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Prof. Carlos Guimarães UNIDADE II Custos e Preços Introdução Sistemas de Custeio: Custeio por absorção; Custeio baseado em atividades (ABC). Agenda Nosso intuito é o de apresentar a sistemática de alocação dos custos aos produtos segundo a abordagem do custeio baseado em atividades (ABC) que é um método que procura reduzir as distorções causadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. Sistemas de Custeio – introdução O Sistema de Custeio ABC pode ser uma ferramenta que permite melhor visualização dos custos por meio da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os produtos e a necessidade de uma definição das atividades relevantes dentro dos departamentos, dos direcionadores de custos de recursos que irão alocar os diversos custos incorridos às atividades. Sistemas de Custeio – introdução Apresentaremos algumas diferenças com os sistemas tradicionais, com a atenção voltada para a alocação dos custos indiretos. Veremos que o ABC propõe o uso do rastreamento por meio dos direcionadores de custos, sendo dois tipos de direcionadores: os de recursos para as atividades e o de atividades aos produtos. O intuito é a redução na arbitrariedade dos critérios de rateio, já que o ABC é visto como uma ferramenta importante para a gestão da empresa, contudo sua metodologia ainda possui a necessidade de ratear por ainda conter certo grau de subjetividade. Sistemas de Custeio – introdução A título de exemplo, segue comparação entre o rateio (do custeio por absorção) e o rastreamento (do custeio baseado em atividades): Sistemas de Custeio Rateio Rastreamento Ocorre quando não for possível a alocação direta ou o rastreamento Ocorre quando não for possível a alocação direita Definido de forma arbitrária e subjetiva Definido por meio de pesquisas e estudos Não representa a verdadeira relação entre custo e atividade Identifica relação de causa e efeito: relação mais verdadeira Aplicado por meio de critério definido pelo gestor Utiliza direcionadores de custos Segundo Martins (2009), no método de custeio baseado em atividades – ABC (Activy-Based Costing), as atividades consomem recursos e os produtos consomem atividades procurando reduzir as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. A exigência de uma melhor alocação dos custos indiretos deve-se ao avanço tecnológico e crescente complexidade dos sistemas de produção e também pela grande diversidade de produtos e modelos fabricados. Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Custeio por absorção: ABC: Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Recursos Produtos Recursos Atividades Produtos Nesse método de custeio, assume-se como pressuposto que os recursos de uma empresa são consumidos por suas atividades e não pelos produtos que ela fabrica. Os produtos surgem como consequência das atividades consideradas estritamente necessárias para fabricá-los e/ou comercializá-los, e como forma de se atender a necessidades, expectativas e anseios dos clientes. Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Assim, o custeio baseado em atividade atribui os custos de acordo com o padrão de consumo de recursos dos produtos. Se isso for verdade, então, o custeio baseado em atividade deve produzir custos mais precisos dos produtos se houver diversidade do produto, apenas porque os direcionadores em nível unitário não conseguem capturar o padrão completo de consumo de produtos. Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Afinal, o que são direcionadores de custos? Direcionador de custos é o fator que determina o custo de uma atividade devendo ser o fator que determina ou influencia a maneira como os produtos “consomem” (utilizam) as atividades. Assim, o direcionador de custos será a base utilizada para atribuir os custos das atividades aos produtos. Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Vai um zoom Recursos Atividades Produtos ou serviços Direcionadores de custos de recursos Direcionadores de custos de atividades Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Recursos Atividades Produtos ou serviços Direcionadores de custos de recursos Direcionadores de custos de atividades Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Direcionador: fator que determina o custo de uma atividade e de um produto. Direcionador de recursos: quanto de recursos foram consumidos pelas atividades? Direcionador de atividades: quanto de atividade foi consumida pelo produto? 1º estágio 2º estágio Não existe uma lista de direcionadores que as empresas devem utilizar, mas elas podem estudar aqueles que permitem alocar os custos aos produtos de modo que representa o valor mais próximo da realidade. A título de exemplo, têm-se os seguintes direcionadores: Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades EXEMPLOS DE DIRECIONADORES Número de inspeções Número de recebimentos Número de requisições Tempo de processamento Tempo de armazenamento Número de chamadas As atividades consideradas estritamente necessárias para fabricar os produtos consomem os recursos. Mas como identificamos que a atividade consumiu recurso? Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Por meio dos direcionadores de tipo 1, os produtos, por sua vez, consomem as atividades cujos custos anteriormente atribuídos passam agora para os produtos direcionadores de tipo 2. Ou seja, são dois estágios: 1. Os custos são transferidos dos departamentos para as atividades; 2. Os custos são transferidos das atividades para os produtos. Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Didaticamente, as atividades podem ser organizadas em cinco níveis gerais: 1. Atividades da unidade de produto: são realizadas cada vez que uma unidade é produzida. 2. Atividades de lotes: são realizadas cada vez que se lida com um lote ou ele é processado, independentemente do número de unidades nele contido. 3. Atividades do produto: relacionadas com produtos específicos, precisam ser executadas de modo típico, independentemente da quantidade de lotes em execução ou das unidades que estão sendo produzidas. Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades Didaticamente, as atividades podem ser organizadas em cinco níveis gerais: (cont.) 4. Atividades do cliente: relacionadas a clientes específicos, compreendem atividades como atendimento de pedidos por telefone. 5. Atividades de sustentação da organização: são executadas independentemente de qual cliente é atendido, quais produtos são fabricados e quantos lotes são processados, ou quantas unidades são feitas. Sistemas de Custeio – apuração dos custos das atividades O que são direcionadores de custos? a) É o fator que determina o custo de uma atividade. b) É o preço que se paga. c) É a direção que o administrador deve tomar para economizar. d) É a etapa da despesa que gera lucro. e) É o custo total. Interatividade Alocação de custos das atividades aos produtos. Exemplo: Custeio Baseado em Atividades (ABC). Agenda A partir da premissa de que são as atividades que consomem recursos e essas são consumidas por produtos e outros objetos de custo, Hansen & Moween (2001) explicam as seis etapas essenciais para o projeto de implantação de um sistema ABC: 1. Identificar, definir e classificar as atividades e os atributos-chave. Identificar refere-se a descrever a ação pretendida como “receber materiais”. Sistemas de Custeio – alocaçãode custos das atividades aos produtos A definição é feita a partir da descrição dos atributos de atividades, que detalha as tarefas realizadas em uma atividade, os tipos de recursos consumidos por ela, o tempo gasto pelo funcionário, os objetos de custos que a consomem e uma medida de consumo de atividade que é o próprio direcionador de atividade. A classificação das atividades refere-se à atribuição das atividades em um dos dois grupos: das atividades primárias, as quais são consumidas por um objeto de custo; das atividades secundárias, consumidas por atividades primárias ou outras secundárias. Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos 2. Atribuir o custo dos recursos para as atividades. Nessa etapa identificam-se quais são os recursos consumidos em cada atividade e seus respectivos custos. Para tanto, é necessário utilizar o rastreamento direto ou por direcionador. Os direcionadores de recursos são os fatores que medem quanto cada atividade consome de recursos, permitindo que esses sejam atribuídos àquelas. Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos 3. Atribuir o custo das atividades secundárias para as atividades primárias, em que cada atividade primária funciona como um direcionador de atividade e, a partir da determinação dos direcionadores, verifica-se que proporção cada atividade primária consome das secundárias. Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos 4. Identificar os objetos de custo e especificar a demanda de cada atividade consumida por objeto de custo específico. Isso é feito a partir de dois tipos de direcionadores de: Transação: medem quantas vezes uma atividade é realizada, assim como a quantidade de tratamentos e de pedidos. Duração: medem o tempo requerido para realizar uma atividade. Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos 5. Calcular as taxas de atividades primárias a partir da divisão dos custos das atividades orçadas pela capacidade prática de atividades, sendo que a capacidade de atividade é a quantidade de produto da atividade. 6. Atribuir os custos de atividades aos objetos de custo que as consumiram, a partir da multiplicação das taxas de atividade pela quantidade que o objeto de custo consumiu de cada atividade. Ressalta-se que um objeto de custo pode ser, por exemplo, um produto, um lote, uma ordem ou encomenda. Vamos fazer um exemplo: Sistemas de Custeio – alocação de custos das atividades aos produtos A Fashion SA é empresa de confecções que produz dois tipos de produtos, de acordo com as informações a seguir: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Produto Volume mensal de produção Preço de venda unitário Camisetas 18.000 un. R$ 10,00 Calças 13.000 un. R$ 16,00 O gestor da empresa nos informou que tudo que foi produzido foi vendido. Além disso, fomos informados de que a empresa possui dois departamentos de produção: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Departamentos de produção Corte e costura Compras Com relação a seus custos e despesas, a empresa nos informou o seguinte: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Custos diretos por unidade Camisetas Calças Tecido $ 3,00 $ 3,00 Mão de obra direta $ 0,50 $ 0,75 TOTAL $ 3,50 $ 3,75 Custos indiretos Aluguel $ 24.000 Material de consumo $ 12.000 TOTAL $ 36.000 Despesas Administrativas $ 5.000 Com vendas $ 2.000 TOTAL $ 7.000 Para alocar os custos aos produtos e encontrar a Demonstração de Resultados da Fashion SA, vamos acompanhar os seguintes passos: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Passos Tarefas 1º passo Identificar as atividades relevantes 2º passo Atribuir custos às atividades 3º passo Atribuir os custos unitários aos produtos 4º passo Demonstração dos resultados da produção 1º passo: identificar as atividades relevantes: Para identificar as atividades relevantes da empresa, precisamos de mais algumas informações do gestor da empresa. Ele nos informa que a empresa tem os seguintes departamentos, bem como os processos dentro de cada departamento, de onde foram destacadas as duas atividades relevantes: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Departamentos Atividades Compras Comprar materiais Corte e costura Cortar e costurar 2º passo: atribuir custos às atividades: A metodologia do Custeio Baseado em Atividades diz que primeiro deve-se alocar custos às atividades. Vimos que isso é feito por meio dos direcionadores de custos, informação obtida por meio de pesquisas e entrevistas com os colaboradores envolvidos nas duas atividades identificadas como relevantes. Dessa forma, os direcionadores de custos às atividades, bem como o custo indireto a que se referem, são: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Custos indiretos Direcionadores Aluguel Área utilizada Material de consumo Número de requisição 2º passo: atribuir custos às atividades, dessa forma, os custos totais de cada atividade são: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Departamentos Atividades Custos Compras Comprar materiais 17.000 Corte e costura Cortar e costurar 19.000 TOTAL 36.000 3º passo: atribuir os custos unitários aos produtos: Depois de identificada as atividades relevantes, seus direcionadores de recursos e respectivos custos, temos condição de ir ao terceiro passo, que é atribuir custos das atividades aos produtos, ou seja, é custear os produtos. Para isso devemos levantar os direcionadores das atividades aos produtos. Para nosso exemplo, vamos considerar os seguintes direcionadores, bem como suas quantidades: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Direcionadores das atividades Departamentos Atividades Direcionadores Compras Comprar materiais Número de pedidos Corte e costura Cortar e costurar Tempo de corte e costura 3º passo: atribuir os custos unitários aos produtos: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Quantidade de direcionadores para cada produto Direcionadores Camisetas Calças Total Número de pedidos 150 200 350 Tempo de corte e costura 2.160 2.600 4.760 Com base nessas informações anteriores, já podemos alocar os custos das atividades aos produtos da seguinte maneira: Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Comprar materiais Custo total 17.000 Direcionadores: número de pedidos Camisetas Calças TOTAL Número de pedidos 150 200 350 Direcionador unitário 17.000/350 = 48,571 Custo de comprar materiais 150 x 48,571 = 7.286 200 x 48,571 = 9.714 17.000 Cortar e costurar Custo total 19.000 Direcionadores: tempo de corte e costura Camisetas Calças TOTAL Tempo de corte e costura 2.160 2.600 4.760 Direcionador unitário 19.000/4.760 = 3,992 Custo de cortar e costurar 2.160 x 3,992 =8.622 2.600 x 3,992 =10.378 19.000 Por fim, atribuídos os custos indiretos aos produtos e não tendo dificuldade na alocação dos custos diretos já é possível irmos para o quarto passo, a elaboração de Demonstração de Resultados da Fashion SA. Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Camisetas Calças Total Receita de Vendas 180.000 208.000 388.000 (-) Tecido - 54.000 - 39.000 - 93.000 (-) Mão de Obra Direta - 9.000 - 9.750 - 18.750 Custos Diretos – Subtotal -63.000 -48.750 -111.750 (-) Comprar Materiais - 7.286 - 9.714 - 17.000 (-) Cortar e Costurar - 8.622 - 10.378 -19.000 Custos Indiretos – Subtotal -15.908 -20.092 -36.000 (=) Lucro Bruto 101.092 139.158 240.250 (-) Administração - 5.000 (-) Vendas -2.000 (=) LAIR - - 233.250 Camisetas Calças Total Receita de vendas 180.000 208.000 388.000 (-)Tecido - 54.000 - 39.000 - 93.000 (-) Mão de obra direta - 9.000 - 9.750 - 18.750 Custos diretos – subtotal -63.000 -48.750 -111.750 (-) Comprar materiais - 7.286 - 9.714 - 17.000 (-) Cortar e costurar - 8.622 - 10.378 -19.000 Custos indiretos – subtotal -15.908 -20.092 -36.000 (=) Lucro bruto 101.092 139.158 240.250 (-) Administração - 5.000 (-) Vendas -2.000 (=) LAIR - - 233.250 4º passo: demonstração de resultados. Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Sistemas de Custeio – exemplo: Fashion SA Camisetas Calças Total Receita de vendas 180.000 208.000 388.000 (-) Tecido - 54.000 - 39.000 - 93.000 (-) Mão de obra direta - 9.000 - 9.750 - 18.750 Custos diretos – subtotal -63.000 -48.750 -111.750 (-) Comprar materiais - 7.286 - 9.714 - 17.000 (-) Cortar e costurar - 8.622 - 10.378 -19.000 Custos indiretos – subtotal -15.908 -20.092 -36.000 (=) Lucro bruto 101.092 139.158 240.250 (-) Administração - 5.000 (-) Vendas -2.000 (=) LAIR - - 233.250 A classificação das atividades refere-se à atribuição das atividades em um dos dois grupos: das atividades primárias e das atividades secundárias. O que são atividades primárias? a) As despesas de marketing. b) As consumidas por atividades primárias ou outras secundárias. c) As quais são consumidas por um objeto de custo. d) As despesas que geram lucro. e) As despesas com o pessoal de marketing. Interatividade Utilização do ABC para avaliação de desempenho. ABC e o custeio variável. Vantagens e desvantagens do custeio baseado em atividades. Custos para controle. Agenda Para Martins (2009), o ABC possibilita a análise de custos sob duas visões: A visão econômica de custeio é uma visão vertical, que apropria os custos aos objetos de custeio pelas atividades realizadas em cada departamento. A visão de aperfeiçoamento de processos é uma visão horizontal, que capta os custos dos processos pelas atividades realizadas nos vários departamentos funcionais. Utilização do ABC para avaliação de desempenho Vale ressaltar que a visão horizontal possibilita analisar o processo de maneira interdepartamental, possibilitando que seja analisado, custeado e aperfeiçoado por meio da melhoria de desempenho na execução das atividades. O ABC poderá propiciar economias que justifiquem a relação custo-benefício do projeto, pois com a implantação de um sistema de custos baseado nesse método pode dar origem a uma reengenharia de processos, tornando-se um instrumento de mudanças. Utilização do ABC para avaliação de desempenho Ainda segundo Martins (2009), a Gestão Baseada em Atividades apoia-se no planejamento, na execução e na mensuração do custo das atividades para obter vantagens competitivas; utiliza o Custeio Baseado em Atividades e caracteriza-se por decisões estratégicas como: Alterações no mix de produtos; Alterações no processo de formação de preços; Alterações nos processos; Redesenho de produtos; Eliminação ou redução de custos de atividades que não agregam valor; Elaboração de orçamentos com base em atividades etc. Utilização do ABC para avaliação de desempenho Assim, um projeto de implementação de ABC pode propiciar ampla gama de informações, mas é necessário definir o escopo do projeto, que pode incluir itens como: Custeio de produtos, linhas ou famílias de produtos; Inclusão ou não de gastos com vendas e administração no custo de produtos, linhas ou famílias; Custeio de: processos, de canais de distribuição, de clientes, mercados e segmentos de mercado; Utilização do ABC para avaliação de desempenho Análise de lucratividade desses objetos custeados; Utilização de custos históricos ou predeterminados; Será também sistema de acumulação ou apenas de análise de custos; Se o sistema será recorrente ou de uso apenas etc. Utilização do ABC para avaliação de desempenho Para Martins (2009), a grande crítica ao uso do ABC está no problema do rateio dos custos fixos. O uso do ABC identifica o custo das atividades e dos processos, possibilitando uma visão muito mais adequada para a análise da relação custo/benefício de cada uma das atividades e dos processos. Permite verificar quanto se gasta em determinadas atividades, tarefas e processos, em que não se agrega valor ao produto, mesmo atento na presença de algum nível de erro e mesmo de arbitrariedade nos rateios. Pode-se chegar ao custo e às despesas globais de um produto dividido em duas parcelas: Custos e despesas variáveis; Custos e despesas fixos apropriados ao ABC. ABC e o custeio variável Assim como todo sistema de custeio, o custeio baseado em atividades apresenta algumas vantagens e desvantagens, as quais estão descritas a seguir: Vantagens Diminui a arbitrariedade dos critérios de rateios; Permite a identificação de atividades que não adicionam valor ao produto ou ao cliente; Permite a otimização de processos e eliminação de desperdícios; Determina os custos dos produtos com maior precisão. Vantagens e desvantagens do custeio baseado em atividades Desvantagens: Dificuldade em determinar a correlação entre as atividades e seus direcionadores de custos; A seleção de um direcionador pode sofrer arbitrariedade como nos critérios de rateios; É dispendioso; Não diferencia os custos e as despesas fixas e variáveis, por isso deve ser operado conjuntamente com outros métodos de custeio. Vantagens e desvantagens do custeio baseado em atividades Depois de conhecermos os vários métodos de custeio, vamos conhecer um pouco dos custos para controle, o conceito e as diferenças de custo-padrão como: Custo ideal; Custo estimado; Custo corrente. Custos para controle Custo ideal Considera que a empresa está sempre trabalhando nas melhores condições possíveis de matéria-prima, de MOD de tecnologia; não considera ineficiências; é teórico e voltado para decisões de longo prazo. Considera recursos que a empresa deveria ter (é idealizado). Custos para controle Custo estimado É baseado totalmente em experiência histórica, não considera muito as ineficiências nem as possibilidades de melhorias. É bem prático e considera recursos que a empresa tem. Custos para controle Custo corrente Considerado como prático e teórico, considera os fatores que a empresa tem, que existem ineficiências, sendo que algumas podem ser sanadas, considera melhorias e que é o método que pode mais se aproximar da realidade da empresa, portanto, é o mais usado pelas empresas. Significa o estabelecimento de uma meta atingível. Custos para controle Conheceremos a importância da análise das variações: de preço, de quantidade e mista, para materiais (como a matéria-prima), MOD e materiais indiretos e a maneira de investigar se as variações se devem a: Qualidade da matéria-prima usada foi inferior a recomendada; Se a baixa qualidade da MOD aumentou o consumo de prata em função de desperdício ou erros no processo produtivo; Se faltou negociação ou incapacidade de negociação do departamento de compras. Custos para controle O conhecimento dos resultados permite ao gestor o desenvolvimento de planos estratégicos para a boa condução dos seus empreendimentos. Ele precisa de elementos analíticos que possibilitem tomadas de decisão (avaliação de desempenho) nos momentos certos, informações para efetuar as mudanças de rumo necessárias e a identificação de setores produtivos ou de fases do processo produtivo com problemas de custo ou lucratividade. Custos para controle – custo padrão Em 1915, quando a estrutura básica da Contabilidade de Custos havia sidocompletada com o refinamento das técnicas do fluxo de custos e a questão do uso apropriado de taxas de rateio, estava sendo desenvolvido o método do custeio por absorção. Houve, então, a busca de uma maior eficiência baseada na utilização de matérias- primas e mão de obra. Custos para controle – custo padrão Os padrões físicos transformaram-se em padrões de custos. Era o desenvolvimento do sistema de custo-padrão. Os custos padrões foram inicialmente introduzidos no Japão após a Segunda Guerra Mundial e a Nippon Electronics Company (NEC) foi uma das primeiras empresas japonesas a adotá-lo para todos os seus produtos. Custos para controle – custo padrão Para o estabelecimento de custos padrões é necessário que sejam desenvolvidos os padrões para os principais elementos que compõem os custos dos produtos: mão de obra direta, materiais diretos e os CIF consumidos na produção. Ou seja, um sistema de custo padrão, em comparação entre o realizado e o padrão estabelecido, cada um desses custos possui duas possibilidades de variações divididas entre: Variações de preços relativas à diferença entre o preço padrão e o real por unidade multiplicado pela quantidade real de unidades consumidas; Custos para controle – custo padrão Variações de consumo, relacionadas à quantidade utilizada de materiais e eficiência da produção, ou seja, é a diferença entre a quantidade padrão e a real de unidades consumidas, multiplicadas pelo preço padrão unitário. Essa divisão permite que os gestores analisem e controlem melhor a variação total, já que podem verificar a sua origem. Poderíamos propor o seguinte esquema: Custos para controle – custo padrão Variação Total = Variação de Preço + Variação de Consumo [(PR x QR) – (PP x QR)] + [(PP x QR) – (PP x QP)] Em que: PR = Preço Real PP = Preço Padrão QR = Quantidade Real QP = Quantidade Padrão. Custos para controle – custo padrão De acordo com Garrison e Noreen (2001, p. 306), um padrão é uma referência (bench-mark), ou norma, para a avaliação do desempenho. Padrões são amplamente empregados na contabilidade gerencial, em que são relacionados à quantidade e ao custo dos insumos empregados na produção dos bens ou na prestação de serviços. As quantidades padrões indicam quanto de um insumo deve ser empregado na fabricação de uma unidade do produto ou na prestação de uma unidade de serviço. Os custos (preços) padrões indicam qual deve ser o custo, ou preço de compra, do insumo. Custos para controle – custo padrão As quantidades e os custos reais dos insumos são comparados com esses padrões. Se ocorrerem divergências significativas, os gerentes investigam, com o objetivo de descobrir a causa do problema e eliminá-la, de modo que não se reproduza. Em outras palavras, os custos padrões representam valores ideais de material direto, mão de obra direta e custos indiretos de fabricação, criteriosamente predeterminados, em conformidade com as especificações do produto e as condições operacionais da empresa. Custos para controle – custo padrão Essas organizações podem utilizar a chamada folha de custo padrão, em que estão estabelecidos detalhadamente para cada produto: os padrões de materiais, mão de obra e custo indireto e que mune o gerente de uma grande quantidade de informações pertinentes aos insumos necessários à produção de uma unidade e seus respectivos custos. São três as principais categorias de custo padrão: Custo padrão estimado: Custo padrão ideal: Custo padrão básico ou corrente: De modo resumido, temos: Custos para controle – custo padrão Quadro – resumo das características de custo ideal, corrente e estimado Ideal Corrente Estimado Considera os melhores fatores de produção que DEVERIA TER Leva em conta fatores de produção que a empresa TEM Leva em conta fatores de produção que a empresa TEM Exclui as ineficiências que “cientificamente” não podem ser eliminadas Considera algumas ineficiências. Só exclui as que, de fato, podem ser sanadas Parte do passado e introduz algumas modificações esperadas Obtido por meio de estudos teóricos Obtido por meio de pesquisas e testes práticos Considera aspectos práticos Foco no longo prazo Foco de curto e médio prazo Custos que deveria ter se a empresa conseguisse atingir certos níveis de desempenho Custo que a empresa deverá ter, ou que normalmente deverá obter O custeio baseado em atividades apresenta algumas vantagens e desvantagens, as quais estão descritas a seguir. Destas, qual é a desvantagem? a) Diminui a arbitrariedade dos critérios de rateios. b) Permite a identificação de atividades que não adicionam valor ao produto ou ao cliente. c) Permite a otimização de processos e eliminação de desperdícios. d) Determina os custos dos produtos com maior precisão. e) É dispendioso. Interatividade Pequena revisão de custo fixo / custo variável – Unidade I. Análise de custo x volume. Conceito de ponto de equilíbrio. Agenda A classificação dos custos em relação ao volume de produção, então, dará ênfase às quantidades produzidas, sendo subdivididos os custos em fixos e variáveis. Agora, nosso objetivo é fazer com que você conheça os principais aspectos da forma de apuração de custos, pois se entende como função de acumulação de custos qualquer segmento da entidade em que se deseje apurar custos. Para isso, vamos conhecer outras classificações de custos. Custos classificação – revisão Os custos fixos independem do volume de produção, dentro de um período relevante, ou seja, não apresentam qualquer variação em função do nível de produção. Esses custos, em termos gráficos, se comportarão paralelamente ao eixo das quantidades, tendo em conta não apresentarem variação qualquer que seja a quantidade produzida. Ou seja, se uma indústria cerâmica, que produz aparelhos de jantar, produzir um milhão de peças ou uma única peça, seus custos fixos permanecerão os mesmos. Graficamente tem-se o comportamento dos custos fixos como mostra a figura 4. Custos fixos – revisão Figura 4 – comportamento dos custos fixos no curto ou médio prazo Custos fixos – revisão Volume de atividade Custo fixo Custo ($) Então, se o aluguel da área de produção for, por exemplo, de R$ 500, esse valor não varia com a unidade produzida, nem tende a variar no curto prazo, como dois meses, três ou mais. Se a empresa produzir 100 unidades terá que pagar o valor integral do aluguel, se produzir 1 unidade também. Perceba outra coisa, o custo fixo não se inicia no zero. Isso porque independentemente de qualquer volume produzido, ele vai existir (como falamos, produzindo ou não, terá que pagar o aluguel; vendendo ou não o produto, teremos que pagar o aluguel no final do mês). Custos fixos – revisão Os custos variáveis se alteram em função do volume da produção, ou seja, sempre apresentarão algum grau de variação em função das quantidades produzidas. Graficamente, os custos variáveis se apresentam conforme mostra a figura 5. Custos variáveis – revisão Figura 5 – comportamento dos custos variáveis Volume de atividade Custo variável Custo ($) Vamos relembrar um pouco o comportamento dos custos fixos por meio de um exemplo. A empresa Soneca produz travesseiros e, por meio dos levantamentos da Contabilidade de Custos, sabe que possui um total de custos fixos de R$ 20.000 mensais; os custos variáveis são de R$ 8,00 a unidade e o preço de venda do travesseiro é R$ 20,00 por unidade, conforme tabela a seguir: Custos Lista de gastos da soneca Custos fixos R$ 20.000,00 Custos variáveisR$ 8,00 / Un Preço de venda R$ 20,00 / Un Se a Soneca produzir, por exemplo, 1.000 unidades, seus custos fixos serão de R$ 20.000,00 mensais; se a Soneca produzir 500 unidades também; a mesma coisa se ela não produzir em determinado período. Os custos variáveis possuem comportamento diferente. Eles variam conforme a produção, ou seja, quanto mais se produzir, mais será consumido. No caso da Soneca, vamos imaginar a produção de zero, 100, 500 e 1.200 unidades. O comportamento dos custos variáveis será: Custo variável Comportamento dos custos variáveis Travesseiros vendidos Custo variável total 0 un R$ 0 100 un R$ 800 500 un R$ 4.000 1.200 un R$ 9.600 Diferente dos custos fixos, os custos variáveis aumentam proporcionalmente em relação à quantidade de itens produzidos e vendidos. Dessa forma, o custo total da Soneca é formado pela soma dos custos fixos mais custos variáveis, seguindo as quantidades vendidas e produzidas estabelecidas anteriormente, teríamos: Custo total Custos totais da Soneca Travesseiros vendidos Custo variável total Custo fixo Total 0 un R$ 0 R$ 20.000 R$ 20.000 100 un R$ 800 R$ 20.000 R$ 20.800 500 un R$ 4.000 R$ 20.000 R$ 24.000 1.200 un R$ 9.600 R$ 20.000 R$ 29.600 Graficamente, o comportamento dos custos totais da Soneca é: Custos fixos + variáveis Figura 26 – Comportamento do Custo Total Fonte: Martins (2009, p. 255). $ Custos Volume de atividade Variáveis Fixos O ponto de equilíbrio representa o valor em quantidades produzidas (e vendidas) em que as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais (fixos e variáveis). Daí vem a terminologia “equilíbrio”, ou seja, quando a empresa equilibra suas receitas com seus custos e despesas. O ponto de equilíbrio também é conhecido por ponto de ruptura (break-even point) e nasce do encontro entre os custos e as despesas totais (fixos e variáveis) com as receitas totais. Nessa situação, o lucro é igual a zero: Receitas totais menos custos (e despesas) totais iguais a zero. Conceito de ponto de equilíbrio Graficamente, temos: Conceito de ponto de equilíbrio – gráfico Figura – Ponto de Equilíbrio Fonte: adaptado de Martins (2009, p. 258). Receitas Volume Prejuízo PE Variáveis Fixos $ Custos e despesas totais Lucro Receita Custos Ao acompanhar o gráfico anterior, verificamos que até o ponto de equilíbrio (antes), a empresa está tendo mais custos e despesas do que receitas, encontrando-se, por isso, na faixa do prejuízo; acima, entra na faixa do lucro. Assim, podemos afirmar que esse ponto é definido tanto em unidades (volume) quanto em valores monetários, no caso em reais (R$). Considere, por exemplo, uma empresa com esta situação: Conceito de ponto de equilíbrio Preço de venda R$ 500 / unidade Custos e despesas variáveis R$ 350 / unidade Custos e despesas fixas R$ 600.000 / mês Qual será o volume mínimo que essa empresa deveria produzir (e vender) para que ela não tenha prejuízo? Em outras palavras, calcule o Ponto de Equilíbrio (PE). Resolução: No ponto de equilíbrio, temos que as receitas totais são equivalentes aos custos e às despesas totais. Considerando “Q” como quantidade, temos: Conceito de ponto de equilíbrio Receita Total = (Custos Totais + Despesas Totais) 500 Q = (350 Q + 600.000) 500 Q – 350 Q = 600.000 150 Q = 600.000 Q = 4.000 unidades Percebam que, neste momento, o conceito de Margem de Contribuição foi utilizado. Margem de Contribuição unitária é encontrada pela diferença entre o preço de venda e os custos e as despesas variáveis do produto, sendo que $ 500/un. – $ 350/un. = $150/un. representa a Margem de Contribuição unitária (MC unit.). Assim, podemos calcular o ponto de equilíbrio da seguinte forma: Conceito de ponto de equilíbrio (Custos + Despesas Fixas) Margem de Contribuição Unitária PE = Você já deve estar se perguntando: e para encontrar o ponto de equilíbrio em reais (R$)? Nesse caso, basta multiplicarmos a quantidade em unidades encontrada no cálculo do Ponto de Equilíbrio (PE) pelo valor da receita unitária. Esse cálculo é simples, veja: Conceito de ponto de equilíbrio 4.000 un. X $500/un. = $ 2.000.000/mês = PE em Reais O que representa o ponto de equilíbrio? a) Representa o valor em quantidades produzidas (e vendidas) em que as receitas totais se igualam aos custos e às despesas totais (fixos e variáveis). b) Representa a soma dos custos variáveis. c) Representa os custos fixos menos os custos variáveis. d) Representa a receita total mais os custos variáveis. e) Representa a receita total menos os custos fixos. Interatividade ATÉ A PRÓXIMA!
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