Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO URBANÍSTICO Docente Dr. José Roberto Fernandes Castilho 2° Semestre de 2009 A macroacessibilidade dos órgãos públicos: O estudo da Previdência Social, da Secretaria do Estado da Saúde, da Defensoria Pública, do CEAMA e do 12º DER. Discentes: Artur Felipe da Costa Rosa Felipe Paulino Dubiela Karen Yumi Sakurada Marcos Paulo Bento de Freitas Natalia Gironde Ataide 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................02 2. ANÁLISE DOS CRITÉRIOS.........................................................................03 2.1. NATUREZA DA VIA PÚBLICA................................................................04 2.2. IDENTIFICAÇÃO VISUAL........................................................................06 2.3. TRANSPORTE PÚBLICO..........................................................................07 2.4. ESTACIONAMENTO.................................................................................10 2.5. CONDIÇÃO DA CALÇADA......................................................................10 2.6. PLACAS DE ORIENTAÇÃO.....................................................................11 2.7. NATUREZA DO PRÉDIO..........................................................................12 2.8. CONDIÇÃO DO INTERIOR.......................................................................12 2.9. ACESSIBILIDADE PARA DEFICIENTES...............................................13 3. ANÁLISE DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS.........................................................17 3.1. PREVIDÊNCIA SOCIAL E SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE...18 3.2. DEFENSORIA PÚBLICA...........................................................................36 3.3. CEAMA E 12º DER.....................................................................................42 4. DISCUSSÕES GERAIS..................................................................................49 5. CONCLUSÃO.................................................................................................52 6. REFERÊNCIAS..............................................................................................54 2 1. INTRODUÇÃO Este trabalho visa discutir problemas relacionados à acessibilidade da população urbana aos órgãos públicos do município de Presidente Prudente. Deste modo a acessibilidade será estudada em seu verdadeiro significado, que é muito mais amplo do que normalmente se pensa. Será avaliada a acessibilidade dos seguintes órgãos públicos: A Previdência Social e a Secretaria do Estado da Saúde, que ficam no mesmo prédio, o CEAMA e o 12º DER que assim como os anteriores se localizam em um único prédio, e por último será estudado a Defensoria Pública. Conforme a Fig. 1. Cada um desses órgãos será analisado individualmente e de forma a entender se ele esta realmente acessível às pessoas que dependem de seus serviços e como pré estabelecido será analisado: a natureza da via pública, se existe ou não identificação visual, transporte público de fácil acesso, estacionamento na via para os usuários do órgão, as condições das calçadas, se existe placas de identificação e orientação para chegar ao órgão, se o prédio é adaptado ou construído com a finalidade especifica para o funcionamento dos serviços prestados no órgão, se o prédio é adaptado para deficientes e as condições de acomodação do interior do imóvel. A acessibilidade não é apenas a “facilidade de cruzar o espaço”, mas a facilidade de chegar aos destinos. Acessibilidade é subdividida em dois tipos. O primeiro, macroacessibilidade, refere-se à facilidade relativa de atravessar/transitar pelo espaço e atingir as construções e equipamentos urbanos desejados. Ela reflete a variedade de destinos que podem ser alcançados e, consequentemente, o arco de possibilidades de relações sociais, econômicas, políticas e culturais dos habitantes do local, tem portanto, alto interesse para a análise sociológica do transporte urbano. A macroacessibilidade tem relação direta com a abrangência espacial empreendidas no nível do planejamento de transporte, que define a constituição básica destes sistemas. Na prática, a macroacessibilidade também pode ser alterada no nível do planejamento da circulação, por meio de vias de mão única ou pela conexão de vias antes desconectadas, o que aumenta muito as possibilidades de interligação e penetração do espaço. O segundo tipo, microacessibilidade, refere-se à facilidade relativa de ter acesso direto aos veículos ou destinos desejados (por exemplo, condições de estacionamento e de acesso ao ponto de ônibus). A acessibilidade esta relacionada ao uso do solo e a forma 3 urbana, ambas envolvidas no processo funcional da cidade. Para avaliar os processos de acessibilidade e mobilidade populacional, pode-se ater a vários meios de transporte. Fig. 1 – Localização dos órgãos públicos estudados, em um contexto amplo da cidade. 2. ANÁLISE DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS Para avaliar cada órgão é necessário utilizar critérios, e cada um destes tem a suam importância, por isso aqui será feito uma análise dos critérios. 4 2.1. NATUREZA DA VIA PÚBLICA As vias públicas são constituídas de forma que uma parte da via é dedicada ao leito carroçável, por onde circulam os carros, e pela qual os pedestres devem atravessar para chegar aos passeios, outra parte é a sarjeta, por onde correm as águas pluviais, e por último existe a parte dos passeios que é a parte das vias públicas destinada ao trânsito de pedestres, que será analisado mais a frente. As vias públicas urbanas podem ser classificadas de forma resumida em vias arteriais que são vias largas com interseções em nível, geralmente controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade, podem também ser chamadas de vias estruturais, pois são aquelas que dão a estrutura viária principal da cidade, e recebe uma grande carga viária e define os principais acessos da cidade e ligações interurbanas, também existem as vias locais que são aquelas caracterizadas por interseções em nível, geralmente sem semáforos, destinadas apenas ao acesso local ou a áreas restritas, podemos dizer de forma bem sucinta e generalizada que são as ruas do interior dos bairros, também existem as vias coletoras que são caracterizadas por receber e distribuir o tráfego das vias locais e alimentam as vias arteriais, ou que recebem das arteriais e alimentam as locais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade, por último existem as vias de transito rápido que são caracterizadas por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível. Esses são os principais tipos de vias públicas, e através delas pode-se estabelecer uma relação harmoniosa entre fluidez e demanda de veículos, por isso é muito importante que o planejamento urbano leve em consideração os tipos de vias que será escolhido para determinadas áreas. As vias públicas não podem ser tratadas de maneira uniforme, elas devem ser entendidas e tratadas de modo hierarquizado, conforme a função da via, ela vai ter uma estrutura diferenciada. O sistema viário também pode se caracterizar pelo seu traçado, número de faixas, sinalização, iluminação, vegetação, se existe um canteiro central, se é pavimentado, entre outras características. 5 Com um bom planejamento do sistemaviário se consegue uma segurança muito maior, pois com o crescimento progressivo das cidades e das vendas de automóveis faz- se muito mais preciso pensar no futuro na hora de planejas as vias, pois uma via planejada 30 anos atrás já não suporta o grande número de veículos dos atuais dias, e quanto maior o número de veículos, maior será o número de conflitos e consequentemente de acidentes. Por isso é necessário sempre pensar no futuro, se a cidade vai crescer para determinada área as vias existentes ali vão suportar o trafego de veículos que ocorrera com esse crescimento. São questões como essa que devem ser pensadas pelos planejadores urbanistas na ora de projetar as vias da cidade. E não se deve pensar que veículos são apenas carros, também são as motocicletas, as bicicletas, os caminhões, entre outros. Com a quantidade de carros existentes, e esse número crescendo absurdamente, vai chegar um determinado momento em que será quase impossível trafegar com veículos automotores, por isso a questão dos ciclistas é muito relevante para o planejamento, eles ajudam a desafogar o trânsito e contribuem com o meio ambiente, não poluindo, e não gastando combustíveis, por isso deve-se pensar na instalação de ciclovias, pois trará benefícios significativos para a sociedade. Em Presidente Prudente existe um número muito restrito de vias arteriais, por isso as vias locais acabam tendo que exercer função de vias arteriais. A falta de planejamento urbano das vias acaba por gerar conflitos no trânsito, pois não se consegue ter uma harmonia quando existem vias exercendo funções que não lhe cabem. O sistema viário também é muito importante, pois é nele que será instalado o mobiliário urbano, como lixeiras, quiosques, bancas, postes de energia, telefones públicos entre outros, e para o instalação desses mobiliários, como postes e telefones, existem algumas leis que determinam onde devem ser fixados, mas isso não é obedecido na prática, já outros mobiliários, como bancas de jornal,devem ser instaladas através de autorizações municipais. É também o sistema viário que exerce a função de estacionamento, permite o acesso ao lote, participa temporariamente da drenagem urbana, se encontra a infra-estrutura urbana e também ocorre a circulação tanto de carros quanto de pedestres, ou seja, é um lugar de passagem. O sistema viário não tem uma função única, muito pelo contrário, exerce diversas funções e por isso merece muita atenção dos planejadores. 6 2.2. IDENTIFICAÇÃO VISUAL O desenvolvimento urbano, raras vezes, se dá de forma ordenada, dificultando o atendimento do governo à população, os órgãos públicos tendem a não conseguir suprir a demanda crescente da população, entretanto é obrigação da nação e do estado, assegurar, como consta no artigo 6º da constituição federal, os diretos sociais dos cidadãos, que se da em partes através dos órgãos públicos. Poucas vezes, o prédio que abriga estes órgãos, encontra-se em condições adequadas para atender sem distinções toda a população. Dentre alguns aspectos que deve ser respeitado, com a finalidade de melhor prestar os serviços cabíveis a sua alçada, está a identificação visual, bem como, a sinalização para acesso dos mesmos. Os prédios, para que seus usuários possam melhor utilizá-los, devem ficar com identificação e as placas em local de fácil visualização. Caso o órgão seja estadual este deve seguir os parâmetros já estabelecidos pelo governo, para utilizar a identidade visual do estado, estes parâmetros estão divulgados em um manual de identidade visual elaborado pelo governo e disponível no site do mesmo, (manual do estado de São Paulo), o domínio virtual também deve seguir regras para que possam assegurar uma melhor identificação visual com as paginas destinadas a acesso aberto, todos os sites vinculados a órgãos públicos estaduais devem seguir a resolução CC-9 de 25/02/05. A necessidade da identificação dos órgãos públicos, não tem finalidade estética somente, a função da identificação escrita dos mesmos propicia uma facilidade para o público identificar o órgão procurado, além de todos transeuntes passarem a ter ciência da localização para eventual necessidade de utilizá-lo. Os edifícios públicos representam a administração e a vida social. Eles correspondem aos grandes Ministérios que nos governam: administração, justiça, educação, cultura, espetáculo, desportos, saúde, comércio e transportes. Fica notória a responsabilidade em estar facilmente visível a identificação desta, uma vez que, dependemos dos órgãos públicos para várias questões relacionadas à vida de todos os cidadãos. 7 2.3. TRANSPORTE PÚBLICO No Brasil, nas cidades que contavam no passado com serviço de bondes, o caso da maioria das de grande e médio porte na época, os ônibus surgiram inicialmente como meio de transporte alternativo, oferecendo maior conforto que aqueles veículos sobre trilhos. Com efeito, os bancos eram estofados, proporcionando dois assentos de cada lado do corredor, as janelas, uma para cada banco, eram contempladas com cortinas, e, até determinada época, somente se admitiam passageiros sentados. Isso se alterou depois com a admissão de um pequeno número de passageiros em pé, mas de modo a não comprometer confortável mobilidade interna no veículo. O contraste com os bondes era gritante; estes, muitas vezes, eram abertos nos lados, guarnecidos com bancos de pau em toda a largura do veículo, e a admissão de passageiros em pé, nos estribos externos ou nos corredores internos (no caso de bondes fechados) era quase ilimitada, produzindo situações de desconforto tanto para eles quanto aos felizardos que conseguiam viajar sentados, mas que tinham que se esgueirar em meio à multidão para embarcar ou desembarcar. Acresça-se que, por tudo isso, a passagem do ônibus era mais cara que a do bonde. No decorrer do tempo, houve uma mudança significativa. Salvo uma ou outra linha remanescente (Rio de Janeiro e Campos do Jordão), o bonde desapareceu da paisagem urbana brasileira, os ônibus passaram a assumir o papel de principal meio de transporte coletivo das cidades. No entanto, a vida diária de milhões de pessoas depende em grande medida de suas possibilidades de movimentação: para o trabalho, em busca das escolas e universidades, para satisfazer suas necessidades culturais, de lazer e de recreação, enfim, para atender a todos os requisitos de uma vida moderna. Assim, não é exagero afirmar que hoje, nas grandes cidades, o bem econômico e social mais procurado é a mobilidade. A mobilidade está vinculada aos aspectos socioeconômicos da população. Ela expressa a forma e porque razões as pessoas se deslocam na cidade. O que interfere na mobilidade das pessoas é a renda, o gênero, a idade, a ocupação e o nível educacional. Esses fatores socioeconômicos diferenciam e determinam as condições de cada pessoa ou grupo social de se movimentarem pelo espaço urbano. 8 A circulação intra-urbana tem um papel fundamental na vida de qualquer cidade. Não se pode conceber uma cidade sem o movimento de pessoas e veículos, logo que, os usos do solo não se encontram concentrados nos mesmos lugares. A integração dos diferentes usos do solo só pode ser concretizada mediante deslocamentos nos espaços; logo, a circulação interna é inerente à vida das cidades ou, então, lhe é uma atividade indispensável. O transporte coletivo, por sua vez, exerce papel fundamental nestes deslocamentos, visto que é responsável pelo grau de mobilidade de grande parte da população urbana. É o transporte coletivo que vai facilitar o acesso do indivíduo a cada uma das atividades urbanas, ou seja, vaimediar e compatibilizar as relações entre os locais de trabalho e aqueles de residência, entre estes e os locais de comércio, ensino, recreação, etc. O sistema de circulação urbano tem nos serviços de transporte uma das essências para o desenvolvimento econômico e social, embora a implantação de uma estrutura adequada de transportes não seja evidentemente uma condição suficiente para se alcançar estágios superiores de desenvolvimento. O transporte coletivo é um serviço que está disponível ao público sob as regras do mercado. É um serviço que o poder público deve garantir à população, pois é uma necessidade pública, assim como educação e saúde. Porém ela esse serviço é prestado por empresas privadas que, em acordo com as prefeituras, determinam as tarifas levando em conta as taxas do mercado. Por sua vez, a distribuição dos meios de circulação é considerada desigual, logo a capacidade de consumir espaço é altamente desbalanceada a favor de quem têm acesso a transporte particular. Em todas as cidades, muitas pessoas não encontram serviços de transporte ligado diretamente origens e destinos. Adicionalmente, muitas cidades não têm nenhum arranjo físico ou operacional para facilitar a transferência (integração) e o usuário precisa providenciá-lo sozinho, implicando em desconforto e incerteza. Os limites físicos e administrativos das cidades são continuamente questionados pelo crescente fluxo de pessoas que faz da cidade uma rede de centralidades. Isso influencia diretamente no planejamento do transporte público da cidade. Com uma grande população e, principalmente se a ter uma grande extensão, como o caso de Presidente Prudente, o poder público deve garantir todos os serviços públicos à população. Logo um 9 crescimento desordenado na cidade, causa problemas no transporte urbano, moradia, segurança e saúde. A possibilidade física de realização de deslocamentos na cidade é definida como acessibilidade, e refere-se, principalmente, à disposição. A acessibilidade é vista como a facilidade de atingir os destinos desejados. Ela é a medida mais direta e positiva dos efeitos de um sistema de transporte. Se ele não funciona bem, a população não consegue se deslocar para os destinos que lhe cabem, tornando a cidade inacessível. Segundo Eduardo Vasconcellos, as condições atuais de transporte e trânsito nos países em desenvolvimento são: Infraestrutura: Falta total ou precariedade de calçadas; vias de baixa qualidade; pouco tratamento especial para o transporte não motorizado e público. Oferta de veículos: grande possibilidade de bicicletas; oferta baixa ou média de veículos de transporte público; alta oferta de transporte privado para grupos de renda média ou alta. Mobilidade e uso do transporte: Mobilidade individual geralmente baixa; grande variação no uso dos modos, com predominância para os não motorizados e o transporte público. Motivos de viagem: maioria das viagens feitas por motivo de trabalho ou escola. Acessibilidade: Grande variação nos tempos de deslocamento por modo; Transporte privado sempre mais rápido que público; baixa oferta espacial do transporte público; tempos longos de acesso a pé ao transporte público; Integração deficiente do transporte público. Conforto: baixa qualidade das viagens a pé; Superlotação freqüente do transporte público. Gastos: Grupos de baixa renda gastam porcentagem alta da renda com transporte e grupos de renda alta gastam porcentagem menor. Segurança de tráfego: Altos índices de acidentes; os usuários mais vulneráveis (pedestres) são os mais atingidos. Meio Ambiente: Alta concentração de poluentes em cidades grandes. 10 2.4. ESTACIONAMENTO Atualmente, vive-se em uma sociedade em que o número de automóveis vem crescendo de forma muito rápida e acentuada, muito mais rápido do que a cidade pode suportar em quesitos como prevenções de acidentes, segurança, sinalização das vias públicas e oferta de vagas de estacionamento, interferindo diretamente no cotidiano da população. Com essa crescente quantidade de veículos nas cidades torna-se ainda mais necessário a existência de vagas de estacionamento. O estacionamento mantém uma harmonia na cidade, pois é o local onde os veículos vão parar no período que os motoristas saem dos carros e tomam a condição de pedestres. Sem vagas de estacionamento os veículos ficam circulando até encontrarem uma vaga, e isso gera uma lentidão no tráfego, aumentando o risco de conflitos já que os motoristas prestam atenção na existência ou não de vagas de estacionamentos, assim consequentemente ficam desatentos no fluxo do trânsito, e a segurança do mesmo diminui e os motoristas acabam estacionando seus veículos mais longe do local onde pretendiam ir. O stress que esses problemas de trânsito causam é outro ponto que deve-se levar em consideração, já que isso é um problema que afeta grande parte da população, e traz grandes riscos a saúde. 2.5. CONDIÇÃO DA CALÇADA A calçada, ou passeio, é a parte da via pública destinada ao transito de pedestres, e é justamente na calçada que se encontra vários mobiliários urbanos como já foi descrito no tópico 2.1, e nas calçadas não deve existir nenhuma parte estrutural, despejamento de águas pluviais, ou qualquer obstáculo que dificulte a passagem dos pedestres. Nas calçadas devem existir identificações para os deficientes visuais de forma que os mesmos possam identificar o traçado do passeio, também deve existir rampas para deficientes físicos para que façam a travessia de um passeio a outro, a largura das calçadas 11 também deve ser o suficiente para que um grande número de pessoas possam se deslocar sem problemas. Segundo Bittencourt, discutir as calçadas é importante porque elas estão envolvidas em alguma etapa de qualquer tipo de deslocamento, além de serem espaços fundamentais para o convívio harmônico entre pessoas de diferentes classes, e ainda que as calçadas não são apenas um lugar de transição entre a rua e um imóvel, mas é também o espaço público que deve possibilitar o deslocamento de todos. As calçadas devem oferecer uma mobilidade acessível, segurança, continuidade, desenho adequado, e um nível de conforto, esses são princípios que devem ser levados em consideração na ora de planejar um passeio, e sempre deve ser pensado que pessoas de todos os tipos podem circular por ela tendo em vista isso, o projeto de uma calçada deve ser pensado de forma ampla e generalizada. E ainda deve ser levada em consideração qual a função que ela exercerá quais os mobiliários urbanos que serão instalados nela, pois mesmo com todo o mobiliário urbano deve ainda existir espaço suficiente para o conforto da transição dos pedestres. 2.6. PLACAS DE ORIENTAÇÃO Para que todos possam melhor utilizar os órgãos públicos, fica claro a necessidade não somente da identificação do prédio, bem como a vinculação a uma identidade para que as pessoas reconheçam os prédios, porém é também de suma importância a sinalização indicativa da localidade dos órgãos públicos. Em diversos pontos da cidade, as placas de indicação da direção, ajudam a população melhor usufruir dos serviços prestados por estes órgãos, sem esta indicação a população terá maior dificuldade para encontrar os prédios que abrigam o órgão, assim fica defasada a obrigação do serviço público de servir indistintamente toda a população. Através da identificação do prédio juntamente com a sinalização indicativa urbana, o público utilizar-se-á de forma eficaz, como deve ser os serviços prestados pelos governos sejam eles Federais, Estaduais ou Municipais.12 2.7. NATUREZA DO PRÉDIO Geralmente as edificações que são projetadas com um uso específico e predeterminado atendem com maior eficiência as necessidades dos usuários da mesma, mas como foi analisado, especificamente na cidade de Presidente Prudente , a maioria dos órgãos públicos infelizmente estão instalados em prédios já construídos e que foram adaptados para abrigar esses órgãos públicos. Essas edificações quando não sofrem adequadamente as adaptações necessárias, transmitem aspecto de improvisação, pois a finalidade do prédio está diretamente relacionada a sua infra-estrutura, e a ausência de qualquer previsão em relação a sua nova utilização, tendem a revelar carências em referentes ao espaço físico e organização, gerando assim desconforto nos locais que deveriam possuir um acesso democrático, e principalmente proporcionasse o bom funcionamento interno 2.8. CONDIÇÃO DO INTERIOR Os prédios públicos, especialmente os que prestam atendimento à população, devem ser cercados de uma infra-estrutura que ofereça conforto. Os espaços devem ser pensados da melhor forma, para manter o bom funcionamento do órgão. As salas de espera devem possuir instalação de cadeiras suficientes para acomodar a média de pessoas que os freqüentam, bem como possuir bebedouros e banheiros. Esses também devem ser democraticamente acessíveis, obedecendo às normas da NBR 9050. Vale ressaltar que além dos aspectos de acomodação do interior do prédio, há os aspectos de conforto térmico, acústico, e o visual. A ventilação deve estar propícia para suportar as variações térmicas ao longo do dia. Levando em consideração que a cidade de Presidente Prudente possui um clima quente na maior parte do ano, devem ser pensadas as possibilidades cabíveis para que as salas de espera não fiquem com a temperatura elevada, como também não fiquem frias demais. A iluminação torna-se um aspecto importante no conforto, mas principalmente para os funcionários do local. Pois serão eles os mais afetados com uma precária iluminação. A acústica do ambiente, também é um aspecto mais interessante aos funcionários, porém o público é prejudicado com uma má acústica. Em 13 lugares muito próximos a ruas movimentadas, por exemplo, pode atrapalhar uma conversa entre público e funcionário. 2.9. ACESSIBILIDADE PARA DEFICIENTES O significado da palavra acessibilidade é a possibilidade e a condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação. Os deficientes físicos são aqueles que possuem redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano elementos, em caráter temporário ou permanente. Eles representam 15% do conjunto populacional brasileiro, e para que possam ter dignidade em seu atos de vida diários, necessitam de infra estrutura adequada, com o mínimo de acessibilidade, pois o deslocamento e a mobilidade são fundamentais em uma cidade. Permitir que uma pessoa com deficiência exerça sua cidadania de forma plena significativa, é implementar os direitos humanos e democratizar o uso das cidades, sendo a acessibilidade um dos fatores fundamentais para suprimir as barreiras sociais pela convivência com a diversidade dos cidadãos. O Brasil é o pais com as melhores leis acerca da acessibilidade, além disso são várias as convenções internacionais ratificadas pelo Brasil e por vários outros países que visam a equiparação de oportunidades e a garantia dos Direitos humanos, estando desde 2001, em elaboração com parceria com a ONU (Organização das Nações Unidas), que proteja, defenda e promova os direitos humanos das pessoas com deficiência no Brasil e no mundo. Na Constituição da República Federativa do Brasil, o Art. 227 §2° cita que a lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado as pessoas portadoras de deficiência. 14 Esse acesso adequado é garantido pelas normas da NBR 9050/2004, essa visa proporcionar a maior quantidade possível de pessoas, independente de idade, estatura, ou limitação de mobilidade ou percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações, mobiliário, equipamentos urbanos. Nessas normas, constam elementos fundamentais como o uso de símbolos universais para identificação visual conforme Fig.2, comunicação feita por linguagem em Braille e sinais sonoros que os orientem e de texturas de pisos diferenciados a seguir, além de medidas especificas das estruturas da edificação tanto em seu interior como exterior. De acordo com o decreto nº 5926, Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de edificações de uso público deve garantir, pelo menos, um dos acessos ao seu interior, com comunicação com todas as suas dependências e serviços, livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou dificultem a sua acessibilidade.§ 1 o No caso das edificações de uso público já existentes, terão elas prazo de trinta meses a contar da data de publicação deste Decreto para garantir acessibilidade às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. O prazo citado no Art. 19, venceu em 2008 e nenhuma providência foi tomada. Referente à analise feita dos órgãos públicos pode-se afirmar que a infra estrutura adaptada, quando existem, limitam-se a rampas ou estruturas que são construídas em sua maioria ignorando ou desconhecendo as normas da NBR 9050/2004. Sendo um órgão público, esse deveria ter no mínimo estrutura adequada de maneira que possibilitasse um acesso democrático do local, pois quem transita é tanto a população que freqüenta a edificação como os funcionários com alguma limitação física, caso existam. É obrigação dos governantes a eliminação ou suavização dessas barreiras arquitetônicas, pois facilitaria no acesso aos serviços de que necessitam, além de refletir em uma maior inserção social dessas pessoas na sociedade. Como foi citado, o Brasil possui teoricamente grande Infelizmente falta organização do poder público e da sociedade civil para que sejam efetivamente aplicadas. 15 Fig.02 – Símbolo internacional de acesso, símbolo internacional de pessoas com deficiência visual e símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva Fig.03 – Sinalização de corrimões 16 Fig.04 - Sinalização de escadas Fig. 05 - Sinalização tátil de alerta Fig. 06 - Sinalização tátil direcional Fig.07 - Placa de regulamentação de estacionamento em via pública 17 Fig.08 - Bacia sanitária - Barras de apoio lateral e de fundo É importante ressaltar que a edificação necessita de adaptação para os idosos também, pois eles somam 14,5 milhões de pessoas, 8,6% da população total do País, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo 2000. O instituto considera idosas as pessoas com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento. Em uma década, o número de idosos no Brasil cresceu 17%, em 1991, elecorrespondia a 7,3% da população. Em relação aos direitos que os idosos possuem, pode-se destacar o Art.38. do Estatuto do Idoso o qual consta no inciso II : eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso. 3. ANÁLISE DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 18 3.1. PREVIDÊNCIA SOCIAL E SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE A Previdência Social e a Secretaria de Estado da Saúde ocupam o mesmo prédio por isso serão analisadas simultaneamente, e o que for necessário distinguir, será assim claramente feito. A Previdência Social é, como está descrito no próprio site da Previdência: “O seguro social para a pessoa que contribui. É uma instituição pública que tem como objetivo reconhecer e conceder direitos aos seus segurados. A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte, quando ele perde a capacidade de trabalho, seja pela doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego involuntário, ou mesmo a maternidade e a reclusão.” Com essa descrição percebe-se que a Previdência Social é um órgão de total importância para a população, e muitas pessoas dependem dos serviços prestados por ela. Quase a totalidade dessas pessoas é idosa, e uma grande parte delas não tem uma capacidade de locomoção física tão boa quanto um adolescente ou uma pessoa sem deficiência. Por isso dependem de meios de transporte que em sua maioria são os transportes públicos coletivos. Outras pessoas que não são idosas são por algum motivo incapacitadas e por isso que estão recebendo o beneficio federal, tendo em vista isso, a acessibilidade do edifício deveria ser levada em consideração e ser bem maior do que o normal. E ainda segundo o site da Previdência Social, ela tem como missão “garantir proteção ao trabalhador e sua família, por meio de sistema público de política previdenciária solidária, inclusiva e sustentável, com o objetivo de promover o bem-estar social.” Se a Previdência tem como objetivo promover o bem estar social deveria estar bem localizada e de fácil acesso para toda a população já que é um bem público, e principalmente para as pessoas a que o órgão é destinado, e neste caso, por esse motivo deveria “tomar cuidado” com a acessibilidade, pois não se trata de pessoas com uma boa locomoção. Continuando a analisar as definições do site, neste há a descrição da Visão da Previdência que é a seguinte: “Ser reconhecida como patrimônio do trabalhador e sua família, 19 pela sustentabilidade dos regimes previdenciários e pela excelência na gestão, cobertura e atendimento.” Vê-se mais uma vez que o que esta sendo realmente feito e o que tem por definições são coisas quase que controversas, pois no trecho descrito se fala que procura a sustentabilidade pela excelência de cobertura e atendimento, mas não tem como ter uma cobertura e um atendimento de excelência se o órgão se localiza em um local onde a população não consegue chegar facilmente. Se as pessoas não conseguem chegar ao órgão, não existe uma cobertura sobre essas pessoas e por isso a visão da previdência não esta sendo atingida. Na Secretaria de Estado da Saúde são prestados serviços do SUS, e atendem uma região de 45 municípios, e as pessoas que lá são atendidas são normalmente de baixa renda. De acordo com uma das diretoras da Secretaria de Estado da Saúde existe a intenção do INSS para se utilizar do espaço ocupado pelo órgão estadual para a ala de serviços relacionados a perícia médica. Segundo o discurso da diretora existe a probabilidade da Secretária se mudar para um prédio em total descaso onde funciona o Adolf Lutz, em frente a Santa Casa, imóvel que é melhor localizado. A Previdência Social, e a Secretaria de Estado da Saúde de Presidente Prudente situa-se na rua Siqueira campos, nº 1315, centro, conforme Fig. 09, e esta situado, segundo a lei de zoneamento e uso e ocupação do solo,em uma ZCS1, que é uma zona de Comercio e Serviço Central, de ocupação vertical. Esta mesma lei determina que o lote deva ter no mínimo 500m², um coeficiente de aproveitamento de 4, podendo ser acrescido em 2 mediante outorga onerosa, a taxa de ocupação é de no máximo 80% para comércio e 70% para edificações exclusivamente residenciais, o recuo não é obrigatório para edificações comerciais e 4 em caso de residência, a frente mínima do lote tem que ser de 15 metros, a área mínima do terreno por unidade habitacional é de 10, a taxa de permeabilidade para edificações comerciais não é obrigatória e 10 em edificações exclusivamente residenciais, e não existe um gabarito de altura máxima. 20 Fig. 09 – Visão da Rua Siqueira Campos no quarteirão da Previdência Social. Percebe-se que a lei não especifica um gabarito máximo para as edificações, isso é extremamente ruim, pois se não existe um gabarito máximo os prédios poderão construir na altura que quiserem e isso faz com que não exista uma homogeneidade da zona, e prédios muito grandes encobrem a visão dos mais baixos dificultando assim uma visualização mais ampla das regiões da cidade. Neste caso existe um prédio com mais de 10 andares logo ao lado conforme a Fig. 10 mostra, e outro também com mais de 10 andares que também bloqueia a visão de quem vem pela Av. Marechal Deodoro, sentido Rodoviária- Santa Casa. 21 Fig. 10 – Mapa da região da Previdência Social, e da Secretaria de Estado De Saúde, com os principais pontos demarcados. A Rua Siqueira Campos é uma via local de mão única de sentido bairro-centro com estacionamento na via, e por isso possibilita que apenas um carro circule por vez na via. A rua tem apenas 8 metros de largura, o que é absolutamente ruim se for observar a largura de um carro, e neste caso a situação é mais preocupante, pois vários ônibus vindos de outras cidades circulam e estacionam próximos ao prédio estudado. Isso ocorre porque a Previdência Social atende 20 municípios da região e a secretaria de estado de saúde 45, e também prestam serviços para um grande número de pessoas diariamente. 22 Segundo informações obtidas pelo diretor de comunicação, a Previdência Social atende cerca de 500 pessoas diariamente, e segundo informações da diretoria da Secretaria de Estado da Saúde cerca de 400 pessoas, números bastante elevados já que aquela região é bastante densa, por ser uma região central, mas tem muitas habitações tanto horizontais como verticais. Existem também muitos comércios, principalmente escritórios, os comércios são em sua maioria de pequeno porte como lojas de acessórios de carros, produtos de selaria, auto-escola, posto de gasolina, entre outros, deve-se ressaltar a presença da Santa Casa, e da Rodoviária, que são grandes pólos geradores de tráfego, e por isso necessitam de um sistema viário bem planejado e adequado ao fluxo. Não só a Santa Casa e a Rodoviária são pólos geradores de tráfego, mas os grandes prédios no entorno, os comércios, e até mesmo as casas unifamiliares também. Porém em menor escala, mas eles afetam o fluxo do sistema viário, e por isso também são importantes. Por isso a Rua Siqueira campos onde esta localizada a Previdência Social e a Secretaria de Estado da Saúde, é uma rua muito estreita para comportar o tráfego que ela recebe, deveria ter pelo menos duas faixas de circulação de veículos. As ruas ao entorno também são vias locais e com as mesmas características, isso gera uma situação terrível para as pessoas que por lácirculam, a Av. Marechal Deodoro é uma via coletora que transporta as pessoas que vem da rodoviária para a Av. Coronel Marcondes (e assim vão para Santa Casa, mercados de grande porte que existem na avenida, ou ate mesmo para o centro), e vice-versa, também pode coletar as pessoas do interior desse “miolo central periférico”, e encaminhá-los para as mesmas regiões já descritas. A cidade tem poucas vias arteriais, por isso as existentes são sobrecarregadas, e isso não é diferente na Av. Coronel Marcondes, que se localiza duas quadras para noroeste da Siqueira campos, esse fato também influencia no fluxo das vias do entorno e assim prejudica onde se localiza a Previdência Social. A Previdência Social, e a Secretaria de Estado da Saúde estão, tecnicamente situados em uma boa região, pois estão perto da rodoviária. Isso é relevante, já que grande parte das pessoas que vão procurar os serviços dos dois órgãos são de outras cidades e vão para a rodoviária, para depois chegarem aos órgãos. Também esta localizada numa região com importantes edifícios da cidade, servindo como ponto de referência, como a Santa Casa, 23 o Fórum e a rodoviária. O problema é que com o crescimento da cidade e a falta de planejamento, as vias acabam por não suportar o trafego intenso ali existente e geram grandes conflitos entre os veículos e os pedestres, além do desconforto da população, e a perda de tempo com a lentidão do tráfego. A identidade visual dos prédios deste item podem ser avaliados separadamente, já que seguem padrões diferentes: no caso da previdência o letreiro é padronizado por um guia para todas as agência da previdência. Isso é essencial para criar uma identidade visual para o órgão, e em qualquer lugar que a pessoa ver uma placa semelhante facilmente identificara qual é o órgão. Porém existe um empecilho, duas árvores de copas grandes, que bloqueiam a visão das pessoas que circulam na via, conforme Fig. 11. Essa dificuldade acentua-se pelo fato de a placa estar colocada em uma altura maior que o normal, pois o nível do pavimento térreo da Previdência esta a 2,72m do nível da rua, conforme mostra a Fig. 11. O tamanho da placa da Previdência é bem grande e ocupa toda a fachada do prédio, por isso a placa em si esta boa, mas as condições do entorno, e a altura em que esta situada são ruins. 24 Fig.11 - Na página anterior. Percepção das diferenças de nível entre a via e o primeiro piso da Previdência Social, e o empecilho que as árvores causam na visualização do órgão. Fig. 12. Placa de identificação da Secretaria de Estado da Saúde. Já a Secretaria de Estado da Saúde não possui uma adequada identificação visual, conforme a Fig. 12. Existe apenas uma placa de plástico 1,1m de largura x 0,65m de altura. Dessa forma as pessoas que passam nas ruas não percebem que naquele local funciona um órgão público. Fato este acentuado por a edificação estar a 1,44m em um nível inferior ao da rua, conforme a Fig. 13. 25 Fig. 13 - Na página anterior. Nível da Secretaria de Estado da Saúde inferior ao piso da via. O sistema de transporte público que chega aos órgãos deste tópico é dado através de ônibus coletivos que tem paradas na Avenida Marechal Deodoro, que é o ponto mais próximo, também tem pontos de ônibus na Avenida Coronel Marcondes, próximo ao Fórum e ao PUM conforme a Fig. 10. O sistema de transporte coletivo de Presidente Prudente é caracterizado pelo fato dos ônibus se deslocarem de um lado ao outro da cidade sem existir um terminal urbano central em que todos os ônibus se deslocam até ele e a partir daí percorrer as diferentes zonas da cidade. Por conseguinte, algumas vezes as pessoas que precisam usar mais de um ônibus para chegar ao destino, percorrem uma distância muito maior. Havendo a possibilidade de circular dois ônibus com o mesmo nome, porém percorrerem caminhos distintos para um mesmo destino, confundindo os passageiros. No ponto da Avenida Marechal Deodoro próximo a Previdência Social, passam diversas linhas de ônibus, são elas: Jd. Aviação x Aeroporto, a cada 20 minutos; Alexandrina x Rodoviária, a cada 30 minutos; Humberto Salvador x Rodoviária, a cada 30 minutos; Vale verde x Jd. Planalto, a cada15 minutos; Brasil Novo x Centro, a cada 30 minutos, neste caso apenas o Brasil Novo passa na Av. Marechal Deodoro São Matheus x Rio 400, a cada 45 minutos; Jd. São Judas x Rio 400, a cada 45 minutos; Jd. Cambuci x Jd. Santa Paula, a cada 1 hora. Percebe-se que existem vários ônibus, que passam pela avenida, mas alguns bairros são mais privilegiados que outros, por exemplo o bairro Jd. Santa Paula, em que a linha de ônibus passa a cada uma hora. O problema é maior para os bairros Cohab, Cecap, Maré Mansa, Cobral e outros dessa região, pois as linhas que por ali passam não circulam próximo a Previdência Social. 26 No ponto da Avenida Coronel José Soares Marcondes, próximo a Previdência Social, passam mais linhas de ônibus, mas o ponto fica mais distante dos órgãos estudados neste tópico, são elas: Jd. Itatiaia x Maré Mansa, a cada 40 minutos; Jd. Icaraí x Vila Geni, a cada 20 minutos; Jd. Icaraí x Jd. Maracanã, a cada 40 minutos; Centro x Cobral, a cada 40 minutos; Cohab x Brasil Novo, a cada 40 minutos; Jd. Paulista x Jd Monte Alto, a cada 40 minutos; CECAP x Sta. Monica, a cada 40 minutos Ana Jacinta x Centro, via Apec, a cada 25 minutos São Matheus x Terminal Urbano, a cada 40 minutos, neste caso apenas o São Matheus passa pela Av. Coronel Marcondes. Nota-se que as situações são semelhantes, mas existem bairros como a Morada do Sol, que não possuem linhas de transporte público tanto para a Av. Coronel Marcondes, quanto para Av. Marechal Deodoro. Nas entrevistas realizadas, os relatos são de que as pessoas não usam o transporte público por dificuldades de acessibilidade, por ser difícil se locomover para entrar e sair do ônibus. Também relatam que é arriscado para a segurança pessoal, ou que fica muito longe ir de ônibus, e por isso preferem ir de carro. A Previdência Social e a secretaria de estado da Saúde, não possuem estacionamentos para os usuários, por isso os que vão de carro são obrigados a estacionar na via onde existe um número muito restrito de vagas, ou estacionar em locais mais distantes. Há a opção de um estacionamento particular que existe em frente ao edifício, e cujo a hora custa R$ 2,00. Dessa forma o poder público não assegura vagas de estacionamentos para os usuários. Dificultando a mobilidade e fluidez do trânsito. As vagas de estacionamento do quarteirão do edifício e no quarteirão da frente são distribuídas da seguinte forma: 2 vagas para deficientes físicos, em frente a Secretaria de 27 Estado da Saúde, 2 vagas para idosos em frente a Previdência Social, 1 vaga para carga e descarga, com permanência de no máximo 10 minutos, também em frente a Previdência Social, no restante do quarteirão existem mais 2 vagas para carga e descarga, também com permanência máxima de 10 minutos, e uma vaga livre. Já no quarteirão de frente existem 8 vagas livres. Isso afeta diretamente a população, podemos perceber isso nas entrevistas realizadas na Previdência Social, onde pessoas relatam que tiveram que parar o carro até 4 quarteirões distantes da prédio. Outros preferem ir de carona, para apenas desembarcar e o carro sair o mais rápido possível. Com esses dados percebe-se a escassez de vagas de estacionamento públicos,e que mais uma vez os particulares são beneficiados pela falta de prestação dos serviços públicos. Por ser um edifício público os passeios deveriam servir de exemplo para as construções privadas. Mas não é isso que ocorre, a largura do passeio é de 3,02m, medida esta aceitável se não existisse mobiliário urbano, que neste caso atrapalha a boa circulação dos pedestres. Existem dois telefones públicos que estão localizados no centro do passeio, conforme mostra a Fig. 14. Há árvores atrapalhando a circulação também. Existe canalização de águas pluviais, que são despejadas diretamente sobre o passeio, conforme a Fig. 15, constantemente existem sacos de lixos espalhados no seu decorrer, e por ultimo existe uma rampa que tem 1 metro de largura, e 36 cm de largura, e ocupa cerca de 1 metro do passeio, ela serve para acesso a rampa de deficientes, mas acaba sendo um empecilho para a boa circulação de pedestres. Mais uma vez percebe-se o descaso do poder público em bem-servir a população, e nos passa esse mau exemplo. 28 Fig. 14 – Telefones Públicos que impedem o bom fluxo de pedestres Fig. 15 – Águas pluviais sendo despejadas diretamente sobre o passeio 29 Nos caminhos percorridos para chegar ao edifício encontramos apenas uma placa de sinalização em cada lado da Av. Marechal Deodoro e apenas indicam o INSS, e não diz nada a respeito da Secretaria de Estado da Saúde. Portanto quem desejar ir para a Secretaria não terá nenhum suporte em termos de sinalização na cidade. E se desejar ir ao INSS, por outra rota sem ser a Av. Marechal Deodoro, terá bastantes dificuldades para encontrá-lo. O prédio dos órgãos deste tópico foi construído em 1969, com 4 pavimentos, para abrigar o antigo Ministério da Previdência o MPAS que incorporava 3 órgãos, o INAMPS, que era vinculada a saúde, o INPS,que era vinculado aos benefícios, e o IAPAS, que era vinculado a arrecadação, mais tarde o INAMPS foi extinto e em 1989 passou a fazer parte do SUS, e transformou-se na secretaria de Estado da Saúde, e com isso foi totalmente desvinculado do agora INSS, mas continuou ocupando o espaço físico do INAMPS. Portanto o prédio foi construído especialmente para exercer as funções que exerce ainda hoje, mas não foi projetado para os dias atuais, já que não existe estacionamento para os usuários, e todas as rampas de acessibilidade foram construídas recentemente, por isso nota-se que não existia um bom planejamento futuro. Hoje por exemplo todos os novos prédios da Previdência Social são horizontais e totalmente acessíveis por deficientes. As acomodações são distintas entre os dois órgãos que ocupam o prédio. No caso do INSS, existem boas cadeiras em número muito significante, como mostra as Fig.s 16 e 17, mas mesmo assim houve entrevistados que relataram que em dias com muita movimentação, existem pessoas que são obrigadas a ficar de pé, mas nos dias em que foi analisado, todas as pessoas tinham lugares o suficiente para acomodar-se. 30 Fig.s 16 e17 – Acomodações da Previdência Social 31 Já na Secretaria de Estado da saúde as acomodações são feitas por bancos em mas condições, vezes com rasgos, e não são confortáveis, como mostra as Fig.s 18 e 19, para as pessoas entrevistadas o atendimento é bom. As fotos foram tiradas em uma sexta feira, e nas sextas existe pouca movimentação de pessoas, pois determinadas áreas do estabelecimento não funcionam, mas de segunda a quarta feira o movimento é intenso e inclusive ficam varias pessoas em pé. Fig. 18 e 19 – Acomodações da Secretaria De Estado da Saúde No prédio da Previdência Social e da Secretaria de Estado da Saúde há um grande fluxo de idosos e pessoas fisicamente limitadas, pois a secretaria é uma órgão público voltado para o sistema de saúde e a Previdência Social voltada para assegurar os direitos dos contribuintes. As análises foram realizadas atendendo as condições estabelecidas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT NBR 9050. A edificação possui duas vagas de estacionamento para idosos, e uma para deficientes físicos, com placas de sinalização na vertical instalada na via pública, as quais estão de acordo com as normas técnicas, porém sem a sinalização horizontal na própria vaga, além disso não há rampas de acessibilidade na guia. Na calçada não há instalação de piso tátil direcional e de alerta. O acesso à Previdência Social pode ser feito tanto pela escada como pelas rampas de acesso conforme as Fig.s 22 e 23. A escada possui 16 degraus, medindo 17 centímetros cada um, que somando-os totalizam-se 2,72 metros de altura, sendo assim uma barreira arquitetônica inadmissível pelo fato da população estar exposta ao risco de queda, nos corrimões da escada não há anéis de 32 identificação e leitura em Braille . Já a rampa de acesso, está dividida em três segmentos, com dois patamares de descanso, a largura da rampa está de acordo com as normas técnicas, a primeira rampa possui 5 metros de distancia com 10 % de inclinação, a segunda rampa possui 4 metros de distancia com 11,25% de inclinação e a terceira rampa possui 1,80 metros de distância com 6,66 % de inclinação, todas as inclinações do segmento estão de acordo com as normas técnicas. Em relação ao interior da Previdência Social, o atendimento à população é feito somente no primeiro piso, nesse há um amplo espaço para mobilidade de idosos e deficientes físicos, havendo inclusive cadeiras de rodas disponíveis caso seja necessário sua utilização. Os sanitários possuem placas de sinalização para deficientes físicos, e toda sua estrutura como as barras de apoio e largura da porta estão de acordo com as normas conforme Fig 20 e 21. O acesso à Secretaria de Estado de Saúde pode ser feito pela rampa de acesso conforme, e pela escada como mostra as Fig. 25 e 26. A rampa de acesso possui uma largura de 1,88 metros, sua dimensão é considerada mais do que o recomendável que é de 1,50 metros, sendo sua inclinação de 13 %, está de acordo com as normas técnicas. A escada possui 8 degraus, com corrimões sem anéis metálicos e leitura em Braille. Sua porta de entrada é ampla, possui 2,50 metros de largura. Em relação ao interior do prédio é um espaço consideravelmente grande, mas com pouca comodidade para idosos, gestantes ou deficientes físicos. Os sanitários não possuem nenhum tipo de adaptação, e além disso encontram-se em um estado precário conforme Fig. 27 e 28. Fig. 20 – Placa de sinalização do sanitário, para deficientes físicos, a esquerda. 33 Fig.21 – Na página anterior. Sanitário da Previdência Social, a direita. Fig.22 - Escadaria de acesso à Previdência Social Fig.23 – Rampas de acesso da Previdência Social 34 Fig.24 – Vista superior da escadaria da Previdência Social Fig.25 – Rampas de acesso da Secretaria de Estado da Saúde 35 Fig.26 – Escada de acesso à Secretaria de Estado da Saúde Fig.27 – Sanitário em condição precária da Secretariade Estado da Saúde Fig.28 – Placa de identificação do sanitário em condição precária, pertencente à Secretaria de Estado da Saúde 36 3.2. DEFENSORIA PÚBLICA A Defensoria Pública do Estado de São Paulo é uma instituição permanente cuja função, como expressão e instrumento do regime democrático, é oferecer, de forma integral e gratuita, aos cidadãos necessitados a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos. A Constituição Federal a prevê como órgão de função essencial à Justiça e no Estado de São Paulo foi criada pela Lei Complementar Estadual nº 988 de 09 de janeiro de 2006. A Defensoria Pública, apesar de ser instituição estadual, não é vinculada ao governo. Sua autonomia é prevista pela Constituição Federal e é uma garantia para que os Defensores Públicos possam representar os direitos da população sem qualquer tipo de constrangimento. Internamente, cada Defensor possui independência funcional para seguir livremente sua convicção em cada caso em que atua. É dever da Defensoria Pública no desempenho de suas funções, ter como fundamentos de atuação a prevenção dos conflitos e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação da pobreza e da marginalidade, e a redução das desigualdades sociais e regionais. O Art. 6° da Lei Complementar Estadual n° 988 de 09 de janeiro de São Paulo parágrafo 2/I, discorre sobre o direito à qualidade na execução das funções, diz que deve se ter respeito no atendimento às pessoas que buscam assistência na Defensoria Pública. E no inciso X desta mesma lei diz que deve haver a manutenção de instalações limpas, sinalizadas, acessíveis e adequadas ao serviço ou atendimento. A defensoria se localiza na rua comendador José Peretti, n° 26, no Jardim paulista, a via é local de mão única, com sentido Washington Luiz – bairro, e tem uma caixa de rolagem de 6,86 de largura. Essa largura não é o suficiente para essa via pois existem estacionamento dos dois lados da rua tornando muito restrito o espaço que o veiculo possui para circular. 37 A zona onde esta situada, ZR2, zona residencial de até dois pavimentos não é muito densa e é circundada por habitações, na parte do bairro e comércios de pequeno e médio porte pois esta muito próximo da ZCS1, por isso o edifício da Defensoria Pública, se mescla ao contexto das construções do entorno, isto em relação ao edifício, mas se comparado o uso da defensoria notara que está totalmente fora do contexto da região, pois é o único órgão publico da região. A defensoria atrai um número considerável de viagens, mas não o suficiente para gerar um congestionamento no trânsito, ou uma lentidão do tráfego, (mesmo sendo perpendicular a uma via arterial da cidade que e a Av. Washington Luis) por isso, pode-se dizer que a via mais adequada é mesmo uma via local, mas ela deveria ser um pouco mais larga, para assim não gerar tantos conflitos entre os carros que circulam e os estacionados. Além dos problemas acima citado, a identificação visual do prédio também é precária. Apenas na fachada existe uma placa prateada com pouco destaque em relação às cores do prédio, bem como em relação aos escritos da própria placa. Os cidadãos visualizam a indicação do prédio somente quanto atentam-se para a placa, entretanto esta não identifica de forma rápida e fácil o órgão. As dimensões da placa de identificação são reduzidas, com apenas 0,70cm de largura por 0,50 cm de altura, conforme a Fig. 29. Fig. 29 – Placa de identificação do prédio da Defensoria Pública. 38 As normas não especificam o tamanho que as placas devem ter, somente existe o Manual de Identificação Visual para utilização do símbolo e do brasão do estado, na identificação da Defensoria Pública as normas para utilização destes símbolos são respeitadas. A Defensoria Pública Estadual encontra-se num ponto da cidade afastada da maioria dos órgãos públicos de Presidente Prudente. Estes que estão construídos na região central da cidade. Inclusive o Fórum que fica situado na Rua Coronel José Soares Marcondes, próximo a Santa Casa, que por coerência deveria estar próximo a Defensoria Pública. No entanto, o órgão fica na Rua Comendador José Peretti, rua transversal à Avenida Washington Luiz, sem nenhum órgão público próximo a ele. Ficando longe dos órgãos que desempenham funções parecidas ou complementares, não evitando confusões por parte da população. Todavia, as pessoas que utilizam dos serviços prestados na Defensoria Pública são de natureza carente, o que dificulta a locomoção de suas casas até o órgão. Nessas circunstâncias passam somente quatro ônibus perto da Defensoria, na Avenida Washington Luiz. Outros pontos de parada de ônibus localizaram-se distantes do local, como a Avenida Manoel Goulart, conforme a Fig. 30 e se nenhum dos dois for assim feito a pessoa deve fazer uma parada no Centro e pegar outro ônibus. 39 Fig. 30 – Na pág. anterior. Mapa da região da Defensoria Pública, com os principais pontos demarcados. Abaixo estão listados os ônibus que passam pela Avenida Washington Luiz, nos pontos próximos a Defensoria Pública: Jd. Mediterrâneo x Jd.Itapura, a cada 30 minutos; Vale Verde x Jd. Planalto, a cada 30 minutos; Ana Jacinta x Av. Washington Luiz, a cada 1h 20 minutos; Circular x Humberto Salvador, a cada 35 minutos; O ônibus Jd Paulista x Eldorado passa pela Rua 7 de Setembro na ida e pela Rua Hugo Mielle na volta, outros dois pontos razoavelmente próximos a Defensoria Pública. Além da escassez de ônibus circulando na região do órgão, ainda tem a questão do intervalo entre os ônibus, chegando a ter ônibus passando a cada 1h 20min para quem mora no Bairro Ana Jacinta, que por sinal já se encontra demasiadamente longe do centro urbano da cidade. Logo quem mora nesse bairro, perderá no mínimo 40min dentro de um ônibus, podendo fazer esse trajeto em pé. Prejudicando seu conforto, já que os ônibus não são confortáveis e são barulhentos, balançam e dependendo da temperatura na cidade ele pode ser termicamente desconfortável para o cidadão. Além desses fatores ligados ao desconforto, tem-se o preço da tarifa de ônibus que posse ser reajustada a qualquer momento, valendo-se apenas de aprovação da Prefeitura. Que atualmente rege pelo valor de R$2,20, e R$1,10 para estudantes e idosos são isentos da tarifa. A rua onde se localiza a Defensoria Pública não conta com uma quantidade de vagas para estacionamento suficientes para atender a demanda. Dessa forma os carros têm que estacionar cada vez mais distante do local, em ruas adjacentes. Pelo fato de não haver no prédio garagem, e em frente ao prédio as vagas serem destinadas somente a veículos oficiais. A calçada do órgão tem 2,60m de passeio, de acordo com a lei prudentina que prevê um mínimo de 2,50m de passeio. A calçada está em boas condições, pintada recentemente e sem buracos. Há duas lixeiras a 0,57m da guia. No entanto tem como problema o despejo de águas pluviais, diretamente sobre o passeio. 40 A indicação da localização do órgão, é vista somente muito próximo ao prédio da Defensoria, na Av. Washington Luiz, nota-se duas placas, nos sentidos opostos, instaladas no canteiro central, o que dificulta a acessibilidade do edifício, conforme Fig. 31. E vale ressaltar que a Defensoria Pública esta desconexa dos órgãos que exercem funções semelhantes,e se não existir sinalização na cidade a população que necessita dos serviços será afetada. Fig.31 – Placa de Sinalização da Defensoria Pública na Av. Washington Luiz. A Defensoria Pública é composta por dois antigos blocos de apartamentos, com dois apartamentos em cada bloco, de acordo com Fig. 32. Esse prédio foi adaptado para as funções do órgão, segundo funcionários do mesmo. De modo que no térreo funciona o atendimento ao público, com uma sala de recepção que contem aproximadamente 30 cadeiras para a população. No entanto, a Defensoria Pública em Presidente Prudente adota uma política de distribuição de senhas pela manhã, no caso 60 senhas, e essas senhas são preferencialmente atendidas no período da manhã, porém se as 60 senhas não forem atendidas, elas são remanejadas para o período da tarde. Logo, a sala da recepção do prédio não comporta o número de senhas que são distribuídas, e muitas pessoas são obrigadas a esperar em pé. Como o prédio não conta com nenhum tipo de cobertura, varanda, as pessoas 41 que não estão na sentadas na sala, estão ao relento do lado de fora da construção, debaixo da chuva ou do Sol. O atendimento também é lento, não por incompetência dos funcionários, e sim pela própria natureza do serviço prestado. Com isso as pessoas perdem muito tempo para serem atendidas. Desde a chegada ao prédio para retirar a sua senha até o momento do atendimento. No 1° andar a área é restrita aos funcionários. Porém o acesso é feito somente de escada, de modo que se for empregado um deficiente físico, ele não terá meios de subir no segundo pavimento. Como foi informado, o órgão a algum tempo contou como um dos empregados um deficiente físico, este então trabalhava somente no térreo. Ficava então privado do direito de ir e vir no seu próprio local de trabalho. Fig. 32 – Vista do prédio da Defensoria Pública. O portão de entrada tem 0,77m de largura, quando deveria ter no mínimo 1,20m como prevê a Norma da ABNT, para que por ali passe um deficiente físico que use 42 cadeira de rodas. No entanto, no prédio existe um portão eletrônico basculante, porém os seguranças do órgão que podem abri-lo. Há também, uma cerca elétrica que chega a estar a 2,00m de altura do chão e um ponto telefônico público (orelhão) dentro do prédio. Porém ele não garante que um deficiente de cadeira de rodas ou uma criança use-o, por não ter uma altura apropriada para eles. As análises de acessibilidade foram realizadas atendendo as condições estabelecidas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT NBR 9050. No prédio da Defensoria Pública não há estrutura que permita a acessibilidade tanto para deficientes visuais, auditivos ou com limitações físicas. Não há vagas de estacionamento para deficientes físicos, guia rebaixada com a implementação de rampas de acessibilidade e nem a instalação de piso tátil direcional e de alerta na calçada, conforme Fig. 32. O portão principal para acesso do órgão publico, possui 0,76 metros de largura, o qual está em desacordo com as normas técnicas as quais determinam no mínimo 0,80 metros. Em relação ao interior do prédio, pode- se mencionar que o espaço de espera para o atendimento é reduzido, restringindo assim a mobilidade de um deficiente físico para a sua locomoção até a recepção e a sala da advocacia, além do desconforto durante a espera do atendimento. Os sanitários possuem placas de sinalização para deficientes físicos, com portas medindo 0.90 metros o qual apresenta-se de acordo com as normas técnicas exigidas ao contrário da barra de apoio, instalada aparentemente improvisada. 3.3. CEAMA E 12º DER Por serem instalados no mesmo prédio, os dois órgãos serão estudados simultaneamente, e o que necessário distinguir assim será feito. O IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) é uma autarquia ligada à Secretaria Estadual de Gestão Pública cujo principal objetivo é prestar atendimento médico aos funcionários públicos estaduais, seus dependentes e agregados. O instituto possui três departamentos, um deles é o CEAMA (Centro de Assistência Médica 43 Ambulatorial) além de centenas de convênios com importantes hospitais, clínicas e laboratórios, que atendem aos funcionários dentro de suas próprias regiões. Há 18 Centros de Assistência Médico-Ambulatorial (CEAMAS) localizados nas seguintes cidades do interior: Araçatuba, Araraquara, Assis, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santos, São João da Boa Vista, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba e Taubaté. Todos têm o objetivo de oferecer assistência médica aos usuários de suas regiões. Essas unidades prestam orientações e encaminhamentos aos serviços existentes na região, fazem cadastro de usuários e emitem guias para atendimento médico de importantes hospitais, clinicas e laboratórios sediados em seus municípios. Já o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) tem como missão administrar o sistema rodoviário estadual, sua integração com as rodovias municipais e federais e sua interação com os demais modos de transporte, objetivando o atendimento aos usuários no transporte de pessoas e cargas. O DER de Presidente Prudente é responsável por toda a região abrangendo vários municípios. E não presta atendimento direto ao publico, pois lá são resolvidos questões jurídicas, e a necessidade das pessoas irem ate lá, é pequena, mas ele será avaliado pois se encontra no mesmo prédio do CEAMA,mas não será analisado as questões internas do DER, pelo mesmo motivo. O CEAMA e o 12º DER, se encontram na Rua Siqueira Campos, nº790, Centro, é a mesma Rua do INSS, mas em uma altura mais elevada, continua sendo uma via local com rua de 8 metros de largura e uma ZCS1 e com os mesmos índices urbanísticos, mas a diferença é que agora o órgão se encontram dentro do quadrilátero central da cidade, que constitui a região delimitada pelas 4 principais vias arteriais da cidade, conforme mostra a Fig. 33, é a área mais importante da cidade, formada quase que exclusivamente por comércios. Neste caso fica evidente como as vias arteriais formam a estrutura viária da cidade. 44 Fig. 33 – Planta do Quadrilátero Central, onde as avenidas descritas em cor vermelha representam os limites do mesmo. Por assim ser, o fluxo de carros é muito grande e a procura de estacionamento também, gerando assim uma mobilidade muito pequena nessa área. A via continua percorrendo o sentido bairro – Centro, e também continua com estacionamentos dos dois lados da via, deixando apenas um estreito espaço para os carros que necessitam percorrer o leito carroçável da via. Pelo grande fluxo de veículos existentes nessa região a via deveria ser mais larga e deveria permitir pelo menos que dois carros circulassem ao mesmo tempo, a questão que se faz necessária é porque não foi assim feito anteriormente, pois bem a resposta provavelmente é dada pela falta de planejamento, quando foi traçada não tinha a visão que haveriam tantos carros, ou talvez podem ser estritas para deixar mais espaços para os lotes. O prédio, conta com uma placa na fachada, de 2,40m de comprimento por 1,15m, destacando o principal órgão que o prédio abriga o CEAMA, mas está muito alta, dificultando sua visualização. A placa de identificação do DER, é pequena e em estado de conservação precário, tem 1,50 m de comprimento por 1,00m de altura, esta instalada acima do portãode acesso aos fundos do prédio. O prédio desse órgão fica localizado na região central da cidade, conforme a Fig. 24, porém não há muitas linhas de ônibus que passam perto do órgão. Existem três linhas 45 que passam próximo ao prédio, mas o ponto fica na Av. Manoel Goulart, em frente a Caixa Econômica Federal, que são: CECAP x Nova Prudente, a cada 40 minutos; Vale Verde x Planalto, a cada 45 minutos; Jd. Eldorado x Jd. Paulista, a cada 30 minutos; Logo se o cidadão não morar em um desses bairros, ele deverá fazer uma parada no Centro, ou no Terminal, pegar outro ônibus ou andar até o prédio. Considerando ainda que as pessoas que utilizam do CEAMA, normalmente são pessoas que estão interessados em marcar um consulta médica, supõe-se que ela não dispõe de suas melhores condições de saúde para enfrentar uma caminhada do Centro ao local do prédio. Fig. 33 – Mapa da região do CEAMA. e 12º DER, com os principais pontos demarcados. Todo o centro de Presidente Prudente é escasso em termos de estacionamento público, por isso os motoristas são obrigados a estacionar ou em estacionamentos privados, 46 onde a taxa é mais cara que a do estacionamento público com a zona azul, ou se deslocarem para as zonas mais afastadas do quadrilátero para assim encontrar uma vaga. Neste caso gera outro problema pois os motoristas que não encontram vaga vão circular ate encontrá-la e isso aumenta o número de veículos circulando pelo centro. No caso do prédio estudado neste tópico a situação é a mesma, além de não possuir um estacionamento próprio, as vagas da via são poucas e dedicadas não apenas ao órgão mas a todos, são oferecidas 10 vagas pela zona azul, contabilizando as vagas do quarteirão do prédio, e o quarteirão a frente, no primeiro em frente ao CEAMA existe uma vaga para veículos oficiais, mas não existe vaga para idosos e deficientes. Antes dos órgãos públicos, não somente os públicos, mas principalmente pois devem servir de exemplo, se instalarem-se em algum prédio, deveria ser levado em consideração que as pessoas tem carros, e precisam de lugar para estacionar, e se assim não ocorrer a população será diretamente afetada. A solução para as vagas de estacionamento do centro talvez seja a instalação de edifício ou edifícios garagens nos pontos mais necessitados, sendo assim feito pode-se livrar algumas áreas de estacionamento das vias aumentando o fluxo e a mobilidade, e podendo inclusive transitar ônibus por dentro do quadrilátero. Mas deve ser feito um estudo prévio da oferta e da demanda de vagas de estacionamento oferecidas, e também uma projeção futura das mesmas, para a partir daí fazer a escolha dos locais onde serão implantados. As calçadas do centro como um todo e inclusive da que se encontra frente ao prédio Do CEAMA e do DEM, estão em razoáveis condições de conservação, e a largura delas seriam boas se localizadas se localizadas em zonas residenciais. O centro possui um intenso fluxo não apenas de veículos como também de pedestres, por isso assim como as ruas deveriam ser mais largas, os passeios também deveriam ser, pois com o grande fluxo pessoas, muitas vezes essas são obrigadas a sair dos passeios e ir para o leito carroçável pela falta de espaço dos mesmos. O passeio do CEAMA e do DER, tem 2,95 de largura também possui uma árvore que invade a calçada até a medida de 91 cm, mas esta não é um problema para o transito de pedestres, não existe mais mobiliários urbanos e ela da continuidade aos lotes lindeiros, o que não existe são alguns itens para os deficientes, mas isso será visto mais a frente quando for tratado a acessibilidade. 47 A identificação de indicação, que deveria existir para ajudar o acesso aos órgãos públicos, segundo as pessoas entrevistadas e funcionários abordados, não existe em nenhum ponto da cidade, nem mesmo nas proximidades do prédio. Isto acontece tanto no CEAMA, quanto no DER. Se a pessoa quiser chegar ao prédio terá como único ponto de referencia próximo a Telefônica, que tem a lateral oeste voltada para os órgãos públicos conforme Fig. 33. O prédio do CEAMA pertence a outro órgão público estadual, o DER (Departamento de Estradas e Rodagem), assim foi necessário uma adaptação da edificação para a construção do CEAMA. Consequentemente os deslocamentos e a disposição dos espaços internos são dados de maneira inadequada, esses fatos prejudicam os usuários, e por ser um órgão vinculado a saúde, necessita de uma estrutura especifica. O DER que é o “proprietário” do prédio, agora se encontra em uma situação ainda pior, pois ocupa os fundos do prédio. Em relação a comodidade no interior, o espaço do CEAMA é reduzido e possui poucos assentos, porém são suficientes para o número de pessoas que freqüentam, pois não há um grande fluxo de pessoas, visto que não são muitos consultórios e o atendimento é feito somente com o agendamento de horário, e esses assentos encontram-se em estado de conservação precário. Sendo um órgão de assistência de saúde deveria possuir no mínimo cadeiras de rodas disponíveis, elevadores e rampas de acesso. Não há instalação de nenhum ventilador, ar- condicionado e janelas nas salas de espera, propiciando assim um ambiente desconfortável devido à falta de circulação de ar. Há instalação de bebedouros, esses encontram-se em bom estado de conservação, ao contrário dos sanitários do local. Como o DER atende poucas pessoas, em seu interior não há acomodação para o público, por se tratar de um posto de atividades jurídicas e não de atendimento ao público. De modo que o interior do prédio não é liberado para a população, então não foi feito análise nesse prédio. Sendo o CEAMA, um órgão voltado para o sistema de saúde, deveria possuir no mínimo uma infra-estrutura adequada não somente para os deficientes físicos como também para os idosos, que são os que mais freqüentam o local, mas baseado nas análises feitas, informações cedidas pelos funcionários do CEAMA e pela opinião das pessoas que ali estavam presentes, o prédio não é democraticamente acessível. 48 As análises foram realizadas atendendo as condições estabelecidas nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT NBR 9050. Assim foram observados alguns aspectos como a ausência de vagas de estacionamento destinada aos deficientes físicos, assim como o rebaixamento da guia para as rampas de acesso e a instalação de piso tátil direcional e de alerta na calçada. O acesso para a edificação é feito somente por escadas cujos degraus não possuem faixas sinalizadoras, e corrimões sem anéis metálicos e leitura em Braille, conforme Fig. 34. O atendimento aos pacientes é feito tanto no térreo como no piso superior, assim a mobilidade para esse é feita através de escadas, pois não há elevadores e nem rampas de acessibilidade, sendo assim tanto na entrada principal como no interior do prédio, os pacientes que possuem limitações físicas precisam ser carregados para obter acesso. Não há sanitário específico para deficientes físicos, e os que existem suas dimensões são limitadas. Dentre os questionários feitos, foi entrevistada uma senhora, Queomara, 78 anos, que de acordo com ela usufrui freqüentemente os serviços oferecidos pelo CEAMA, ela mencionou alguns aspectos negativos em relação à estrutura da edificação, como a dificuldade para subir as escadas. Fig.34 - Escada de acesso ao CEAMA O número de pessoas que o DER atende é muito pequeno, e a entrada é dada por um portão de 1,13 m de largura, conforme a Fig. 35, e com a mesma largura segue um corredor, conforme
Compartilhar