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Unidade I ANÁLISE DE CUSTOS Profa. Divane Silva Análise de Custos – Sumário Unidade I Apresentação Introdução 1. Custos para controle 2. Departamentalização 3. Custo padrão 4. Exercício proposto e resolvido Análise de Custos – Sumário Unidade II 5. Custeio baseado em atividades (ABC) 6. Exemplo: formação do custo de produção por produto utilizando o custeio ABC 7. Comparação: formação do custo de produção unitária por produto (ABC) com o método tradicional (com e sem departamentalização). 8. Exercício proposto e resolvido Análise de Custos – Unidade I Apresentação O objetivo traçado para esta disciplina é o de proporcionar meios para o(a) aluno(a) conhecer e vivenciar as diferenças entre os principais métodos de custeio em prática no Brasil (e em outros países, aqui pensando também em organizações internacionais e/ou multinacionais) e saber agir, tomar decisões e realizar julgamentos profissionais como profissional da contabilidade, em sinergia e interdisciplinaridade com profissionais de outras áreas, como a engenharia, além de criar um comparativo entre custeio por absorção e o custeio variável e custeio padrão. Análise de Custos – Unidade I Introdução Nesta disciplina você terá a oportunidade de consolidar seus conhecimentos sobre contabilidade de custos, o que demandará um bom esforço para estudar. Contudo, sem sombra de dúvida, isso terá um benefício muito grande e que compensará todo seu esforço: você irá desenvolver habilidades para lidar com os vários tipos de custeio encontrados no mercado e aplicados às empresas, independentemente de seu porte. Análise de Custos – Unidade I 1. Custos para controle 1.1 Conceitos e aplicação Análise de Custos – Unidade I 1. Custos para controle Para Martins (2003, p. 25), “controlar significa conhecer a realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens e tomar atitudes para correção”. Em outras palavras, sabendo quanto vou gastar para fabricar determinado produto, é possível não somente controlar o gasto, mas também atingir o valor previamente determinado e assim estabelecer diversas decisões sobre o assunto em si, como reduzir o desperdício. Análise de Custos – Unidade I 1. Custos para controle 1.1 Conceitos e aplicação Sabe-se que qualquer sistema de controle gera um desconforto tanto para quem controla quanto para quem é controlado, porém, quando se trata de controlar gastos, toda e qualquer empresa sabe da sua necessidade e importância para o mundo corporativo, tamanha é a concorrência entre as empresas. Sendo assim, o desconforto do controle cede lugar à informação, e dela partirão diversas decisões. Análise de Custos – Unidade I 1. Custos para controle 1.1 Conceitos e aplicação Conforme aponta Martins (2003, p. 305), é a partir do conhecimento do custo que será possível aplicar qualquer tipo de controle. Sendo assim, entende-se que não há uma fórmula mágica ou um controle universal que permite que as empresas tomem essa medida de forma singular, o que deve ser feito é adaptar o controle à realidade da empresa, tomando-se como base o envolvimento principalmente das pessoas que farão parte do processo fabril. Interatividade Em termos gerais, pode-se afirmar que o controle de custos deve ocorrer para todas empresas. Você concorda? a) Não, somente para as empresas de grande porte. b) Sim, desde que sejam empresas com capital nacional. c) Sim, pois irá contribuir com a sua sobrevivência. d) Não, trata-se de uma opção da alta direção. e) Não, trata-se de uma decisão do contador. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.1 Conceitos e aplicação 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.1 Com departamentalização 2.2.2 Sem departamentalização 2.3 Exercício proposto Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização Segundo Martins (2003, p. 306), se o objetivo é o controle de custos, o ideal seria controlá-los por departamento, pois seria possível conhecer os gastos com cada departamento envolvido no processo produtivo e ter as pessoas responsáveis pelo departamento e, consequentemente, pelos gastos ali ocorridos, ou seja, tanto o controle quanto a formação dos custos teriam um melhor acompanhamento. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.1 Conceitos e aplicação Tomando por base algumas informações até agora já fornecidas sobre o controle de custos, é possível entendermos que a divisão da área de produção em departamentos irá propiciar um melhor conhecimento dos custos ali envolvidos e também o quanto deverá ser apropriado aos produtos, sendo assim, vamos abordar o conceito e a aplicação da departamentalização na formação do custo de produção por produto. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.1 Conceitos e aplicação Martins (2003, p. 66) aponta que a divisão entre dois grandes departamentos no processo fabril é importante para um melhor controle de custos. Enquanto no departamento de produção os produtos literalmente são ali fabricados, consequentemente recebendo todos os custos ali gastos. Já os departamentos de serviços (ou auxiliares) atuam de uma forma indireta aos produtos, uma vez que os produtos não dependem deles para sua formação. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.1 Conceitos e aplicação Porém, todos os custos dos departamentos de produção e/ou de serviços devem ser atribuídos aos produtos. E assim, a departamentalização irá dar sua contribuição de como atribuir esses custos. São exemplos de departamentos de produção: pintura, montagem, costura, corte etc., já para os departamentos de serviços, temos: almoxarifado, manutenção, administração geral da fábrica etc. Nos itens a seguir iremos entender como os custos são levados aos produtos por meio dos departamentos. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos A preocupação de apresentarmos neste item a departamentalização como uma alternativa para a apropriação dos custos indiretos aos produtos nos leva a entender o quanto são necessários os estudos para uma base adequada de rateio desses custos aos produtos, uma vez que sempre dependeremos de uma forma para distribuí-los aos produtos e toda e qualquer forma de rateio sempre será arbitrária. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos Conforme já estudado na disciplina Contabilidade de Custos, a formação do custo de produção por produto depende de três etapas: 1ª) Separação entre custos e despesas. 2ª) Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos, tomando-se como base o seu gasto efetivo. 3ª) Apropriação dos custos indiretos de fabricação aos produtos, utilizando-se de um critério de rateio escolhido pela própria empresa para distribuí-los. Assim, temos que: Custo de Produção por Produto = CD + CIF Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos Exemplo: Uma determinada empresa fabrica três modelos de fechaduras: simples, luxo e superluxo. Os custos durante o mês foram os seguintes: ($) Produto Custo Direto Custo Indireto de Fabricação Total do Custo de Produção Fechadura - Mod. Básico 288.000 .- .- Fechadura - Mod. Luxo 365.000 .- .- Fechadura- Mod. Super Luxo 467.000 .- .- Total................................. 1.120.000 720.000 1.840.000 Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos Exemplo Os custos diretos não geram quaisquer problemas para a empresa em relação à mensuração e à identificação com o respectivo produto, conforme ilustra a tabela. Porém, os custos indiretos de fabricação, como já sabemos, também devem integrar a formação do custo de produção por produto e para tanto vamos utilizar os dois processos com Departamentalização e sem Departamentalização. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos Exemplo Os Custos Indiretos de Fabricação (CIF) são os seguintes Aluguel da área de produção.......................... 150.000 Energia elétrica.................................................. 90.000 Materiais indiretos.............................................. 60.000 Mão de obra indireta........................................ 350.000 Depreciação das máquinas........................... .... 70.000 Total.................................................................... 720.000 Interatividade Assinalar a alternativa em que constam exemplos de departamentos de serviços. a) Montagem, manutenção e solda. b) Solda, acabamento e montagem. c) Controle de qualidade, manutenção e almoxarifado. d) Almoxarifado, solda e montagem. e) Pintura, solda e acabamento. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.1 Com departamentalização ($) Produto Custo Direto Custo Indireto de Fabricação Total do Custo de Produção Fechadura - Mod. Básico 288.000 157.200 445.200 Fechadura - Mod. Luxo 365.000 263.200 628.200 Fechadura - Mod. Super Luxo 467.000 299.600 766.600 Total................................. 1.120.000 720.000 1.840.000 Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.1 Com departamentalização. Mas é preciso saber quais são os Departamentos de Produção e de Serviços e quais rateios empregados para a distribuição dos Custos Indiretos de Fabricação. Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.1 Com departamentalização A empresa possui três departamentos de produção e quatro departamentos de serviços. São os seguintes: Departamentos de Produção - DP Departamentos de Serviços - DS Usinagem Cromeagem Montagem Controle de Qualidade Almoxarifado Manutenção Administração Geral Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.1 Com departamentalização (livro-texto: todos os passos) Departamentos de Produção - DP Departamentos de Serviços - DS Usinagem Cromeagem Montagem Controle de Qualidade Almoxarifado Manutenção Administração Geral 1º) Passo: rateio dos CIF.s aos DP.s e aos DS.s de acordo com critérios estabelecidos pela empresa 2º) Passo: rateio dos CIF.s aos DS.s e aos DP.s de acordo com critérios estabelecidos pela empresa 3º) Passo: todos DS.s estarão zerados, uma vez que todos os CIF.s estarão transferidos para os DP.s 4º) Passo: rateio dos CIF.s que estão nos DP.s aos 3 Produtos, de acordo com critério estabelecido Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.1 Com departamentalização (segue novamente o quadro) ($) Produto Custo Direto Custo Indireto de Fabricação Total do Custo de Produção Fechadura - Mod. Básico 288.000 157.200 445.200 Fechadura - Mod. Luxo 365.000 263.200 628.200 Fechadura - Mod. Super Luxo 467.000 299.600 766.600 Total................................. 1.120.000 720.000 1.840.000 Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.2 Sem departamentalização ($) Produto Custo Direto Custo Indireto de Fabricação Total do Custo de Produção Fechadura - Mod. Básico 288.000 .- .- Fechadura - Mod. Luxo 365.000 .- .- Fechadura - Mod. Super Luxo 467.000 .- .- Total................................. 1.120.000 720.000 1.840.000 Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.2 Sem departamentalização Sabemos que há diversos critérios de rateio para a atribuição dos custos indiretos aos produtos, porém, a escolha para esse exemplo parte da atribuição com base na quantidade fabricada de cada produto. ($) Produto Quantidade % Custo Indireto de Fabricação Fechadura - Mod. Básico 13.000 39,40 283.680 Fechadura - Mod. Luxo 11.000 33,30 239.760 Fechadura - Mod. Super Luxo 9.000 27,30 196.560 Total................................. 33.000 100,00 720.000 Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos 2.2.2 Sem departamentalização ($) Produto Custo Direto Custo Indireto de Fabricação Total do Custo de Produção Fechadura - Mod. Básico 288.000 283.680 571.680 Fechadura - Mod. Luxo 365.000 239.760 604.760 Fechadura - Mod. Super Luxo 467.000 196.560 663.560 Total................................. 1.120.000 720.000 1.840.000 Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.2 Uma alternativa para apropriação dos custos indiretos aos produtos COM SEM DEPARTAM DEPARTAM Produto Total do Custo de Produção Total do Custo de Produção Var.% Fechadura - Mod. Básico 445.200 571.680 28,41 Fechadura - Mod. Luxo 628.200 604.760 .( 3,73) Fechadura - Mod. Super Luxo 766.600 663.560 .(13,44) Total................................. 1.840.000 1.840.000 .- Análise de Custos – Unidade I 2. Departamentalização 2.3 Exercício proposto Para melhor entendimento, em nosso livro-texto há um exercício completo e resolvido. Interatividade Com relação à Departamentalização, pode-se afirmar que: a) haverá sempre dois tipos de departamentos. b) o rateio dos custos indiretos de fabricação é uma opção da empresa. c) os custos diretos são dispensados. d) os gestores não têm quaisquer responsabilidades sobre os respectivos gastos. e) as matérias-primas serão pagas somente à vista. Análise de Custos – Unidade I 3. Custo padrão 3.1 Conceitos e aplicação 3.2 Análise das variações entre o Custo Padrão e o Custo Real 3.2.1 Variação de materiais diretos 3.2.2 Variação da mão de obra direta 3.2.3 Variação do custo indireto de fabricação Análise de Custos – Unidade I 3. Custo padrão Em termos de controle de custos, o custo padrão talvez seja o procedimento mais adequado, uma vez que estabelece o valor dos custos de produção antes de sua realização. Permitindo assim a formação de um orçamento que, além de mostrar o gasto necessário para fabricação de um determinado item, faz com que a empresa tenha tais gastos como meta, levando-a não somente ao controle financeiro, como principalmente à formação do preço de venda de tais produtos. Análise de Custos – Unidade I 3. Custo padrão 3.1 Conceitos e aplicação A partir da introdução sobre o assunto “custo padrão”, já é possível compreender que seu papelé o planejamento e o controle dos custos de produção (diretos e indiretos), sendo assim, Martins (2003, p. 315-316) adverte sobre a forma de apurar os valores para formação do custo padrão, classificando-os em três tipos: 1º) Custo padrão ideal 2º) Custo padrão corrente 3º) Custo padrão estimado Análise de Custos – Unidade I 3. Custo padrão 3.2 Análise das variações entre o Custo Padrão e o Custo Real $ / Und. Custo Padrão Custo Real Variação Custos de Produção (CP) (CR) (CP- CR) Materiais Diretos $ 170 $ 185 $ 15 D Mão de Obra Direta $ 95 $ 105 $ 10 D Custos Indiretos de Fabricação $ 75 $ 95 $ 20 D Total dos Custos de Produção $ 340 $ 385 $ 45 D Análise de Custos – Unidade I 3. Custo padrão 3.2 Análise das variações entre o Custo Padrão e o Custo Real 3.2.1 Variação de materiais diretos $ 15 D Preço, quantidade e mista $ / Und. Custo Padrão Custo Real Variação Materiais Diretos (CP) (CR) (CP- CR) Matéria-prima X 16 Kg x $ 4,00/Kg = $ 64,00 19 Kg x $ 4,20/ Kg = $ 79,80 $ 15,80 D Matéria-prima Y 5m x $ 10,00/m = $ 50,00 4m x $ 13,55/m =... $ 54,20 $ 4,20 D Embalagem 80 fl x $ 0,70/fl = $ 56,00 75fl x $ 0,68/fl = ....$ 51,00 $ 5,00 F Total dos Materiais Diretos ........................ $ 170,00 ........................... $ 185,00 $ 15 D Análise de Custos – Unidade I 3. Custo padrão 3.2 Análise das variações entre o Custo Padrão e o Custo Real 3.2.2 Variação da mão de obra direta $ 10 D Taxa, eficiência e mista $ / Und. Custo Padrão Custo Real Variação Mão de Obra Direta (CP) (CR) (CP- CR) Departamento A 40 h x $ 1,20/h = $ 48,00 46 h x $ 1,25/h = $ 57,50 $ 9,50 D Departamento B 20 h x $ 2,35/h = $ 47,00 19 h x $ 2,50/h = $ 47,50 $ 0,50 D Total dos Mão de Obra Direta ........................ $ 95,00 ........................ $ 105,00 $ 10,00 D Análise de Custos – Unidade I 3. Custo padrão 3.2 Análise das variações entre o Custo Padrão e o Custo Real 3.2.3 Variação do custo indireto de fabricação $ 20 D Volume e custo $ / Und. Custo Padrão Custo Real Variação Custo Indireto de Fabricação (CP) (CR) (CP- CR) CIF variável ................................ $ 45,00 ............................... $ 57,50 $ 12,50 D CIF fixo $ 30.000 / 1.000 und = $ 30,00 $ 30.000 / 800 unds = $ 37,50 $ 7,50 D Total do Custo Ind. de Fabricação ................................ $ 75,00 .............................. $ 95,00 $ 20,00 D Análise de Custos – Unidade I 4. Exercício proposto e resolvido Para melhor entendimento, em nosso livro-texto há um exercício completo e resolvido. Interatividade Considerando que o custo padrão é um instrumento de controle de gastos, pode-se e entender que: a) é possível reduzir o custo real em 10% sempre. b) o custo estimado é o melhor a ser aplicado. c) os custos indiretos de fabricação são dispensáveis. d) contribuirá com a formação do preço de venda. e) não poderá haver aumento do custo de mão de obra direta. ATÉ A PRÓXIMA!
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