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Estudos de Direito Penal IV 1B

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Estudos de Direito Penal IV
Crimes contra dignidade sexual
Introdução
A expressão crimes contra os costumes já não traduzia a realidade dos bens juridicamente protegidos pelos tipos penais que se encontravam do Título VI do CP. O foco da proteção já não era mais a forma como as pessoas deveriam se comportar sexualmente perante a sociedade do século XXI, mas sim, a tutela de sua dignidade sexual.
Por mio desse novo diploma legal, foram fundidas aa figuras do estupro e do atentado violento ao pudor em um único tipo penal, que recebeu o nome de estupro. Além disso, foi criado o delito de estupro de vulneráveis encerrando-se a discussão que havia em nossos Tribunais, principalmente os superiores, no que dizia respeito á natureza da presunção de violência, quando o delito era praticado contra a vítima menor de 14 anos. Além disso, outros artigos tiveram alteradas suas redações, abrangendo hipóteses não previstas anteriormente pelo CP, outro capítulo foi inserido, prevendo causas de aumento de pena.
Estupro 
A nova lei optou pela rubrica estupro, que diz respeito ao fato de ter o agente constrangido alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Ao que parece, o legislador se rendeu ao fato de que a média, bem como a população em geral, usualmente denominava de “estupro” o que, na vigência da legislação anterior, seria concebido por atentado violento ao pudor, a exemplo do fato de um homem ser violentado sexualmente. Agora, como veremos mais adiante não importa se o sujeito passivo é do sexo feminino, ou mesmo do sexo masculino, que, se houver constrangimento com a finalidade prevista no tipo penal do art. 213 do diploma repressivo, estaremos diante do crime de estupro. 
Analisando a nova redação dada ao caput do art. 213 do CP, podemos destacar os seguintes elementos:
O constrangimento, levando a efeito mediante emprego de violência ou grave ameaça.
O que pode ser dirigido a qualquer pessoa, seja do sexo feminino ou masculino. 
Para que tenha conjunção carnal.
Para fazer com que a vítima pratica ou permita que com ela se pratique qualquer ato libidinoso.
De acordo com a redação legal, verifica-se que o núcleo do tipo é o verbo constranger, aqui utilizado no sentido de forçar, obrigar, subjugar a vitima ao ato sexual. Trata-se, portanto, de modalidade especial de constrangimento ilegal, praticado com o fim de fazer com que o agente tenha sucesso na conjunção carnal ou na pratica de outros atos libidinosos.
Para que se possa configurar o delito em estudo é preciso que o agente atue mediante o emprego de violência ou grave ameaça.
As vias de fato e as lesões corporais de natureza leve são absolvidas pelo delito de estupro, pois que fazem parte da violência empregada pelo agente. Se a conduta praticada pelo agente resultar de lesão corporal de natureza grave ou a morte da vítima, o estupro será qualificado. A grave ameaça pode ser direto, indireto, implícita ou explicita. 
Merece registro, ainda, o fato de que a conjunção carnal também é considerada um ato libidinoso, isto é, aquele que o agente deixa aflorar sua libido, razão pela qual a parte final constante do caput do art. 213 do CP utiliza a expressão ato libidinoso. 
Na expressão outro ato libidinoso estão contidos todos os atos de natureza sexual, que não a conjunção carnal, que tenham por finalidade satisfazer a libido do agente.
Classificação
Podemos apontar como bens juridicamente protegidos: a dignidade, a liberdade e o desenvolvimento sexual.
O objeto material do delito pode ser tanto a mulher quanto o homem, ou seja, a pessoa contra a qual é dirigida a conduta praticada pelo agente.
Sujeito ativo e passivo
A expressão conjunção carnal tem o significado de união, de encontro do pênis do homem com a vagina da mulher, ou vice-versa. Assim, sujeito ativo no estupro, quando a finalidade for conjunção carnal, poderá a ser tanto o homem quanto a mulher. No entanto, nesse caso, o sujeito passivo, obrigatoriamente deverá ser do sexo oposto, pressupondo uma relação heterossexual. 
No que diz respeito á prática de outro ato libidinoso, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, bem como sujeito passivo, tratando-se, nesse caso, de um delito comum.
Consumação e tentativa
Quando a conduta do agente for dirigida finalisticamente a ter conjunção carnal com a vítima, o delito de estupro se consuma com a efetiva penetração do pênis do homem na vagina da mulher, não se importando se total ou parcial, não havendo inclusive, necessidade ejaculação. 
Trata-se de crime plurissubsistente, torna-se possível o raciocínio correspondente á tentativa. 
A tentativa também será possível a partir do momento em que o agente vier a praticar o constrangimento sem que consiga, nas situações de atividade e passividade da vitima, determinar a pratica do ato libidinoso.
Elemento subjetivo
O dolo é o elemento subjetivo necessário ao reconhecimento do delito de estupro. 
Não há necessidade de que o agente atue com a finalidade especial de saciar sua lascívia, de satisfazer a sua libido. O dolo, aqui, diz respeito tão somente ao fato de tal constranger a vítima com a finalidade de, com ela, ter a conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ela se pratique outro ato libidinoso, não importando a sua motivação.
Não é admissível a modalidade culposa, por ausência de disposição legal expressa nesse sentido.
Modalidades comissiva e omissiva
O núcleo constranger pressupõe um comportamento positivo por parte do agente, tratando-se pois, como regra, de crime comissivo.
No entanto p delito poderá ser praticado via omissão imprópria, na hipótese de o agente gozar do status de garantidor.
Modalidades qualificadas
A lesão corporal de natureza grave, ou mesmo morte da vítima, deve ter sido produzida em consequência da conduta do agente, vale dizer, do comportamento que era dirigido no sentido de praticar i estupro, evitando-se discursões desnecessárias.
No entanto, deve ser frisado que esses resultados que qualifiquem a infração penal somente podem ser imputados se o agente a título de culpa, cuidando-se, outrossim, de crimes eminentemente preterdolosos.
Se, conforme salientou Norinha, o resultado que agrava especialmente a pena for proveniente de caso fortuito ou força maior, o agente não poderá ser responsabilizado pelas modalidades qualificada.
No entanto, pode ter agido com ambas as finalidades, vale dizer, a de praticar o crime sexual (estupro) bem como a de causar lesões corporais graves ou a morte da vitima, nesse caso, como exposto acima, deverá responder por ambas as infrações penais, em concurso material de crimes, nos termos preconizados pelo art. 69 CP.
Podemos, ainda, visualizar a hipótese em que o agente, depois de derrubar a vítima, fazendo com que batesse com a cabeça em uma pedra, morrendo instantaneamente, sem que tivesse percebido esse fato, viesse a penetra-la. Aqui, teríamos, ainda, somente uma tentativa de estupro qualificada pela morte da vítima, uma vez que a penetração só ocorreu depois desse resultado, não podendo mais ser considerada como objeto material do delito de estupro. Também não ocorreria vilipêndio a cadáver, tipificado no art. 212 do CP, em virtude do fato de não saber o agente que ali se encontrava um cadáver, uma vez que desconhecia a morte da vítima. 
Ao contrário, caso tivesse percebido a morte instantânea da vítima e tentasse prosseguir com seu proposito de penetra-la, ai sim poderia responder por ambas as infrações penais, vale dizer, tentativa de estupro qualificada pela morte e vilipendio a cadáver.
Deve ser frisado que, mesmo sendo a vítima menos de 18 anos e maior de 14 anos, se ocorrer o resultado morte será aplicado o §2º do art. 2013 do CP, pois as penas deste último são maiores do que aquelas previstas pelo §1º do referido artigo.
Causas de aumento de pena
A primeira hipótese prevê um aumento da quarta parte da pena se o crime for cometido com concurso de duas ou mais pessoas. Entendemos que a mencionada marjorantesomete poderá ser aplicada se os agentes praticarem, conjuntamente, atos de execução tendentes á prática do delito sexual.
A presença de duas ou mais pessoas é motivo de maior facilidade no cometimento do delito, diminuindo, ou até mesmo anulando a possibilidade de resistência da vítima. Dessa forma, existe maior censurabilidade de resistência da vítima. Dessa forma, existe maior censurabilidade no comportamento daqueles que praticam o delito em concurso de pessoas.
A segunda hipótese prevê o aumento de metade da pena, diz respeito ao fato de ser o agente ascendente, ou por qualquer outro título, ter autoridade sobre ela.
Determina que a pena será aumentada da metade se o crime resultar de gravidez. Dessa forma, o juízo de censura sobre a conduta do autor do estupro deverá ser maior, aumentando-se a pena em metade. 
A pena deverá ainda ser aumentada de um sexto ate a metade, se o agente transmite a vítima DST de que sabe ou deveria saber ser portador. Para que ocorra a marjorante, há necessidade que a doença tenha sido, efetivamente, transmitida a vítima que, para efeitos de comprovação, deverá ser submetida a exame pericial.
Marido como sujeito ativo do estupro
Em virtude da nova redação constante no art. 213, a esposa também poderá figurar como autora do delito de estupro praticado contra seu próprio marido, a exemplo daquela que, mediante o emprego de grave ameaça, o obriga a permitir que com ele se pratique atos de felação.
Diferença entre estupro e importunação ofensiva ao pudor
Art. 61 das Leis de Contravenção Penal.
Atos ofensivos ao pudor, como a passar a mão nas pernas da vítima, devem ser considerados uma contravenção penal e não um crime. A este, é preciso reservar o ato realmente lascivo, que serve para satisfazer a ânsia sexual do autor, que se vale da violência ou grave ameaça.
Atentado violento ao pudor e abolitio crimines
Não houve descriminalização do comportamento até então tipificado especificamente como atentado violento ao pudor. Na verdade, somente houve modificação do nomem juris da aludida infração penal, passando, como dissemos, a chamar-se de estupro o constrangimento levado a efeito pelo agente a fim de ter a conjunção carnal, ou, também, a praticar ou permitir com ele se pratique outro ato libidinoso. 
Aplica-se, na hipótese, o princípio da continuidade normativo-típica, havendo, tão somente, a migração dos elementos anteriormente constantes da revogada figura prevista no art. 214 do CP para o art. 213 do mesmo diploma repressivo.
Prostituta como vítima de estupro
O faro de, infelizmente, “trabalhar” vendendo o próprio corpo para que outros tenham algum tipo de prazer sexual não obriga à prostituta a se entregar a todas as pessoas. Pode ocorrer que alguém, que pratique o comércio do corpo, venha a ter repulsa por algum “cliente” e se recusa a praticar com ele qualquer ato sexual. Nesse caso, se a prostituta for obrigada a isso, mediante o emprego de violência ou grave ameaça e, mesmo que receba, após o ato sexual, o pagamento dos seus “serviços sexuais”, o fato se amoldara ao tipo penal constante do art. 213 CP.
Violação sexual mediante fraude
Introdução
Inicialmente, previa o tipo penal a conduta de ter conjunção carnal com mulher honesta, mediante fraude. Basicamente, a partir da década de 1980, acirram-se as críticas no que dizia respeito a expressão mulher honesta. A mulher do final do século XX já não podia sofrer esse tipo de discriminação. Era evidente preconceito que tinha de ser suprimido da nossa legislação. Essa mobilização ganhou força e, em 20 de Março de 2005, o tipo penal foi modificado, passando a prever o comportamento de ter conjunção carnal com mulher mediante fraude. Era o fim da expressão que tanto causou polêmica no meio jurídico.
A Lei nº 12.015, de 7 de Agosto de 2009, modificou mais uma vez, o mencionado art. 215 CP. Agora, não somente os elementos do tipo penal foram modificados, mas também a própria rubrica foi alterada. Como o tipo penal passaria a prever os comportamentos que se encontravam no revogado art. 216 CP, o delito passou a ser chamado de violação sexual mediante fraude.
Assim, de acordo com a nova redação legal, constante no caput do art. 215, podemos destacar os seguintes elementos:
Conduta de ter conjunção carnal;
Praticar outro ato libidinoso com alguém;
Mediante fraude;
Ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. 
Obs.: a conjunção carnal pressupõe, sempre, uma relação heterossexual. 
Para que sejam levadas a efeito as condutas previstas no tipo, isto é, para que o agente tenha conjunção carnal ou pratique outro ato libidinoso com alguém, deverá se valer da fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a manifestação de vontade da vítima.
A fraude, portanto, é um dos meios utilizados pelo agente para que tenha sucesso na prática da conjunção carnal ou de outro ato libidinoso. É o chamado estelionato sexual.
A fraude faz com que o consentimento da vítima seja viciado, pois se tivesse conhecimento, efetivamente, da realidade não cederia aos apelos do agente. Por meio da fraude, o agente induz ou mantém a vítima em erro, fazendo com que tenha um conhecimento equivoco da realidade. 
A fraude tanto se apresenta quando o agente tem a iniciativa de provocação do erro, como quando se aproveita de erro provocado por terceiro ou de erro espontâneo da vítima. 
A fraude utilizada na execução do crime não se pode anular a capacidade de resistência da vítima, caso que estará figurado o delito de estupro de vulnerável.
O verbo impedir é utilizado no texto com a ideia de que for impossibilitada a livre manifestação de vontade da vítima, que se encontrava completamente viciada em virtude da fraude de outro meio utilizado pelo agente a fim de conseguir praticar a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Dificultar, a seu turno, da a ideia de que a vontade da vítima, embora viciada, não estava completamente anulada pela fraude ou outro meio utilizado pelo agente. Nesse ultimo caso, embora ludibriada, a vítima poderia, nas circunstancias em que encontrava ter descoberto o plano criminoso, mas ainda assim, foi envolvida pelo agente.
Classificação doutrinaria 
Crime de mão própria no que diz respeito ao sujeito ativo quando a conduta for sentido de ter conjunção carnal, e próprio, neste caso, quanto ao sujeito passivo. Se a conduta for dirigida á pratica de outros atos libidinosos, o crime será comum, tanto no que diz respeito ao sujeito ativo, quanto ao sujeito passivo. 
Objeto material e bem juridicamente protegido
A liberdade sexual, seja da mulher ou do homem, é o bem juridicamente protegido, de forma mais ampla, a dignidade sexual.
O objeto material do delito em estudo, poderá ser tanto o homem quanto a mulher, quando estivermos diante de uma conjunção carnal a relação deverá ser heterossexual obrigatoriamente.
Sujeito ativo e sujeito passivo
Tanto o homem quanto a mulher podem ser sujeitos ativos do delito de violação sexual mediante fraude quando a conduta for dirigida a ter conjunção carnal. No entanto, tal situação pressupõe, obrigatoriamente, uma relação heterossexual, ou seja, se a mulher objetivando a conjunção carnal for sujeito ativo, o homem deverá ser o sujeito passivo, e vice e versa. 
No que diz respeito a outros atos libidinosos, tanto o homem quanto a mulher podem ser sujeitos passivos e ativo, não propondo, aqui, a anterioridade mencionada relação heterossexual, podendo o crime ocorrer mesmo entre pessoas do mesmo sexo, ou de sexos diversos.
Consumação e tentativa
O delito de violação sexual mediante fraude se consuma, na sua primeira parte, com a efetiva penetração do pênis na vagina, não importando que essa penetração seja parcial ou total, não havendo até mesmo necessidade de penetração.
No que diz respeito á segunda parte, o delito se aperfeiçoa quando o sujeito ativo prática qualquer ato libidinoso com o sujeito passivo.
Tratando de crime plurissubsistente, torna-se perfeitamente possível o raciocínio correspondente à tentativa. 
Podemos raciocinarno sentido de que o agente havia iniciado os atos de execução do delito em estudo somente não se consumou, com a prática da conjunção carnal, por circunstancias alheias a sua vontade.
Elemento subjetivo
O delito de violação sexual mediante fraude somente pode ser praticado dolosamente, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.
Modalidades comissivas e omissivas
Os núcleos de ter e praticar pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente.
No entanto, será possível a sua prática via omissão imprópria, na hipótese de o garantidor, dolosamente, permitir que a vítima seja enganada pelo agente. 
Finalidade de obtenção de vantagem econômica
Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também a multa.
Assédio sexual
Introdução
Podemos identificar os seguintes elementos:
Conduta de constranger alguém;
Com finalidade de obter vantagem ou favorecimento sexual
Devendo o agente prevalecer-se sua condição de superior hierárquico ou de ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
O núcleo do tipo é o verbo constranger. Entretanto, ao contrário do que ocorre nas demais hipóteses onde é utilizado, a exemplo dos crimes de constrangimento ilegal em estupro, o constrangimento, aqui, não é exercido com emprego de violência ou grave ameaça, pois, se assim ocorresse, o fato seria desclassificado para uma das mencionadas figuras típico, mais precisamente o estupro, dada a finalidade sexual do agente.
No delito de assédio sexual, partindo do pressuposto que o seu núcleo prevê uma modalidade especial de constrangimento, devemos entende-lo praticando com ações por parte do sujeito ativo que, na ausência de receptividade, pelo sujeito passivo, farão com quem esteja prejudicado pelo seu trabalho, havendo, assim, expressa ou implicitamente, uma ameaça. No entanto, essa ameaça deverá sempre estar ligada ao exercício de emprego, cargo ou função, seja rebaixando a vítima de posto, colocando-a em lugar pior de trabalho, enfim, deverá sempre estar veiculada a essa relação hierárquica ou de ascendência, como determinada a relação legal.
Constranger, aqui, deve ser entendido no sentido de perseguir com propostas, insistir, importunar a vítima, para que ela se obtenha vantagem ou favorecimento sexual, devendo existir, sempre uma ameaça expressa ou implícita de prejuízo na relação de trabalho, caso o agente não tenha o sucesso sexual pretendido.
O constrangimento poderá ser atingido contra qualquer pessoa, uma vez que a lei penal se vale do termo alguém para indicar o sujeito passivo. Da mesma forma, qualquer pessoa, independentemente do sexo, poderá ser considerada sujeito ativo. Assim, poderá existir o assédio sexual tanto nas relações heterossexuais como nas relações homossexuais.
A finalidade do constrangimento é a obtenção de vantagem ou favorecimento sexual.
Para tanto, o agente deve valer-se de sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
A expressão superior hierárquico indica uma relação de Direito Público, vale dizer, de Direito Administrativo, não se incluindo nela as relações de direito privado.
Assim, quando o agente ocupar uma posição inferior ou mesmo idêntica á pessoa que, em tese, é constrangida, não haverá delito em estudo.
O objeto material e bem juridicamente protegido
O bem juridicamente protegido pelo tipo que prevê o delito de assédio sexual é a liberdade sexual, e, em sentido mais amplo, a dignidade sexual.
Objeto material do delito é a pessoa contra a qual é dirigida a conduta praticada pelo agente, seja ela do sexo feminino ou masculino.
Sujeito ativo e sujeito passivo
Crime próprio, o delito de assedio sexual exige que o sujeito ativo encontre na condição de superior hierárquico da vítima ou com ela tenha ascendência inerente ao exercício de emprego, podendo, no entanto, ser pessoa do sexo feminino ou masculino.
Sujeito passivo será aquele que estiver ocupando o outro polo dessa relação hierárquica ou aquele sobre o qual tenha ascendência o sujeito ativo, não importando o seu sexo.
Consumação e tentativa
Tendo em vista sua natureza de crime formal, o delito de assédio sexual se consuma no momento em que ocorrer os atos que importem em constrangimento para a vitima, não havendo necessidade que esta venha, efetivamente, a praticar os atos que impliquem em vantagem ou favorecimento sexual exigidos pelo agente que, se vierem a ocorrer, serão considerados mero exaurimento do crime.
Tratando-se de um crime plurissubsistente, é possível o raciocínio correspondente á tentativa, haja vista a possibilidade de fracionamento do inter crimminis, sendo, no entanto de difícil ocorrência, embora não possa ser descartada.
Elemento subjetivo
O delito de assedio sexual somente pode ser praticado dolosamente, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.
Modalidade comissiva e omissiva
O núcleo constranger pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente no sentido de infundir temos a vítima a fim de obter vantagem ou favorecimento sexual, não se podendo destacar, contudo, a sua prática via omissão imprópria, na hipótese de o sujeito quem gozando do status de garantidor, dolosamente, nada fizer para evitar o constrangimento sofrido pela vítima.
Causas de aumento de pena
A idade da vítima é um dado de natureza objetiva, que deverá ser comprovado nos autos, através do necessário documento de identificação.
Da mesma forma, para que se possa ser aplicada a causa especial de aumento de pena deverá ficar demonstrado nos autos que o agente conhecia a idade da vítima, pois, caso contrário, poderá ser alegado o chamado erro de tipo.
Estupro de vulnerável
Classificação doutrinária
No que diz respeito ao sujeito ativo, quando a conduta for dirigida a conjunção carnal, terá a natureza de crime de mão-própria, e comum nas demais situações, ou seja, quando o comportamento for dirigido á pratica de outros atos libidinosos.
Objeto material e bem juridicamente protegido
Tanto a liberdade sexual como a dignidade sexual. Podemos apontar também o desenvolvimento sexual.
Sujeito ativo e sujeito passivo
Tanto o homem quanto a mulher podem figurar como sujeito ativo do delito de estupro de vulnerável, com a ressalva de que, quando se tratar de conjunção carnal, a elação deverá ser obrigatoriamente, heterossexual, nas demais hipóteses, ou seja, quando o comportamento for dirigido a praticar outro ato libidinoso, qualquer pessoa poderá configurar nessa condição.
Sujeito passivo será pessoa menos de 14 anos.
Consumação e tentativa
O delito de estupro de vulnerável se consuma com a efetiva conjunção carnal, não importando se a penetração foi total ou parcial. Não havendo, inclusive, necessidade de ejaculação.
Quanto a segunda parte do caput do art. 217-A do estatuto repressivo, consuma-se o estupro de vulnerável no momento em que ao gente pratica qualquer outro ato libidinoso com a vitima. 
Em se tratando de crime plurissubsistente, torna-se perfeitamente admissível a tentativa.
Elemento subjetivo
O dolo é o elemento subjetivo necessário reconhecimento do delito de estupro de vulnerável, devendo abranger as características exigidas pelo tipo penal. Vale dizer que deverá o agente ter o conhecimento de que a vitima é menor de 14 anos.
Se, na hipótese concreta, o agente desconhecia qualquer uma dessas características constantes da infração penal em estudo, poderá ser alegado o erro de tipo, afastando-se o dolo e, consequentemente, a tipicidade do fato.
Não é admissível a modalidade culposa, por ausência de disposição legal nesse sentido.
Modalidades comissiva e omissiva
A lesão corporal de natureza grave, ou mesmo a morte da vitima devem ter sido produzidas em consequência da conduta do agente, vale dizer, do comportamento que era dirigido finalisticamente no sentido de praticar o estupro.
No entanto, deve ser frisado que esses resultados que qualificam a infração penal somente devem ser imputados ao agente a título de culpa, cuidando-se, outrossim,de crimes eminentemente preterdolosos.
Causas de aumento de pena
Justifica-se maior juízo de reprovação, com aplicação da marjorante, reprimindo, com mais severidade, a ação de pedófilos que engravidam as suas vítimas.
Da mesma forma, merece uma reprimenda mais severa aquele que, sabendo ou devendo saber ser portador de doença sexualmente transmissível, a transmite para a vítima em situação de vulnerabilidade.
Corrupção de menores
Classificação doutrinaria
Crime comum com relação ao sujeito ativo e próprio quanto ao sujeito passivo, pois o delito somente configurará se o induzido por alguém menos de 14 anos.
Objeto material e bem juridicamente protegido
É a dignidade sexual do menor de 14 anos bem como o direito a um desenvolvimento sexual condizente com a sua idade.
Sujeito ativo e sujeito passivo
Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de corrupção de menores, não havendo nenhuma qualidade ou condição especial exigida pelo tipo, sendo, portanto, um delito de natureza comum.
No que diz respeito ao sujeito passivo, somente menor de14 anos.
Consumação e tentativa
Embora o núcleo induzir nos dê a impressão de que a consumação ocorreria no momento em que a vítima, menos de 14 anos, fosse convencida pelo agente a satisfazer a lascívia de outrem, somos partidários da corrente que entende seja necessária a reutilização, por parte da vítima, de, pelo menos, algum ato tendente a satisfação da lascívia de outrem, cuidando-se, pois, de delito de natureza material.
Tratando-se de um crime plurissubsistente, admite-se a tentativa.
Elemento subjetivo
O dolo é o elemento subjetivo exigido pelo tipo penal que prevê o delito de corrupção de menores, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.
Modalidades comissiva e omissiva
O núcleo induzir pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente, podendo, no entanto, também ser praticado via omissão impropria, na hipótese em que ao agente, garantidor, dolosamente, podendo, nada fizer para impedir a pratica da infração penal.
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
Introdução
De acordo com o novo art. 218-A, podemos apontar os seguintes elementos que informam a figura típica:
A conduta de praticar conjunção carnal ou outro ato libidinoso.
Na presença de alguém menos de 14 anos.
Ou induzi-lo a presenciar a pratica desses atos.
Com a finalidade de satisfazer a lascívia própria ou de outrem.
Por outro lado, o artigo menciona também o menos de 14 anos, embora não realize nenhum ato de natureza sexual, é induzido pelo agente a presenciar, a assistir a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso. O núcleo induzir nos da a ideia de que o agente havia convencido o menor a presenciar os atos sexuais.
De acordo com a redação legal, a finalidade do agente, ao permitir ou a induzir que o menor assista a prática dos atos sexuais pode ser tanto dirigido á satisfação da própria lascívia, como a de terceiros. Pode ocorrer que alguém se satisfaça sexualmente em saber que o menor de 14 anos assiste por exemplo, a prática de conjunção carnal. Nesse caso, pode ser até mesmo uma terceira pessoa, que não esteja participando dos atos sexuais que estão sendo presenciados pelo menor de 14 anos. Seu voyeurismo, sua “tara sexual” pode se resumir ao fato de saber que aquela pessoa vulnerável assiste ao ato sexual praticado por outro.
Objeto material e bem juridicamente protegido
Os bens juridicamente protegidos pelo art. 218-A são o desenvolvimento e dignidade sexual do menor de 14 anos.
O objeto material é o menor de 14 anos que presencia a prática da conjunção carnal de outro ato libidinoso, a fim de satisfazer a lascívia do agente que prática os atos sexuais ou mesmo de outrem.
Sujeito passivo e sujeito ativo
Sujeito ativo pode ser considerado tanto o agente que prática os atos sexuais presenciados pelo menor de 14 anos, como um terceiro, que satisfaz a sua lascívia sabendo da presença do menor naquele local.
Sujeito passivo é o menor de 14 anos, que presencia a conjunção carnal ou a prática de outro ato libidinoso.
Elemento subjetivo
O dolo é o elemento subjetivo, não havendo previsão para a modalidade de natureza culposa.
Consumação e tentativa
O delito se consuma quando o menor de 14 anos, efetivamente, presencia a prática da conjunção carnal ou de outro ato libidinoso, satisfazendo, assim, a lascívia do agente que pratica os atos sexuais, ou mesmo de terceiro.
Trata-se de crime plurissubsistente, no qual se permite o fracionamento do inter criminis, torna-se perfeitamente admissível à tentativa.
Modalidades comissiva e omissiva
Os núcleos praticar ou induzir a presenciar pressupõe um comportamento comissivo por parte do agente. 
No entanto, o deleito poderá ser praticado via omissão imprópria quando o agente, atua na qualidade de garantidor.

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