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COSME Greve dos servidores públicos

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
 CURSO DE DIREITO
Ariane Regina da Silva
O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS
TAUBATÉ
2018
Ariane Regina da Silva
O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS
O trabalho semestral apresentado ao Curso de Ciências Jurídicas da Universidade de Taubaté com o intuito de obter 2,0 pontos na disciplina de Direito Constitucional IV. 
Orientador: Prof° Cosme de Oliveira 
Taubaté
2018
 
Em um estado bem governado, há poucas punições, não porque se concedam muitas graças, mas pelo fato de haver poucos criminosos. A quantidade de crimes assegura a impunidade, quando o estado se deteriora. 
Jean-Jacques Rousseau
RESUMO
 O presente trabalho tem como objeto a análise da efetividade do direito de greve no serviço público e, particularmente, os termos e efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal - STF no sentido de ser aplicável, por analogia, a Lei nº 7.783/89 - Lei Geral da Greve - à greve no serviço público.
Palavras-chave: Greve, Servidor Público, Constituição, STF
SUMÁRIO
 
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 1
2 CONCEITO.............................................................................................................. 2
3 DESENVOLVIMENTO.............................................................................................. 4
4 ASPECTOS DOUTRINÁRIOS................................................................................. 5
5 JURISPRUDÊNCIA.................................................................................................. 6 
6 CONCLUSÃO........................................................................................................... 8
7 REFERÊNCIAS........................................................................................................ 9
 
 
 
 1
INTRODUÇÃO 
 O direito de greve consiste em um direito incluso no sistema judicial brasileiro, utilizado como instrumento de pressão dirigida pela coletividade de trabalhadores em face do empregador. Este direito exercido pelos empregados tem como finalidade solucionar os conflitos trabalhistas. Tem seu fundamento jurídico na Constituição Federal e uma vez adquirido tal direito, todos os empregados podem usufruir deste benefício conforme está previsto na lei 7783/89 e no Art. 9º da Constituição Federal de 88
 
 2
CONCEITO
 A greve é uma suspensão ou Interrupção coletiva do trabalho, organizada pelos operários ou por seu órgão de classe, tendo por finalidade pressionar o empregador a fim de compeli-lo a aceitar novas e melhores condições de trabalho, dentre as quais, geralmente, um salário mais elevado. Se a greve é política, a pressão exercida não é contra a empresa, mas contra os poderes públicos e sua finalidade não é a obtenção de melhores condições de trabalho, mas atingir objetivos de natureza política, ainda que seja a mudança da política salarial e econômica do governo.
 A greve é elemento fundamental da luta dos trabalhadores, configurando-se como manifestação da chamada “autonomia privada coletiva”, inerente das sociedades democráticas. Em uma conceituação clássica, greve:
[...] é a suspensão do trabalho levado a cabo concentradamente por uma coalizão de trabalhadores com o objetivo de lograr o equilíbrio entre os fatores de produção, logrando-se com ela a aplicação efetiva de uma justiça social no âmbito dos interesses do capital e do trabalho. 
 O registro do conceito “clássico” não pode nos fazer esquecer de que a realidade ocorre com muito maior riqueza do que as tentativas de sua análise e previsões. A greve pode ocorrer, não somente por razões econômicas, mas também por razões políticas, sociais ou mesmo de solidariedade.
 A Lei nº 7.783/89 foi justificada como uma resposta à determinação constitucional que prevê a necessidade de lei que disponha sobre:
(...) os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (Art. 9, § 1º; DELGADO, 2001, p. 182-3). 
 3
A primeira limitação prevista no Art. 9 da Constituição Federal de 1988 refere-se às atividades essenciais, a segunda diz respeito aos abusos cometidos no ato da greve. Sob o pretexto de regulamentar o direito de greve, a referida Lei acabou por limitar os interesses a serem defendidos pelo direito de greve
Para alguns juristas, como Raimundo Simão de Melo (2006) a lei ordinária restringiu o alcance do direito constitucional: 
(...) Embora a Constituição Federal tenha reconhecido esse direito como um direito amplo e fundamental do trabalhador genericamente considerado, a doutrina trabalhista, e mais especialmente a jurisprudência, tem procurado restringir o seu uso a partir da definição que lhe deu o artigo 2º da Lei nº 7783/89, que a direciona ao empregado e ao empregador na relação estrita trabalhista (pág. 46).
Algumas explicações da greve: 
A greve é um direito coletivo. 
Assegurado em praticamente todas as Constituições modernas, está previsto também na Constituição brasileira, desde 1946, a greve como um direito dos trabalhadores, ainda que restrito.
A greve é fundamental para o equilíbrio das relações sociais. 
O acolhimento da greve como um direito dos trabalhadores implica o reconhecimento do Estado de que a greve é necessária para o equilíbrio das relações sociais, na medida em que representa uma tentativa de contrabalançar a significativa desigualdade das partes em conflito.
A greve é um dos elementos essenciais à democracia. 
 4
Não pode um Estado se pretender democrático quando, na prática, imobiliza ou amordaça uma parte significativa da população (os trabalhadores), condenando-os a se conformarem com as suas atuais condições de trabalho, retirando-lhe o único instrumento de luta que possuem.
Em relação ao resultado da greve, o Estado deve ser neutro. 
Desde que evoluiu para fato neutro para o Direito para, por fim, ser direito assegurado ao cidadão e merecedor de regulação pública; porém o resultado mesmo do conflito deve ser indiferente ou neutro para o Estado e, assim, este deve se abster de favorecer qualquer das partes e, por isso, influenciar no resultado do conflito, que deve expressar a livre competição das partes.
DESENVOLVIMENTO
 A greve sempre foi ponto de difícil ponderação para a doutrina pelas amplas consequências sociais e políticas de qualquer movimento paredista. Pelos mesmos motivos, nenhum Estado desistiu de regular o conflito. Conforme Norberto Bobbio, 
“[...] a partir do momento em que o Estado avocou a solução dos conflitos, ele passou a dever Justiça”.2 Para tanto, “
[...] o Estado deve regular o exercício do direito de greve, não no sentido de restringi-lo, mas de garantir o bem-estar comum,e, por outro ângulo, retirar as causas geradoras de que movimentos dessa natureza são consequência”.
 A Constituição brasileira é bem clara, ao não limitar a greve no campo das reivindicações meramente econômicas, mas, ao contrário, deixando unicamente aos próprios trabalhadores a decisão sobre a oportunidade da greve e os interesses a serem por ela defendidos (art. 9º da CF). Fazemos tais considerações para lembrar que a greve de servidores, talvez, seja algo novo, não previsto no início do sistema 
 5
capitalista. Hoje, com a maior presença do Estado e um número crescente de servidores públicos, é fenômeno que não pode ser desprezado.
4 ASPECTOS DOUTRINÁRIOS 
O JULGAMENTO DO DIREITO DE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO PELO STF
 Ante esse verdadeiro clamor, finalmente, o STF - que já desde 1994 (data do julgamento), por ocasião da apreciação do Mandado de Injunção n. 20, já havia denunciado a omissão legislativa em regulamentar o direito de greve, porém sem avançar em colmar a lacuna legislativa - revisando o posicionamento anterior, decidiu pela adoção da lei de greve do setor privado como regulamentação das greves do setor público (Mandados de Injunção números 670, 708 e 712).
Segundo o Ministro Celso de Mello, 
[...] revela-se essencial que se estabeleça, tal como sucede na espécie, a necessária correlação entre a imposição constitucional de legislar, de um lado, e o consequente reconhecimento do direito público subjetivo à legislação, de outro, de forma que, presente a obrigação jurídico-constitucional de emanar provimentos legislativos, tornar-se-á possível não só imputar comportamento moroso ao Estado
 
 Assim, no entendimento majoritário do STF, trata-se de construir, para o serviço público, um conceito de “serviços essenciais” que, mais do que uma repetição do contido na Lei n. 7.783/89, assegure o direito da população a “serviços públicos adequados e prestados de forma contínua”, em atendimento ao art. 9º, caput, c/c inciso VII do art. 37 da Constituição Federal.
 
5 JURISPRUDÊNCIA
Logo, não se pode falar em direito de greve do servidor público, sem a devida regulamentação legal. Conforme o estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal que, em controle concentrado, decidiu que o “servidor público civil não pode entabular negociação coletiva, celebrar convenção ou acordo coletivo ou ajuizar dissídio coletivo na Justiça do Trabalho” (STF-ADin n. 492-1-DF, Rei. Min. Carlos Veloso, DJU 12.3.93). E este é também o entendimento assente dos tribunais pátrios, acerca desta questão, conforme se destaca a seguir:
PROCESSUAL CIVIL – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – SUPRIMENTO – LEI Nº 5256/66, ART. 736 – NÃO REVOGAÇÃO PELA LEI Nº 7356/80 E NEM PELA LC 10098/94 – 1. A greve de servidor público continuará ilegal enquanto não for editada lei complementar determinada pela Constituição Federal, Art. 37, VII. 2. Cabe ao servidor justificar perante a administração a ausência anotada nos dias de greve, quer para efeito do desconto, quer para que não se compute os dias com o objetivo de retirar-lhes o direito às férias, na forma do Art. 736 da Lei Estadual 5256/66, este que não foi revogado pela Lei 7356/80 e nem pela LC 10098/94. 3. Não existência de ofensa às normas constitucionais consagradas nos Arts. 61, § 1º, II, "c", quanto à competência exclusiva do Presidente da República para leis que disponham sobre servidores públicos; Art. 39, § 2º sobre o direito às férias anuais; Art. 37, VII, sobre o direito à greve. 4. Abonar faltas de servidor público nos dias de greve significa reconhecer a legalidade da greve. 5. Embargos parcialmente acolhidos apenas para suprir omissão quanto ao trato de temas não analisados. (STJ – Ac. 199700558266 – EDROMS 8811 – RS – 5ª T. – Rel. Min. Edson Vidigal – DJU 20.03.2000 – p. 00081, grifos nossos)
ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL – SERVIDOR PÚBLICO – DIREITO DE GREVE – DESCONTOS DOS DIAS PARADOS – LEGALIDADE – RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA – 1. O direito de greve previsto no artigo 37, VII, da CF, depende de regulamentação por lei complementar. 2. Na ausência da referida lei, é legal o desconto dos dias não trabalhados. 3. Recurso ordinário improvido. (STJ – RO-MS 5865 – MG – 6ª T. – Rel. Min. Anselmo Santiago – DJU 07.12.1998 – p. 112, grifos nossos)
CONSTITUCIONAL – COMPETÊNCIA – SERVIDOR PÚBLICO – DIREITO DE GREVE – CF/88, ART 37, VII – EXIGÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR REGULAMENTADORA – 1. Para dirimir os litígios entre município e os 
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respectivos servidores competente é a justiça comum estadual. Precedente do STJ. 2. A greve de servidor público continuará ilegal enquanto não for editada lei complementar determinada pela Constituição Federal, art. 37, VII. 3. Recurso conhecido e negado. (STJ – RO-MS 2503 – PB – 5ª T. – Rel. Min. Edson Vidigal – DJU 08.02.1999 – p. 280, grifos nossos)
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO EXERCÍCIO SOB RESSALVAS – CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 9º, PARÁGRAFO 1º, E ART. 37, VII – I. Mesmo não disciplinadas as ressalvas ao direito de greve do servidor público, o seu exercício encontra limite nos demais direitos e garantias constitucionais. II. O direito de greve não é um sobredireito, não podendo o seu exercício obstar o livre exercício das atividades econômicas. III. Remessa oficial a que se nega provimento. (TRF 1ª R. – REO 01269775 – BA – 4ª T. – Relª Juíza Vera Carla Cruz – DJU 19.11.1998 – p. 154, grifos nossos)
No mesmo sentido: STF (DJU, Seção I, ed. de 01.08.1990, p. 7056/7057, Rel. Ministro Carlos Velloso) e STJ (RMS 669-PR, 1ª Turma, julgado em 06.05.1991, Rel. Ministro Geraldo Sobral)
Saliente-se que as disposições da Lei nº 7783/89, conhecida como a “Lei de Greve” não são aplicáveis aos servidores públicos estatutários, pois, a despeito do entendimento de alguns juristas pátrios, destina-se a penas àqueles servidores submetidos ao regime da CLT.
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6 CONCLUSÃO
 O direito de greve é uma condição necessária para alcançar os objetivos acima apontados. O período após a promulgação da Constituição de 1988 foi de “reformas” de ajuste estrutural que transformaram em profundidade o Estado, por meio de contrarreformas administrativas, previdenciárias, gerenciais, abrindo caminho para a conversão de entes estatais em entes privados, como nas organizações sociais e nas fundações estatais. A problemática do direito de greve dos servidores públicos é um tema em si mesmo complexo, posto a forma como a Constituição Federal dispôs sobre a matéria. Contudo, essas controvérsias adquirem novos prismas em função do contexto econômico e político em que o debate transcorre: tempos em que o Executivo empreende grandes mudanças no Estado.
 Diante disto, a luta para que o direito de greve do servidor público tenha efetividade, como um direito fundamental permanece. O que, em tese, sempre prejudicou o exercício pleno do direito garantido constitucionalmente foi a falta de norma regulamentadora para o assunto e as controvérsias surgidas a partir disso, gerando um terreno de muitos conflitos. No entanto, nem mesmo os posicionamentos do STF e a edição de qualquer norma regulamentadora vão acabar com os conflitos existentes acerca da questão, pois, afinal, estão em curso medidas que restringem o exercício da greve e, ao mesmo tempo, novas configurações da contrarreforma do Estado estão sendo manejadas pelo governo Federal
 
 Portanto, conclui-se que nãosomente o direito de greve é garantido, inclusive aos servidores públicos, como é um direito fundamental do Estado Democrático de Direito. Como vimos, como qualquer direito, ele é disputa, nas ruas, nas lutas, e nos Tribunais. O direito é fruto da luta de classes. Assim se constrói, historicamente.
 9 
7 REFERÊNCIAS 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
GODINHO DELGADO, Maurício. “Direito Coletivo do Trabalho”, LTr, São Paulo, 2001
Melo, Raimundo Simão, A greve no direito brasileiro, São Paulo, LTr, 2006
http://revistaeletronica.oabrj.org.br/wp-content/uploads/2017/07/Maiara-Artigo-OAB-DIREITO-DE-GREVE-DOS-SERVIDORES-P%C3%9ABLICOS-CIVIS.pdf 
https://www.trt3.jus.br/escola/download/revista/rev_81/ricardo_fraga_e_luiz_alberto_vargas.pdf

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