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Resenha sobre o conto o rouxinol e a rosa de Oscar Wilde

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Isepam – Pedagogia – Sala 101 
Produção textual: Professsor Paulo Moura 
Resenha sobre o conto: “ O Rouxinol e a Rosa de Oscar Wilde” 
Grupo:____________________________________________________________________ 
O ROUXINOL E A ROSA - OSCAR WILDE 
 
“Ela disse que dançaria comigo se eu lhe trouxesse rosas vermelhas..., porém em todo o meu 
jardim não existe uma única rosa vermelha.” 
Este lamento do jovem estudante inicia o conto. Um rouxinol escuta o desabafo do rapaz por 
entre as folhagens do carvalho e admira-se com o encontro do verdadeiro amante: “Tenho 
cantado esse ser noite após noite, mesmo sem conhecê-lo: noite após noite contei sua história 
às estrelas, e só agora o encontrei...” 
O estudante continua chorando e lamentando sua triste sorte: não dançará com a mulher 
amada, pois não poderá satisfazer seu capricho. O rouxinol, encantado com a declaração de 
amor e o sofrimento do rapaz, fica em silêncio debaixo do carvalho pensando sobre os 
mistérios do amor. 
O lagartinho verde, a borboleta e a margarida riem da angústia do rapaz. 
O rouxinol alça voo para encontrar uma rosa vermelha que possa realizar os desejos 
decantados do jovem. 
Encontra roseiras de rosas brancas e amarelas e sob a janela do estudante, uma roseira de 
rosas vermelhas, mas que castigada pelo inverno não consegue dar vida a suas flores. 
Só há um jeito de consegui-la, mas é muito terrível... 
“Se quiser uma rosa vermelha, você terá de construí-la de música ao luar, tingindo-a com o 
sangue do seu próprio coração. Terá de cantar para mim a noite inteira, e o espinho terá de 
furar o seu coração, e o sangue que o mantém vivo terá de correr para as minhas veias, 
transformando-se em meu sangue.” 
O rouxinol pensa que a vida é um preço alto por uma rosa, porém está convencido de que o 
amor é melhor do que a vida... Voa novamente como uma sombra pelo jardim e, ao encontrar 
o jovem ainda deitado na relva, afirma que ele terá sua rosa e só lhe pede em troca que “seja 
um amante fiel e verdadeiro, pois o Amor é mais sábio do que a Filosofia, embora ela seja 
sábia, e mais poderoso do que o Poder, embora este seja poderoso.” 
O estudante não entende a profundidade das palavras do rouxinol, porque só conhecia as 
coisas que vêm escritas nos livros, mas o carvalho que abriga o ninho da família do rouxinol 
entende e pede uma última canção. O jovem diante do forte canto se questiona se o rouxinol 
teria sentimentos e conclui que como a maioria dos artistas ele é todo estilo, sem qualquer 
sinceridade. “Ele jamais se sacrificaria pelos outros.” 
Quando a lua surgiu, o rouxinol voou para a roseira e cravou se peito no espinho. Durante 
toda a noite, ele cantou o amor: o nascimento, a paixão entre a alma de um homem e uma 
mulher e o amor que fica perfeito com a morte... 
A rosa ficou rubra, a lua se esqueceu da madrugada, mas o rouxinol não pode ver as pétalas 
florescendo ao frio do ar da manhã pois estava caído na relva, morto com um espinho 
atravessado no peito. 
O estudante acorda e vê a linda rosa, preocupa-se com o nome que teria em latim. 
Corre para a casa da filha do professor. Encontra a jovem sentada na porta e entrega a rosa 
vermelha: 
“Aqui está a rosa mais vermelha do mundo inteiro. Use-a junto ao seu coração hoje à noite, 
e enquanto estivermos dançando eu lhe direi o quanto a amo.” 
A moça, aborrecida, disse que a rosa não combinaria com seu vestido, além do mais ganhou 
uma joia de verdade do sobrinho de um homem ilustre. 
O estudante com raiva atira a rosa na rua, onde ela cai na sarjeta e uma carroça acaba 
passando por cima. 
O estudante volta para seu quarto e começa a ler um livro empoeirado. 
“Que coisa tola é o amor! Não tem a metade da utilidade da Lógica, pois não prova nada, e 
fica sempre dizendo a todo mundo coisas que não são verdades. Enfim, não é nada prático e, 
como hoje em dia ser prático é o importante, vou voltar à Filosofia e estudar Metafísica.” 
 
“O Rouxinol e a rosa” é um dos contos do livro “Histórias de fadas”, publicado pela primeira 
vez em 1888. O autor, Oscar Wilde, escreveu estas histórias para os próprios filhos e sua 
intenção era mostrar, além dos príncipes, gigantes e rouxinóis, a vida como ela é e como deve 
ser vivida. A beleza poética das histórias resgata a tristeza do tema: cada personagem assume 
a beleza e a feiura, a riqueza e a miséria humana. 
Conheci este conto quando aos 21 anos e lembro como me impressionou a beleza e a 
ingratidão retratadas. Uma referência que sempre esteve presente na compreensão do 
mundo e na forma como protegi meus ideais dos outros. A poesia do rouxinol e a busca de 
realização dos desejos do jovem convivem em meus pensamentos e tento não despedaçar o 
que consigo florescer no mundo. 
Surpreendi-me quando conheci o livro “Histórias de fadas” e descobri que o conto que tanto 
me emocionou foi elaborado para o público infantil. Se todas as crianças pudessem ler as 
histórias de fadas de Oscar Wilde, certamente, amadureceriam adultos mais fortes e 
conscientes dos próprios papéis.

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