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Diretoria de Política Econômica Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais Juros e Spread Bancário com informações até março de 2014 S é r i e Perguntas Mais Frequentes Juros e Spread Bancário Este texto integra a série “Perguntas Mais Frequentes” (PMF), editada pelo Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais (Gerin) do Banco Central do Brasil, abordando temas econômicos de interesse da sociedade. Com essa iniciativa, o Banco Central do Brasil vem prestar esclarecimentos sobre diversos assuntos da nossa realidade, buscando aumentar a transparência na condução da política econômica e a eficácia na comunicação de suas ações. Sumário 1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira? Como se distribui? .............................................................................................................. 3 2. Como se distribui o crédito livre por tipo de tomador? Como tem evoluído? ..................................................................................................... 4 3. Como o crédito externo tem se comportado?.................................. 5 4. Qual é o custo médio dos empréstimos bancários no Brasil e qual o spread bancário? .................................................................................. 6 5. Quais são os componentes dos spreads bancários no Brasil? .... 7 6. Qual a importância dos compulsórios para o spread ? ................. 8 7. Por que o spread bancário nas operações com pessoas físicas é tão diferente do praticado nas operações com pessoas jurídicas? ... 8 8. Como os prazos médios das concessões de crédito do sistema financeiro têm se comportado? .................................................................... 9 9. O que o Banco Central vem fazendo para reduzir as taxas de juros e os spreads bancários? ..................................................................... 10 10. Qual o efeito da insegurança jurídica (ou “risco legal”) sobre o crédito e o spread bancário? ....................................................................... 11 11. O que é crédito consignado em folha de pagamento? Qual a sua evolução recente? .................................................................................... 11 12. O que é a Cédula de Crédito Bancário? ............................................ 12 13. O que é a alienação fiduciária em garantia e qual o seu objetivo? ............................................................................................................. 12 14. O que é o microcrédito? ........................................................................ 12 2 15. Qual o efeito da Lei de Falências e das alterações no Código Tributário Nacional sobre o mercado de crédito?................................. 13 16. Quais as medidas implantadas para aumentar a concorrência e a transparência no mercado de crédito?.................................................. 14 17. O que é o Sistema de Informações de Crédito? ............................. 14 18. O que é Cadastro Positivo e qual sua importância? ..................... 15 19. Onde posso ler mais sobre juros e spread ?................................... 15 20. Onde posso obter dados atualizados? ............................................. 17 3 Juros e Spread Bancário 1. Qual é o volume de crédito na economia brasileira? Como se distribui? O volume de crédito na economia brasileira atingiu 55,9% do PIB 1 em março de 2014. Da oferta total de crédito nessa data, parcela significativa diz respeito a repasses e refinanciamentos com recursos do BNDES (20,5% do total) 2 , assim como recursos bancários obrigatoriamente direcionados para atividades específicas, como o financiamento imobiliário (15,3%) 3 e o rural (6,9%) 4 . O chamado crédito livre, aquele que pode ser alocado a critério do agente financeiro com taxas livremente pactuadas entre as partes, representava, março de 2014, 54,5% do total de crédito 5 . Gráfico 1 Composição do Crédito (mar/14) Fonte: BCB 1 NI Política Monetária e Crédito, Q IV ou SGS 20622 (todas as referências ‘SGS’ dizem respeito aos códigos de busca no link: https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries) 2 NI Política Monetária e Crédito, Q I, VII e VIII ou SGS (20604+20616)/20539 3 NI Política Monetária e Crédito, Q I, VII e VIII ou SGS (20600+20612)/20539 4 NI Política Monetária e Crédito, Q I, VII e VIII ou SGS (20597+20609)/20539 5 NI Política Monetária e Crédito, Q I e II ou SGS 20542/20539 BNDES 21% Rural 7% Imobiliário 15% Outros 3% Pessoas Físicas 27% Pessoas Jurídicas 27% Crédito Livre 54% 4 Gráfico 2 Operações com Recursos Direcionados (até mar/14) Fonte: BCB 2. Como se distribui o crédito livre por tipo de tomador? Como tem evoluído? O volume total de crédito livre somava R$1.503 bilhões 6 em março de 2014, dos quais R$750 bilhões 7 (49,9%) tomados por pessoas físicas e R$753 bilhões 8 (50,1%) por pessoas jurídicas. Apesar de o Brasil apresentar relação crédito/PIB baixa para padrões internacionais, a oferta de crédito livre revela crescimento substancial nos últimos anos. Desde março de 2007 até março de 2014, a oferta de crédito a taxas livres passou de R$492 bilhões (20,2% do PIB) 9 para R$1.503 bilhões (30,5% do PIB). 6 NI Política Monetária e Crédito, Q II ou SGS 20542 7 NI Política Monetária e Crédito, Q II ou SGS 20570 8 NI Política Monetária e Crédito, Q II ou SGS 20543 9 NI Política Monetária e Crédito, Q II e IV ou SGS 20625 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 ma r 0 7 de z 0 7 se t 0 8 jun 09 ma r 1 0 de z 1 0 se t 1 1 jun 12 ma r 1 3 de z 1 3 R$ b ilh õe s Imobiliário Rural BNDES Outros -100 100 300 500 700 900 1.100 ma r 0 7 de z 0 7 se t 0 8 jun 09 ma r 1 0 de z 1 0 se t 1 1 jun 12 ma r 1 3 de z 1 3 jun /00 =1 00 Imobiliário Rural BNDES Outros 5 Gráfico 3 Operações com Crédito Livre (até mar/14) Fonte: BCB 3. Como o crédito externo tem se comportado? As operações referenciadas em moeda estrangeira, que incluem os Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC) 10 , o financiamento à importação 11 , os repasses externos (antiga Resolução 63) 12 e o financiamento à exportação 13 , são influenciadas pela taxa de câmbio, que faz variar seu saldo medido em reais, bem como pela percepção externa do Risco Brasil, que determina a oferta de recursos. Como se percebe no Gráfico 4, o saldo das operações externas medido em dólares vem crescendo nos últimos anos. Do crédito total, no entanto, 95,4% são de crédito referenciado em moeda nacional, enquanto 4,6% correspondem àqueles em moeda estrangeira. 10 NI Política Monetária e Crédito, Q V-B ou SGS 20565 11 NI Política Monetária e Crédito, Q V-B ou SGS 20566 12 NI Política Monetária e Crédito, Q V-B ou SGS 20568 13 NI Política Monetária e Crédito, Q V-B ou SGS 20567400 800 1200 1600 m ar 0 7 jul 07 no v 0 7 m ar 0 8 jul 08 no v 0 8 m ar 0 9 jul 09 no v 0 9 m ar 1 0 jul 10 no v 1 0 m ar 1 1 jul 11 no v 1 1 m ar 1 2 jul 12 no v 1 2 m ar 1 3 jul 13 no v 1 3 m ar 1 4 R$ b ilh õe s Pessoas Jurídicas Pessoas Físicas 6 Gráfico 4 Operações com Recursos Externos (até mar/14) Fonte: BCB 4. Qual é o custo médio dos empréstimos bancários no Brasil e qual o spread bancário? A taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres 14 situava-se em 31,6% ao ano em março de 2014. O spread bancário 15 , diferença entre a taxa de aplicação e a taxa de captação dos bancos, alcançava 19,8 p.p. na mesma data. O Gráfico 5 apresenta a evolução do spread médio das operações de crédito com recursos livres desde março de 2011. Observe-se que característica marcante do mercado de crédito no Brasil é a diferença substancial de taxa de juros e spread incorridos por tipo de tomador. Com efeito, o spread médio nas operações com pessoas jurídicas 16 , da ordem de 11,9 p.p. em março de 2014, é menos da metade do spread cobrado nas operações com pessoas físicas 17 , que atingia 29,1 p.p. no mesmo mês. 14 NI Política Monetária e Crédito, Q XIII-A ou SGS 20717 15 NI Política Monetária e Crédito, Q XIII-A ou SGS 20786 16 NI Política Monetária e Crédito, Q XIII-A ou SGS 20787 17 NI Política Monetária e Crédito, Q XIII-A ou SGS 20809 0 5 10 15 20 25 30 m ar 0 7 se t 0 7 m ar 0 8 se t 0 8 m ar 0 9 se t 0 9 m ar 1 0 se t 1 0 m ar 1 1 se t 1 1 m ar 1 2 se t 1 2 m ar 1 3 se t 1 3 m ar 1 4 US $ bi lhõ es ACC Financiamento a importações Financiamento a exportações Repasse externo 7 Gráfico 5 Spread Bancário - Operações de Crédito Livres (até mar/14) Fonte: BCB 5. Quais são os componentes dos spreads bancários no Brasil? O Banco Central faz a decomposição contábil do spread com dados dos balanços de uma amostra de instituições bancárias, procurando explicitar a contribuição, para a sua formação, de fatores como os custos administrativos, os impostos diretos e indiretos, a inadimplência e a margem líquida das instituições. De acordo com os dados mais recentes, publicados no “Relatório de Economia Bancária e Crédito – 2012”, de novembro de 201318, o spread bancário prefixado em 2012 podia ser decomposto em Inadimplência (33,6%), Compulsórios (+ subsídios cruzados, encargos fiscais e Fundo Garantidor de Crédito) (9,3%), Impostos Diretos (22,9%) e Margem Líquida, Erros e Omissões (34,3%). A Tabela 1 exibe a decomposição do spread das operações prefixadas com dados anuais para o período de 2007 a 2012. 18 http://www.bcb.gov.br/pec/depep/spread/rebc_2012.pdf 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 m ar 1 1 jun 11 se t 1 1 de z 1 1 m ar 1 2 jun 12 se t 1 2 de z 1 2 m ar 1 3 jun 13 se t 1 3 de z 1 3 m ar 1 4 po nt os p er ce nt ua is Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas 8 Tabela 1 Decomposição do Spread Bancário (composição percentual) Fonte: BCB 6. Qual a importância dos compulsórios para o spread ? Os recolhimentos compulsórios sobre depósitos bancários exigidos pelo Banco Central contribuem para os spreads, uma vez que inibem a capacidade do sistema bancário de ampliar a oferta de crédito. A alíquota de depósito compulsório incidente sobre recursos à vista é de 44% 19 , enquanto sobre os recursos a prazo a alíquota de recolhimento é de 20% 20 , com exigibilidade adicional de 11% 21 . Sobre a poupança, a alíquota de recolhimento é de 20% 22 , com exigibilidade adicional de 10% 23 . 7. Por que o spread bancário nas operações com pessoas físicas é tão diferente do praticado nas operações com pessoas jurídicas? Entre outros fatores, a inadimplência ajuda a explicar a diferença nos spreads incorridos por pessoas jurídicas e por pessoas físicas. Como mostra o Gráfico 6, o percentual de créditos em atraso superior a 90 dias para pessoas físicas 24 (4,4%), em março de 2014, é mais que o dobro do percentual de atrasos de créditos para pessoas jurídicas 25 (1,9%). 19 Circs. ns. 3.632/2013 e 3.633/2013 20 Circ. n. 3.633/2013 21 Circs. ns. 3.633/2013 e 3.655/2013 22 Circ. n. 3.633/2013 23 Circs. ns. 3.633/2013 e 3.655/2013 24 NI Política Monetária e Crédito, Q I ou SGS 21084 25 NI Política Monetária e Crédito, Q I ou SGS 21083, total em SGS 21082 2007 2008 2009 2010 2011 2012 1 - Spread Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 2 - Inadimplência 33,85 13,16 33,50 24,40 21,27 33,60 3 - Compulsório+Subsídio Cruzado+Encargos Fiscais e FGC 9,44 14,52 12,71 11,68 9,06 9,25 4 - Margem Bruta, Erros e Omissões (1-2-3) 56,71 72,33 53,78 63,92 69,67 57,15 5 - Impostos Diretos 22,68 28,93 21,51 25,57 27,87 22,86 6 - Margem Líquida, Erros e Omissões (4-5) 34,02 43,40 32,27 38,35 41,80 34,29 9 Gráfico 6 Inadimplência nas Operações de Crédito (até mar/14) Fonte: BCB 8. Como os prazos médios das concessões de crédito do sistema financeiro têm se comportado? Desde março de 2011, o prazo médio das concessões cresceu 17,6%, situando-se em 38,8 meses 26 em março de 2014 (Gráfico 7). Observe-se que as operações com pessoas físicas apresentam prazos mais longos (média de 47,7 meses 27 , naquela data), quando comparadas às operações com pessoas jurídicas (31,1 meses 28 ). 26 NI Política Monetária e Crédito, Q II ou SGS 20855 27 NI Política Monetária e Crédito, Q II ou SGS 20878 28 NI Política Monetária e Crédito, Q II ou SGS 20856 1,5 2,5 3,5 4,5 5,5 6,5 m ar 1 1 jun 11 se t 1 1 de z 1 1 m ar 1 2 jun 12 se t 1 2 de z 1 2 m ar 1 3 jun 13 se t 1 3 de z 1 3 m ar 1 4 % co m at ra so su pe rio r a 9 0 di as Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas 10 Gráfico 7 Prazo Médio das Concessões de Crédito com Recursos Livres (até mar/14) Fonte: BCB 9. O que o Banco Central vem fazendo para reduzir as taxas de juros e os spreads bancários? Desde 1999, o Banco Central vem se dedicando ao diagnóstico das causas dos altos spreads praticados pelos bancos em suas operações de crédito, como parte do projeto “Juros e Spread Bancário no Brasil”. Esse projeto tem proposto uma série de medidas de longo prazo voltadas para a redução do custo do crédito no país. São três os principais focos da atuação do Banco Central, como parte da estratégia de redução dos juros e spread bancário: Promoção de maior transparência e concorrência no mercado de crédito, de forma que as instituições disponham de acesso às informações relevantes sobre seus clientes para poder selecionar e avaliar adequadamente os riscos de suas operações. Do ponto devista dos tomadores, também é imprescindível assegurar o acesso a informações transparentes sobre custos e condições contratuais; Aumento da segurança jurídica dos contratos, permitindo que os bancos minimizem as perdas associadas à inadimplência. O arcabouço legal inibe a oferta de crédito, induzindo os bancos a maior rigor na seleção dos clientes e pressionando o prêmio de risco exigido do conjunto de tomadores; 20 25 30 35 40 45 50 m ar 1 1 jun 11 se t 1 1 de z 1 1 m ar 1 2 jun 12 se t 1 2 de z 1 2 m ar 1 3 jun 13 se t 1 3 de z 1 3 m ar 1 4 m es es Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas 11 10. Qual o efeito da insegurança jurídica (ou “risco legal”) sobre o crédito e o spread bancário? A insegurança jurídica em relação aos contratos de crédito, ao colocar em risco o recebimento dos valores pactuados, ou prolongar excessivamente sua cobrança judicial, retrai a oferta de crédito e aumenta o spread por dois motivos: por um lado, pressiona os custos administrativos das instituições financeiras, em especial nas áreas jurídica e de avaliação de risco de crédito; por outro, reduz a certeza de recebimento da instituição financeira, mesmo numa situação de contratação de garantias, pressionando o prêmio de risco, ou seja, a taxa adicional para cobertura de não-pagamentos embutida no spread. Nos últimos anos, diversas iniciativas foram aprovadas pelo governo e no âmbito do Legislativo para reduzir o risco de inadimplência e os custos associados à morosidade da cobrança judicial. Dentre essas iniciativas, destacam-se: Aprovação do crédito consignado em folha de pagamento; Aprovação da Lei de Falências e de alterações no Código Tributário Nacional; Criação da Cédula de Crédito Bancário; Ampliação da alienação fiduciária em garantia; Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito; e Reforma do Judiciário. 11. O que é crédito consignado em folha de pagamento? Qual a sua evolução recente? Visando ampliar o leque de oferta de crédito ao trabalhador e reduzir o spread, a Lei 10.820/03 autorizou o desconto em folha de pagamento de parcelas referentes a empréstimos e financiamentos concedidos por instituições financeiras. A grande vantagem dessa modalidade de crédito é o menor risco de inadimplência, tendo em vista que a liquidação do crédito é efetuada diretamente na folha de pagamento do trabalhador. Consequentemente, a taxa de juros dessa modalidade contratual tende a ser inferior à taxa cobrada nas modalidades com maior risco de crédito. Em função da menor taxa de juros, que o torna bastante atrativo em relação às demais modalidades, o crédito consignado 29 vem apresentando taxas de crescimento superiores à média de expansão do crédito pessoal 30 (Gráfico 8). 29 NI Política Monetária e Crédito, Q VI ou SGS 20579 30 NI Política Monetária e Crédito, Q VI ou SGS 20580 12 Gráfico 8 Evolução das Operações de Crédito Pessoal x Crédito Consignado (até mar/14) Fonte: BCB 12. O que é a Cédula de Crédito Bancário? Para minimizar os custos da inadimplência, reduzindo, portanto, os prêmios de risco implícitos nos spreads, o governo instituiu a Cédula de Crédito Bancário (CCB), instrumento de crédito de trâmite judicial simplificado. O principal objetivo do novo instrumento é dar mais rapidez aos processos de cobrança levados ao Judiciário. A CCB é um título de crédito emitido por pessoa física ou jurídica em favor de instituição financeira ou equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade. A CCB é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, e pode ser emitida com ou sem garantia, real ou fidejussória (caução pessoal ou fiança), cedularmente constituída. 13. O que é a alienação fiduciária em garantia e qual o seu objetivo? A alienação fiduciária é uma forma bastante eficaz de constituir garantia nas operações de crédito, pois, na prática, significa a transferência da propriedade de um bem ao credor fiduciário. No caso de não pagamento, basta ao credor vender o bem para cobrir a dívida. A possibilidade de alienação fiduciária estava restrita, até 1997, aos bens móveis, principalmente veículos. Em 1997, a alienação fiduciária passou a abranger também bens imóveis e, em 2001, foi ampliada para incluir outros bens e direitos, como títulos e demais créditos. 14. O que é o microcrédito? O microcrédito, desenvolvido a partir de experiências em países de baixa renda da Ásia, refere-se a operações de crédito para pequenos empreendimentos, em 100 140 180 220 260 300 340 380 420 460 m ar 0 7 se t 0 7 m ar 0 8 se t 0 8 m ar 0 9 se t 0 9 m ar 1 0 se t 1 0 m ar 1 1 se t 1 1 m ar 1 2 se t 1 2 m ar 1 3 se t 1 3 m ar 1 4 m ar 0 7= 10 0 Consignado Crédito Pessoal 13 geral de baixo valor unitário, sem acesso ao sistema financeiro tradicional. O microcrédito é operacionalizado por meio de processo bastante diferente das operações tradicionais, quanto à exigência de garantias reais. O microcrédito adota sistemas de garantias mais próximas das condições socioeconômicas dos pequenos empreendedores, cuja ausência de bens para oferecer como garantia real é compensada pelo capital social da comunidade (relações de confiança, reciprocidade e participação). Assim, as garantias podem ser oferecidas: individualmente, com o tomador indicando avalista/fiador; coletivamente, por meio de aval solidário, que consiste na formação de grupos, geralmente de três a cinco pessoas, em que cada um é ao mesmo tempo tomador do crédito e avalista dos demais. O microcrédito foi oficializado no País em 1973, e desde 1992 o Banco Central tem se envolvido com estudos e iniciativas nesse âmbito. Em 2003, medidas adicionais para o aumento do crédito à população de baixa renda foram tomadas pela Presidência da República. Maiores detalhes podem ser obtidos nos textos “Democratização do Crédito no Brasil” e “Introdução ao Microcrédito”, em http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/democrat.pdf e http://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/microcredito.pdf, respectivamente. 15. Qual o efeito da Lei de Falências e das alterações no Código Tributário Nacional sobre o mercado de crédito? A Lei de Falências e as alterações no Código Tributário Nacional, aprovadas pelo Congresso Nacional no final de 2004, modernizaram a legislação brasileira sobre recuperação de empresas em dificuldades. A principal mudança, no que se refere ao mercado de crédito, diz respeito à criação de ambiente institucional mais favorável aos contratos, devido à redefinição da ordem de prioridades na falência. Ao contrário do que ocorria, os créditos com garantia real passam a ser respeitados na eventual liquidação de empresas, com a alteração da ordem de preferência dos credores. Além disso, foi eliminado o mecanismo de sucessão tributária, regra segundo a qual o comprador de bens da massa falida ou de empresa em dificuldades se responsabilizava pelas dívidas fiscais e tributárias reclamadas. Assim, a principal consequência da Lei de Falências e da alteração no Código Tributário Nacional é a abertura da possibilidade de reestruturação para as empresas economicamente viáveis que passam por dificuldades momentâneas,mantendo os empregos, os pagamentos aos credores e o pagamento de impostos. Em caso de falência, o fim da sucessão tributária possibilita a venda de ativos sem que tenham sofrido forte depreciação, permitindo recuperação mais fácil das empresas em dificuldade. Para mais informações, acesse http://www4.bcb.gov.br/pec/GCI/port/focus//B20031020-Nova%20Lei%20de%20Falências.pdf, bem como http://www4.bcb.gov.br/?SPREAD. 14 16. Quais as medidas implantadas para aumentar a concorrência e a transparência no mercado de crédito? Desde 1999, o Banco Central vem disponibilizando na internet informações sobre as taxas de juros e os encargos cobrados pelas instituições financeiras nas suas operações de crédito, processo que tem sido continuamente melhorado e ampliado. Para obter informações sobre as taxas de juros praticadas pelos bancos, acesse http://www.bcb.gov.br/?TXCRED. Em adição, várias ações foram desenvolvidas, dentre as quais: Portabilidade de informações cadastrais, isto é, as instituições ficam obrigadas a disponibilizar aos clientes, quando solicitadas, informações individuais de movimentação financeira nos dois últimos anos; Mais transparência nas informações sobre taxas de juros nos empréstimos de cheque especial; Incentivo à “bancarização” da população de baixa renda, com isenção de tarifas e outros benefícios; Estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito; Exigência de mais transparência nos balanços contábeis das instituições financeiras; Ampliação e aperfeiçoamento das informações reunidas e disseminadas pelo Sistema de Informações de Crédito do Banco Central. 17. O que é o Sistema de Informações de Crédito? As instituições financeiras precisam de informações sobre os clientes que procuram crédito, para avaliar sua capacidade e disposição de pagar. Tal avaliação pode ser efetuada por meio da consulta do histórico do cliente em suas operações de crédito e pela análise de sua capacidade de pagamento. Para a análise de risco de crédito, são muito úteis as centrais de informação de crédito, bancos de dados privados ou públicos que reúnem informações diversas, permitindo a avaliação do risco do candidato ao crédito inadimplir em novas operações. As principais centrais brasileiras são o cadastro de cheques sem fundos (administrado pelo Banco Central), o Serviço de Proteção ao Crédito (usualmente administrado por associações comerciais em diferentes municípios), a Serasa, a SCI-Equifax e o Sistema de Informações de Crédito (SCR), também gerenciado pelo Banco Central. O SCR é a mais abrangente central de informações de crédito no mercado bancário, pois reúne informações da totalidade das instituições financeiras. Seu propósito é contribuir para que a supervisão bancária antecipe e previna crises no sistema financeiro, oriundas de problemas nas carteiras de crédito das instituições financeiras, distinto do objetivo das centrais de informações tradicionais. Parte das informações do Sistema é de uso privativo de algumas unidades da área de supervisão bancária do Banco Central, como os dados do sistema classificatório do risco das operações de crédito. Outras informações estão disponíveis para todas as instituições financeiras mediante autorização do cliente. Informações adicionais podem ser encontradas em http://www.bcb.gov.br/?SCR. 15 18. O que é Cadastro Positivo e qual sua importância? Em 20 de dezembro de 2012, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou a Resolução 31 que regulamenta a prestação de informação aos bancos de dados de que trata a Lei nº 12.414 (Cadastro Positivo) por parte das Instituições Financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central. O Cadastro Positivo é um banco de dados gerido por empresas especializadas contendo informações fornecidas pelas chamadas fontes (a exemplo dos bancos), acerca dos créditos concedidos a seus clientes e mediante autorização voluntária destes. Com a regulamentação, melhoram as informações sobre o histórico de pagamentos de cada indivíduo ou empresa, e não apenas sobre sua situação de adimplência ou inadimplência, proporcionando melhores condições para uma adequação do juro cobrado com o perfil de risco específico. Espera-se que com isso haja incentivo para maior disponibilização dessas informações pelos clientes. 19. Onde posso ler mais sobre juros e spread ? Os relatórios anuais do Banco Central de avaliação do projeto "Juros e Spread Bancário no Brasil", disponíveis em http://www.bcb.gov.br/?SPREAD, formam o mais completo painel sobre o assunto. Desde 2002, essa publicação passou a constituir o “Relatório de Economia Bancária e Crédito”. A página do Banco Central na internet dispõe ainda de diversas Notas Técnicas e Trabalhos para Discussão sobre crédito e spread bancário. Os caminhos para chegar a elas estão apresentados abaixo. Notas Técnicas 35 – Sistema Judicial e Mercado de Crédito no Brasil Pedro Fachada, Luiz Fernando Figueiredo e Eduardo Lundberg (mar/03), em http://www.bcb.gov.br/pec/NotasTecnicas/Port/2003nt35sistemajudicialmercadoc redbrasilp.pdf 21 – Resenha sobre o Spread Bancário Fani Léa Cymrot Bader e Victorio Yi Tson Chu (mai/02), em http://www.bcb.gov.br/pec/NotasTecnicas/Port/2002nt21spreadbancariop.pdf 20 – Derivativos de crédito – Uma Introdução Fani Léa Cymrot Bader (abr/02), em http://www.bcb.gov.br/pec/NotasTecnicas/Port/2002nt20derivativosdecreditop.pd f 19 – Os Determinantes do Spread Bancário no Brasil Sérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abr/02), em http://www.bcb.gov.br/pec/NotasTecnicas/Port/2002nt19composicaodospread2p. pdf 18 – O Spread Bancário segundo Fatores de Persistência e Conjuntura Sérgio Mikio Koyama e Márcio I. Nakane (abr/02), em 31 http://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/normativo.asp?tipo=Res&ano=2012&numero=4172 16 http://www.bcb.gov.br/pec/NotasTecnicas/Port/2002nt18fatoresestruturaiseconju nturaisp.pdf Trabalhos para Discussão 258 – Bancos Oficiais e Crédito Direcionado – o que diferencia o mercado de crédito brasileiro? Eduardo Luis Lundberg (nov/11), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/td258.pdf 257 – Cooperativas de Crédito: taxas de juros praticadas e fatores de viabilidade Clodoaldo Aparecido Annibal e Sérgio Mikio Koyama (nov/11), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/td257.pdf 250 – Recolhimentos Compulsórios e o Crédito Bancário Brasileiro Paulo Evandro Dawid e Tony Takeda (ago/11), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/td250.pdf 242 – Determinantes do Spread Bancário Ex-Post no Mercado Brasileiro José Alves Dantas, Otávio Ribeiro de Medeiros e Lúcio Rodrigues Capeletto (mai/11), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps242.pdf 220 – Eficiência Bancária e Inadimplência: Testes de Causalidade Benjamin M. Tabak, Giovana L. Craveiro e Daniel O. Cajueiro (out/10), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/td220.pdf 192 – Inadimplência do Setor Bancário Brasileiro: uma avaliação de suas medidas Clodoaldo Aparecido Aníbal (set/09), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps192.pdf 191 – Concentração e Inadimplência nas Carteiras de Empréstimos dos Bancos Brasileiros Patricia L. Tecles, Benjamin M. Tabak e Roberta B. Staub (set/09), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps191.pdf 167 – O Poder Discriminante das Operações de Crédito das Instituições Financeiras Brasileiras Clodoaldo Aparecido Aníbal (jul/08), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps167.pdf 119 – A Central de Risco de Crédito no Brasil: uma análise deutilidade de informação Ricardo Schechtman (out/06), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps119.pdf 110 – Fatores de Risco e o Spread Bancário no Brasil Fernando B. Gignotto e Eduardo Augusto de Souza Rodrigues (jul/06), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps110.pdf 108 – O Efeito da Consignação em Folha nas Taxas de Juros dos Empréstimos Pessoais Eduardo A. S. Rodrigues, Victorio Chu, Leonardo S. Alencar e Tony Takeda (jun/06), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps108.pdf 87 – Mercado de Crédito: uma Análise Econométrica dos Volumes de Crédito Total e Habitacional no Brasil 17 Ana Carla Abrão Costa (dez/04), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps87.pdf 81 - Bank Competition, Agency Costs and the Performance of the Monetary Policy Leonardo Soriano de Alencar e Márcio I. Nakane (jan/04), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps81.pdf 62 – Taxa de Juros e Concentração Bancária no Brasil Eduardo Kiyoshi Tonooka e Sérgio Mikio Koyama (fev/03), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/port/wps62.pdf 46 – The Determinants of Bank Interest Spread in Brazil Tarsila Segalla Afanasieff, Priscilla Maria Villa Lhacer e Márcio I. Nakane (ago/02), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps46.pdf 12 – A Test of Competition in Brazilian Banking Márcio I. Nakane (mar/01), em http://www.bcb.gov.br/pec/wps/ingl/wps12.pdf 20. Onde posso obter dados atualizados? Mensalmente, o Banco Central divulga a “Nota para a Imprensa de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”, com dados atualizados sobre saldo, concessões, taxas de juros, spread, prazos e inadimplência bancária, entre outros. Acesse a referida Nota em http://www.bcb.gov.br/?ECOIMPOM. Desde fevereiro de 2013, as estatísticas relativas às operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional passaram a ser apresentadas em nova configuração, refletindo aprimoramentos que permitiram a ampliação da abrangência e o maior detalhamento das principais informações. O novo conjunto de dados integra o escopo do Sistema de Informações de Crédito (SCR) e está definido pelo arcabouço normativo que compreende a Resolução nº 3.658, de 17 de dezembro de 2008, a Circular nº 3.567, de 12 de dezembro de 2011, e a Carta-Circular nº 3.540, de 23 de fevereiro de 2012. Em linhas gerais, a nova estrutura de dados compreende a extensão das informações relativas a saldos, concessões, taxas de juros, spreads, prazos e inadimplência, antes disponíveis apenas para um subconjunto do crédito livre, conhecido como “crédito referencial para taxas de juros”, novas aberturas desse segmento e também para o crédito direcionado. Adicionalmente, a adoção de critérios melhor definidos e atuais de classificação por modalidade possibilitou o preenchimento de importantes lacunas nas estatísticas de crédito, com maior detalhamento das informações referentes às operações de crédito consignado e de crédito habitacional, por exemplo. Esses aperfeiçoamentos favorecem, em particular, a produção de análises mais abrangentes acerca do fluxo de novas operações de crédito e das taxas de juros praticadas no mercado. Informações adicionais sobre o aprimoramento das estatísticas de crédito são apresentadas na “Nota Metodológica – Nova estrutura de dados de crédito”, disponível na página eletrônica do Banco Central , no endereço http://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/notaempr.pdf. 18 Para encontrar as séries de dados e atualizar todos os gráficos e tabelas aqui expostos, pode-se recorrer às “Séries Temporais” disponíveis na página do Banco Central na internet, em https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries, seleção por tema Indicadores de crédito ou seleção por código, informando os números indicados nas notas de rodapé deste texto. O Banco Central também disponibiliza planilhas em Excel com os principais indicadores econômicos em http://www.bcb.gov.br/?INDECO. Os indicadores de crédito encontram-se no Capítulo II – Moeda e crédito. 19 Série “Perguntas Mais Frequentes” Banco Central do Brasil 1. Juros e Spread Bancário 2. Índices de Preços no Brasil 3. Copom 4. Indicadores Fiscais 5. Preços Administrados 6. Gestão da Dívida Mobiliária e Operações de Mercado Aberto 7. Sistema de Pagamentos Brasileiro 8. Contas Externas 9. Risco-País 10. Regime de Metas para a Inflação no Brasil 11. Funções do Banco Central do Brasil 12. Depósitos Compulsórios 13. Sistema Expectativas de Mercado Diretor de Política Econômica Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo Equipe André Barbosa Coutinho Marques Carolina Frei tas Pereira Mayrink Henrique de Godoy Morei ra e Costa Luciana Valle Rosa Roppa Manuela Morei ra de Souza Maria Cláudia Gomes P. S. Gutierrez Márcio Magalhães Janot Coordenação Renato Jansson Rosek Criação e editoração: Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais Brasíl ia-DF Este fascículo faz parte do Programa de Educação Financeira do Banco Central do Brasi l
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