilizado em sistemas diferentes Desvantagens: Alto custo com o microscópio de epifluorescência Subjetividade na leitura - Na detecção de anticorpos não detecta baixos títulos Utilização: Doença de Chagas, AIDS, Hepatites, FMB - febre maculosa brasileira, Toxoplasmose, Neosporose, Erliquiose ELISA – ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO Base: reação antígeno anticorpo Detectar a presença de Ag ou Ac em fluidos corporais ou sobrenadantes de culturas Complexo Ag/Ac e a sensibilidade de uma reação enzimática: enzima e substrato Utiliza um conjugado (anticorpos marcados com enzima) e substrato cromogênico (leva à mudança de cor) Vantagens: Rápido 2-3 horas; Automatizável Alta sensibilidade (detecta quantidades mínimas de Ag ou Ac) Alta especificidade (detecta somente o Ag ou Ac pesquisado) Pode-se testar várias amostras de uma só vez Desvantagens: Alguns kits comercias podem ser caros Equipamentos de leitura com alto custo Alguns reagentes podem degradar Direto ou sanduiche Detecta o Antígeno Aplicações: Dosagem de hormônios, marcadores tumorais, proteínas séricas, detecção de antígenos virais e outros patógenos nas fezes, urina e em secreções; Triagem na indústria de alimentos (pesquisa de patógenos e contaminantes nos alimentos) Indireto Detecta o anticorpo Aplicações: Diagnósticos sorológicos de doenças infecciosas para a detecção de Igs, como Doença de Chagas, Leishmaniose, Toxoplasmose, Erliquiose... Microplaca de poliestireno com 96 poços. Cada poço é uma amostra. ELISA direto ou sanduiche ELISA indireto Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=lUWpWKVcmc4 IMUNOCROMATOGRAFIA Teste rápido qualitativo (5 -15 min) Triagem feita no próprio ambulatório Fácil interpretação e alta sensibilidade e especificidade Utilizado para detecção de anticorpos ou antígeno Aplicações: detecção de doenças infecciosas e parasitárias, como dengue, málaria, leishmaniose visceral, FIV, FELV, cinomose, parvovirose canina. Amostra passa por uma tira porosa; Direta: Amostra passa pela zona de detecção, que possui anticorpos contra o antígeno ligados a ouro coloidal (rosa) ou selênio coloidal (cor azul); Indireta: Amostra passa pela zona de detecção, que possui antígenos ligados a ouro coloidal (rosa) ouselênio coloidal (cor azul); Forma imunocomplexos Ag + Ac Sempre tem que ter uma banda de controle Resultado positivo: linha rosa ou azul surge na zona de detecção Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=_VnPIlJclEc TESTE DE AGLUTINAÇÃO RÁPIDA Rápido, Barato; Fácil; Prova pode ser realizada a campo É o agrupamento de antígenos após a interação com anticorpos específicos, levando a uma alteração do estado físico. Os anticorpos, uma vez ligados, levam as partículas a se agruparem de modo visível num fenômeno conhecido como aglutinação/coagulação. Teste de Aglutinação rápida Teste do Antígeno acidificado tamponado (AAT): Destinado à triagem sorológica para Brucelose Soro do animal é misturado ao antígeno (suspensão de Brucella abortus corada com Rosa Bengala). No caso da amostra possuir anticorpos contra a bactéria, desenvolve-se uma reação de aglutinação visível a olho nu Teste do Antígeno acidificado tamponado Tipagem sanguínea Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=LAx8ghaNtss IMUNODIFUSÃO EM GEL DE ÁGAR (IDGA) Técnica simples, Barata, e qualitativa. Sensibilidade e especificidade razoável Princípio: precipitação de complexos Ag-Ac Utilizada principalmente para detectar anticorpos, contudo pode ser usada para detectar antígenos Muito utilizada como técnica de triagem Desvantagens: Pode não detectar níveis baixos de anticorpos Reações inespecíficas Tempo de obtenção dos resultados (incubação até 72 horas) Aplicações: Anemia Infecciosa Equina, Leucemia Viral Bovina, Leucemia Viral Felina, Artrite Encefalite Caprina... Um poço é preenchido com antígeno e outro com amostra (soro). Positivo: Ag e soro se difundem e se encontram formando uma linha de precipitação no gel observada a olho nu. Negativo: não forma a linha de precipitação Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Fnx5CkGRBEM HEMAGLUTINAÇÃO Capacidade hemaglutinante de alguns vírus Alguns vírus podem se ligar e aglutinar eritrócitos de mamíferos e aves Rápida, fácil, de boa sensibilidade e especificidade Pesquisa de antígeno (fluidos corporais, suspensões de tecidos, fezes) Aplicação: diagnóstico da parvovirose canina A proteína do capsídeo viral confere ao vírus a capacidade de aglutinar hemácias de suíno in vitro FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO Presença de anticorpos leva a ativação do complemento e lise da célula (eritrócito) Boa sensibilidade e especificidade; Contudo: demorado, trabalhoso, não automatizável; Utilizado para exames de Mormo Um soro teste é titulado em diluição seriada e uma quantidade fixa de antígeno é adicionada a cada poço. Etapa 1- No soro teste coloca-se antígenos específicos. Se o anticorpo estiver presente no soro, formam-se complexos imunes. Etapa 2- O complemento é então adicionado à solução e se junta ao complexo imune formado, sendo fixado e consumido. Etapa 3- As células indicadoras (eritrócitos), juntamente com anticorpos antieritrócito) são adicionados à mistura. Se houver qualquer complemento remanescente, estas células serão lisadas. Se o complemento tiver sido consumido na etapa dois pelos complexos imunes (Ag- Ac), as células não serão lisadas. Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=q3K_rH652Yk IMUNOHISTOQUÍMICA Combina técnicas histológicas, imunológicas e bioquímicas objetivando identificar antígenos tissulares através de Ac específicos Possibilita visualizar a distribuição e localização do antígeno Enzimas conjugadas às imunoglobulinas são utilizadas para localizar antígenos em cortes de tecidos Peroxidase: marcador mais utilizado Vantagens Baixo custo a moderado Alta sensibilidade e especificidade Análise de um antígeno em vários tecidos em uma mesma lâmina Desvantagens Mão-de-obra Longo tempo Variabilidade do resultado conforme a leitura realizada pelo observador Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=mpK5ojrXQs0
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