Buscar

Resumo 2ª Avaliação D. Família Pool

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
2ª Avaliação Direito de Família 
Prof. Camilo Colani 
 
Orientações: 
Serão 4 Questões de Respostas Curtas + 1 Questão Prática com Acórdão ou Caso Concreto 
Assuntos: 
•Efeitos Pessoais do Casamento - (fidelidade, nome da pessoa...) 
•Efeitos Sociais do Casamento - *Não Vai Cair 
•Efeitos Patrimoniais - (regime de bens) *Dar atenção maior 
•Separação e Divórcio 
•União Estável e Concubinato 
•Parentesco - (parte geral, tipos de parentesco...) 
•Paternidade – (presunção, reconhecimento, negação, investigação) 
•Alimentos – 
 
EFEITOS DO CASAMENTO 
 
Conceito: são os efeitos jurídicos que atingem os cônjuges e, eventualmente, terceiros, nos 
âmbitos social, pessoal e patrimonial. 
Tipos de Efeitos: 
a) Sociais; 
b) Pessoais 
c) Patrimoniais 
 
a) Efeitos Sociais do Casamento: 
- De modo geral, são efeitos que atingem outras pessoas (naturais ou jurídicas), além dos 
cônjuges, assim, exemplificativamente, tem-se: 
- Parentesco por afinidade (que vincula o cônjuge aos parentes consanguíneos do outro, 
ex. sogros, cunhados etc); 
- Efeitos contratuais (ex. contratos de compra e venda de imóveis); 
- Efeitos eleitorais (ex. regras de inelegibilidades); 
- Efeitos processuais (ex. obrigatoriedade de citação do cônjuge, nas ações reais 
imobiliárias); 
- Efeitos tributários (ex. obrigatoriedades relativas à DIRPF); 
- Efeitos previdenciários (ex. pensões por morte) 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
b) Efeitos Pessoais do Casamento: 
- A questão do nome: 
Art. 1.565 - Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, 
companheiros e responsáveis pelos encargos da família. 
§ 1º - Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro. 
§ 2º - O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar 
recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de 
coerção por parte de instituições privadas ou públicas. 
- Deveres dos cônjuges: 
Art. 1.566 - São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos. 
Obs.: Os deveres sempre foram considerados normas cogentes, estando além, portanto, da 
disponibilidade privada. Ocorre que, modernamente, deve ser admitida para alguns dos deveres 
a incidência do conceito de autonomia privada. De fato, os incisos I e II, apontam deveres de 
realidade privada extremamente íntima, não podendo ser admitida a interferência estatal em 
características tão personalíssimas. 
 
• Decisões pertinentes ao dever de fidelidade: 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL. DANOS MATERIAIS 
E MORAIS. ALIMENTOS. IRREPETIBILIDADE. DESCUMPRIMENTO DO 
DEVER DE FIDELIDADE. OMISSÃO SOBRE A VERDADEIRA PATERNIDADE 
BIOLÓGICA DE FILHO NASCIDO NA CONSTÂNCIA DO CASAMENTO. 
DOR MORAL CONFIGURADA. REDUÇÃO DO VALOR INDENIZATÓRIO. 1. 
Os alimentos pagos a menor para prover as condições de sua 
subsistência são irrepetíveis. 2. O elo de afetividade determinante 
para a assunção voluntária da paternidade presumidamente legítima 
pelo nascimento de criança na constância do casamento não invalida 
a relação construída com o pai socioafetivo ao longo do período de 
convivência. 3. O dever de fidelidade recíproca dos cônjuges é atributo 
básico do casamento e não se estende ao cúmplice de traição a quem 
não pode ser imputado o fracasso da sociedade conjugal por falta de 
previsão legal. 4. O cônjuge que deliberadamente omite a verdadeira 
paternidade biológica do filho gerado na constância do casamento 
viola o dever de boa-fé, ferindo a dignidade do companheiro (honra 
subjetiva) induzido a erro acerca de relevantíssimo aspecto da vida 
que é o exercício da paternidade, verdadeiro projeto de vida. 5. A 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
família é o centro de preservação da pessoa e base mestra da 
sociedade (art. 226 CF/88) devendo-se preservar no seu âmago a 
intimidade, a reputação e a autoestima dos seus membros. 6. Impõe-
se a redução do valor fixado a título de danos morais por representar 
solução coerente com o sistema. 7. Recurso especial do autor 
desprovido; recurso especial da primeira corré parcialmente provido e 
do segundo corréu provido para julgar improcedente o pedido de sua 
condenação, arcando o autor, neste caso, com as despesas 
processuais e honorários advocatícios. 
(STJ, Relator: Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Data de 
Julgamento: 04/04/2013, T3 - TERCEIRA TURMA) 
 
c) Efeitos Patrimoniais do Casamento: 
Obs.: O principal efeito patrimonial do casamento é a fixação do regime de bens 
1 - Conceito de Regime de Bens. 
Segundo Orlando Gomes: “regime de bens é o estatuto patrimonial dos cônjuges” 
Obs.: não há casamento ou união estável que não tenha regime de bens 
 
2 - Tipos de Regimes 
- Comunhão Parcial; 
- Comunhão Universal; 
- Participação Final nos Aquestos; 
- Separação 
 
3 – Regras Gerais: 
a) Liberdade de Escolha: 
- Art. 1.639 - É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos 
seus bens, o que lhes aprouver. 
- Art. 1.641 - É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
- I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
- II - da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) 
- III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
b) Início da Vigência: 
- Disposições Gerais 
- Art. 1.639 - É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos 
seus bens, o que lhes aprouver. 
- § 1º - O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. 
- Obs.: a expressão data não se refere apenas ao dia, mês e ano; mas sim ao momento 
em que se celebra o casamento (ver. Art. 1.514) 
 
c) Alteração do Regime de Bens: 
- O CC/02 trouxe uma grande novidade em relação ao CC/16, no que diz respeito à 
mudança de regime na constância do casamento. Várias são as justificativas: questões 
societárias/empresariais; aplicação de causas suspensivas (regime obrigatório de 
separação de bens etc). 
- Art. 1.639, § 2º - É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial 
em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas 
e ressalvados os direitos de terceiros. 
 
d) Fundamento do Regime Base: 
- - O CC/02 adotou a comunhão parcial como regime base. Até 1977, o regime base era o 
da comunhão universal. 
- Art. 1.640 - Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos 
bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial. 
- Parágrafo único - Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer 
dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela 
comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais 
escolhas. 
 
e) Limitações Decorrentes dos Regimes de Bens: 
Art. 1.647 - Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do 
outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendoremuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar 
futura meação. 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
Parágrafo único - São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou 
estabelecerem economia separada 
 
• Decisões pertinentes ao assunto 
Locação de imóveis. Fiança sem outorga uxória. Embargos de terceiro. 
1. Embora se reconheça a anulabilidade da fiança prestada pelo fiador 
sem a outorga uxória, é certo que ela continua a subsistir em face da 
meação do varão, resguardada a da virago que não outorgou a 
garantia. Inteligência dos artigos 235 263 do Código Civil anterior, 
aplicável por força do princípio tempus regit actum. 2. Negaram 
provimento ao recurso. 
(TJ-SP - APL: 83976020088260554 SP 0008397-60.2008.8.26.0554, 
Relator: Vanderci Álvares, Data de Julgamento: 27/06/2012, 25ª 
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 04/07/2012) 
 
- CIVIL E PROCESSO CIVIL. LOCAÇÃO. FIANÇA. AUSÊNCIA DE OUTORGA 
UXÓRIA. NULIDADE. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou 
compreensão de que a fiança prestada por um dos cônjuges sem 
outorga é nula de pleno direito, alcançando, inclusive a meação do 
outro cônjuge. 2. Recurso provido 
(STJ - REsp: 555238 RS 2003/0077022-4, Relator: Ministro PAULO 
GALLOTTI, Data de Julgamento: 21/10/2003, T6 - SEXTA TURMA, Data 
de Publicação: DJ 26.03.2007 p. 304LEXSTJ vol. 213 p. 84) 
• Enunciado do CJF 
114 – Art. 1.647: O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III 
do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu. 
 
- PACTO ANTENUPCIAL 
1. Conceito: “é um contrato solene e condicional, por meio do qual os nubentes dispõem 
sobre o regime de bens que vigorará entre ambos, após o casamento” (Carlos Roberto 
Gonçalves) 
 
2. Características: 
- Acessório; 
- Solene; 
- Condicional. 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
3. Regras do Pacto Antenupcial: 
- Art. 1.653 - É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz 
se não lhe seguir o casamento. 
- Art. 1.654 - A eficácia do pacto antenupcial, realizado por menor, fica condicionada à 
aprovação de seu representante legal, salvo as hipóteses de regime obrigatório de 
separação de bens. 
- Art. 1.655 - É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta 
de lei. 
- Art. 1.656 - No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos 
aqüestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que 
particulares. 
- Art. 1.657 - As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois 
de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos 
cônjuges. 
 
1. COMUNHÃO PARCIAL 
a) Bens que não entram na comunhão (art. 1659): 
- I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância 
do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
- II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em 
sub-rogação dos bens particulares; 
- III - as obrigações anteriores ao casamento; 
Obs.: financiamentos diversos (aquisição de imóvel, carro etc.) 
- IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
Obs.: casos de pessoas condenadas por improbidade administrativa 
- V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; 
- VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; 
- VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
 
b) Bens que entram na comunhão (art. 1660) 
- I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em 
nome de um dos cônjuges; 
- II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa 
anterior; 
- III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; 
- IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
- V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na 
constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. 
Obs.: exemplos de benfeitorias e frutos 
 
• Decisão do STJ pertinente ao assunto 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. VIOLAÇÃO DO ART. 
535 DOCPC. NÃO OCORRÊNCIA. UNIÃO ESTÁVEL. REGIME DE BENS. 
COMUNHÃO PARCIAL. BENS ADQUIRIDOS ONEROSAMENTE NA 
CONSTÂNCIA DA UNIÃO. PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE CONTRIBUIÇÃO 
DE AMBOS OS CONVIVENTES. PATRIMÔNIO COMUM. SUB-ROGAÇÃO 
DE BENS QUE JÁ PERTENCIAM A CADA UM ANTES DA UNIÃO. 
PATRIMÔNIO PARTICULAR. FRUTOS CIVIS DO 
TRABALHO.INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. INCOMUNICABILIDADE 
APENAS DO DIREITO E NÃO DOS PROVENTOS. 1. Ausência de violação 
do art. 535 do Código de Processo Civil, quando o acórdão recorrido 
aprecia com clareza as questões essenciais ao julgamento da lide, com 
abordagem integral do tema e fundamentação compatível. 2. Na união 
estável, vigente o regime da comunhão parcial, há presunção absoluta 
de que os bens adquiridos onerosamente na constância da união são 
resultado do esforço comum dos conviventes. 3. Desnecessidade de 
comprovação da participação financeira de ambos os conviventes na 
aquisição de bens, considerando que o suporte emocional e o apoio 
afetivo também configuram elemento imprescindível para a 
construção do patrimônio comum. 4. Os bens adquiridos 
onerosamente apenas não se comunicam quando configuram bens de 
uso pessoal ou instrumentos da profissão ou ainda quando há sub-
rogação de bens particulares, o que deve ser provado em cada caso. 
5. Os frutos civis do trabalho são comunicáveis quando percebidos, 
sendo que a incomunicabilidade apenas atinge o direito ao seu 
recebimento. 6. Interpretação restritiva do art. 1.659, VI, do Código 
Civil, sob pena de se malferir a própria natureza do regime da 
comunhão parcial. 7. Caso concreto em que o automóvel deve integrar 
a partilha, por ser presumido o esforço do recorrente na construção 
da vida conjugal, a despeito de qualquer participação financeira. 8. 
Sub-rogação de bem particular da recorrida que deve ser preservada, 
devendo integrar a partilha apenas a parte do bem imóvel integrante 
do patrimônio comum. 9. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE 
PROVIDO. 
(STJ - REsp: 1295991 MG 2011/0287583-5, Relator: Ministro PAULO DE 
TARSO SANSEVERINO, Data de Julgamento: 11/04/2013, T3 - TERCEIRA 
TURMA, Data de Publicação: DJe 17/04/2013) 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
2. COMUNHÃO UNIVERSAL 
- O art. 1667 - O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens 
presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo 
seguinte 
Obs.: Não se comunicam (art. 1.668): 
- I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados 
em seu lugar; 
- II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de 
realizada a condição suspensiva; 
- III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus 
aprestos, ou reverterem em proveito comum; 
- IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de 
incomunicabilidade; 
- V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. 
 
3. PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS 
- Pode ser considerado uma mistura de separação de bens com comunhão parcial. 
- Observa-se a pouca demanda social deste regime 
a)Regras: 
- Art. 1.672 - No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui 
patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da 
dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a 
título oneroso, na constância do casamento. 
- Art. 1.673 - Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e 
os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento. 
- Parágrafo único - A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os 
poderá livremente alienar, se forem móveis. 
- Art. 1.674 - Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos 
aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios: 
- I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram; 
- II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; 
- III - as dívidas relativas a esses bens. 
- Parágrafo único - Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o 
casamento os bens móveis. 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
4. SEPARAÇÃO DE BENS 
Obs.: Não há meação. Não há bens comuns. Pode haver condomínio em bens específicos. 
a) Tipos: 
- convencional; 
- obrigatório 
b) Regras: 
- Art. 1.687 - Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração 
exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus 
real. 
- Art. 1.688 - Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na 
proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em 
contrário no pacto antenupcial 
• Enunciado do CJF acerca da separação obrigatória 
- 261 – Art. 1.641: A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se aplica a 
pessoa maior de sessenta anos, quando o casamento for precedido de união estável 
iniciada antes dessa idade. 
 
• Decisão do STJ acerca do regime de separação obrigatória na união estável 
DIREITO DE FAMÍLIA. UNIÃO ESTÁVEL. COMPANHEIRO SEXAGENÁRIO. 
SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS. ART. 258, § ÚNICO, INCISO II, DO 
CÓDIGO CIVIL DE 1916. 1. Por força do art. 258, § único, inciso II, do 
Código Civil de 1916 (equivalente, em parte, ao art. 1.641, inciso II, do 
Código Civil de 2002), ao casamento de sexagenário, se homem, ou 
cinquentenária, se mulher, é imposto o regime de separação 
obrigatória de bens. Por esse motivo, às uniões estáveis é aplicável a 
mesma regra, impondo-se seja observado o regime de separação 
obrigatória, sendo o homem maior de sessenta anos ou mulher maior 
de cinquenta. 2. Nesse passo, apenas os bens adquiridos na constância 
da união estável, e desde que comprovado o esforço comum, devem 
ser amealhados pela companheira, nos termos da Súmula n.º 377 do 
STF. 3. Recurso especial provido. (STJ - REsp: 646259 RS 
2004/0032153-9, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de 
Julgamento: 22/06/2010, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 24/08/2010) 
 
 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO 
 
1. Histórico: 
a) Até 1.977, no Brasil, não havia divórcio. Havia desquite. Consequências; 
b) Lei 6.515/77, regulamentando a EC. nº 9, de 1.977; Sen. Nélson Carneiro. Disputas 
políticas. Posição da Igreja Católica; 
c) Regras de desestímulo: dicotomia (separação/divórcio), prazos, tentativas de 
reconciliação, necessidade de partilha etc. 
d) CF/88: redução dos prazos para o divórcio; 
e) CC/02: manutenção dos prazos para o divórcio; ampliação das hipóteses de separação; 
f) Lei 11.441/07 (CPC 1124-A): Separação/Divórcio extrajudicial (administrativo); 
g) Emenda Constitucional - EC nº 66 (§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo 
divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010). 
Obs.: Forte polêmica doutrinária: Houve (ou não) revogação da separação 
 
• Enunciados nº 514, 515 e 517, do Conselho da justiça Federal: 
514 - A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação judicial e 
extrajudicial. 
515 - Pela interpretação teleológica da Emenda Constitucional n. 66/2010, não há prazo mínimo 
de casamento para a separação consensual 
517 - A Emenda Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos previstos no art. 1.580 do Código 
Civil, mantido o divórcio por conversão. 
 
• DECISÃO DO STJ PERTINENTE AO ASSUNTO 
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA. DISSOLUÇÃO DE 
CASAMENTO. EC 66, DE 2010. DISPOSIÇÕES ACERCA DA GUARDA, 
VISITAÇÃO E ALIMENTOS DEVIDOS AOS FILHOS. PARTILHA DE BENS. 
IMÓVEL SITUADO NO BRASIL. DECISÃO PROLATADA POR AUTORIDADE 
JUDICIÁRIA BRASILEIRA. OFENSA À SOBERANIA NACIONAL. 1. A 
sentença estrangeira encontra-se apta à homologação, quando 
atendidos os requisitos dos arts. 5º e 6º da Resolução STJ n.º 9/2005: 
(i) a sua prolação por autoridade competente; (ii) a devida ciência do 
réu nos autos da decisão homologanda; (iii) o seu trânsito em julgado; 
(iv) a chancela consular brasileira acompanhada de tradução por 
tradutor oficial ou juramentado; (v) a ausência de ofensa à soberania 
ou à ordem pública. 2. A nova redação dada pela EC 66, de 2010, ao § 
6º do art. 226 da CF/88 tornou prescindível a comprovação do 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
preenchimento do requisito temporal outrora previsto para fins de 
obtenção do divórcio. 3. Afronta a homologabilidade da sentença 
estrangeira de dissolução de casamento a ofensa à soberania nacional, 
nos termos do art. 6º da Resolução n.º 9, de 2005, ante a existência de 
decisão prolatada por autoridade judiciária brasileira a respeito das 
mesmas questões tratadas na sentença homologanda. 4. A 
exclusividade de jurisdição relativamente a imóveis situados no Brasil, 
prevista no art. 89, I, do CPC, afasta a homologação de sentença 
estrangeira na parte em que incluiu bem dessa natureza como ativo 
conjugal sujeito à partilha. 5. Pedido de homologação de sentença 
estrangeira parcialmente deferido, tão somente para os efeitos de 
dissolução do casamento e da partilha de bens do casal, com exclusão 
do imóvel situado no Brasil. 
(STJ , Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 
12/05/2011, CE - CORTE ESPECIAL) 
 
- Dispositivos acerca de separação no Novo CPC 
Art. 693 - As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, 
separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. 
Art. 731 - A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos 
legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: 
Art. 732 - As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de 
separação consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção 
consensual de união estável. 
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união 
estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão 
ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. 
 
2 – Dissolução da Sociedade Conjugal X Dissolução do Vínculo (casamento) 
- Uma das chamadas regras de desestímulo, criadas na Lei do Divórcio (lei 6515/77); 
- A lógica era (e é) que a separação não extingue o casamento (vínculo); 
- Era conjugada com prazos para converter a separação em divórcio. 
- Subsiste, bastante mitigada pela EC 66, no artigo 1571. 
- artigo 1571 do CC: 
Art. 1.571 - A sociedade conjugal termina: 
I - pela morte de um dos cônjuges; 
II - pelanulidade ou anulação do casamento; 
III - pela separação judicial; 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
IV - pelo divórcio. 
§ 1º - O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, 
aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. 
§ 2º - Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o 
nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação 
judicial. 
 
3 – Tipos de Separação (considerando a subsistência da separação no sistema) 
a) Separação litigiosa (por culpa): 
Art. 1.572 - Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao 
outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável 
a vida em comum 
- requisitos: grave violação dos deveres conjugais (art. 1.566: São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos. + insuportabilidade da vida em comum 
Obs: “grave” violação e insuportabilidade 
 
- Decisão pertinente ao assunto 
SEPARAÇÃO LITIGIOSA. Quebra do dever de fidelidade. Adultério. As partes acordaram com a 
separação, mas divergiram quanto à culpa por esse rompimento. Pendente a questão dos danos 
morais. Indenização que não é devida. Falência da sociedade conjugal que não configura o dever 
de indenizar. Sentença que julgou improcedente o pedido indenizatório formulado pela 
ré/reconvinte. Recurso da ex-mulher, voltado a alterar essa decisão, desprovido. 
(TJ-SP, Relator: Teixeira Leite, Data de Julgamento: 19/01/2012, 4ª Câmara de Direito Privado) 
 
b) Separação por ruptura: 
Art. 1.572, § 1º - A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar 
ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição 
Art. 1.573 - Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum 
dos seguintes motivos: 
I - adultério; 
II - tentativa de morte; 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
III - sevícia ou injúria grave; 
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; 
V - condenação por crime infamante; 
VI - conduta desonrosa. 
Parágrafo Único - O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade 
da vida em comum. 
Obs.: Requisitos: Ruptura da vida em comum há mais de 1 ano + Impossibilidade de sua 
reconstituição 
 
c) Separação por Doença Mental: 
art. 1.572, § 2º - O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver 
acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a 
continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade 
tenha sido reconhecida de cura improvável. 
Art. 1.572, § 3º - No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver 
pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o 
regime dos bens adotado o permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade 
conjugal. 
Obs.: Requisitos: Grave doença mental + Manifestada após o casamento + Impossibilidade de 
vida em comum + 2 anos de duração + Reconhecimento de cura improvável 
 
d) Separação Consensual 
Art. 1574 - Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem 
casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente 
homologada a convenção. 
Parágrafo Único - O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se 
apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos 
cônjuges 
Obs.: requisitos: Casamento há mais de 1 ano + Manifestação perante o juiz 
 
e) Separação Extrajudicial 
Art. 3º da Lei 11.441/07 c/c art. 1.124-A do CPC: A separação consensual e o divórcio 
consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais 
quanto aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições 
relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo 
quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado 
quando se deu o casamento. 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
§ 1º - A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para o registro 
civil e o registro de imóveis. 
§ 2º - O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por 
advogado comum ou advogados de cada um deles ou por defensor público, cuja qualificação e 
assinatura constarão do ato notarial. 
§ 3º - A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob 
as penas da lei. (Incluído pela Lei nº 11.441, de 2007). 
Obs.: Requisitos: 
Inexistência de filhos menores ou incapazes + Presença de advogado representando as partes + 
Escritura pública + Inexistência de litígio sobre partilha de bens, pensão alimentícia e uso de 
nome 
 
4 – TIPOS DE DIVÓRCIO 
a) Por Conversão 
Art. 1580 - Decorrido um ano do trânsito em julgado da sentença que houver decretado a 
separação judicial, ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos, 
qualquer das partes poderá requerer sua conversão em divórcio 
Obs: não há mais o requisito do prazo 
b) Direto 
Art. 1580, § 2° - O divórcio poderá ser requerido, por um ou por ambos os cônjuges, no caso de 
comprovada separação de fato por mais de dois anos 
Obs: não há mais a exigência do prazo, em razão da EC/66 
c) Extrajudicial: art. 3º da Lei 11.441/07 c/c art. 1124-A do CPC 
Obs.: Requisitos: Inexistência de filhos menores ou incapazes + presença de advogado 
representando as partes + Escritura pública + Inexistência de litígio sobre partilha de bens, 
pensão alimentícia e uso de nome 
 
5 - Aspectos Relativos ao Processo de Separação/Divórcio 
a) Art. 1.575 - (“A sentença de separação judicial importa a separação de corpos e a 
partilha de bens”). 
Parágrafo único. A partilha de bens poderá ser feita mediante proposta dos cônjuges e 
homologada pelo juiz ou por este decidida. 
- efeitos da sentença quanto à separação de corpos e quanto à partilha de bens; 
Obs.: ver art. 1581 (“O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens”) 
b) Art. 1.576 - (A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade 
recíproca e ao regime de bens. 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
Parágrafo Único - O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, 
e, no caso de incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo 
irmão. 
Obs.: Efeitos da separação quanto aos deveres de coabitação e fidelidade e quanto ao fim do 
regime de bens; a questão relativa à separação de fato. 
 
• Decisão do STJ pertinente ao assunto 
RECURSO ESPECIAL N° 40.785 - RIO DE JANEIRO - (1993/31957-4) - 
(7.463) - RELATOR MINISTRO CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO 
EMENTA 
Divórcio direto. Separação de fato. Partilha de bens.1. Não integram o 
patrimônio, para efeito da partilha, uma vez decretado o divórcio 
direto, os bens havidos após a prolongada separação de fato. 2. 
Recurso especial conhecido e provido. 
 
c) Art. 1.578 - O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito 
de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelocônjuge 
inocente e se a alteração não acarretar: 
I - evidente prejuízo para a sua identificação; 
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união 
dissolvida; 
III - dano grave reconhecido na decisão judicial. 
§ 1º - O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer 
momento, ao direito de usar o sobrenome do outro. 
§ 2º - Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado 
 
6 – Proteção da Pessoa dos Filhos 
Com esse título, o Código Civil trata o capítulo referente à guarda (visitas) dos filhos, em razão 
da separação, divórcio ou dissolução da união estável. 
- Dispositivos legais acerca de guarda: 
Art. 1.583 - A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 
2008). 
§ 1º - Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que 
o substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o 
exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes 
ao poder familiar dos filhos comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
§ 2º - Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma 
equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses 
dos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 3º - Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela 
que melhor atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 4º - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 5º - A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses 
dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima 
para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou 
situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus 
filhos. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
Art. 1.584 - A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 11.698, 
de 2008). 
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de 
separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei 
nº 11.698, de 2008). 
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da 
distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei nº 
11.698, de 2008). 
§ 1º - Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda 
compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e 
as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 2º - Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se 
ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, 
salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação 
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 3º - Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda 
compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em 
orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão 
equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 4º - A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda 
unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu 
detentor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 5º - Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá 
a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de 
preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela 
Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 6º - Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer 
dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
(quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 
2014) 
 
Art. 1.585 - Em sede de medida cautelar de separação de corpos, em sede de medida cautelar 
de guarda ou em outra sede de fixação liminar de guarda, a decisão sobre guarda de filhos, 
mesmo que provisória, será proferida preferencialmente após a oitiva de ambas as partes 
perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses dos filhos exigir a concessão de liminar sem a 
oitiva da outra parte, aplicando-se as disposições do art. 1.584. (Redação dada pela Lei nº 
13.058, de 2014) 
Art. 1.586 - Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular 
de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os 
pais. 
Art. 1.587 - No caso de invalidade do casamento, havendo filhos comuns, observar-se-á o 
disposto nos arts. 1.584 e 1.586. 
Art. 1.588 - O pai ou a mãe que contrair novas núpcias não perde o direito de ter consigo os 
filhos, que só lhe poderão ser retirados por mandado judicial, provado que não são tratados 
convenientemente. 
Art. 1.589 - O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em 
sua companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como 
fiscalizar sua manutenção e educação. 
Parágrafo Único - O direito de visita estende-se a qualquer dos avós, a critério do juiz, observados 
os interesses da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.398, de 2011) 
Art. 1.590 - As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores 
estendem-se aos maiores incapazes. 
 
• Acórdão do STJ pertinente ao assunto 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E 
PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA COMPARTILHADA. CONSENSO. 
NECESSIDADE. ALTERNÂNCIA DE RESIDÊNCIA DO MENOR. 
POSSIBILIDADE. 1. A guarda compartilhada busca a plena proteção do 
melhor interesse dos filhos, pois reflete, com muito mais acuidade, a 
realidade da organização social atual que caminha para o fim das 
rígidas divisões de papéis sociais definidas pelo gênero dos pais. 2. A 
guarda compartilhada é o ideal a ser buscado no exercício do Poder 
Familiar entre pais separados, mesmo que demandem deles 
reestruturações, concessões e adequações diversas, para que seus 
filhos possam usufruir, durante sua formação, do ideal psicológico de 
duplo referencial. 3. Apesar de a separação ou do divórcio usualmente 
coincidirem com o ápice do distanciamento do antigo casal e com a 
maior evidenciação das diferenças existentes, o melhor interesse do 
menor, ainda assim, dita a aplicação da guarda compartilhada como 
regra, mesmo na hipótese de ausência de consenso. 4. A inviabilidade 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
da guarda compartilhada, por ausência de consenso, faria prevalecer 
o exercício de uma potestade inexistente por um dos pais. E diz-se 
inexistente, porque contrária ao escopo do Poder Familiar que existe 
para a proteção da prole. 5. A imposição judicial das atribuições de 
cada um dos pais, e o período de convivência da criança sob guarda 
compartilhada, quandonão houver consenso, é medida extrema, 
porém necessária à implementação dessa nova visão, para que não se 
faça do texto legal, letra morta. 6. A guarda compartilhada deve ser 
tida como regra, e a custódia física conjunta - sempre que possível - 
como sua efetiva expressão. 7. Recurso especial provido. 
(STJ - REsp: 1428596 RS 2013/0376172-9, Relator: Ministra NANCY 
ANDRIGHI, Data de julgamento: 03/06/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 25/06/2014) 
 
• Acórdão do TJRS sobre o tema 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. GUARDA. GUARDA COMPARTILHADA. 
DESCABIMENTO. Ante o forte clima de litigiosidade entra os genitores, 
o que já está estampado nos diversos recursos apreciados por este 
Colegiado, não se recomenda o deferimento da guarda compartilhada. 
Quanto à incidência da nova legislação (Lei 13.058/2014), há que 
interpretá-la à luz dos princípios constitucionais superiores, em 
harmonia especialmente com o disposto no art. 227 da CF/88, que 
consagra o princípio do melhor interesse da criança. NEGARAM 
PROVIMENTO. UNANIME. (Agravo de Instrumento Nº 70064561541, 
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe 
Brasil Santos, Julgado em 16/07/2015). 
(TJ-RS - AI: 70064561541 RS , Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Data de 
Julgamento: 16/07/2015, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: 
Diário da Justiça do dia 22/07/2015) 
 
UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO 
 
1 – Relevância do assunto: 
- Os dados do último censo do IBGE, apontam que cerca de 36,4% dos casais brasileiros 
não são casados formalmente; 
- Em alguns Estados esses índices podem alcançar cerca de metade da população; 
- Deve-se lembrar que o conceito de casamento está ligado ao registro (no caso, no 
Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais) 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
2 – Histórico 
a) Noção histórico-moral de concubinato: 
- Conotação pejorativa; 
- Relação ilegítima 
b) Fase anterior à CF/88: 
- A inexistência de divórcio e a questão dos desquitados; 
- Existência de sociedade de fato, quanto aos efeitos patrimoniais (não havia meação, por 
exemplo); 
Obs.: Primeiros reconhecimentos de direitos similares ao casamento: 
• Tornar a companheira(o) beneficiário(a) da Previdência Social (leis 4297/63, 5698/71, 
6194/74, 8441/92 etc. 
 
• Concessão de benefícios de pensão deixada por servidor: Lei 3765/60; 
 
• Uso do nome: art. 57, §2º da Lei 6015/73: “A mulher solteira, desquitada ou viúva, que 
viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo 
ponderável, poderá requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja 
averbado o patronímico de seu companheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios, de 
família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil 
de qualquer das partes ou de ambas. (Incluído pela Lei nº 6.216, de 1975). 
 
c) Constituição Federal de 88: 
Artigo 226, § 3º - “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável 
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão 
em casamento.” 
Obs: Diversidade de sexos (ou gênero, como expressão mais atual); conversão em casamento; 
não equiparação ao casamento. 
d) Lei 8971/94 
- Regulava direito a alimentos e à sucessão 
- Trazia a questão do tempo como requisito para a sua configuração: 
 Art. 1º - A companheira comprovada de um homem solteiro, separado judicialmente, divorciado 
ou viúvo, que com ele viva há mais de cinco anos, ou dele tenha prole, poderá valer-se do 
disposto na Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968, enquanto não constituir nova união e desde que 
prove a necessidade. 
Parágrafo Único - Igual direito e nas mesmas condições é reconhecido ao companheiro de mulher 
solteira, separada judicialmente, divorciada ou viúva. 
e) Lei 9278/96: 
- Regulava as questões dos deveres dos companheiros e do regime de bens. 
- Afasta a questão do tempo como requisito para a configuração da união estável: 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
- Art. 1º - É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e 
contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de 
família 
 
f) Código Civil de 2002: 
- Art. 1.723 - É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a 
mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o 
objetivo de constituição de família. 
- § 1º - A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; 
não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada 
de fato ou judicialmente. 
- § 2º - As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união 
estável. 
- Art. 1.724 - As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de 
lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
- Art. 1.725 - Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às 
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
- Art. 1.726 - A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos 
companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. 
- Art. 1.727 - As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, 
constituem concubinato. 
 
g) ADPF 132 e ADIN 4277: 
- Rel. Min. Carlos Ayres Brito 
- Caso originário: 
- Principal efeito: interpretação dada ao art. 1723 do CC/02: 
É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada 
na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de 
família. 
E ao próprio art. 226; § 3º da CF/88: Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união 
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão 
em casamento 
 
• União Estável e Concubinato 
1 – Requisitos para a configuração: 
Art. 1723 - É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, 
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de 
constituição de família 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
a) Requisitos Subjetivos (ligados às pessoas): 
- 2 pessoas; 
- maiores e capazes 
Obs 1: quanto às relações de poliamorismo. 
Obs2: quanto à condição de capacidade 
 
b) Requisitos Objetivos: 
- convivência: pública, contínua e duradoura. 
- Obs1: pública; 
- Obs2: contínua; 
- Obs3: duradora. 
- Obs 4: não há necessidade de escritura pública 
 
c) Requisitos Negativos: 
Art. 1.723, § 1º - A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; 
não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato 
ou judicialmente. 
Art. 1.723, § 2º: As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união 
estável 
Obs: o problema da separação de fato. 
 
• Precedentes referentes à configuração da união estável 
- AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE 
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. 
CONFIGURAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. SEPARAÇÃO DE FATO ENTRE 
CÔNJUGES. POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DA UNIÃO 
ESTÁVEL. SÚMULA 83/STJ. 1. Inviável o recurso especial cuja análise 
das razões impõe reexame do contexto fático-probatório da lide, nos 
termos da vedação imposta pelo enunciado nº 7 da Súmula do STJ. 2. 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça possui entendimento 
no sentidode que a existência de casamento válido não obsta o 
reconhecimento da união estável, desde que haja separação de fato 
ou judicial entre os casados. 3. Agravo regimental a que se nega 
provimento. 
(STJ - AgRg no AREsp: 494273 RJ 2014/0069381-7, Relator: Ministra 
MARIA ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento: 10/06/2014, T4 - 
QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/07/2014) 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
 
- RECURSO ESPECIAL E RECURSO ESPECIAL ADESIVO. AÇÃO DE 
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL, 
ALEGADAMENTE COMPREENDIDA NOS DOIS ANOS ANTERIORES AO 
CASAMENTO, C.C. PARTILHA DO IMÓVEL ADQUIRIDO NESSE PERÍODO. 
1. ALEGAÇÃO DE NÃO COMPROVAÇÃO DO FATO CONSTITUTIVO DO 
DIREITO DA AUTORA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. 2. UNIÃO 
ESTÁVEL. NÃO CONFIGURAÇÃO. NAMORADOS QUE, EM VIRTUDE DE 
CONTINGÊNCIAS E INTERESSES PARTICULARES (TRABALHO E ESTUDO) 
NO EXTERIOR, PASSARAM A COABITAR. ESTREITAMENTO DO 
RELACIONAMENTO, CULMINANDO EM NOIVADO E, 
POSTERIORMENTE, EM CASAMENTO. 3. NAMORO QUALIFICADO. 
VERIFICAÇÃO. REPERCUSSÃO PATRIMONIAL. INEXISTÊNCIA. 
4. CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO, COM ELEIÇÃO DO REGIME DA 
COMUNHÃO PARCIAL DE BENS. TERMO A PARTIR DO QUAL OS ENTÃO 
NAMORADOS/NOIVOS, MADUROS QUE ERAM, ENTENDERAM POR 
BEM CONSOLIDAR, CONSCIENTE E VOLUNTARIAMENTE, A RELAÇÃO 
AMOROSA VIVENCIADA, PARA CONSTITUIR, EFETIVAMENTE, UM 
NÚCLEO FAMILIAR, BEM COMO COMUNICAR O PATRIMÔNIO 
HAURIDO. OBSERVÂNCIA . NECESSIDADE. 5. RECURSO ESPECIAL 
PROVIDO, NA PARTE CONHECIDA; E RECURSO ADESIVO PREJUDICADO. 
1. O conteúdo normativo constante dos arts. 332 e 333, II, da lei 
adjetiva civil, não foi objeto de discussão ou deliberação pela instância 
precedente, circunstância que enseja o não conhecimento da matéria, 
ante a ausência do correlato e indispensável prequestionamento. 
2. Não se denota, a partir dos fundamentos adotados, ao final, pelo 
Tribunal de origem (por ocasião do julgamento dos embargos 
infringentes), qualquer elemento que evidencie, no período anterior 
ao casamento, a constituição de uma família, na acepção jurídica da 
palavra, em que há, necessariamente, o compartilhamento de vidas e 
de esforços, com integral e irrestrito apoio moral e material entre os 
conviventes. A só projeção da formação de uma família, os relatos das 
expectativas da vida no exterior com o namorado, a coabitação, 
ocasionada, ressalta-se, pela contingência e interesses particulares de 
cada qual, tal como esboçado pelas instâncias ordinárias, afiguram-se 
insuficientes à verificação da affectio maritalis e, por conseguinte, da 
configuração da união estável. 2.1 O propósito de constituir família, 
alçado pela lei de regência como requisito essencial à constituição da 
união estável - a distinguir, inclusive, esta entidade familiar do 
denominado "namoro qualificado" -, não consubstancia mera 
proclamação, para o futuro, da intenção de constituir uma família. É 
mais abrangente. Esta deve se afigurar presente durante toda a 
convivência, a partir do efetivo compartilhamento de vidas, com 
irrestrito apoio moral e material entre os companheiros. É dizer: a 
família deve, de fato, restar constituída. 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
2.2. Tampouco a coabitação, por si, evidencia a constituição de uma 
união estável (ainda que possa vir a constituir, no mais das vezes, um 
relevante indício), especialmente se considerada a particularidade dos 
autos, em que as partes, por contingências e interesses particulares 
(ele, a trabalho; ela, pelo estudo) foram, em momentos distintos, para 
o exterior, e, como namorados que eram, não hesitaram em residir 
conjuntamente. Este comportamento, é certo, revela-se 
absolutamente usual nos tempos atuais, impondo-se ao Direito, longe 
das críticas e dos estigmas, adequar-se à realidade social. 3. Da análise 
acurada dos autos, tem-se que as partes litigantes, no período 
imediatamente anterior à celebração de seu matrimônio (de janeiro 
de 2004 a setembro de 2006), não vivenciaram uma união estável, mas 
sim um namoro qualificado, em que, em virtude do estreitamento do 
relacionamento projetaram para o futuro - e não para o presente -, o 
propósito de constituir uma entidade familiar, desiderato que, 
posteriormente, veio a ser concretizado com o casamento. 
4. Afigura-se relevante anotar que as partes, embora pudessem, não 
se valeram, tal como sugere a demandante, em sua petição inicial, do 
instituto da conversão da união estável em casamento, previsto no art. 
1.726 do Código Civil. Não se trata de renúncia como, impropriamente, 
entendeu o voto condutor que julgou o recurso de apelação na 
origem. Cuida-se, na verdade, de clara manifestação de vontade das 
partes de, a partir do casamento, e não antes, constituir a sua própria 
família. A celebração do casamento, com a eleição do regime de 
comunhão parcial de bens, na hipótese dos autos, bem explicita o 
termo a partir do qual os então namorados/noivos, maduros que 
eram, entenderam por bem consolidar, consciente e voluntariamente, 
a relação amorosa vivenciada para constituir, efetivamente, um 
núcleo familiar, bem como comunicar o patrimônio haurido. A 
cronologia do relacionamento pode ser assim resumida: namoro, 
noivado e casamento. E, como é de sabença, não há repercussão 
patrimonial decorrente das duas primeiras espécies de 
relacionamento. 
4.1 No contexto dos autos, inviável o reconhecimento da união estável 
compreendida, basicamente, nos dois anos anteriores ao casamento, 
para o único fim de comunicar o bem então adquirido exclusivamente 
pelo requerido. Aliás, a aquisição de apartamento, ainda que tenha se 
destinado à residência dos então namorados, integrou, 
inequivocamente, o projeto do casal de, num futuro próximo, 
constituir efetivamente a família por meio do casamento. Daí, 
entretanto, não advém à namorada/noiva direito à meação do 
referido bem. 5. Recurso especial provido, na parte conhecida. 
Recurso especial adesivo prejudicado. 
(STJ - REsp: 1454643 RJ 2014/0067781-5, Relator: Ministro MARCO 
AURÉLIO BELLIZZE, Data de Julgamento: 03/03/2015, T3 - TERCEIRA 
TURMA, Data de Publicação: DJe 10/03/2015) 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
2 – Efeitos da União Estável: 
a) Efeitos Pessoais: 
- art. 1724 - As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de 
lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
 
• Decisão do STJ pertinente ao assunto 
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. AÇÃO DE 
RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL. RELAÇÃO CONCOMITANTE. 
DEVER DE FIDELIDADE. INTENÇÃO DE CONSTITUIR FAMÍLIA. 
AUSÊNCIA. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 1º e 2º da Lei 9.278/96. 1. 
Ação de reconhecimento de união estável, ajuizada em 20.03.2009. 
Recurso especial concluso ao Gabinete em 25.04.2012. 2. Discussão 
relativa ao reconhecimento de união estável quando não observado o 
dever de fidelidade pelo de cujus, que mantinha outro relacionamento 
estável com terceira. 3. Embora não seja expressamente referida na 
legislação pertinente, como requisito para configuração da união 
estável, a fidelidade está ínsita ao próprio dever de respeito e lealdade 
entre os companheiros. 4. A análise dos requisitos para configuração 
da união estável deve centrar-se na conjunção de fatores presente em 
cada hipótese, como a affectio societatis familiar, a participação de 
esforços, a posse do estado de casado, a continuidade da união, e 
também a fidelidade. 
5. Uma sociedade que apresenta como elemento estrutural a 
monogamia não pode atenuar o dever de fidelidade- que integra o 
conceito de lealdade e respeito mútuo - para o fim de inserir no âmbito 
do Direito de Família relações afetivas paralelas e, por consequência, 
desleais, sem descurar que o núcleo familiar contemporâneo tem 
como escopo a busca da realização de seus integrantes, vale dizer, a 
busca da felicidade. 6. Ao analisar as lides que apresentam paralelismo 
afetivo, deve o juiz, atento às peculiaridades multifacetadas 
apresentadas em cada caso, decidir com base na dignidade da pessoa 
humana, na solidariedade, na afetividade, na busca da felicidade, na 
liberdade, na igualdade, bem assim, com redobrada atenção ao 
primado da monogamia, com os pés fincados no princípio da eticidade. 
7. Na hipótese, a recorrente não logrou êxito em demonstrar, nos 
termos da legislação vigente, a existência da união estável com o 
recorrido, podendo, no entanto, pleitear, em processo próprio, o 
reconhecimento de uma eventual uma sociedade de fato entre eles. 
8. Recurso especial desprovido. 
(STJ - REsp: 1348458 MG 2012/0070910-1, Relator: Ministra NANCY 
ANDRIGHI, Data de Julgamento: 08/05/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 25/06/2014) 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
b) Efeitos Patrimoniais: 
- Art. 1.725 - Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às 
relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. 
Obs.: Requisito formal: “contrato escrito”. Não há exigência de escritura pública, portanto. 
 
• Decisão do STJ pertinente ao assunto 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. 
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. 
PARTILHA DE BENS. COMPANHEIRO SEXAGENÁRIO. ART. 1.641, II, DO 
CÓDIGO CIVIL (REDAÇÃO ANTERIOR À LEI Nº 12.344/2010). REGIME 
DE BENS. SEPARAÇÃO LEGAL. NECESSIDADE DE PROVA DO ESFORÇO 
COMUM. COMPROVAÇÃO. BENFEITORIA E CONSTRUÇÃO INCLUÍDAS 
NA PARTILHA. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. É obrigatório o regime de 
separação legal de bens na união estável quando um dos 
companheiros, no início da relação, conta com mais de sessenta anos, 
à luz da redação originária do art. 1.641, II, do Código Civil, a fim de 
realizar a isonomia no sistema, evitando-se prestigiar a união estável 
no lugar do casamento. 2. No regime de separação obrigatória, apenas 
se comunicam os bens adquiridos na constância do casamento pelo 
esforço comum, sob pena de se desvirtuar a opção legislativa, imposta 
por motivo de ordem pública. 
3. Rever as conclusões das instâncias ordinárias no sentido de que 
devidamente comprovado o esforço da autora na construção e 
realização de benfeitorias no terreno de propriedade exclusiva do 
recorrente, impondo-se a partilha, demandaria o reexame de matéria 
fático-probatória, o que é inviável em sede de recurso especial, nos 
termos da Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça. 4. Recurso 
especial não provido. 
(STJ - REsp: 1403419 MG 2013/0304757-6, Relator: Ministro RICARDO 
VILLAS BÔAS CUEVA, Data de Julgamento: 11/11/2014, T3 - TERCEIRA 
TURMA, Data de Publicação: DJe 14/11/2014) 
 
3 – Conversão em Casamento: 
- Art. 226, § 3º, CF/88 – “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável 
entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão 
em casamento.” 
 
- Art. 1.726, CC/02 - A união estável poderá converter-se em casamento, mediante 
pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. 
 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
4 – Concubinato: 
- Art. 1.727 - As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, 
constituem concubinato. 
Obs1: relações não eventuais 
Obs2: “homem e mulher” 
Obs3: Parte da doutrina ainda usa as denominações: concubinato puro e concubinato impuro, 
segundo a Profa. Maria Helena Diniz: 
• PURO seria para pessoas desimpedida de casar, ou seja, seria a própria união estável; 
• IMPURO seria: 
1 – adulterino, se um dos concubinos for casado; ou 
2 – incestuoso, se houver parentesco entre as partes. 
 
PARENTESCO 
 
1 – Conceito: 
- “É a relação jurídica de direito de família, que vincula 2 ou mais pessoas, por laços de 
consanguinidade, afinidade, adoção ou afetividade”. 
Obs: Todas as pessoas possuem relação de parentesco. É algo inerente ao ser humano. O direito, 
de certa forma, reduz as relações biológicas de parentesco, discriminando aquelas que geram 
efeitos jurídicos. 
2 – Tipos: 
- Consanguíneo (também chamado de natural); 
- Afinidade; 
- Adoção; 
- Socioafetivo 
Obs: Quanto ao parentesco socioafetivo. Implicações recentes. Enunciado 256 CJF: “A posse do 
estado de filho (parentalidade socioafetiva) constitui modalidade de parentesco civil” 
3 – Regras Gerais: 
- Art. 1.591 - São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras 
na relação de ascendentes e descendentes. 
Obs.: Este artigo explicita quais são os parentes na linha reta. 
• Para facilitar: 
- ascendentes: pai (mãe), avô(avó), bisavô (bisavó), trisavô (trisavó) etc. 
- descendentes: filha (filho), neta (neto), bisneta (bisneto), trineta (trineto) etc. 
 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
- Art. 1.592 - São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas 
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. 
Obs: Este artigo explicita quais são os parentes na linha colateral. 
• Para facilitar: 
- Irmãos, sobrinhos, tios, primos, tios-avós, sobrinhos-netos. 
- Art. 1.593 - O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou 
outra origem. 
- Art. 1.594 - Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, 
e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao 
ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente. 
- Art. 1.595 - Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo 
da afinidade. 
- § 1º - O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos 
irmãos do cônjuge ou companheiro. 
- § 2º - Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da 
união estável. 
4 – Filiação – Presunção de Paternidade: 
a) Princípio da igualdade entre filhos 
- CC/02. Art. 1.596 - Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, 
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação. 
 
- CF/88. Art. 227, § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, 
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação. 
 
• Importante Acórdão do STF Sobre Igualdade Entre Filhos 
CONSTITUCIONAL. DIREITO DAS SUCESSÕES. HABILITAÇÃO COMO 
HERDEIRA DE FILHA ADOTIVA. ABERTURA DA SUCESSÃO ANTES DA 
PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. ART. 227, § 6º. 
APLICAÇÃO RETROATIVA: IMPOSSIBILIDADE. 1. Presume-se a 
repercussão geral da questão constitucional quando o aresto recorrido 
contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal 
Federal (CPC, art. 543-A, § 3º, c/c art. 323, § 1º, do RISTF). 2. A eficácia 
imediata da Constituição somente alcança os efeitos futuros de fatos 
passados e não os fatos consumados do passado. O alcance da 
Constituição em relação aos fatos consumados no passado somente 
será naquilo que expressamente determinar. Precedentes. 
(STF - RE: 632956 RS - RIO GRANDE DO SUL, Relator: Min. CELSO DE 
MELLO, Data de Julgamento: 11/02/2015) 
 
D. de Família/CamiloColani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
A capacidade para suceder é regulada pela lei vigente à época da 
abertura da sucessão, isso porque, uma vez aberta a sucessão, o 
domínio e a posse da herança transmitem-se aos herdeiros legítimos 
e testamentários (CC-1916, art. 1752, atual art. 1.784 do CC-2002). 
Logo, descabe emprestar a eficácia retroativa ao art. 227, § 6º, da CF, 
com vistas a conferir tratamento igualitário entre os filhos legítimos e 
testamentários. Precedentes. 4. Parecer pelo conhecimento e 
provimento do recurso.” Sendo esse o contexto, passo a apreciar o 
presente recurso extraordinário. E, ao fazê-lo, entendo assistir razão 
ao parecer da douta Procuradoria-Geral da República, no ponto em 
que opina pelo provimento do presente recurso extraordinário, cujos 
termos adoto como fundamento desta decisão, valendo-me, para 
tanto, da técnica da motivação per relationem”, reconhecida como 
plenamente compatível com o texto da Constituição 
(AI 738.982/PR, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA AI 809.147/ES, Rel. Min. 
CÁRMEN LÚCIA AI 814.640/RS, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI ARE 
662.029/SE, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 54.513/DF, v.g.): 
Reveste-se de plena legitimidade jurídico-constitucional a utilização, 
pelo Poder Judiciário, da técnica da motivação per relationem, que se 
mostra compatível com o que dispõe o art. 93, IX, da Constituição da 
República. A remissão feita pelo magistrado –r referindo-se, 
expressamente, aos fundamentos (de fato e/ou de direito) que deram 
suporte a anterior decisão (ou, então, a pareceres do Ministério 
Público ou, ainda, a informações prestadas por órgão apontado como 
coator)–c constitui meio apto a promover a formal incorporação, ao 
ato decisório, da motivação a que o juiz se reportou como razão de 
decidir. Precedentes. 
(AI 825.520-AgR-ED/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) Impende assinalar, 
por relevante, que o Plenário desta Suprema Corte, ao julgar a AR 
1.811/PB, Red. p/ o acórdão Min. DIAS TOFFOLI, fixou entendimento 
que torna acolhível a pretensão de direito material deduzida pela 
parte ora recorrente: 
Ação rescisória. Decisão rescindenda que não se pronuncia sobre 
norma tida por violada. Inadmissibilidade. Mérito. Direito das 
sucessões. Filho adotivo. Pretendida habilitação na qualidade de 
herdeiro do de cujus. Abertura da sucessão antes do advento da 
Constituição Federal de 1988. Inaplicabilidade do art. 227, § 6º, da 
Constituição. 1. Inviável a ação rescisória que se funda em violação 
literal de lei se a decisão rescindenda não se houver pronunciado 
sobre a norma legal tida por violada por falta de alegação oportuna. 
Precedente: AR nº 1.752/RJ-AgR, Plenário, Relator o Ministro 
Sepúlveda Pertence, DJ de 20/5/05. 2. A sucessão regula-se por lei 
vigente à data de sua abertura, não se aplicando a sucessões 
verificadas antes do seu advento a norma do art. 227, § 6º, da Carta 
de 1988. Precedente: RE nº 163.167/SC, Primeira Turma, Relator o 
Ministro Ilmar Galvão, DJ de 8/9/95. 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
3. Não conhecimento da ação rescisória. O exame da presente causa 
evidencia que o acórdão ora impugnado diverge da diretriz 
jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou na análise da matéria 
em referência. Sendo assim, em face das razões expostas, e 
considerando, ainda, o parecer da douta Procuradoria-Geral da 
República, conheço do presente recurso extraordinário, para dar-lhe 
provimento (CPC, art. 557, § 1º-A), em ordem a determinar seja 
observada a orientação jurisprudencial firmada por esta Suprema 
Corte. Publique-se. Brasília, 11 de fevereiro de 2015. Ministro CELSO 
DE MELLO Relator 
 
b) Presunção de Paternidade 
Obs.: Regra: “pater is est quem nuptiae demonstrant” (pai é o marido na constância do 
casamento); 
Obs.: Trata-se de presunção relativa, ou seja, admite prova em contrário. 
- Aplicação: somente para homens casados. 
- Art. 1.597 - Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
- I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência 
conjugal; 
- II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por 
morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; 
- III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; 
- IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes 
de concepção artificial homóloga; 
- V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do 
marido. 
- Art. 1.598 - Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II 
do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume 
do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento 
deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a 
que se refere o inciso I do art. 1.597. 
 
• Acórdão importante para fixação 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. FAMÍLIA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE 
PATERNIDADE, CUMULADA COM PEDIDO DE ALIMENTOS. FIXAÇÃO DE 
ALIMENTOS PROVISÓRIOS. IMPOSSIBILIDADE, NO CASO. Inexistindo 
prova a segura a indicar que o nascimento da filha alimentada 
efetivamente ocorreu no período de trezentos dias subsequentes à 
dissolução da sociedade conjugal, inviável o estabelecimento da 
pretendida obrigação de alimentar. Impossibilidade de aplicação da 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
presunção legal (pater is est, quem nuptiae demonstrant). Inteligência 
do art. 1.597, II, CC. NEGADO SEGUIMENTO AO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO, POR MONOCRÁTICA. (Agravo de Instrumento Nº 
70067991406, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Ricardo Moreira Lins Pastl, Julgado em 19/01/2016). 
(TJ-RS - AI: 70067991406 RS, Relator: Ricardo Moreira Lins Pastl, Data 
de Julgamento: 19/01/2016, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: 
Diário da Justiça do dia 21/01/2016) 
 
5 – Filiação – Reconhecimento de Paternidade: 
a) Aplicação: 
- Homens não casados: Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser 
reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente. 
b) 2 Formas de Reconhecimento: 
- Voluntário; 
- Forçado (Investigação de Paternidade) 
c) Reconhecimento Voluntário da Paternidade 
- Art. 1.609 - O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será 
feito: 
- I - no registro do nascimento; 
- II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório; 
- III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado; 
- IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não 
haja sido o objeto único e principal do ato que o contém. 
- Parágrafo único - O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser 
posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes. 
 
d) Outras Regras Incidentes no Reconhecimento Voluntário: 
- Art. 1.610 - O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em 
testamento. 
- Art. 1.611 - O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não 
poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro. 
- Art. 1.612 - O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o 
reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor 
atender aos interesses do menor. 
- Art. 1.613 - São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do 
filho. 
- Art. 1.614 - O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor 
pode impugnar o reconhecimento,nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à 
emancipação. 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
• Acórdão do STJ pertinente ao assunto: 
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. AÇÃO NEGATÓRIA DE 
PATERNIDADE C/C ANULATÓRIA DE REGISTRO DE NASCIMENTO. 
AUSÊNCIA DE VÍCIO DE CONSENTIMENTO. RELAÇÃO SOCIOAFETIVA. 
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO: ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 1.604 e 
1.609 do Código Civil. 1. Ação negatória de paternidade, ajuizada em 
fevereiro de 2006. Recurso especial concluso ao Gabinete em 
26.11.2012. 2. Discussão relativa à nulidade do registro de nascimento 
em razão de vício de consentimento, diante da demonstração da 
ausência de vínculo genético entre as partes. 3. A regra inserta no 
caput do art. 1.609 do CC-02 tem por escopo a proteção da criança 
registrada, evitando que seu estado de filiação fique à mercê da 
volatilidade dos relacionamentos amorosos. Por tal razão, o art. 1.604 
do mesmo diploma legal permite a alteração do assento de 
nascimento excepcionalmente nos casos de comprovado erro ou 
falsidade do registro. 4. Para que fique caracterizado o erro, é 
necessária a prova do engano não intencional na manifestação da 
vontade de registrar. 5. Inexiste meio de desfazer um ato levado a 
efeito com perfeita demonstração da vontade daquele que, um dia 
declarou perante a sociedade, em ato solene e de reconhecimento 
público, ser pai da criança, valendo-se, para tanto, da verdade 
socialmente construída com base no afeto, demonstrando, dessa 
forma, a efetiva existência de vínculo familiar. 6. Permitir a 
desconstituição de reconhecimento de paternidade amparado em 
relação de afeto teria o condão de extirpar da criança preponderante 
fator de construção de sua identidade e de definição de sua 
personalidade. E a identidade dessa pessoa, resgatada pelo afeto, não 
pode ficar à deriva em face das incertezas, instabilidades ou até 
mesmo interesses meramente patrimoniais de terceiros submersos 
em conflitos familiares. 7. Recurso especial desprovido. 
(STJ - REsp: 1383408 RS 2012/0253314-0, Relator: Ministra NANCY 
ANDRIGHI, Data de Julgamento: 15/05/2014, T3 - TERCEIRA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 30/05/2014) 
 
e) Reconhecimento Forçado (investigação de paternidade): 
 
- Norma básica do ECA: 
Art. 27 - O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e 
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, 
observado o segredo de Justiça. 
- Normas básica do Código Civil: 
Art. 1.616 - A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos 
efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia 
dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade. 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
Art. 1.603 - A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil. 
Art. 1.604 - Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, 
salvo provando-se erro ou falsidade do registro. 
Art. 1.605 - Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por 
qualquer modo admissível em direito: 
I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou 
separadamente; 
II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos. 
Art. 1.606 - A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos 
herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz. 
Parágrafo Único - Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se 
julgado extinto o processo. 
 
• Interessante Acórdão do STJ Acerca do Assunto 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. 
INEXISTÊNCIA. PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. IMPEDIMENTO PARA O 
RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE BIOLÓGICA. NÃO OCORRÊNCIA. 
AÇÃO PROPOSTA PELO FILHO. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Não se 
constata violação ao art. 535 do CPC .... 2. A existência de relação 
socioafetiva com o pai registral não impede o reconhecimento dos 
vínculos biológicos quando a investigação de paternidade é 
demandada por iniciativa do próprio filho, uma vez que a pretensão 
deduzida fundamenta-se no direito personalíssimo, indisponível e 
imprescritível de conhecimento do estado biológico de filiação, 
consubstanciado no princípio constitucional da dignidade da pessoa 
humana (CF, art. 1º, III). Precedentes. 3. Agravo regimental a que se 
nega provimento. 
(STJ - AgRg no AREsp: 678600 SP 2015/0053479-2, Rel.: Min. RAUL 
ARAÚJO, Data de Julg.: 26/05/2015, T4 - QUARTA TURMA, Data de 
Publicação: DJe 24/06/2015) 
 
f) Ação de Investigação de Paternidade: 
Estrutura processual: 
- Autor: suposto filho; 
- Réu: suposto pai; 
- Provas: fase pré-DNA e condição atual; 
- Coisa Julgada: ações julgadas sem o exame de DNA 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
6 – Ação Negatória de Paternidade (Ação de Contestação de Paternidade) 
a) Aplicação: 
- Homens casados (sujeitos à presunção de paternidade) 
b) Estrutura Processual: 
- autor: pai (marido da mãe, sujeito à presunção de paternidade); 
- réu: filho (nascido dentro das regras da presunção de paternidade e registrado pelo 
marido da mãe) 
c) Normas Atinentes à Negatória de Paternidade: 
- Art. 1.599 - A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide 
a presunção da paternidade. 
 
- Art. 1.600 - Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a 
presunção legal da paternidade. 
- Art. 1.601 - Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de 
sua mulher, sendo tal ação imprescritível. 
- Parágrafo Único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de 
prosseguir na ação. 
- Art. 1.602 - Não basta a confissão materna para excluir a paternidade. 
 
• Importante Decisão do STJ Sobre a Questão 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. 
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. LEGITIMIDADE ORDINÁRIA 
ATIVA. AÇÃO DE ESTADO. DIREITO PERSONALÍSSIMO E INDISPONÍVEL 
DO GENITOR (ART. 27 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE). SUB-ROGAÇÃO DOS AVÓS. IMPOSSIBILIDADE. EXAME 
DE DNA. RESULTADO DIVERSO DA PATERNIDADE REGISTRAL. 
AUSÊNCIA DE VÍNCULO DE PARENTESCO ENTRE AS PARTES. FILIAÇÃO 
AFETIVA NÃO CONFIGURADA. ESTADO DE FILIAÇÃO RECONHECIDO 
VOLUNTARIAMENTE PELO PAI BIOLÓGICO. SUPREMACIA DO 
INTERESSE DO MENOR. VERDADE REAL QUE SE SOBREPÕE À FICTÍCIA. 
ART. 511, § 2º, DO CPC. AUSÊNCIA DE NULIDADE. PAS DE NULLITÉ 
SANS GRIEF. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. 
INVIABILIDADE. SÚMULAS NºS 83, 211, 7/STJ E 284/STF. INCIDÊNCIA. 
1. A legitimidade ordinária ativa da ação negatória de paternidade 
compete exclusivamente ao pai registral por ser ação de estado, que 
protege direito personalíssimo e indisponível do genitor (art. 27 do 
ECA), não comportando sub-rogação dos avós, porquanto direito 
intransmissível, impondo-se manter a decisão de carência de ação (art. 
267, VI, do CPC), mormente quando o interesse dos recorrentes não é 
jurídico, mas meramente afetivo e patrimonial. 2. O estado de filiação 
decorre da estabilidade dos laços construídos no cotidiano do pai e do 
 
D. de Família/Camilo Colani Faculdade Baiana de Direito Aluno: Edi Pool Franco 
filho (afetividade) ou da consanguinidade. 3. A realização do exame 
pelo método DNA apto a comprovar cientificamente a inexistência do 
vínculo genético confere ao marido a possibilidade de obter, por meio 
de ação negatória de

Outros materiais