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RESUMO EXPANDIDO DO PROJETO DE INTERVENCAO

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ACOLHIMENTO E ESCUTA COMO PRÁTICA DE TRABALHO DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL MUNICIPAL DE QUIXADÁ DR. EUDÁSIO BARROSO
Erislene Rayanne Moreira Cruz1; Luana Mara Pinheiro Almeida1; Cândida Maria Farias Câmara2
1 Discente do Curso de Psicologia do Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: erislenerayanne@hotmail.com; E-mail: luana.mara_almeida@hotmail.com.
2 Docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Católica de Quixadá; E-mail: candidacamara@unicatolicaquixada.edu.br.
 
RESUMO
As dificuldades que pacientes e acompanhantes encontram ao enfrentar o adoecimento, especialmente na hospitalização, evidenciam que ambos experimentam maior vulnerabilidade em condições física e emocional, destarte, acredita-se que a assistência de acolhimento e escuta adquire importância na conjuntura hospitalar ao proporcionar a livre expressão das experiências e angústias vivenciadas pelos usuários garantindo-lhes dignidade nas suas individualidades. Portanto, o presente projeto objetiva a aplicação da prática de acolhimento e escuta aos pacientes internados no Hospital Municipal de Quixadá Dr. Eudásio Barroso e seus acompanhantes, visto que o hospital não oferece efetivamente esse serviço aos utentes, logo, a intervenção que se propõe é esse acompanhamento como atuação do psicólogo dentro da instituição. A proposta é pautada no fato de o hospital não contar em sua equipe com um profissional psicólogo, assim, a inserção do psicólogo pode ser combinada à oferta do serviço de acolhimento e escuta. Dessa forma, o plano metodológico para o psicólogo consiste em busca ativa nos leitos, assistência grupal dos acompanhantes e disponibilidade para atendimento psicológico individual reservado em sala. Ademais, a presença do psicólogo no contexto hospitalar gera uma ambiência mais humanizada e qualidade dentro da instituição ao auxiliar a equipe multiprofissional nos cuidados da divisão de saberes e responsabilidades que devem ser direcionados aos usuários, ao passo que promove saúde para os indivíduos por contemplar a atenção à dimensão psíquica, pois a partir da assistência psicológica em acolhimento e escuta é possível resgatar a subjetividade do paciente, bem como a do acompanhante, em meio à realidade hospitalar.
 
Palavras-chave: Psicologia Hospitalar; Paciente; Acompanhante; Assistência Psicológica.
INTRODUÇÃO
De acordo com Costa, Silva e Lima (2010, p. 286), a doença “leva o indivíduo a vivenciar uma situação de crise”, o que acaba por provocar desequilíbrio e fragilidade que vão além do caráter específico da patologia, portanto, uma vez que “a doença exige a hospitalização, essa fragilidade se potencializa”. Sendo assim, o espaço hospitalar reserva inúmeras adversidades para o físico e psíquico do paciente que sai do seu lar e se defronta com outra realidade, a qual necessita se adaptar.
Cabe à unidade hospitalar garantir ambiência e profissionais aptos a oferecer melhor comodidade aos utentes de seus serviços, de modo a ocasionar impacto mínimo de estresse e a possibilidade de enxergar as dependências hospitalares com qualidade restauradora e salubre. Dessa forma, se o hospital não assume a responsabilidade de assegurar melhores condições de reabilitação física e psíquica pautada em cunho humanitário, uma ideia que pode existir para os que fazem uso de seus serviços é de uma unidade imbuída de sentido negativo, que não se baseia na valorização do ser humano em sua completude.
Nesse sentido, observa-se que o ambiente do Hospital Municipal Dr. Eudásio Barroso (HMEB) precisa receber outro significado para o seu trabalho com os pacientes e acompanhantes, visto que o hospital não oferece efetivamente o essencial acompanhamento de acolhimento e escuta aos utentes, logo, a intervenção que se propõe é esse acompanhamento como atuação do psicólogo dentro da instituição. A proposta, por sua vez, é fundamentada no fato de o HMEB não contar em sua equipe com um profissional psicólogo, assim, a inserção do psicólogo pode ser combinada à oferta do serviço de acolhimento e escuta. 
O processo de acolhimento e escuta se dá em complementação, pois segundo Schneider et al. (2008, p. 83) “o acolhimento é condição fundamental para o diálogo”, ao passo que escutar significa “acolher toda a queixa ou relato do usuário, mesmo quando possa parecer não interessar para o diagnóstico e ao tratamento” (BRASIL, 2007, p.16). Em vista disso, salienta-se que o acolhimento se dá desde a chegada do paciente seguido de seu acompanhante e se estende para a acomodação, a informação de como funciona a unidade hospitalar se tratando de horários e espaços, a quem se dirigir para solicitar os mais variados auxílios e o esclarecimento de demais dúvidas. Todas essas ações propiciam o ensejo da escuta, a expressão livre por parte do paciente ou acompanhante para expor como se sente diante da vivência da doença e hospitalização. 
Uma vez que o impacto do adoecimento físico desencadeia um desequilíbrio psíquico que se manifesta de formas distintas para cada indivíduo, a atenção da equipe de saúde direcionada para atenuar o sofrimento do paciente é, sobretudo, uma tarefa para o psicólogo e que deve ser estendida ao acompanhante, dado que este também está junto no decurso do adoecimento. Ademais, o significado atribuído ao sofrimento só pode ser alcançado através da palavra, da linguagem, situação esta em que o psicólogo configura-se como ouvinte indispensável (CANTARELLI, 2009).
As dificuldades de pacientes e acompanhantes encararem o adoecimento, principalmente quando se trata da necessidade de hospitalização, evidenciam que tanto o paciente quanto seu acompanhante experimenta maior vulnerabilidade em condições física e emocional, destarte, acredita-se que a assistência de acolhimento e escuta adquire importância na conjuntura hospitalar (PROCHNOW et al., 2009). Tal acompanhamento possibilita que seja construída no HMEB uma visão humanizada que atenta para as dimensões do homem como um ser de cuidado que precisa ser notado além do caráter patológico ou o número de seu leito, como alguém que possui um nome e história, pois “ao padecer de algum mal, o ser humano filosofa e isso porque há necessidade de encontrar sentido no sofrimento, no adoecimento, na morte; é uma forma de dar uma resposta à sua vulnerabilidade” (WALDOW & BORGES, 2008, p. 767). 
Trindade e Teixeira (2002) destacam que o trabalho de intervenção psicológica com os utentes em internação engloba diferentes esferas dessa realidade, um auxílio que compreende situações como confronto com a doença e hospitalização, confronto com procedimentos médicos de diagnóstico e tratamento, adesão medicamentosa e comportamental, procura de cuidados e utilização de serviços, qualidade de vida na doença e cuidados hospitalares a minorias sociais e culturais.
Desse modo, as intervenções psicológicas são relevantes para a recuperação do paciente e, quando é o caso, para melhor compreensão do estado terminal ao diminuir o impacto da realidade do adoecimento, deveras se configuram benefícios que contemplam o acompanhante e a família. A inserção do psicólogo no contexto hospitalar gera qualidade dentro da instituição ao possibilitar melhor envolvimento para a equipe multiprofissional e promove saúde ao considerar o ente como uno na sua constituição corpo e subjetividade. Porquanto, a Psicologia Hospitalar atua como fonte de interpretação e intermédio entre os anseios do paciente, de seu acompanhante e dos próprios profissionais da instituição, combinando o diálogo entre os três para melhor intervir na situação de todos. 
Contudo, objetiva-se aplicar assistência de acolhimento e escuta aos pacientes internados no Hospital Municipal Dr. Eudásio Barroso e aos seus acompanhantes ao viabilizar a contratação e devida atuação de profissionais psicólogos e, por conseguinte, disponibilizar o serviço de acolhimento e escuta no hospital como prática de trabalho do psicólogo.
 
METODOLOGIA
A intervenção que se propõe parte da observação do caso do Hospital MunicipalDr. Eudásio Barroso que não conta com a presença de um profissional psicólogo em sua equipe assim como apresenta a carência de assistência em acolhimento e escuta na unidade. O projetode intervenção é direcionado aos pacientes internados no Hospital Municipal de Quixadá Dr. Eudásio Barroso e seus acompanhantes, onde o psicólogo, aderido à equipe multiprofissional, exercerá um trabalho de acolhimento e escuta.
 No curso da hospitalização existe a necessidade de um acolhimento que esclareça o funcionamento do hospital a respeito da procura de cuidados e utilização de serviços e a demarcação do início da atenção psicológica para lidar com o confronto com a doença e a hospitalização, o que o psicólogo poderá suprir ao realizar busca ativa nos leitos das enfermarias na Clínica Médica do HMEB de segunda a sexta das 8:00 às 10 h. Em seguimento, nas terças e quintas das 13:00 às 14 h, será realizado acompanhamento grupal com os acompanhantes, dessa forma será possível desenvolver dinâmicas e discussões e oferecer aos acompanhantes a chance de expor suas experiências e dificuldades diante do adoecimento e hospitalização que partilham ao lado dos pacientes. Logo, é importante que o profissional tenha contato diário de caráter individual com os usuários que desejem solicitar maior atenção psicológica, para o estabelecimento das demandas e resolução de situações conflituosas, o atendimento deverá ser disponibilizado de modo reservado na sala do profissional no horário de 14:30 às 16:30 h de segunda a sexta. As atividades de acompanhamento psicológico serão exercidas na sala de serviço social devido à infraestrutura do HMEB não dispor da possibilidade de uma sala exclusiva para o psicólogo. 
Portanto, baseando-se numa fundamentação teórica, o objetivo é de fornecer uma solução para o problema levantado, de modo que a proposta metodológica oferece um esquema de ações como trabalho do psicólogo para a possibilidade de desenvolvimento de um ambiente acolhedor e propício à escuta para o paciente e o seu acompanhante dentro do hospital. A previsão de aplicação da intervenção do projeto é de janeiro a dezembro de 2018, após esse período o projeto torna-se passível para a avaliação de seus resultados.
 
RESULTADOS ESPERADOS
Com a inserção do profissional psicólogo na equipe do Hospital Municipal Dr. Eudásio Barroso será possível construir uma ambiência mais humanizada para atender às necessidades dos pacientes internados e seus acompanhantes. O psicólogo exercerá o papel de assistência psicológica que lhe cabe e preencherá a lacuna desse acompanhamento até então inexistente no HMEB. A prática de acolhimento e escuta oferecerá a garantia da dignidade do indivíduo em sua história de vida e individualidade de forma que ele não será simplesmente reduzido à sua patologia. Dessa maneira, a assistência psicológica implicará em considerar o ser humano em sua completude para auxiliar na dimensão emocional de seu tratamento, pois o psíquico e o somático coexistem na constituição humana inclusive na realidade patológica. 
O acolhimento se dará não somente no recebimento, mas em uma sequência de atos ao longo da internação que possibilitará a construção de um elo entre o usuário e o profissional para o ensejo da escuta, contribuirá também para que paciente e acompanhante sintam-se protegidos no espaço hospitalar. Logo, a escuta qualificada e comprometida consistirá em escutar também o acompanhante e compreender a realidade sociocultural na qual paciente e acompanhante estão inseridos. Por consequência, o suporte emocional que o acompanhante realiza deverá ser contemplado na atenção psicológica, visto que os acompanhantes são integrantes ativos diante da saúde do outro, sendo necessário também um cuidado a esses indivíduos que se encontram vulneráveis no ambiente hospitalar.
Conseguintemente, o trabalho do psicólogo proporcionará a saída da passividade que é comum aos usuários internados frente aos procedimentos dentro da unidade hospitalar ao oferecê-los a oportunidade de entender a enfermidade e suas complicações, expor suas angústias e, assim, inseri-los como protagonistas da restauração e manutenção da sua saúde dentro e fora do hospital. Já para os indivíduos que enfrentam doenças crônicas ou terminais, o psicólogo ofertará igualmente a escuta para dar espaço à exposição e à distensão de emoções seja qual for a fase de enlutamento vivenciada. 
De todo modo, o psicólogo estará disponível aos pacientes e acompanhantes para acolher e escutar as dores, frustrações, angústias, culpas e remorsos, para atenuar o impacto da realidade do adoecimento e hospitalização, assim sendo, atenderá à dimensão humana em sofrimento, que é essencialmente a tarefa da psicologia. 
 
CONCLUSÕES
É inegável a necessidade de uma assistência psicológica no Hospital Municipal Dr. Eudásio Barroso que seja prestada dentro de uma visão holística, na qual a valorização do ser humano se coloca como a base do cuidado. Nesse sentido, assume-se um atendimento integral que contempla a realidade que os sujeitos vivenciam no diagnóstico, negação, aceitação, luto antecipado e morte, ao mesmo tempo em que auxilia a equipe multiprofissional nos cuidados da divisão de saberes e responsabilidades de atenção à saúde que devem ser direcionados aos usuários. 
Dado que a internação provoca naturalmente um confronto para as subjetividades dos indivíduos, a partir do acompanhamento psicológico em acolhimento e escuta é possível resgatar a subjetividade do paciente bem como a do acompanhante. Isso porque o psicólogo ajuda o paciente a enxergar-se fora da patologia que lhe aflige e assiste o acompanhante para que este possa entrever o seu papel além da figura de suporte emocional para o paciente, como alguém que possui suas próprias angústias diante do sofrimento e também precisa de amparo. 
AGRADECIMENTOS
	A Deus pela capacidade de difundir o conhecimento adquirido e de superar os contratempos. 
À instituição Centro Universitário Católica de Quixadá que propicia a construção e disseminação do projeto.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Clínica Ampliada, Equipe de Referência e Projeto Terapêutico Singular. Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/clinica_ampliada_equipe_referencia_2ed_2008.pdf>. Acesso em: 02 abr. 2017.
CANTARELLI, A. P. S. Novas abordagens da atuação do psicólogo no contexto hospitalar. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar,  Rio de Janeiro,  v. 12, n. 2, p. 137-147, dez. 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582009000200011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 abr. 2017.
COSTA, V. A.; SILVA, S. C. F.; LIMA, V. C. P. O pré-operatório e a ansiedade do paciente: a aliança entre o enfermeiro e o psicólogo. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar,  Rio de Janeiro,  v. 13, n. 2, p. 282-298, dez. 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582010000200010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em:  02  abr.  2017.
PROCHNOW, A. G. et al. Acolhimento no âmbito hospitalar: perspectivas dos acompanhantes de pacientes hospitalizados. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre (RS), v. 30, n. 1, p. 11-18, 2009. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/5347>. Acesso em: 02 abr. 2017.
SCHNEIDER, D. G. et al. Acolhimento ao paciente e família na unidade coronariana. Revista Texto & Contexto Enfermagem,  Florianópolis,  v. 17, n. 1, p. 81-89,  mar.  2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072008000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02 abr. 2017.
TRINDADE, I.; TEIXEIRA, J. A. C. Psicologia em serviços de saúde: intervenção em Centros de Saúde e Hospitais. Revista Análise Psicológica,  Lisboa,  v. 20, n. 1, p. 171-174,  jan.  2002. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312002000100018&lng=pt&nrm=iso>.Acesso em:  02  abr.  2017.
WALDOW, V. R.; BORGES, R. F. O processo de cuidar sob uma perspectiva da vulnerabilidade. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 16, n. 4, p. 765-771, ago. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692008000400018&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em 02 abr. 2017.

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