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ANALISE DO ELETROCARDIOGRAMA (ECG) NORMAL ASPECTOS ELETRICOS E FISIOLOGICOS EM UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR

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ANÁLISE DO ELETROCARDIOGRAMA (ECG) NORMAL – ASPECTOS 
ELÉTRICOS E FISIOLÓGICOS EM UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR 
 
Laíse Oliveira Resende¹, Márcia Artiaga Colantoni², Rodrigo Penha Almeida³, João Batista Destro 
Filho4. 
¹laiseresende@yahoo.com.br, ²marcinhamelv@yahoo.com.br, ³rodrigopenhaalmeida@yahoo.com.br, 4jbdestrof@yahoo.com. 
UFU, Faculdade de Medicina, FAMED/ Faculdade de Engenharia Elétrica, FEELT / Hospital de Clínicas de Uberlândia/ 
Laboratório de Engenharia Biomédica. BIOLAB, Uberlândia - MG. 
 
Resumo – O objetivo deste artigo é promover uma 
abordagem interdisciplinar em eletrocardiografia, a fim 
de facilitar a compreensão dos graduandos em medicina, 
enfermagem e engenharia biomédica, proporcionando 
para os estudantes um material didático, o que facilita o 
entendimento da análise do ECG, correlacionando-o à 
fisiologia cardíaca. 
 
Palavras-Chave – canais iônicos, derivações cardíacas, 
eletrocardiograma, fisiologia cardíaca, 
interdisciplinaridade. 
 
NORMAL ELECTROCARDIOGRAPHIC 
ANALYSIS – ELECTRICAL AND 
PHYSIOLOGICAL CONCEPTS BASED ON 
AN INTERDISCIPLINARY APPROACH 
 
Abstract – The goal of this article is to promote an 
electrocardiographic interdisciplinary approach, in order 
to facilitate medicine, nursing and biomedical 
engineering undergraduate education, providing to the 
students a didactic material that advances efficient 
learning of basic concepts in electrocardiogram analysis. 
In consequence, our proposal enables to tie ECG and 
cardiac physiology. 
 
Keywords – cardiac leads, cardiac physiology, 
electrocardiogram, heart anatomy, interdisciplinary, 
ionic channels. 
NOMENCLATURA 
AA Artéria aorta 
AD Átrio direito 
AE Átrio esquerdo 
AP Artéria pulmonar 
EIC Espaço intercostal 
NAV Nódulo atrioventricular 
NSA Nódulo sinoatrial 
VCI Veia cava inferior 
VCS Veia cava superior 
VD Ventrículo direito 
VE Ventrículo esquerdo 
VP Veias pulmonares 
 
_______________________________________ 
 
 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
O eletrocardiograma (ECG) é o registro dos fenômenos 
elétricos que se originam durante a atividade cardíaca por 
meio de um aparelho denominado eletrocardiógrafo, que é 
um galvanômetro, o qual mede pequenas intensidades de 
corrente que recolhe a partir de dois eletrodos dispostos em 
determinados pontos do corpo humano. Ele serve como um 
auxiliar valioso no diagnóstico de grande número de 
cardiopatias. [1] 
O ECG estabeleceu-se como um dos exames 
complementares de maior capacidade informativa, utilizado 
no diagnóstico, na avaliação de gravidade e no planejamento 
terapêutico de praticamente todas as doenças 
cardiovasculares. O fato de ser um método não invasivo, o 
baixo custo, a facilidade de transporte e de manuseio (que 
permite a realização de exames à beira do leito, no centro 
cirúrgico ou ambulatorialmente, por exemplo) muito 
contribuíram para que o ECG constituísse um método de 
rotina nas clínicas e consultórios. Juntamente com o exame 
clínico é extremamente útil para detectar problemas 
cardíacos. É método soberano tanto nas arritmias, quanto nos 
distúrbios de formação, como aqueles de condução do 
estímulo. Na maioria dos casos de infarto do miocárdio, 
ainda que a clínica e os exames de laboratório sejam 
suficientes para suspeitar ou fazer um diagnóstico, este é 
confirmado pelo ECG que, além disso, fornece valiosas 
informações sobre a localização e evolução do processo, 
esclarecendo as dúvidas nos casos menos típicos, levando a 
um sinalizador do acidente coronário. [2] [3] 
Percebe-se assim a suma importância do conhecimento 
aprofundado sobre o ECG normal, incluindo as informações 
pertinentes a este, como duração, amplitude e forma das 
ondas e segmentos, anatomia do coração e os locais de 
ativação relacionados às ondas eletrocardiográficas, 
eletrofisiologia cardíaca, com enfoque aos canais iônicos; 
além das 12 derivações cardíacas (periféricas e precordiais). 
Este conhecimento é fundamental para que a análise clínica 
seja eficaz, obtendo uma interpretação satisfatória e um 
diagnóstico preciso, identificando prováveis patologias ou a 
ausência destas. 
Deve-se destacar ainda a importância do processamento 
computacional que associa os sinais do ECG com patologias 
e morfologias cardíacas, permitindo uma avaliação mais 
precisa do quadro clinico do paciente. Esta idéia fundamenta 
os sistemas atuais de telemedicina, inclusive o cálculo 
automático computacional de escores para o diagnóstico de 
infarto [4] e de outras patologias. 
 Por exemplo, Aldrich et al [5] propõem métodos para 
estimar o tamanho da área infartada no coração e assim, 
auxiliar no tratamento de reperfusão. As estimativas podem 
ser realizadas para acompanhar o tamanho da área necrosada, 
e assim conhecer o avanço do infarto. O sistema de Escore de 
Selvester [4] [6] estima a área atingida pelo infarto do 
miocárdio e deve ser tomado pelo menos 72 horas após o 
infarto para atingir especificidade máxima. Anderson-
Wilkins et al [7] desenvolveram um método para medir o 
quão agudo é o quadro isquêmico, associando-o a mudanças 
seqüenciais na onda T. Esta medida pode ser usada para 
orientar a administração de tratamento trombolítico. 
Analisando-se a bibliografia básica normalmente utilizada 
nos cursos de graduação [1] [2] [8], ocorre uma dispersão das 
informações acerca do ECG normal, o que dificulta 
estabelecer conexões entre a fisiologia e a localização 
espacial dos diversos eventos cardíacos. 
Este artigo apresenta tabelas construídas através de uma 
revisão bibliográfica, a fim de proporcionar aos estudantes 
uma visão mais aprofundada sobre análise 
eletrocardiográfica, relacionando a parte elétrica à fisiologia 
e anatomia cardíaca. Detalhes de valores de amplitude, 
duração das ondas e segmentos são fornecidos. 
II. ELETROFISIOLOGIA 
A célula miocárdica em repouso (polarizada) tem elevada 
concentração de potássio, e apresenta-se negativa em relação 
ao meio externo, com elevada concentração de sódio. À 
medida que se propaga a ativação celular, ocorrem trocas 
iônicas e há uma tendência progressiva da célula a se tornar 
positiva, enquanto que o meio extracelular ficará 
gradativamente negativo. A célula totalmente despolarizada 
apresenta polaridade invertida. A repolarização fará com que 
a célula volte às condições basais. Uma onda progressiva de 
despolarização pode ser considerada como onda móvel de 
cargas positivas. Assim, quando a onda positiva de 
despolarização move-se em direção a um eletrodo da pele 
(positivo) registra-se no ECG uma deflexão positiva (para 
cima). Por outro lado, quando a onda apresenta sentido 
contrário, ou seja, quando a onda de despolarização vai se 
afastando do eletrodo, tem-se uma deflexão negativa no 
ECG. Quando não ocorre nenhuma atividade elétrica, a linha 
se torna isoelétrica, ou seja, nem positiva nem negativa. [8] 
O nódulo sinusal localizado no AD é a origem do estímulo 
de despolarização cardíaca. Quando o impulso elétrico se 
difunde em ambos os átrios, de forma concêntrica, em todas 
as direções, produz a onda P no ECG. Assim, a onda P 
representa a atividade elétrica, sendo captada pelos eletrodos 
exploradores sensitivos cutâneos e, à medida que essa onda 
de despolarização passa através dos átrios, produz uma onda 
de contração atrial. [9] 
A seguir, a onda de despolarização dirige-se ao NAV, 
onde ocorre uma pausa de 1/10 de segundo, antes do impulso 
estimular verdadeiramente o nódulo, permitindo a entrada de 
sangue nos ventrículos. Este intervalo é representado pelo 
intervalo P-R. (Tabela I) 
Após essa pausa, o impulso alcança o NAV, que é um 
retransmissor do impulso elétrico para os ventrículos, através 
do feixe de His, com seus ramosdireito e esquerdo, e das 
fibras de Purkinge, tendo como conseqüência a contração dos 
ventrículos. Essa despolarização ventricular forma várias 
ondas, denominadas complexo QRS. (Tabela II) 
Existe uma pausa após o complexo QRS, representado 
pelo segmento ST e, após essa pausa, ocorre a repolarização 
do ventrículo e, consequentemente, relaxamento ventricular, 
formando a onda T. (Tabela I) A repolarização atrial não tem 
expressão eletrocardiográfica, pois está mascarada sob a 
despolarização ventricular que, eletricamente, tem uma 
voltagem maior em relação à outra. [8] [9] 
 
TABELA I 
Segmentos e Intervalos do ECG 
III. DERIVAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS 
(ECG PADRÃO) 
Cada derivação é representada por um par de eletrodos 
(um positivo e um negativo), registra uma visão diferente da 
mesma atividade cardíaca, observando o coração em 
diferentes ângulos. As derivações podem ser definidas de 
acordo com a posição dos eletrodos exploradores no plano 
frontal, formando as derivações periféricas (Tabela III) – 
bipolares ou unipolares; e no plano horizontal, formando as 
derivações precordiais (Tabela IV), unipolares. [10] 
 
A. Derivações periféricas (plano frontal): medem a diferença 
de potencial entre os membros (bipolares) ou entre certas 
partes do corpo e o coração (unipolares). Coloca-se um 
eletrodo em cada braço (direito e esquerdo) e um na perna 
esquerda, formando o triângulo de Einthoven. Na perna 
direita coloca-se o fio terra, para estabilizar o traçado. 
 
1) Derivações bipolares: DI (registra a diferença de 
potencial entre o braço esquerdo e braço direito, é obtida 
colocando-se o eletrodo explorador (+) no braço esquerdo e o 
eletrodo indiferente (-) no braço direito), DII (registra a 
diferença de potencial entre a perna esquerda e o ombro 
direito, o eletrodo (+) é colocado na perna esquerda e o (-) no 
braço direito) e DIII (registra a diferença de potencial entre a 
perna esquerda e o ombro esquerdo, o eletrodo (+) é 
conectado à perna esquerda e o (-) ao braço esquerdo). 
 
1) 2) Derivações unipolares (dos membros): derivações 
aVR, aVL e aVF, os eletrodos negativos se dirigem para um 
fio terra comum (referência), localizado no pé direito; aVR 
(braço direito positivo), aVL (braço esquerdo positivo) e aVF 
(pé esquerdo positivo). 
 
B. Derivações precordiais ou torácicas (plano horizontal): 
são as derivações V1, V2, V3, V4, V5 e V6. V1 (4º EIC a 
 Intervalo 
 P-R 
Segmento 
S-T 
 
Intervalo 
 Q-T 
Descrição - Intervalo 
entre o início 
da onda P e 
início do 
complexo QRS. 
- Intervalo entre o 
fim do complexo 
QRS (ponto J) e o 
início da onda T. 
- Intervalo entre 
o início do 
complexo QRS 
e o fim da onda 
T. 
Duração - 0,12 a 0,20 
segundos 
- 0,12 segundos 
 
- 0,30 a 0,46 
segundos 
 TABELA II 
ECG Normal 
Ondas: 
 
Anatomia: 
 
 
 
 
 
 
 
Aspectos Gerais: 
 
 
 
 
 
 
Duração: 0,10s. 
Amplitude: não deve exceder 2,5mm (0,25mV) 
Forma: arredondada, geralmente monofásica. 
 
 
Duração: 0,06 a 0,12s. 
Amplitude: 5mm, 8mm (0,5; 0,8mV) 
Forma: a onda Q, quando presente, ocorre no início 
do complexo QRS e é a primeira deflexão para 
baixo do complexo. A onda R, que se dirige para 
cima, é seguida de uma onda S, dirigida para baixo. 
 
Duração: não é medida, e sim incluída na medida do 
QT. 
Amplitude: não há critérios bem definidos, 
geralmente menor que o QRS. 
Forma: assimétrica com seu ramo ascendente lento e 
o seu ramo descendente rápido. 
 
Ativação: 
 
 
 
 
 
 
Contração atrial (sístole), despolarização. 
Ativação AD (1ª porção da onda P) 
Ativação AE (2ª porção da onda P) 
A primeira região que despolariza é o nódulo 
sinusal, a onda de ativação progride pela junção 
sinoatrial, propagando-se à parede dos átrios. É 
ativado o AD, o septo interatrial e o estímulo 
alcança o AE. 
Nódulo sinusal: marcapasso fisiológico do coração. 
Responsável pelo controle da freqüência cardíaca e 
pela geração dos impulsos elétricos que ocasionam 
toda a excitabilidade do coração; Situado na parede 
lateral na parte superior do AD. 
 
Contração ventricular (sístole), despolarização. 
 
His-Purkinje: 
A onda de ativação elétrica passa pelo Feixe de 
His, localizado no septo interventricular, e se 
espalha pelos seus dois ramos principais (D e E). A 
seqüência de ativação ventricular pode ser 
didaticamente dividida em 3 partes: 
 
- ativação septal: onda Q 
- ativação das paredes: onda R 
- ativação das porções basais: onda S 
 
 
Relaxamento ventricular (diástole), repolarização. A 
onda T é causada por correntes geradas enquanto os 
ventrículos se recuperam do estado de 
despolarização. 
É comum algumas fibras ventriculares começarem a 
se repolarizar cerca de 0,15s após o início da onda 
de despolarização, mas em muitas outras fibras a 
repolarização não ocorre senão 0,30s após o início 
da despolarização. Assim, o processo de 
repolarização estende-se por um período 
razoavelmente longo (0,15s). Por essa razão, a onda 
T no ECG é prolongada, mas sua voltagem é menor 
que aquela do complexo QRS, em parte devido a 
sua duração prolongada. 
 
Canais Iônicos: 
 
 
 
 
Despolarização Atrial: entrada de Na+ na célula 
(AD e AE). 
Membrana altamente permeável aos íons sódio 
(fluxo intenso de íons positivos elevando o 
potencial na direção da positividade). 
 
Despolarização Ventricular: entrada de Na+ na 
célula (VD e VE). 
Membrana altamente permeável aos íons sódio 
(fluxo intenso de íons positivos elevando o 
potencial na direção da positividade). 
 
Repolarização ventricular: 
- início: diminuição da permeabilidade ao Na+; 
- retorno ao potencial da membrana; 
- saída de K+. 
 
Principais patologias associadas: 
- Fibrilação Atrial 
 - Sobrecarga AD e AE 
 
 
- Hipercalemia 
- Áreas de fibrose (Infarto antigo) 
- Síndromes Isquêmicas 
 
 
- Hipercalemia 
- Hpocalemia 
 
 
TABELA III 
 Derivações Periféricas (formas de onda do ECG extraídas de [11]) 
 
 
 
 Derivação Área do coração Duração das Ondas Amplitude das Ondas 
DI 
 
 
 
 
 
 
Parede lateral esquerda alta do coração 
 
- Onda P : 0,04s 
- Complexo QRS: 0,06s 
- Onda T: 0,3s 
- Intervalo QT: 0,35s 
- Segmento ST: 0,32s 
 
- Onda P: 0,1mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 1mV 
- Onda S: imperceptível 
- Onda T : 0,3mV 
 
DII 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parede inferior do coração 
 
- Onda P : 0,09s 
- Complexo QRS: 0,06s 
- Onda T: 0,4s 
- Intervalo QT: 0,36s 
- Segmento ST: 0,32s 
 
- Onda P: 0,1mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 1,7mV 
- Onda S: imperceptível 
- Onda T : 0,3mV 
 
DIII 
 
 
 
 
 
 
 
Parede inferior do coração 
 
- Onda P : 0,09s 
- Complexo QRS: 0,06s 
- Onda T: 0,4s 
- Intervalo QT: 0,36s 
- Segmento ST: 0,32s 
 
- Onda P: 0,1mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 0,8mV 
- Onda S: imperceptível 
- Onda T : 0,3mV 
 
 
aVR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Átrio direito 
 
- Onda P : 0,04s 
- Complexo QRS: 0,08s 
- Onda T: 0,4s 
- Intervalo QT: 0,4s 
- Segmento ST: 0,32s 
 
- Onda P: -0,1mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: -0,8mV 
- Onda S: inexistente 
- Onda T : -0,3mV 
 
 
aVF 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parede inferior do coração 
 
- Onda P : 0,04s 
- Complexo QRS: 0,08s 
- Onda T: 0,12s 
- Intervalo QT: 0,4s 
- Segmento ST: 0,32s 
 
- Onda P: 0,1mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 1,3mV 
- Onda S: imperceptível 
- Onda T : 0,2mV 
 
aVL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parede lateral esquerda alta do coração 
 
- Onda P : imperceptível 
- Complexo QRS: 0,06s 
- Onda T: 0,2s 
- Intervalo QT: 0,44s 
- Segmento ST: 0,4s 
 
- Onda P: imperceptível- Onda Q: 0,025 mV 
- Onda R: 0,2mV 
- Onda S: 0,2mV 
- Onda T : 0,3mV 
 
TABELA IV 
 Derivações Precordiais (formas de onda do ECG extraídas de [11]) 
 
 
 Derivação Área do coração Duração das Ondas Amplitude das Ondas 
V1 
 
 
 
 
 
 
Ventrículo direito 
 
- Onda P : 0,04s 
- Complexo QRS: 0,08s 
- Onda T: 0,14s 
- Intervalo QT: 0,4s 
- Segmento ST: 0,32s 
 
- Onda P: 0,15mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 0,4mV 
- Onda S: 1mV 
- Onda T : 0,3mV 
 
V2 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ventrículo direito 
 
- Onda P : 0,08s 
- Complexo QRS: 0,12s 
- Onda T: 0,2s 
- Intervalo QT: 0,48s 
- Segmento ST: 0,4s 
 
- Onda P: 0,15mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 0,8mV 
- Onda S: 1,2mV 
- Onda T : 0,4mV 
 
V3 
 
 
 
 
 
 
 
 
Baixo Septo parede inferior do ventrículo 
esquerdo 
 
- Onda P : 0,04s 
- Complexo QRS: 0,1s 
- Onda T: 0,24s 
- Intervalo QT: 0,44s 
- Segmento ST: 0,36s 
 
- Onda P: 0,05mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 0,9mV 
- Onda S: 1,1mV 
- Onda T : 0,4mV 
 
V4 
 
 
 
 
 
 
 
 
Baixo Septo parede inferior do ventrículo 
esquerdo 
 
- Onda P : 0,08s 
- Complexo QRS: 0,08s 
- Onda T: 0,2s 
- Intervalo QT: 0,44s 
- Segmento ST: 0,36s 
 
- Onda P: 0,2mV 
- Onda Q: imperceptível 
- Onda R: 1,5mV 
- Onda S: 0,2mV 
- Onda T : 0,4mV 
 
V5 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apical (parede anterior e lateral do ventrículo 
esquerdo) 
 
- Onda P : 0,08s 
- Complexo QRS: 0,1s 
- Onda T: 0,16s 
- Intervalo QT: 0,44s 
- Segmento ST: 0,36s 
 
- Onda P: 0,2mV 
- Onda Q: 0,1mV 
- Onda R: 1,9mV 
- Onda S: imperceptível 
- Onda T : 0,5mV 
 
V6 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apical (parede anterior e lateral do ventrículo 
esquerdo) 
 
- Onda P : 0,12s 
- Complexo QRS: 0,06s 
- Onda T: 0,16s 
- Intervalo QT: 0,44s 
- Segmento ST: 0,36s 
 
- Onda P: 0,05mV 
- Onda Q: 0,1mV 
- Onda R: 1,8mV 
- Onda S: imperceptível 
- Onda T : 0,4mV 
 
direita do esterno), V2 (4ª EIC a esquerda do esterno), V3 
(entre V2 e V4), V4 (5º EIC, linha hemiclavicular), V5 (5º 
EIC, linha axilar anterior), V6 (5º EIC, linha axilar média). 
Medem a diferença de potencial entre o tórax e o centro 
elétrico do coração (NAV). Considera-se positivo o eletrodo 
explorador colocado nas seis posições diferentes sobre o 
tórax, sendo o pólo negativo situado no dorso do indivíduo. 
 
IV. RESULTADOS 
 
A tabela I descreve os segmentos e intervalos obtidos em 
um ECG normal. A duração desses segmentos e intervalos 
auxilia no diagnóstico de diversas patologias, principalmente 
a observação de infra ou supradesnivelamento do segmento 
ST, que é um aspecto importante na interpretação 
eletrocardiográfica para determinar presença de infarto; e 
análise do intervalo PR, que determina se há bloqueio átrio-
ventricular. O intervalo Q-T, se for anormalmente 
prolongado e com alterações morfológicas na onda T, indica 
possibilidade de síncope arritmogênica ou morte súbita. 
Através da tabela II, pode-se observar as características 
elétricas do ECG normal relacionadas à fisiologia cardíaca, 
permitindo maior compreensão do estado fisiológico do 
coração através dos sinais elétricos obtidos na 
eletrocardiografia. A tabela demonstra aspectos tais como, 
anatomia do coração, duração, amplitude e forma das ondas, 
principais patologias relacionadas a alterações da onda no 
traçado eletrocardiográfico, mecanismo de ativação atrial ou 
ventricular de acordo com cada porção das ondas, e a 
progressão da onda de ativação, com a trajetória do impulso 
elétrico, demonstrando as áreas do coração que são 
despolarizadas ou repolarizadas. Além de informações sobre 
canais iônicos, entrada e saída de íons da célula e potencial 
de ação. 
O intuito do estudo do ECG normal é diferenciá-lo dos 
ECG’s patológicos. Devido às diferenças morfológicas 
cardíacas de cada paciente, as variações de ECG’s 
considerados normais são muito extensas, e espera-se com 
um estudo aprofundado padronizar-se um ECG normal com 
o mínimo de variações possíveis. 
A tabela III apresenta as seis derivações periféricas 
obtidas por eletrodos distribuídos nos membros do paciente. 
Esses eletrodos captam sinais denominados de ondas P, Q, R, 
S e T, que possuem amplitudes máximas e durações 
diferentes em cada derivação. As derivações são 
denominadas: DI, DII, DIII, aVR, aVL e aVF. Os valores 
observados na tabela foram obtidos por meio da análise de 
um ECG normal, no intuito de se padronizar as formas das 
ondas nas doze derivações padrão em um ECG normal. 
As outras seis derivações são apresentadas na tabela IV, as 
Derivações Precordiais, obtidas através de eletrodos fixados 
no tórax do paciente. Estes também captam sinais com as 
ondas P, Q, R, S e T, que também variam em sua máxima 
amplitude e duração de acordo com a derivação. As 
Derivações Precordiais são denominadas: V1, V2, V3, V4, 
V5 e V6 . 
 
 
 
 
V. CONCLUSÃO 
 
A partir das tabelas torna-se possível relacionar dados 
elétricos e fisiológicos do ECG normal, além da localização 
anatômica dos diversos fenômenos. Destaca-se ainda a 
síntese de informações quantitativas sobre amplitude e 
duração, necessárias como padrão de comparação a ser usado 
por técnicas de processamento de sinais. 
 As perspectivas do presente estudo incluem aprofundar a 
pesquisa bibliográfica, com intuito de padronizar as 
informações pertinentes ao ECG normal, visto que não há 
relato bibliográfico que relacione tais aspectos, a fim de obter 
precisão diagnóstica e proporcionando uma abordagem 
didática interdisciplinar, para melhor compreensão dos 
estudantes de engenharia elétrica, engenharia biomédica, 
enfermagem e medicina. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
[1] DUBIN, M.D. Interpretação Rápida do ECG. Ed. de 
Publicações Científicas, 3ª ed. Rio de Janeiro, 1996. 
[2] BRAUNWALD, Eugene. Tratado de Medicina 
Cardiovascular. Ed. Roca, 5ª ed. São Paulo, 1999. 
[3] CLIFFORD,G.D., AZUAJE, F. and MCSHARRY, P. 
Advanced Methods and Tools for ECG Data Analysis. 
Artech House Publishers, 1st edition. New York, 2006. 
[4] HORACEK, B. Milan et al. Development of an 
automated Selvester Scoring System for estimating the 
size of myocardial infarction from the electrocardiogram. 
Journal of Eletrocardiology, Churchill Livingstone, 
p162-168, 08 jun. 2005. 
[5] ALDRICH, Harry R. et al. Use of initial ST-Segment 
Deviation for Prediction of Final Eletrocrdiographic 
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