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Resumo: Técnicas de avaliação da Inteligência – NP1 Avaliação Diagnóstica • É uma área interdisciplinar, que abrange a Psicologia, Psiquiatria, Neurologia e Neuropsicologia; • Responde aspectos como: o funcionamento atual do sujeito, necessidades terapêuticas, diagnóstico diferencial de distúrbios emocionais, cognitivos e comportamentais, monitora a evolução do tratamento e identificar novas questões a serem trabalhadas, devolutiva sobre os resultados de todos os processos, de forma empática; • Há 2 tipos: Avaliação Psicológica e Avaliação Neuropsicológica: Avaliação Psicológica • Pode utilizar técnicas e teorias comprovadas e validadas/padronizadas cientificamente, mas é opção do psicólogo usar ou não, varia de acordo com a demanda e custo benefício; • Objetivo de responder questões específicas de forma dinâmica e processual; • Avalia funcionamento psicológico: potencialidades e pontos fracos de um indivíduo e de suas relações; • É feita apenas por psicólogos; • Pode ser quantitativa, qualitativa ou ambas; • Fonte de encaminhamento diversa (escola, clínica, etc); • Orienta ações e decisões futuras; • Surgimento no Séc. XX, associada ao desenvolvimento de métodos científicos objetivos para quantificação e mensuração de fenômenos psicológicos; • Os passos principais segundo Cunha são: primeira entrevista; Anamnese; planejamento; levantamento de dados; análise, interpretação e integração dos dados; devolutiva (diagnóstico e prognóstico); • Direcionamento: detecção precoce de sintomas ou dificuldades cognitivas e emocionais; preparação psicológica para realização de procedimentos cirúrgicos; necessidade de autoconhecimento; necessidade de tomada de decisão acerca da aptidão ou preparação psicológica do individuo para adaptação em vários contextos, como para porte de arma e CNH. Avaliação Neuropsicológica • Método para investigar as funções cognitivas e comportamentais e verificar se o funcionamento do S.N.C está normal ou patológico; • Objetivos: diagnóstico; natureza dos sintomas; gravidade das seqüelas; prognóstico; evolução do caso; reabilitação; • Surgiu através do tratamento de pacientes com lesões cerebrais causados durante o período de guerra; • Atualmente responde a demandas advindas do contexto educacional, clinica e forense, encaminhada por médicos neurologistas e pediatras; • Só pode ser quantitativa e qualitativa, pois compara o sujeito com ele mesmo e com a média geral dos seres humanos; • Tem um roteiro a ser seguido, tudo tem que se adequar as necessidades, competências e limitações do paciente; • A avaliação neuropsicológica geralmente é feita quando há de fato uma disfunção cerebral, onde investigam a disfunção para entender o déficit comportamental e cognitivo de cada paciente; • Os profissionais dessa área podem ser formados em psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, etc. • Há necessidade de instrumentos que avaliem as funções cognitivas (comprovadas cientificamente), mas só poderão aplicar testes se os profissionais forem formados em psicologia. • Exige uma formação específica sobre estrutura e função do SNC; • Incluso exames de neuroimagens; • Direcionamento: diagnóstico ou detecção precoce de sintomas de transtornos do neurodesenvolvimento; elaboração de programas de reabilitação neurocognitiva; acompanhamento de procedimentos cirúrgicos que possam resultar em seqüelas no SNC; procedimentos legais que envolvam documentar incapacidades mentais de pessoas com lesões ou doenças que afetam o SNC; • Teste de Hipóteses: realizada em função do modelo neurocognitivo; correlação entre as funções cognitivas e executivas e os comportamentos com a topografia e funcionamento do SNC. Queixas do paciente Questões do encaminhamento Historia de vida clinica e passada Circunstâncias atuais Historia de vida clinica e passada Desempenho nos testes Historia de vida clinica e passada GERAM Hipóteses sobre o déficit Cptal e cognitivo Hipóteses sobre a Disfunção cerebral TEORIAS DA INTELIGÊNCIA ➢ Inteligência é considerada uma aptidão cognitiva que perpassa a realização de tarefas intelectuais e é determinante do desempenho de situações cotidianas de aprendizagem e de resolução de problemas. ➢ As principais linhas de estudo da inteligência são: Diferencial ou psicométrica; Desenvolvimentista; Cognitivista; Neurobiológica. Francis Galton • 1883 – pessoas mais inteligentes eram equipadas com as melhores capacidades sensoriais; • Fala de fatores hereditários; • Antecipa estudos sobre velocidade da condutividade neural e velocidade do processamento da informação; • Teste mental formado por : - Avaliação de traços físicos; - Acuidade sensorial; - Força muscular; - Tempos de reação; - Entre outras características sensório-motoras simples. Binet e Simon • 1885 - Reprova a excessiva centralização nos processos sensórios- motores e nas habilidades perceptuais simples de Galton. • 1905 – 1º teste psicológico • Descrição dos componentes da inteligência: - Raciocínio - Julgamento - Memória - Abstração - Compreensão Spearman • 1900 – Análise Fatorial • 1904 – Teoria Bifatorial de Inteligência • Spearman define inteligência como sendo a capacidade de aprender relações, constituída por 2 tipos de fatores : um geral e diversos específicos: -Fator Geral (g): comum a todas as capacidades cognitivas -Fator Específico (s): Capacidade particular a cada capacidade cognitiva • Os fatores g e s estão presentes nas várias capacidades intelectuais, embora não desempenhem o mesmo papel em todas elas, pois o fator g pode ser o principal em algumas e o s predominar em outras. • O fator g permanece inalterado em um mesmo indivíduo em relação a todas as capacidades correlacionadas. • O fator g é um constructo psicométrico e psicológico que descreve um conjunto de fenômenos associados com os resultados do funcionamento mental humano. • É uma ideia abstrata, latente, e os fenômenos atribuídos a ele podem ser observados e medidos. • A inteligência medida por meio do fator g é um componente herdável, onde o grau apresentado influencia a resposta do individuo no ambiente. Thurstone • 1931- Apresenta a inteligência numa perspectiva pluralista. • Entende o fator g como um artefato estatístico que descreve de forma muito pobre a estrutura da inteligência. • Propõe a existência de várias aptidões diversas na sua natureza e relativamente independentes entre si, cada uma das quais podendo entrar com pesos diferentes nos testes: - Compreensão verbal (V) - Fluência verbal (W) - Aptidão numérica (N) - Aptidão espacial (S) - Memória (M) - Velocidade perceptiva (P) - Raciocínio (R) Teorias Hierárquicas da Inteligência ➢ Existência de vários fatores ou aptidões que se organizam de forma escalonada dependendo do seu nível de generalidade. Podendo ser de impacto mais geral até mais específico. ➢ Esses modelos apresentam maior importância a um ou mais fatores gerais, muito próximos da definição do fator g de Spearman. Raymond Cattel • 1941 - Propõe a Teoria das inteligências Fluída (Gf) e Cristalizada (Gc) • A Inteligência Fluida (Gf) era definida como componentes não verbais, pouco dependente de conhecimentos prévios e da influência dos aspectos culturais, estando mais relacionada aos aspectos genéticos. Sendo utilizada em tarefas relativamente novas, que não podem ser executadas automaticamente. • A Inteligência Cristalizada(Gc) foi definida como capacidades exigidas na resolução dos problemas cotidianos, sendo conhecida como inteligência “social” ou “senso comum”. Se desenvolve a partir das experiências culturais e educacionais. • Identificou 19 fatores mais específicos, como: - Compreensão verbal - Aptidão numérica - Aptidão espacial - Amplitude de memória - Ortografia - Originalidade • E mais 5 mais gerais: - Aptidão fluida - Aptidão cristalizada - Capacidade de visualização - Velocidade de realização - Capacidade de evocação e de fluência John Horn • Expandiu o modelo de Cattel adicionando ao sistema Gf – Gc 4 capacidades cognitivas, e posteriormente mais duas: - Processamento visual (Gv) - Memória a curto prazo (Gsm) - Armazenamento e recuperação a longo prazo (Glr) - Velocidade de processamento (Gs) - Rapidez para a decisão correta (Cds) - Processamento auditivo (Ga) John Carroll • 1993 – por meio de análises fatoriais, propôs uma estrutura hierárquica denominada Teoria das Três Camadas/Estratos. • Utiliza-se da definição dada na Geologia para estratos, onde cada estrato da terra ou camada é formado pelos mesmos elementos, podendo diferenciar sua função e idade. Diferenciou as capacidades cognitivas em 3 estratos: - Capacidades específicas: Camada I (65 fatores específicos ou primários) - Capacidades amplas ou gerais: camada II (8 fatores) - Única capacidade geral: cada III • Fator g localizado na camada mais alta, foi definido como “reflete as diferenças de realização dos sujeitos em classes gerais de tarefas” • Na segunda camada 8 fatores de habilidades mais amplas que influenciam uma variedade de comportamentos. Encontram-se as seguintes aptidões: - Raciocínio (gf) - Conhecimento- Linguagem (gc) - Memória-aprendizagem (gc) - Percepção visual (gv) - Percepção auditiva (ga) - Produção de idéias (glr) - Velocidade de processamento cognitivo (gs) - Velocidade de decisão (gt) • Na terceira camada os fatores de primeira ordem, representando as capacidades as quais são o reflexo das experiências e da aprendizagem. • Cada fator da segunda camada inclui uma série de outros fatores de primeira ordem. Ex: o fator geral e aprendizagem (Y) engloba as capacidades: - Extensão da memória - Memória associativa - Memória espontânea - Memória para significados - Memória visual - Capacidade para aprendizagem McGrew e Flanangan • 1998- Integração das teorias Gf- Gc (Cattell- Horn) e dos 3 estratos (Carroll) criando-se a Teoria Cattell-Horn-Carroll – CHC das habilidades cognitivas. • Apresenta uma estrutura hierárquica das habilidades cognitivas respeitando os 3 estratos de Carroll, de forma crescente a generalidade dos fatores. • O 1º estrato apresenta aproximadamente 70 habilidades de nível mais especifico. • O 2º apresenta aptidões mais amplas (10), as quais se da maior importância empírica e prática: - Inteligência fluida (Gf) - Conhecimento quantitativo (Gq) - Inteligência Cristalizada (Gc) - Leitura e escrita (Grw) - Memória e Aprendizagem (Gsm) - Processamento visual (Gv) - Processamento auditivo (Ga) - Armazenamento e recuperação da memória de longo prazo (Glr) - Velocidade de processamento (Gs) - Rapidez de decisão (Gt) Teoria CHC • O fator g é excluído desse modelo, mas não negam sua existência, só dizem que não apresentam importância prática. • Enfatiza a natureza multidimensional da inteligência e capacidades mais amplas. • Vem sendo usada para analisar os principais instrumentos e baterias de inteligência. • Testes de inteligência medem o fator g e testes de aptidão medem capacidades específicas. • Não existe nenhuma bateria de testes que meça o fator g porque seria necessário uns 60 testes avaliando todas as capacidades do nível III. • Toda atividade cognitiva envolve o uso da linguagem. • Mesmo na resolução dos testes de processamento visual a linguagem faz parte do processamento. • Os testes não verbais de inteligência diferem dos testes puramente verbais (inteligência cristalizada) por não exigirem uma língua especifica na sua resolução, como por exemplo o inglês, francês, etc. Inteligência Emocional • Campo de investigação novo; • Proposto para ampliar o conceito já aceito de inteligência; • Inclui aspectos relacionados ao mundo das emoções e sentimentos; • 2 correntes teóricas básicas: 1. Define como uma capacidade geral de compreensão e raciocínio 2. Define como uma capacidade que envolve diversas habilidades mentais relativamente independentes entre si. Tem como teórico Thurstone (1938) e Thorndike (1936). Postula que a inteligência seria composta por várias capacidades básicas e que pouco se influenciam entre si. Thorndike • 1936 – propôs estudos sobre a inteligência social (IS), que é a capacidade de perceber os estados emocionais próprios e alheios, motivos e comportamentos, além de agir com base nestas informações de forma adequada. Howard Gardner • Representante contemporâneo da 2 vertente de definição de inteligência. • Teoria das inteligências múltiplas: - Inteligência lógico-matemático -Linguística - Musical - Espacial - Corporal-cinestésica - Intrapessoal - Interpessoal • Essas capacidades seriam independentes entre si, além de operarem em blocos separados no cérebro, obedecendo regras próprias. American Psychological Associatin (APA) • 1997- enfatiza que pouco se sabe sobre as possíveis formas de inteligência • Trata-se de um constructo multifacetado, para o qual possuímos testes que aferem apenas uma das suas facetas. O que sugere a existência de outras facetas, as quais teriam sido menos estudadas e assim pouco compreendidas. Sternberg • 1997 – uma das características fundamentais da inteligência seria a capacidade de pensar de forma abstrata. • Seguindo essa premissa, Mayer, Salovey, Caruso e Sitarenios ressaltam que o raciocínio abstrato somente seria possível através da entrada de um estimulo (informação), podendo esse estimulo ser de qualquer natureza: verbal, espacial, social, emocional, etc. • Diferentes inteligências seriam definidas de acordo com a origem desse estímulo. Inteligência Emocional: a interação cognição-emoção • Essa é menos conhecida pelo público, pois está sendo divulgada principalmente em periódicos científicos • A definição de inteligência emocional depende da definição de inteligência, emoção e sobre sua interação. Uma definição bastante ampla diz que a inteligência é a capacidade de se adaptar ao meio. • As visões mais amplas encaram as emoções como fatores desorganizadores da atividade cognitiva, trazendo falta de clareza ao raciocínio. • No passado predominou um modelo entre emoção-razão como duas entidades competindo pelo controle da mente. Segundo esta visão quando as emoções predominam a lógica desaparece. Isso perdeu a força devido estudos da neurociência. • As emoções tem efeitos importantes na adaptação tem poderosos efeitos na cognição, tanto nos processos de pensamento quanto no conteúdo que pensamos. • Levenson, Mayer e Salovey definem emoção como fenômenos psico- fisiológicos que organizam o cpto em maneiras eficientes de adaptação ao meio. As emoções consistem em um pacote organizado de respostas a vários subsistemas do organismo. • No nível cognitivo as emoções alteram o foco da atenção para aspectos mais importantes e ativam lembranças relevantes da memória de longo prazo. • No nível fisiológico as emoções preparam o organismo criando um meio parauma resposta efetiva e condizente com a demanda ambiental. • No nível cptal as emoções produzem cptos expressivos veiculando informações as outras pessoas e também impulsionam cptos instrumentais. • Joseph Ledoux: estudou o funcionamento da amídala, estrutura cerebral responsável pelo processamento do medo e resposta de luta-fuga. Ele demonstrou que os estímulos aversivos percorrem um caminho subcortical dos órgãos sensoriais para o tálamo sensorial e do tálamo diretamente para a amídala, ativando seu funcionamento. • Em 1997, Mayer e Salovey apresentam uma definição da inteligência emocional dividida em 4 niveis : 1. Capacidade de perceber emoções (identificar emoções em si mesmo e nos outros, saber se a expressão emocional é verídica ou não) 2. Capacidade de usar as emoções para facilitar o pensamento (capacidade de gerar sentimentos em si mesmo como espécie de ensaio p/ ajudar na tomada de decisões) 3. Conhecimento emocional 4. Capacidade de regulação emocional (controle das emoções para promover crescimento emocional) • Não foi Daniel Goleman quem criou este conceito. Este conceito foi criado por Salovey, Mayer e Caruso. • A concepção divulgada por Goleman difere da desses autores, incluindo aspectos muito mais amplos do que o que originalmente foi proposto como IE.
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