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* * * - A. 9 - EXTRAÇÃO DO CALDO POR MOAGEM: TECNOLOGIA, CONDUÇÃO DA MOAGEM; MOENDAS E ACESSÓRIOS Guia para Iniciação ao Estudo da Agroindústria Sucro-alcooleira * * * 1. GENERALIDADES Extração do caldo processo físico (pressão mecânica dos rolos da moenda sobre o colchão de cana) Tradicionalmente a extração é realizada por moagem ou difusão. Desde sua invenção pelos chineses - aperfeiçoamento Processos mais antigos: moagem de cana inteira baixa extração Hoje - moagem da cana desintegrada Extração da cana em duas fases Primeira fase - equipamento de alta velocidade e baixa pressão Segunda fase - equipamento de baixa velocidade e alta pressão - moendas - preparo para moagem - extração do açúcar mecânico tecnológico * * * 2. MOENDAS: COMPONENTES BÁSICOS Visão de um conjunto de moagem (4 a 6 ternos): * * * * * * * * * * * * 2.3. Parâmetros de julgamento da eficiência: Capacidade - é a quantidade de cana moída na unidade de tempo Formas de expressar: TCH, TCD, TFH e TFD Extração - é a porcentagem de açúcar extraída em relação a quantidade existente na cana. Pol extraída % pol na cana Outra forma: açúcar perdido no bagaço porcento da fibra da cana Extração reduzida: é a porcentagem de açúcar recuperada se a cana tivesse 12,5% de fibra ==> Referência * * * 3. FATORES DE EFICIÊNCIA DAS MOENDAS 3.1. ALIMENTAÇÃO DA CANA NA ESTEIRA Trabalho do operador da mesa Mesas convencionais (15° ou 18°) devido Mesas de 45° ou de 50° (associado às de 15°) Solução Busca a uniformidade na alimentação irregularidade vs. perdas capacidade extração a) lavagem de cana (50 a 60% da necessidade de água) b) melhora a alimentação do esteirão altura de alimentação da esteira dificuldades de fracionamento da carga embuchamento B ) Limpeza - via seca A ) Limpeza - via úmida * * * Vantagens: - deixa de perder 2% do açúcar por TC na lavagem (~ 2a 3 kg Aç/TC); - economia de recursos hídricos e baixo redução de impacto ambiental; - menor necessidade de manutenção de grelhas da caldeira; - melhoria na decantação e filtração do caldo e redução na produção de torta; Componentes: (a) hillo de descarregamento (hidráulico ou mecânico); (b) mesa de alimentação: recepção, armazenamento temporário, facilita a detecção de impurezas grosseiras; (c)ventiladores: remove as palhas e parte da terra. Fonte: Techpertersen B ) Limpeza - via seca * * * 3.2. PREPARO DA CANA cana-de-açúcar (proporção de partes moles e duras) Preparo da cana (objetivos) Indicadores Extração 0,5 a 7,0% (pol extraída % cana) Capacidade 10 a 30% a) aumentar a capacidade ( aumento da densidade de massa na alimentação - compacta/homogênea) b) rompimento da estrutura da cana (extração-fácil/efetiva) c) produção de bagaço c/ embebição mais eficaz. resistência à recuperação da sacarose Equipamentos facas rotativas desfibradores ou desintegradores * * * 3.3. ALIMENTAÇÃO DO PRIMEIRO TERNO 1º Terno - Determina capacidade e extração Sistemas Bicão Esteira alimentadora forçada Donnely (calha de alimentação) Esteira de Alimentação forçada Impulso fraco Alimentação por bicão * * * * * * * * * Tambor de alimentação forçada (Top-roller) (Press-roller) * * * 3.5. REGULAGEM DAS MOENDAS Regulagem da moenda: Inicia: trabalhos de manutenção da entre-safra nivelamento/ alinhamento/esquadrejamento. (c/ acionamento de turbinas) - Nivelamento/ Precisão: 0,02 a 0,04 centésimos de mm/m linear. Traçado da bagaceira: Relação das aberturas de entrada e saída Posição da bagaceira: alta: baixa: maior consumo potência maior desgaste dificulta o “pega”/ caminhamento reduz a capacidade 1,8 a 2,0 (c/ press-roller) 2,3 a 3,0 (s/ press-roller) Pontos de regulagem das moendas * * * 3.6. PRESSÃO HIDRÁULICA Moendas sem recursos técnicos (reguladores hidráulicos) Reguladores dimensões do pistão (cálculos) Reduz a capacidade Aumenta a extração maior consumo de potência maior pressão nos mancais máx. 100kg/cm2 resistência mecânica controle de pressão série de riscos mecânicos instalados nos cabeçotes superiores das moendas Flutuação dos cilindros superiores Regulador hidráulico * * * Fatores influentes: dimensões dos cilindros; potência de acionamento; capacidade de moagem desejada; quantidade e qualidade de fibra da cana; tipos de moenda; taxa de embebição aplicada, etc. velocidade do cilindro superior (5 a 7 rpm) acionamento (turbinas à vapor, acoplados à redutores com movimentação do rolo superior) Cabeçote hidráulico Garrafa hidráulica * * * 3.7. VELOCIDADE DOS CILINDROS Fluxo de massa de cana função através dos cilindros Velocidades 1° terno 6° terno (conjunto de moagem) Outras regiões mundiais até 36m/min (velocidade prejudica a extração reabsorção) abertura de regulagem; comprimento do cilindro; velocidade periférica. capacidade de moagem Brasil: 20m/min (máx.) resistência de materiais e redução de extração reduz Massa cana = f (a;L;v) = Capac. Velocidade decrescente Mais comum velocidade rotação (RPM) Correto = velocidade periférica - m/min Moenda 30” x 54” n = 6 v = 14,4 m/min Moenda 37” x 78” n = 6 v = 17,7 m/min a = abertura de trabalho; h =comprimento do rolo * * * 3.8. TIPOS DE RANHURAS Finalidades Tipos de ranhuras: a) Circunferenciais - Fulton - Passo-Duplo - Hind-Renton b) Transversais - chevrons Ranhuras transversais Desvantagem: - perda de superfície - região baixa pressão - aumento bagaço no caldo c) Canais de drenagem Ranhuras Fulton Ranhuras Hind Renton Ranhuras de passo duplo - aumentar a superfície útil do cilindro - melhorar a drenagem do caldo - melhorar a apreensão * * * Ranhuras circunferencias Canais Passo f ( f% cana; Moagem; Limpeza cana...) Ângulo - 35 a 45º Atrito 35º = 1 = 3,5 vezes (Sen 35º)/2 Atrito 45º = 1 = 2,6 vezes (Sen 45º)/2 Ranhuras Messachaert Ranhuras “Chevrons” Passo Ângulo Altura Maior apreensão Maior drenagem do caldo Melhor preparo da cana * * * 3.9. FIBRA % CANA fibra % cana aumento peso bagaço - mesma Pol. > Perda f = 12,5% - p. bag 256 Kg/TC - 2% Pol 5,12kg Aç. perdido/TC f = 15,0% - p. bag 318 Kg/TC - 2% Pol 6,38kg Aç. perdido/TC Diferença 1,26kg Aç/TC Efeito da palha (cana crua) > peso do bagaço > adsorção de caldo no bagaço > perda de pol Capacidade Extração 12,5% 1% fibra reduz 1,5% a extração Menor Cap ( - ) Maior Cap ( + ) * * * 3.10. EMBEBIÇÃO Embebição (1) diluente (água ou caldo diluído) (2) compressão Uso correto envolve Classificação embebição É a adição de água ou caldo diluído ao bagaço entre um termo e outro. aumento da extração de sacarose) Dilui o caldo mais concentrado preso as células do parênquima da cana (“troca”) Remover os açúcares retidos no bagaço - quantidade água - localização - modo de aplicação - temperatura - simples - composta * * * Esquema embebição composta Forma de expressar: embebição % cana - quantidade embebição % fibra Exemplo: 32,5% emb. % cana fibra da cana = 13,0 Emb. % fibra = Emb % cana x 100 = 32,5 x 100 = 250% fibra % cana 13 água Caldo Diluído * * * Formas de aplicação Canos perfurados: na forma de filetes contínuos Bicos injetores: na forma de jatos sobre pressão Calhas derramantes: na forma de lençol derramante Distribuição de água ou caldo diluído por lençol derramante Embebiçãocom bicos pulverizadores * * * Embebição com tubos perfurados Melhor embebição bagaço sai da moenda antes de absorver ar, com máxima absorção de água (até 7 vezes o seu peso em fibra). Embebição Integral Sistema de maceração Maceração * * * Ação da água: diluente do caldo preso as células parênquima da cana, ocorrendo uma troca e pela compressão extrai-se mais sólidos solúveis retidos no bagaço. Tipos de embebição: 1. Embebição simples: acrescenta água ao bagaço após cada moenda Embebição simples única: água em um ponto Embebição simples dupla: água em 2 pontos 2. Embebição composta: acrescenta-se água e caldo diluído ao bagaço 3. Embebição com recirculação: Desvia parte do caldo extraído pelo terno, para embeber o bagaço a ser processado pela própria terno e a outra parte do caldo embebe o bagaço que será processado pela terno anterior. * * * Quantidade de água de embebição: A quantidade de água a ser usada na embebição é função de vários fatores: Capacidade de evaporação; Números de termos; Condições de distribuição da água de embebição; Fibra da cana; Riqueza da cana em sacarose; Quantidade de açúcar extraído pelo efeito da embebição e açúcar extraível teoricamente; Preço do açúcar extraído pelo efeito de embebição e extraído teoricamente. * * * Temperatura da água de embebição Temperaturas >= 60ºC (60 - 80ºC) Desvantagens: As moendas pegam com maior dificuldade facilidade o bagaço embebido com água quente do que o embebido com água fria. Moendo grandes tonelagens, em relação a capacidade das moendas e com alta embebição, a embebição com água quente limita mais rapidamente a moagem do que com água fria. Água quente dissolve maiores proporções de gomas, ceras etc. aumentando as impurezas trabalho adicional de clarificação Vantagens: maior penetração pela eliminação de ar; secagem do bagaço maior extração * * * Uniformidade Distribuição Embebição Brix % Caldo Relação Ideal C2 / C1 = 1,0 Relação Prática C2 / C1 >= 0,9 C1 < C2 * * * Qualidade da água de embebição: Fontes mais comuns nas usinas: As que provem da última caixa da evaporação; As águas ordinárias dos rios, das fontes ou dos reservatórios. Entretanto, a melhor água seria aquela resultante da condensação nos aparelhos alimentados com vapor de escape (alimentação das caldeiras). A água para embebição Efeito do preparo do bagaço na embebição: Bagaço mal preparado efeito quase nulo Bagaço intensamente picado maior absorção Bagaço muito embebido mais volumoso Não deve ser acida ou alcalina Não conter impurezas Não conter substâncias nocivas a saúde Não ser poluída maior dificuldade de absorção pela moenda * * * 3.11. ELETRODO DE SOLDA NOS CILINDROS Aplicação de solda nos frisos capacidade Aumenta ângulo de “Pega” Picote - eletrodo elevada prop. Mecânica almofada de base Chapisco - glóbulos carbeto de cromo Redução umidade - 2 a 3% Redução Pol 1,0% Aumenta na superfície o atrito causando maior ângulo de “pega” (60º) extração (uniformidade de alimentação) capacidade extração * * * Chapisco Picote e frisos de moenda Análise química do metal depositado C Cr Si Mn V Mo ( EM MM Amperagem Corrente 4 130 a 160 CC (+) Análise química do metal depositado C Cr Mn Si Dureza: 60RC ( EM MM Amperagem Corrente 3,25 4 5 100 125 160 CC (-) CA * * * * * * Tipos de soldas - picote (crista de friso) em rolo parado - chapisco (flancos nos frisos aplicados a 1/2 a 2/3 da altura do friso) 3.12. CONTROLE DA PERFORMANCE DAS OPERAÇÕES Eficiência das moagens Brasil 96% Controles: open cells curva de Brix cálculos tecnológicos: - extrações relativas, individuais e totais, curvas de umidade do bagaço, de Brix e extração do caldo do 1º terno. Definidos: 80-85% (horiz) 90-92% (vert)
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