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Aula 01 Est de Exames por Imagem - Introdução à Radiologia

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Estudos de exames por imagem
Prof. Marcelo Grandini Spiller
Fisioterapia
2015.1
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O que é Radiologia?
É a ciência que estuda a aplicação das radiações nas atividades de saúde.
A Radiologia, a princípio, pode ser subdividida em duas vertentes, que configuram duas especialidades médicas distintas: a Radioterapia e o Radiodiagnóstico.
A primeira, que não é objeto de nossa investigação, corresponde à aplicação das radiações na terapêutica médica. A segunda é reconhecida como Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
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Como a temática abordada nesta disciplina é o Diagnóstico por Imagem, cabe, portanto saber o que é o Diagnóstico!!!
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O que é Diagnóstico?
A palavra diagnostico pode ser coloquialmente muito abrangente: 
- Qual o diagnostico da situação econômica do país?
- Qual o diagnostico do problema do motor do carro?
- Qual o diagnostico do nível de saúde de um certo grupo ou comunidade?
Não se pode deixar de citar, entretanto, a grande variação de diagnósticos, ao considerar as profissões da área de saúde. Há diagnóstico em Medicina, Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Odontologia e também em Fisioterapia.
O diagnóstico que cabe ao Fisioterapeuta é o Cinético Funcional.
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Os profissionais habilitados a darem o diagnóstico de imagem são os médicos e dentistas!
Por exemplo (Ver figura ao lado):
Diagnóstico clínico: 
Fratura de diáfise de fêmur
Diagnóstico fisioterapêutico (Cinético
Funcional):
Disfunção óssea em coxa esquerda
com limitação da flexão de quadril. 
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História dos Raios-x

Em 8 de novembro
de 1895, o
professor de física
teórica, Doutor
Wilhelm Conrad
Röntgen, descobriu
os raios X, em
Würzburg
(Alemanha).
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História dos Raios-x

A primeira
radiografia da
história foi a da
mão esquerda
de Anna Bertha
Ludwig
Röntgen, sua
mulher.
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História dos Raios-x
O artigo original de Röntgen, "Um novo tipo de Raios-X", foi publicado 50 dias depois em 28 de Dezembro de 1895. 
 Em 5 de Janeiro de 1896, um jornal austríaco relatou a descoberta de um novo tipo de radiação por Röntgen. Foi atribuído a Röntgen um título honorário de Doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg após a sua descoberta. 
 Ele publicou um total de 3 artigos sobre raios-X entre 1895 e 1897. Nenhuma das suas conclusões até agora provaram ser falsas. Atualmente, Röntgen é considerado o pai da radiologia de Diagnóstico, a especialidade médica que utiliza imagem para o diagnóstico de doenças.
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História dos Raios-x
 No Brasil, o médico Francisco Pereira das Neves iniciou suas experiências com os raios X no início de 1896, no gabinete de física da Faculdade Nacional de Medicina (atual Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro –UFRJ). – 
- Em 22 de dezembro de 1896, foi realizada a primeira radiografia a serviço da medicina clínica, na cidade do Rio de Janeiro.
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História dos Raios-x
- Em 1950, surgiu o intensificador de imagens e a automação.
- Em 1958, teve início a utilização médica do ultra-som.
- A tomografia computadorizada (TC), que consiste basicamente na associação de um aparelho de raios X com um computador, surgiu no início da década de 1970.
- O aparelho da ressonância nuclear magnética (RNM), com obtenção de imagens através de campos magnéticos potentes, no final da década de 1970, representou um novo impulso no diagnóstico através de imagens.
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Afinal, o que são os Raios X?
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Os raios X são uma forma de energia eletromagnética de comprimento de onda muito curto, menor que 1 Angström.
Algumas de suas propriedades:
Atravessam objetos;
São absorvidos pelos objetos que atravessam;
Produzem radiações secundárias em todos os corpos que atravessam;
Fazem fluorescer certos sais metálicos;
Enegrecem emulsões fotográficas;
Propagam-se em linha reta;
Ionização, transformam gases em condutores elétricos;
Exercem efeito biológico.
É uma radiação eletromagnética.
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Radiografia, e não Raio X ou Chapa!
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Raio X e o filme radiográfico
Quando a luz incide sobre o filme radiográfico, realiza-se um processo fotoquímico no qual a prata metálica é precipitada em finas partículas dentro da emulsão gelatinosa, tornando o filme preto quando processado quimicamente;
A radiografia que veremos nos ambientes hospitalares e ambulatoriais, equivale ao filme negativo;
Os raios X, assim como os raios de luz, precipitam a prata em um filme fotográfico, mas o fazem muito menos rapidamente que a luz;
Um paciente não pode permanecer imóvel por tempo suficiente para que os filmes sejam feitos usando apenas raios X, e a exposição excessiva à radiação é perigosa;
Desta maneira foi inventada um engenhosa técnica de reforço e proteção, utilizando-se um recipiente especial para o filme, o CHASSI.
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APARELHO DE RAIO X
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CHASSI RADIOGRÁFICO
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CHASSI RADIOGRÁFICO (corte tranversal)
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O uso de chassis de raio X com telas intensificadoras e filmes especializados permite a imagem diagnóstica com raio X com menos irradiação do paciente e tempos de exposição menores;
Quando um objeto interposto entre a fonte de raios X e o chassi absorve os raios, não ocorre nenhuma ativação da luz na tela flourescente; nem raios X nem raios de luz chegam ao filme, e a prata não é precipitada.
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Espectro eletromagnético
É um arranjo em escala de todos os tipos de energia radiante, de acordo com o comprimento da onda;
Trata-se de um grupo de radiações encontradas na natureza, que podem ser agrupadas, por apresentarem certas semelhanças;
O que importa é que quase todos os métodos de diagnóstico têm radiações com as quais trabalham para aquisição da imagem;
Uma exceção é a Ultrassonografia que, consiste em um método complementar de diagnóstico por imagem, que não usa a radiação do espectro eletromagnético para obtenção da imagem. Faz uso de uma radiação mecânica chamada de ultrassom. Esta é essencialmente inócua, não produzindo então qualquer efeito colateral.
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Os raios x são um tipo de radiação do espectro eletromagnético.
ATENÇÃO: Raios X e Raios gama são radiações ionizantes, portanto, causam efeitos biológicos (neoplasias, imunodepressão, doenças genéticas, doenças da prole);
Como próprio nome diz, a radiação ionizante pode ser capaz de ionizar o átomo e deixá-lo instável ou até mesmo quebrar a molécula de água em íons. Tais condições podem no nível celular, em um dado momento, interferir nos processos bioquímicos e então produzir efeitos indesejáveis, denominados efeitos biológicos.
Portanto, as radiações ionizantes merecem extrema cautela na utilização
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Qual a importância destas radiações ionizantes para o exame de imagem?
Para adquirir uma imagem é necessário que as radiações interajam com a matéria. Somente se obtém uma imagem radiológica quando a radiação realiza uma interação com o corpo humano. 
Exemplo: a radiação ultravioleta, que não é ionizante, quando interage com a pele, provoca hiperemia.
As radiações ionizantes merecem extrema cautela na utilização
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A imagem radiográfica
A imagem radiográfica é expressa numa gradação de tons de cinza que varia do branco ao preto ou do preto ao branco. A imagem só é percebida porque existe um contraste apresentado entre as estruturas. As cores produzem uma gradação de tons de cinza.
Tal gradação de tons de cinza varia de duas maneiras:
TONS DE CINZA
Variação em função da composição das estruturas - densidades radiográficas.
Variação em função da espessura da estrutura.
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Densidade radiológica
As cinco densidades radiográficas são identificadas na imagem em função da variação da quantidade de radiação absorvida (atenuação do feixe radiográfico). A quantidade de radiação absorvida poderá ser quantificada em: total, grande, média, pequena, nenhuma. Tal quantidade de radiação absorvida, configurará certo padrão de cor.
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Radiografia Normopenetrada,
Hipopenetrada e Hiperpenetrada
Radiografias que recebem pouca quantidade de radiação mostram-se mais brancas e são consideradas hipopenetradas.
Radiografias que recebem muita quantidade de radiação mostram-se mais escuras e são consideradas hiperpenetradas.
Estas situações podem falsear os resultados. Por exemplo, uma radiografia de tórax hipopenetrada dá a falsa impressão de presença de edema pulmonar. Se fosse hiperpenetrada daria impressão de que os pulmões estão com muito ar, levando-nos a pensar num quadro de enfisema ou esconder um nódulo sólido.
Cuidado para não interpretar o exame erroneamente!!!
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Hipopenetrada ou Hipotransparente
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Hiperpenetrada ou Hipertransparente
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Além da cor, outras características merecem ser consideradas para que uma imagem seja adequadamente observada e então nos faça pensar numa possibilidade diagnóstica.
O tamanho, limite, forma, localização, contorno da estrutura a ser radiografada.
O método de radiologia convencional não é fiel na tomada das dimensões das estruturas. Sempre as superdimensiona.
Há métodos fiéis: ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Não se surpreenda, então, com discrepâncias de laudos, onde numa radiografia do abdome um cálculo possa medir 8mm e cujo resultado de um estudo ultrassonográfico do mesmo caso possa fazer referência, por exemplo, a 6mm, para o mesmo cálculo.
Detalhe importante é que quanto mais distante estiver a estrutura do filme, maior será a ampliação. Por isso, na maioria das vezes, queremos que a estrutura de interesse diagnóstico esteja próxima da película.
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Repare que, à medida em que o objeto radiografado está posicionado mais para a lateral, há, além da alteração do tamanho, também a distorção da forma.
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Contornos quanto mais regulares tendem, na maioria dos casos, a representar condições benignas. Assim como quanto mais precisos forem os limites. Contornos irregulares e limites imprecisos tendem a apontar para o contrário.
Quando se objetiva localizar uma estrutura ou lesão, deve-se pensar que a imagem radiográfica consiste numa sobreposição de planos. Toda espessura do paciente é expressa na espessura da película.
Portanto, para que se possa julgar adequadamente a localização de uma estrutura, é importante olhar a radiografia em profundidade.
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Planos e Incidências radiográficas
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Incidência Antero Posterior: o sentido da radiação (raio X) é da superfície anterior para a posterior do segmento radiografado. O raio partiu da ampola, encontrou o paciente na superfície anterior e prosseguiu sua trajetória chegando ao filme (a película radiográfica) encostado na superfície posterior do paciente.
Incidência Postero Anterior: o sentido da radiação é da superfície posterior para a anterior do segmento radiografado. O raio partiu da ampola, encontrou o paciente na superfície posterior e prosseguiu sua trajetória chegando ao filme (a película radiográfica) encostado na superfície anterior do paciente.
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Incidência AP
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Incidência PA
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Incidência Perfil: o sentido da radiação é de uma superfície lateral para a outra lateral do segmento radiografado. Ex: O raio partiu da ampola, encontrou o paciente na lateral direira e prosseguiu sua trajetória chegando ao filme (a película radiográfica) encostado na lateral esquerda do paciente;
Incidência Oblíqua: No plano oblíquo, o paciente estará em posição intermediária entre o plano frontal e o lateral. o sentido da radiação é de uma superfície oblíqua (diagonal) para a outra superfície oblíqua do segmento radiografado. Muito utilizado explorar regiões difíceis de serem visualizadas nas incidências tradicionais (AP e PA) em buscas de fraturas ou outro tipo de lesão;
* Incidência Superior: a radiação vai da região superior para a inferior;
* Incidência Inferior: : a radiação vai da região inferior para a superior;
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Incidência Perfil
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Incidência Oblíqua
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Incidência Inferior e Superior
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Laudo Radiográfico
O laudo radiográfico é importantíssima ferramenta de trabalho, além de importante instrumento legal. Por esse motivo, é importante entender como funciona e que determina ao resultado.
Pode ter apresentação descritiva, onde traduz com a terminologia própria do método, aquilo que esta sendo observado na imagem radiográfica, o que nem sempre é tão evidente. Também pode, alem da parte descritiva, apresentar-se conclusivo, isto quer dizer determinando um único diagnóstico. Tal condição ocorre mais facilmente quando as solicitações dos exames, inicialmente bem feitas, detalham a indicação do exame com coerentes informações clínicas.
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FIM

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