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A FILOSOFIA DO DIREITO DE KANT

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Nascido em Konigsberg (Alemanha) em 1724
Era de família pobre e estudo com os cristãos pietistas
Embora sua formação racionalista Kant estará, em toda a sua trajetória intelectual, de algum modo ligado aos temas fundamentais de certa consideração moral cristã
Último dos filósofos modernos
Foi o que melhor construiu um sistema de filosofia e de filosofia do direito dentre eles.
Produziu um sistema de pensamento liberal que deriva em nosso legalismo
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Pensamento em 3 fases: 
	1) Temas clássicos de ciências da natureza
	2) Temas propriamente filosóficos: exposição de reflexões filosóficas tradicionais do pensamento moderno
	3) Elabora os pressupostos de sua metodologia filosófica, tratando do criticismo filosófico de maneira ampla
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Nesta fase encontram-se suas três grandes críticas:
Crítica da razão pura (1781)
Crítica da razão prática (1788)
Crítica da faculdade de julgar (1790)
Possui também outras obras importantes nesta fase: 
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Fundamentação da metafísica dos costumes (1785)
À paz perpétua (1795)
Metafísica dos costumes (1797)
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A construção do modelo filosófico Kantiano não é nem empirista nem racionalista.
Sua proposta será conhecida como um dos momentos marcantes do idealismo alemão.
Kant não se ocupa do conhecimento, mas da aplicação dos juízos de valor da realidade
Reconhece a existência do conhecimento empírico, mas rejeita que a percepção nos leve ao conhecimento das coisas em si.
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O que se conhece das coisas, com a percepção, é só o fenômeno que tais coisas representam para o sujeito do conhecimento, 
Fenômeno = aquilo que se apresenta da coisa para os sentidos do sujeito do conhecimento.
Não conhecemos, por meio das experiências, as coisas em si, diretamente. Conhecemos as coisas com mecanismos e ferramentas que não são da própria coisa, mas sim são nossos, do sujeito que conhece.
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Se as coisas se apresentassem a nós, mas não tivéssemos estruturas de pensamento suficientes para entendê-las, não seria possível o conhecimento delas.
O fenômeno, a aparência das coisas para conosco, é a relação que o sujeito do conhecimento tem com a experiência. Mais importante do que a coisa que é vista, para Kant, é o sujeito que vê
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O sujeito que vê que transforma o fenômeno em um objeto para o pensamento.
Portanto, Kant exclui a possibilidade do conhecimento das coisas em si, rejeitando, em partes o empirismo. 
Só é possível conhecer os fenômenos = não há a possibilidade de universalização do conhecimento por meio da realidade objetiva.
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Como é possível que haja um conhecimento universal? As ferramentas do sujeito são a causa causa da universalidade do conhecimento. 
Kant utiliza o termo: CATEGORIAS DO CONHECIMENTO
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Estruturas a priori: não são inatas (não foram imbutidas nos homens como essência divina), também não dão adquiridas com o conhecimento (são prévias a ele). São ferramentas da razão humana utilizadas de forma necessária. Estas estrturas são formas que tanto possibilitam a percepção empírica, sensível, quanto a elaboração do conhecimento intelectivo advindo dessas próprias percepções.
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Estruturas que possibilitam o conhecimento empírico direto = formas de sensibilidade (tempo e o espaço)
Estruturas que possibilitam o conhecimento intelectivo = categorias. (quantidade, qualidade, causalidade, necessidade, etc)
O conhecimento, assim, não é só a apreensão sensível dos fenômenos, é também um pensar a respeito deles
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São as categorias a priori que possibilitam uma intelecção universal e necessária dos fenômenos percebidos. Essa intelecção é um ato de julgamento da empiria por meio de categorias. Por isso, todo pensamento, para Kant, é na verdade um julgamento, um juízo.
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A teoria Kantiana sobre a justiça e a injustiça, sobre o bem e o mal, sobre o belo, sobre o correto, as virtudes, enfim, sobre tudo o que envolve o mundo dos valores, da vida prática, das considerações para a ação e o julgamento humano, essa teoria em Kant faz-se com base na razão prática, cujo núcleo residirá nos imperativos categóricos
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Para estruturar a razão prática é necessário distinguir entre DEVER E MORALIDADE
DEVER = ações que que seguem os trâmites de uma legalidade
OBS: seguir o dever não significa necessariamente o cumprimento da moralidade.
MORALIDADE = é mais do que o cumprimento do dever. Trata-se de uma predisposição em cumprir o dever sem nenhum outro fundamento que não apenas o próprio querer.
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Portanto, a moralidade se instaura no campo de uma vontade que busca cumprir o dever sem interesses externos.
Para Kant, o fundamento último que leva à moralidade é apenas a BOA VONTADE:
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“Neste mundo, e até também fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa vontade.
[...] A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão somente pelo querer, isto é, em si mesma”
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa, Edições 70, 2000, p. 21 e 23.
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Para Kant, a boa vontade é boa não porque leve à felicidade, nem porque atinja um fim desejado por Deus, mas apenas por si própria. Mesmo que o resultado da boa vontade fosse totalmente impedido pelas circunstâncias, o querer é suficiente por si mesmo, pouco importa seu resultado.
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Qual o engano dos inatistas? Supor que os conteúdos do conhecimento são inatos. 
Qual o engano dos empiristas? Supor que a estrutura da razão é adquirida por experiência ou causada pela experiência.
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Como será possível conhecer o justo? Não pela experiência tampouco pelas categorias a priori. 
A justiça e a injustiça, o bem e o mal, o belo e o feio, em suma os valores da vida prática, são conhecidos por meio dos imperativos categóricos. 
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Os imperativos categóricos são normas auto- produzidas pelo indivíduo no uso de sua capacidade racional. 
Para quem? Para si Para que? Para a orientação de sua conduta. 
Essa imposição de normas que a razão prática faz a si mesma é o DEVER 
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É o núcleo do pensamento kantiano sobre a moralidade. Trata-se de uma orientação para o agir moral racional.
O homem, não sendo Deus, não age natural ou necessariamente no caminho da moralidade.
Portanto, racionalmente, a moralidade se apresenta como um imperativo. Trata-se de um dever ser que ser apresenta à vontade e à racionalidade humana, e não simplesmente um desdobramento natural do ser do homem.
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Além disso, é um imperativo para o agir. O imperativo categórico è não apenas um saber que orienta a moral, mas uma diretiva que tem em vista a ação.
A vontade, se dominada pela inteligência, será conduzida então por meio do imperativo categórico. 
“O essencial de todo o valor moral das ações depende de que a lei moral determina imediatamente a vontade”
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O IC é um dever que obriga sem condicionantes nem limitações nem finalidades outras que o cumprimento deste próprio dever.
Já os Imperativos Hipotéticos propõe deveres que servem como meios a fins (ex. melhor tecnica para se pegar um objeto no telhado é através da escada).
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O IC, ao contrário não é destinado a fins específicos. Não faz alguma coisa para conseguir outra. É orientado ao cumprimento do dever pelo dever e, por isso, é independente de condicionantes concretas, sendo pois, universal.
Somente as ações ou as máximas que puderem ser universalizadas poderão ser consideradas como justas e boas. (a razão se põe a priori e para todos)
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“O imperativo categórico é portanto, só um único, que é este: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.
[...] Age como se a máxima da tua ação de devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal da razão.
[...] Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto
na sua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio”
KANT, Fundamentação da metafísica dos costumes, op. Cit. p.59 e 69
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O IC revela-se como máxima universal. Deve ser pensado para si e para todos como se fosse uma lei universal da razão, de tal sorte que o indivíduo pensa o imperativo e aquele que lhe sofre as consequências nunca são imaginados como meio, mas sim como fins.
O IC é entendido como uma máxima. Não há um catálogo de regras ou normas que tipifiquem a moralidade, apontando o certo e o errado. Ele é aicma disso um mecanismo da razão
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A universalidade é a marca dps IC. Há uma pressuposição da aplicação universal e de um querer advindo de uma suposta universalidade dos agentes. A universalidade è uma medida fundamental do pensamento prático kantiano. Sua flexibilização, abominável à razão.
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Para Kant, ao contrário de Aristóteles, a equidade, ou seja, a adaptação ao caso concreto, não é o elemento ético mais alto. 
A universalidade o imperativo categórico é inabalável, e, portanto, não olha para as circunstâncias.
A fragilidade da construção da moralidade em Kant é notória, tendo em vista a série de pressupostos que a sustentam.
Somente um mundo que se imagine em possível harmonia pode gerar uma concepção normativa universalizante e querida por todos os indivíduos em todos os tempos. 
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Transposição da filosofia prática de Kant para o problema moderno do direito natural é imediata: somente poderão ser de direito natural (direitos justos e racionais) os imperativos universalizados.
Com o IC Kant chegou ao apogeu do pensamento ético moderno, que é irmão imediato do pensamento jurídico burguês: justo é o imperativo universal, isto é, que valha para todos igualmente, por meio de uma mesma régua, sem qualquer flexibilidade, o que também interessa ao pensamento burguês de um direito friamente objetivo que não se dobre às necessidades prementes do clamor social das classes exploradas.
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Direito e Moral são elementos distintos no sistema kantiano:
de um lado, o agir ético (moral): agir pelo cumprimento do Dever do pelo dever.
 de outro, o agir jurídico: agir por temor a sanção,por medo de escândalo ou da autoridade.
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Direito, portanto, abrange o todo das condições
sob as quais as ações voluntárias de qualquer
Pessoa podem ser harmonizadas na realidade
com o arbítrio de outra Pessoa, de acordo com
uma lei universal de Liberdade.
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1- O Direito pertence ao mundo das relações
externas;
2- Constitui-se na relação de dois ou mais arbítrios;
3- Sua função é de prescrever as condições por meio das quais o arbítrio de um possa existir com o arbítrio de todos os outros.
O Direito é limite da Liberdade de cada um.
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Quem garantirá o convívio entre as liberdades? O Estado.
 Sua função é garantir o exercício da liberdade sem
obstruir a realização de fins pessoais e próprios.
 Segue a necessidade dos Estados preservarem a sua
liberdade ou soberania.
Formação de uma federação para a manutenção da paz;
A paz é o que limita as ações do Estado.
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