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revisão para av2 empresarial II

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Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 1 
 ATOS CAMBIAIS 
 
 
1. ENDOSSO 
 
 
 
 Conceito: é o ato cambiário mediante o qual o credor do título de crédito. Na 
prática, ele é feito pela assinatura do proprietário do título no verso ou no anverso do 
documento. 
 
 
 Efeitos: 
 
- a transferência da titularidade do crédito do endossante para o endossatário; 
- a coobrigação do endossante na obrigação pecuniária com o endossatário e 
com os demais endossantes anteriores pelo cumprimento da dívida. 
 
 
 
 Obs.: Endosso parcial ou limitado a certo valor da dívida representada no 
título e Endosso subordinado a alguma condição. 
 
 
CUIDADO= Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante 
do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação 
constante do título. 
 
 
 Endosso em branco 
 
 É aquele que é dado com a simples assinatura do endossante no verso ou 
na face do título, sem que conste a designação da pessoa a quem se 
transfere o título; 
 Para que haja a transferência do título, basta a tradição manual e, então, a 
circulação se faz como se ao portador fosse; 
 
 Endosso em preto 
 
 É aquele no qual se verificam todos os elementos do endosso: 
 
- Cláusula de transmissão (“paga-se a fulano..”), 
- Nome do endossatário (nome da pessoa a quem a letra é transferida) e 
- Assinatura do endossante (ou de seu mandatário com poderes especiais). 
Somente a assinatura deve ser de próprio punho, as demais podem ser escritas por 
terceiros ou datilografadas, feitas por carimbo, impressas, etc 
 
 
 Endosso em branco e endosso em preto: o beneficiário do endosso em branco 
pode tomar três atitudes: 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 2 
 
 
 transformá-lo em endosso em preto, completando-o com o seu nome ou de 
terceiro; 
 endossar novamente o título, em branco ou em preto; ou 
 transferir o título sem praticar novo endosso, ou seja, pela mera tradição da 
cártula (art. 14 da Lei Uniforme e art. 913 do CC). 
 
 Endosso Póstumo 
 
 Endosso sem garantia 
 
 Quem transfere um título, em regra, é coobrigado pelo seu pagamento. Porém, se 
houver cláusula em sentido contrário ocorrerá o endosso sem garantia, caso em que o 
endossante não responde pelo pagamento do título 
 
 
 
OBS.: CLÁUSULA PROIBITIVA DE NOVO ENDOSSO- ARTIGO 15 LUG 
 
 
 
 
 
 MODALIDADES DE ENDOSSO: 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 3 
 
 
 
 
 Endosso-caução: também chamado de endosso-pignoratício ou endosso-
garantia, está previsto no art. 19 da Lei Uniforme (no mesmo sentido é o art. 
918 do CC), e dá-se quando o endossante transmite o título como forma de 
garantia de uma dívida contraída perante o endossatário. 
 
 
 
PERGUNTA..... 
ATÉ QUANDO UM TÍTULO CIRCULA NO MERCADO POR MEIO DE ENDOSSO ? 
 
 Endosso- mandato: previsto no art.18 da Lei Uniforme (no mesmo sentido é o 
art. 917 do CC). Através dele, o endossante confere poderes ao endossatário 
para agir como seu legítimo representante, exercendo em nome daquele os 
direitos constantes do título, podendo cobrá-lo, protestá-lo, executá-lo etc. 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 4 
 
 
Código Civil, 
 
Art. 917: A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao 
endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição 
expressamente estatuída. 
§1º: O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o título na 
qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. 
§2º: Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde 
eficácia o endosso mandato. 
§3º: Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as 
exceções que tiver contra o endossante 
 
 
- JURISPRUDÊNCIAS: 
 
TÍTULO DE CRÉDITO. PROTESTO INDEVIDO. BANCO ENDOSSATÁRIO. LEGITIMIDADE 
PASSIVA. I – É inviável o recurso especial em relação à afirmada ausência de prestação 
jurisdicional, quando as questões apontadas pelo recorrente não foram objeto dos embargos de 
declaração por ele opostos perante o tribunal estadual. II – Embora seja assegurado ao 
endossatário de boa-fé levar o título a protesto para preservar seu direito de regresso 
contra o emitente endossante, tendo ele conhecimento prévio e inequívoco de que a 
duplicata não tem causa ou que o negócio jurídico foi desfeito, deverá responder, 
juntamente com o endossante, por eventuais danos que tenha causado ao sacado, em 
virtude desse protesto. Recurso especial não conhecido. (STJ, REsp 188.996- SP, Rel. Min. 
Castro Filho, DJ 10/09/2007, p. 224). 
 
 
2. AVAL 
 
 
 
 Conceito: é forma de garantia de pagamento o titulo de crédito, total ou 
parcialmente, prestada por um terceiro, denominado avalista, em favor do devedor, 
que se chama de avalizado. 
 
Figuras 
 
- Avalista: Aquele que presta o aval. Deve ser civilmente capaz 
- Avalizado: Aquele que é garantido pelo aval (beneficiário) 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 5 
 
OBS.: 
 
 O avalista se responsabiliza pelo pagamento da obrigação contida no título. 
 Avalista responde de maneira equiparada ao avalizado. 
 Obrigação solidária do avalista (Art. 899, CC/2002). 
 
 
 Como instituir o aval? 
 
 Consentimento do cônjuge 
- Necessidade de outorga conjugal em aval prestado por pessoa casada 
- O Art. 1647, III, CC/2002: Ressalvado o disposto no art.1.648, nenhum dos 
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação 
absoluta: [...] 
III - prestar fiança ou aval; 
 
Exceção: Regime de Separação Absoluta de Bens 
 
 Aval x fiança 
 
EXECUÇÃO. NOTA PROMISSÓRIA. AVALISTA. DISCUSSÃO SOBRE A ORIGEM DO DÉBITO. 
INADMISSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA. – O aval é obrigação autônoma e independente, 
descabendo assim a discussão sobre a origem da dívida. – Instruída a execução com título 
formalmente em ordem, é do devedor o ônus de elidir a presunção de liquidez e certeza. Recurso 
especial conhecido e provido. (STJ, REsp 190753/SP, Relator Ministro Barros Monteiro, DJ 
19.12.2003, p. 467). 
 
 
 Espécies de Aval 
 
 Aval em branco: Avalizado não é identificado. Presunção de que o aval foi dado 
em favor de alguém. No aval em branco o avalizado garantido sempre será o 
emitente do título (v.g. sacador, subscritor). 
 
 Letra de câmbio: Aval em favor do sacador (art. 31, LUG) 
 Outros títulos: Aval em favor do emitente ou subscritor 
 
 
OBS.: Súmula 189 – STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e 
não sucessivos. 
 
 Aval em preto: Avalizado é expressamente identificado 
 
 
● Aval total: garante o valor integral do título de crédito. 
 
 
● Aval parcial: garante apenas parte do valor do título 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 6 
 
OBS.: Vedação legal: Art. 897, p.u, CC/2002 
 
- Aval parcial do cheque (Art. 29 da Lei 7.357/85) 
 
- Duplicata não há legislação especial/específica (omissão da Lei 5.474/68). 
Aplicação da regra geral do Código Civil (art. 897, CC) 
 
 
 Aval Posterior ao VencimentoDIFERENÇA ENTRE ENDOSSO E AVAL 
 
 
 
 DIFERENÇAS ENTRE AVAL E FIANÇA 
 
 
3. PROTESTO 
 
 
 Conceito: 
 
“Protesto é o ato jurídico a cargo de tabelião de protesto de títulos, de natureza formal e 
solene, pelo qual se comprova o descumprimento de fatos de interesse cambiário: a 
recusa ou falta de aceite, a recusa ou falta de pagamento e a ausência de data de 
aceite.” (NEGRÃO, 2014). 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 7 
 
É o ato formal através do qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse 
fato relevante pode ser: 
a) a falta de aceite do título, 
b) a falta de devolução do título ou 
c) a falta de pagamento do título. 
 
 
 
 
 FINALIDADE DO PROTESTO: 
 
a) Interromper a prescrição: Art. 202, inciso III do Código Civil. 
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
III - por protesto cambial; 
 
b) Constranger legalmente o devedor ao pagamento. 
 
 
 
 
4. PAGAMENTO 
 
 
● Efeitos do pagamento 
 
A Extinção de uma, algumas ou todas as obrigações representadas por um título de 
crédito. 
 
● Obrigação cambial: natureza quesível (“queráble”) o “[...] deve considerar-se que a 
letra de câmbio é uma obrigação “quérable”, por natureza, pois o devedor, no dia do 
vencimento, não sabe nas mãos de quem e onde se encontra o título.” (REQUIÃO, 
2012). 
 
● O Credor deve ter iniciativa para obter a satisfação de seu crédito 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 8 
 
5. VENCIMENTO 
 
● Modalidades de Vencimento 
 
a) Vencimento Ordinário: Ocorre pelo decurso do tempo (prazo determinado no 
titulo) 
b) Vencimento Extraordinário: Ocorre: Recusa do aceite; Falência do aceitante 
(obrigado principal) 
 
 
#DEOLHONASSÚMULAS: 
 
- Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o 
emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula. 
 
- Súmula 189-STF: Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não 
sucessivos. 
 
- Súmula 387-STF: A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser 
completada pelo credor de boa-fé antes da cobrança ou do protesto. 
 
- Súmula 60-STJ: É nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário 
vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste. 
 
- Súmula 600-STF: Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que 
não apresentado o cheque ao sacado no prazo Iegal, desde que não prescrita a ação 
cambiária. 
 
- Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o 
endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal 
extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os 
endossantes e avalistas. 
 
- Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só 
responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de 
mandatário. 
 
- Súmula 26-STJ: O avalista do título de crédito vinculado a contrato de mútuo também 
responde pelas obrigações pactuadas, quando no contrato figurar como devedor 
solidário. 
 
- Súmula 370-STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-
datado. 
 
- Súmula 299-STJ: É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 9 
 
II. TIPOS DE TÍTULO DE CRÉDITO 
 
 
 
1. LETRA DE CÂMBIO 
 
 
 Conceito: A letra de câmbio é a ordem de pagamento, sacada pela pessoa que 
tenha provisão ou fundos disponíveis em poder de outra pessoa, contra esta última e 
em favor de um terceiro. 
 
 
Assim, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas: 
 
 
a) a do sacador, que emite a ordem 
 
b) a do sacado, a quem a ordem é destinada 
 
c) a do tomador, que é o beneficiário da ordem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 10 
 
 
 
 Legislação Aplicável 
 
 
 
 
 
OBS.: CÓDIGO CIVIL 
 
 Características: 
 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
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 Requisitos Essenciais: 
 
 
De acordo com os artigos1 e 2 da Lei Uniforme são: 
 
1 - A palavra "letra" inserta no próprio texto do título é expressa na língua empregada para a 
redação desse título. 
 
2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 
 
3 - O nome daquele que deve pagar (sacado). 
 
4 - A época do pagamento. 
 
5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento. 
 
6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga. 
 
7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada. 
 
8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador). 
 
 
OBS: SÚMULA 387 STF e ART. 891 CC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 12 
 
 
OBS.: É POSSÍVEL A LETRA DE CÂMBIO OMITIR ALGUNS DOS ELEMENTOS FORMAIS? 
 
 
Resp.: Segundo o art. 2º - O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo 
anterior não produzirá efeito como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes: 
 
- A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. 
 
- Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se 
como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do sacado. 
 
- A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar 
designado, ao lado do nome do sacador 
 
 
1.1 ACEITE 
 
 
 
 Conceito: é o reconhecimento e acolhimento da Letra de Câmbio por parte do 
sacado é chamado de aceite. Este ato é concretizado pela assinatura do sacado 
feita no verso ou anverso do título. 
 
 
Dec. n. 57.663/67, art. 25: O aceite é escrito na própria letra. Exprime-
se pela palavra “aceite” ou qualquer outra palavra equivalente; o 
aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura 
do sacado aposta na parte anterior da letra. (…). 
 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 13 
 
 
 
 
 
 
 
 Aceite parcial: Há duas modalidades de aceite parcial: 
 
a) Aceite limitativo: Limita o valor do título. 
 
Exemplo: O título era de R$10.000,00, mas o aceite é limitado ao valor de 
R$7.000,00. 
 
 
b) Aceite modificativo: Modifica as condições do título. 
 
Exemplo: O título possuía vencimento em 30 dias, mas o aceite modifica o 
vencimento para o prazo de 60 dias. O aceite parcial condiciona o aceitante 
(sacado VS) nos termos do seu aceite, ou seja, o aceitante. Exemplo: Se o título 
era de R$10.000,00 e o aceitante (sacado VS) aceita R$7.000,00 ele ficará 
vinculado ao pagamento desses R$7.000,00. 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito EmpresarialII 
 8º período- DIREITO 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 Vencimento da letra. 
 
Emitida a letra e realizado o aceite pelo sacado, o título se torna exigível a partir do 
seu vencimento, podendo-se distinguir, quanto a esse fato, quatro espécies de letras de 
câmbio: 
a) Letra com dia certo 
 
b) Letra à vista 
 
c) Letra a certo termo da vista 
 
d) Letra a certo termo da data 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 15 
 
 Prazo para Apresentação da Letra de Câmbio 
 
a) Na letra a certo termo da vista = o tomador deve apresentá-la para aceite 
no prazo estabelecido no título ou, caso não tenha sido estabelecido prazo 
algum, dentro de um ano, contado da data de sua emissão. 
 
b) Na letra a vista = o tomador não precisa necessariamente levá-la para 
aceite do sacado, podendo optar por apresentá-la diretamente para 
pagamento, o que deve ser feito em um ano a partir da emissão do título. 
 
 
OBS.: PRAZO DE RESPIRO 
 
 
 Ação Cambial 
 
- Prescrição: 
 
a) 3 anos, a contar do vencimento, do portador contra o sacado e avalista; 
b) 1 ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento, se 
a letra contiver a cláusula “sem despesas”, do portador contra endossantes e 
respectivos avalistas; 
c) 6 meses, a contar do dia em que o endossante pagou o título ou em que ele foi 
acionado, dos endossantes, uns contra os outros, ou seus avalistas. 
 
 
 
2. NOTA PROMISSÓRIA 
 
 
 Conceito: “é um título de crédito que documenta a existência de um crédito 
líquido e certo, que se torna exigível a partir de seu vencimento, quando não emitida a 
vista. É um instrumento autônomo e abstrato de confissão de dívida, emitido pelo 
devedor que, unilateral e desmotivadamente, promete o pagamento de quantia em 
dinheiro que especifica, no termo assinalado na cártula”. Gladston Mamede. 
 
Assim, ao ser emitida, dá origem a duas situações jurídicas distintas: 
 
a) sacador 
b) beneficiário da nota 
 
 
 Legislação Aplicável 
 
 
Submete-se ao mesmo regime jurídico aplicável às letras de câmbio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 16 
 
Obs.: 
 
- Inaplicabilidade das regras incompatíveis com a natureza de promessa de 
pagamento; 
 
- Equiparação do subscritor da nota ao aceitante da letra; 
 
- Subscritor da nota é o avalizado, no aval em branco; 
 
 
 Características: 
 
 
a) Promessa de pagamento 
b) Abstrato 
c) Modelo livre 
d) Nominal 
 
 Requisitos Essenciais: 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o art. 75 da Lei Uniforme são: 
 
 
1 - A denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua 
empregada para a redação desse título. 
 
2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
 
3 – A época do pagamento; 
 
4 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
 
5 - O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 
 
6- A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 
 
7 - A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 
 
 
 Vencimento da Nota Promissória. 
 
 
A nota promissória pode conter os seguintes vencimentos (art. 55 do Dec. N. 
2.044/1998): 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 17 
 
a) À vista; 
b) A dia certo; 
c) A tempo certo da data (da emissão) 
 
 
 Dos prazos prescricionais para a execução da nota promissória 
 
 
d) 3 anos, a contar do vencimento, do portador contra o emitente e avalista; 
e) 1 ano, a contar da data do protesto feito em tempo útil, ou da data do vencimento, se 
a letra contiver a cláusula “sem despesas”, do portador contra endossantes e 
respectivos avalistas; 
f) 6 meses, a contar do dia em que o endossante pagou o título ou em que ele foi 
acionado, dos endossantes, uns contra os outros, ou seus avalistas. 
 
 
 
 A cláusula- mandato 
 
 
“A emissão, por procuração, de nota promissória vinculada a contrato de abertura de 
conta corrente não tem validade, uma vez que o enunciado n.º 60 da Súmula dominante do STJ 
prevê que: “E nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário vinculado ao 
mutuante, no exclusivo interesse deste”. (ac. un. da 6ª Câm. do 1º (antigo) TACivSP, na Ap 
600.522-3, rel. Juiz Oscarino Moeller). 
 
 
 Título Prescrito: 
Conforme visto em relação à letra de câmbio, o título prescrito deixa de ter 
natureza cambial, mas ainda é considerado um instrumento particular de dívida (art. 
206, § 5º, I, CC). 
 
Portanto, o prazo para a ação monitória da letra de câmbio prescrita rege-se pelo 
prazo prescricional do Código Civil, qual seja, 05 anos. 
CC, art. 206: Prescreve: (...) 
§ 5º: Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público 
ou particular; (...). 
 
Mesmo que tenha transcorrido esse prazo e a nota promissória tenha perdido sua 
força executiva (esteja prescrita), ainda assim será possível a sua cobrança. Nesse 
caso, o beneficiário terá duas opções para cobrar o valor contido na nota promissória: 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 18 
 
1) Ajuizar ação monitória: 
No caso da nota promissória, o prazo para ajuizamento de ação monitória é 
quinquenal, contado do dia seguinte ao vencimento do título. 
 
Súmula 504 – STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do 
dia seguinte ao vencimento do título. 
 
2) Ajuizar ação de locupletamento, com base no art. 48 do Decreto nº 
2.044/1908: 
Art. 48. Sem embargo da desoneração da responsabilidade cambial, o 
sacador ou o aceitante fica obrigado a restituir ao portador, com os juros 
legais, a soma com a qual se locupletou à custa deste. Ação de 
locupletamento do art. 48 do Decreto 2.044/1908 envolvendo notas 
promissórias A simples apresentação de nota promissória prescrita é 
suficiente para embasar a ação de locupletamento pautada no art. 48 do 
Decreto nº 2.044/1908, não sendo necessário comprovar a relação jurídica 
subjacente. A pretensão de ressarcimento veiculada em ação de 
locupletamento pautada no art. 48 do Decreto nº 2.044/1908 prescreve em 3 
anos, contados do dia em que se consumar a prescrição da ação executiva. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1323468-DF, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado 
em 17/3/2016 (Info 580). 
 
 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
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3. DUPLICATA 
 
 
 Conceito: 
 
“A duplicata é um título que é emitido pelo credor, declarando existir, a seu favor, um 
crédito de determinado valor em moeda corrente, fruto – obrigatoriamente – de um 
negócio empresarial subjacente de compra e venda de mercadorias ou de prestação de 
serviços, cujo pagamento é devido em determinada data. É um título causal, vale dizer, 
um título cuja emissão está diretamente ligada a um negócio empresarial que lhe é 
subjacente e necessário.” Mamede 
 
 
 Legislação Aplicável 
 
 
Submete-se ao regime jurídico da Lei n. 5.474/68. 
 
 
 
 
 
 
 FigurasIntervenientes: 
 
Assim, ao ser emitida, dá origem a duas situações jurídicas distintas: 
 
a) Sacador 
 
b) Sacado 
 
 
 
 Requisitos Essenciais: 
 
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para 
circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de 
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada 
ao comprador. 
 
§ 1º A duplicata conterá: 
 
I - a denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de ordem; 
II - o número da fatura; 
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista; 
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador; 
V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso; 
VI - a praça de pagamento; 
VII - a cláusula à ordem; 
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-
la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial; 
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 8º período- DIREITO 
 20 
IX - a assinatura do emitente. 
 
§ 2º Uma só duplicata não pode corresponder a mais de uma fatura. 
 
§ 3º Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida 
duplicata única, em que se discriminarão todas as prestações e seus 
vencimentos, ou série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a 
numeração a que se refere o item I do § 1º deste artigo, pelo acréscimo de letra 
do alfabeto, em sequência. 
 
 
 
 
 
 
 Características: 
 
 
 
a) Ordem de pagamento 
b) Causal 
c) Modelo vinculado (padrões do Conselho Monetário Nacional) 
d) Nominativo 
e) Aceite é obrigatório 
 
 
 Emissão e Aceite da Duplicata: 
 
De acordo com o art. 1º da Lei das Duplicatas, 
 
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 8º período- DIREITO 
 21 
“em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes 
domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, 
contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor 
extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.” 
 
 
Emitida a duplicata, ela deve ser enviada para o devedor (comprador), para que 
este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse o aceite, terá que justificar tal ato, de 
acordo com o art. 6º, 
 
 
 
“A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou 
por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, 
procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao 
comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os 
intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu 
poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes 
cometeu o encargo”. 
 
Por sua vez, o art. 7º da Lei enfatiza a recusa do aceite, senão vejamos: 
 
“A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo 
comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da 
data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de 
declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite.” 
 
 
OBS.: Aceite Expresso e Aceite Presumido. 
 
 
No que tange a possibilidade de execução de duplicata sem aceite o STJ é 
bastante rigoroso nesta análise. Exige-se a prova inequívoca do recebimento das 
mercadorias ou da efetiva prestação dos serviços. Nesse sentido, já decidiu o STJ: 
 
DUPLICATA SEM ACEITE. FATURA. EXECUÇÃO. Na espécie, não foi expedida 
fatura e as notas fiscais não estão referidas nas duplicatas sem aceite, não ficando 
claro se as mercadorias entregues, conforme consta ao pé de algumas notas fiscais, 
não de todas, correspondem às duplicatas que instruírem a inicial do processo de 
execução. Assim, o exequente não comprovou que as duplicatas correspondem às 
operações de compra e venda das mercadorias efetivamente entregues e recebidas. 
Logo, não cabe a ação executiva (Resp 450.628-MG, Rel. Min. Ruy Rosado, julgado 
em 12/11/2002- Informativo n.º 154/2002). 
 
 
Em contrapartida é entendimento também do STJ que a exigência de 
comprovação da entrega das mercadorias, para que a duplicata não aceita 
expressamente se aperfeiçoe como título executivo, só é necessária se a execução é 
voltada contra o devedor principal, ou seja, o comprador. Nesse sentido, 
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 22 
 
EXECUÇÃO. DUPLICATA SEM ACEITE. A cobrança de duplicata não aceita e 
protestada só torna necessária a comprovação da entrega e recebimento da 
mercadoria em relação ao sacado, devedor do vendedor, e não quanto ao sacador, 
endossantes e respectivos avalistas. O endossatário de duplicata sem aceite, 
desacompanhada de prova de entrega da mercadoria, não pode executá-la contra o 
sacado, mas pode fazê-la contra o endossante e o avalista. Precedente citado: Resp 
168.288-SP, DJ 24/5/1999. (Resp 250.568-MS, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, 
julgado em 19/10/2000- Informativo n.º 75/2000). 
 
 
 
 Pagamento: 
 
A prova do pagamento da duplicata é o recibo passado pelo legítimo portador, 
ou por seu representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em 
documento separado com referência expressa à duplicata. Também se presume 
resgatada a duplicata com a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento 
endossatário, no qual conste, no verso, que seu valor se destina à amortização ou 
liquidação da duplicata nele mencionada. 
 
 
 Pagamento Parcial 
 
O sacador não pode recusar o pagamento parcial. 
 
Art. 25. Aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que couber, os dispositivos 
da legislação sobre emissão, circulação e pagamento das Letras de 
Câmbio. (Lei 5474/68). 
 
Código Civil, Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento 
antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, 
fica responsável pela validade do pagamento. 
§1º No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que 
parcial. 
§2º No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do 
título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio 
título. 
 
 
 Protesto 
 
No que se refere ao protesto da duplicata, segundo o art. 13 fa Lei das 
Duplicatas, destaque-se que este pode ser de três tipos: 
 
a) Por falta de aceite; 
b) Por falta de devolução; 
c) Por falta de pagamento. 
 
 
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 23 
 
 Ação Cambial: 
 
Segundo o art. 15 da Lei 5.474/68: “A cobrança judicial de duplicata ou triplicata 
será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos 
extrajudiciais, de que se cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar: 
 
I- de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; 
II- de duplicata ou triplicata não aceita contanto que, cumulativamente: 
a) haja sido protestada; 
 
 
b) esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e 
recebimento da mercadoria; 
c) o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas 
condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei...” 
 
 
 Prescrição: 
 
Nos termos do art. 18 da Lei n. 5.474/68, a pretensão à execução da duplicata 
prescreve: 
I- em 3 anos, contados da data do vencimento do título, contra o sacado e 
respectivos avalistas; 
II- em 1 ano, contado da data do protesto, contra os endossantes e respectivos 
avalistas;III- em 1 ano, contado da data em que haja sido efetuado o pagamento do título, 
de qualquer dos coobrigados, uns contra os outros. 
 
 
 Duplicata de Prestação de serviços 
 
 
O sacado poderá negar sceite so título se: 
 
I- Os serviços prestados não corresponderem efetivamente aos contratados; 
II- Forem comprovados vícios ou defeitos na qualidade dos serviços 
prestados; 
III- Houver divergência quanto aos prazos e preços ajustados. 
 
 
 Triplicata e sua eficácia executiva 
 
A triplicata nada mais é do que uma cópia da duplicata que foi perdida ou 
extraviada, possuindo os mesmos efeitos, requisitos e formalidades da duplicata que 
substitui (art. 23). 
 
 
 
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 Duplicata Simulada 
 
Nos termos do art. 172 do Código Penal, caracteriza crime de duplicata simulada 
a conduta de “emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à 
mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou serviço prestado”. A pena é de 
detenção, de dois a quatro anos, e multa. 
 
 
 Executividade da Duplicata em Meio Eletrônicos 
 
“A duplicata é título executivo extrajudicial, mesmo que seu suporte seja 
exclusivamente meios informatizados.” Fábio Ulhoa 
 
“Também pode ser eletrônico o registro do recebimento das mercadorias, 
servindo o relatório do sistema mantido pelo vendedor de documento para a execução 
da duplicata virtual.” Fábio Ulhoa 
 
 
4. CHEQUE 
 
 
 Conceito: “é ordem de pagamento à vista emitida contra um banco em razão de 
fundos que a pessoa (emitente) tem naquela instituição financeira”. André Luíz 
 
 
 Legislação Aplicável 
 
 
Submete-se ao regime jurídico da Lei n. 7.357/85. 
 
 
 
 
 
 
 Figuras Intervenientes: 
 
Assim, ao ser emitida, dá origem a três situações jurídicas distintas: 
 
a) Sacador 
b) Sacado 
c) Beneficiário 
 
 
 
 Requisitos Essenciais: 
 
De acordo com o art. 1º da Lei n. 7.357/85 são: 
 
1 - A denominação "cheque" inscrita no contexto do título e expressa na língua em que 
este é regido; 
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2 - A ordem incondicional de pagar quantia determinada; 
 
3 – O nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); 
 
4 – A indicação do lugar de pagamento; 
 
5 – A indicação da data e do lugar de emissão; 
 
6- A assinatura do emitente (sacador), ou de seus mandatários com poderes especiais. 
 
 
 
 
 
 
 Características: 
 
 
a) Ordem de pagamento 
b) Não causal 
c) Modelo vinculado 
d) Nominal ou ao Portador 
e) Autonomia relativa em situações excepcionais 
 
 
COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. CHEQUE. EXECUÇÃO. AUTONOMIA 
RELATIVA DA CÁRTULA. CAUSA DEBENDI. INVESTIGAÇÃO. POSSIBILIDADE. 
CPC, ARTS. 585, I E 586. LEI N.º 7.357/85. EXEGESE. MATÉRIA DE FATO. 
REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.º 7- STJ. I. A autonomia e 
independência do cheque em relação à relação jurídica que o originou é presumida, 
porém não absoluta, sendo possível a investigação da causa debendi e o afastamento 
da cobrança quando verificado que a obrigação subjacente claramente se ressente de 
embasamento legal. II. “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso 
especial” (Súmula nº 07). III. Recurso especial não conhecido (STJ, Resp 43513/SP, 
Relator Ministro Aldir Passarinho Júnior, DJ 15.04.2002, p. 219). 
 
 
 
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 Cheque “pré-datado” (ou “pós-datado”): 
 
Popularizou-se no Brasil a emissão de cheques para ser pago em data futura, 
chamados de cheque “pré-datado” ou “pós-datado”. 
 
Nesse caso, perderia o cheque a sua natureza de ordem de pagamento à vista? 
 
Deve o banco recebê-lo normalmente, sem levar em conta a data futura 
mencionada no título? 
 
“(...) a emissão de cheque pós-datado, popularmente conhecido como cheque pré-
datado, não o desnatura como título de crédito, e traz como única consequência a 
ampliação do prazo de apresentação (...)” (STJ, Resp 612423/DF, Relatora Ministra 
Nancy Andrighi, DJ 26.06.2006, p. 132). 
 
Responsabilidade civil. Cheques pré-datados. Apresentação antecipada. Devolução 
das cártulas por insuficiência de fundos. Dano moral. Ocorrência. Redução do 
quantum indenizatório para atentar aos valores habitualmente fixado pelas turmas 
recursais. Dano moral caracterizado pela apresentação antecipada de cheque pré-
datado e que resultou na devolução da cártula po insuficiência de fundos. DERAM 
PARCIAL Provimento Ao Recurso. (TJRS, Recurso Cível nº 71001005610, Primeira 
Turma Recursal Cível, Relator Heleno Tregnago Saraiva, Julgado em 30/11/2006). 
 
Súmula n.º 370 do STJ: “Caracteriza dano moral a apresentação 
antecipada de cheque pré-datado”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Modalidades de Cheque 
 
 
A legislação cuida de quatro modalidades de cheque, a saber: 
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 8º período- DIREITO 
 27 
 
I. Cheque Cruzado (arts. 44 e 45 da Lei do Cheque) 
 
O cruzamento consiste na oposição de dois traços transversais e paralelos no 
anverso do título, e tem por objetivo conferir segurança à liquidação de cheques ao 
portador. 
O cruzamento pode ser em BRANCO OU EM PRETO. 
 
 
II. Cheque Visado (art. 7º da Lei do Cheque) 
 
É aquele em que o banco confirma, mediante assinatura no verso do título, a 
existência de fundos disponíveis para pagamento do valor mencionado. 
 
III. Cheque Administrativo (art. 9º, inciso III, da Lei do Cheque) 
 
É aquele emitido por um banco contra ele mesmo, para ser liquidado em uma de 
suas agências. 
 
 
IV. Cheque para ser creditado em conta (art. 46 da Lei do Cheque) 
 
Aquele que o sacado não pode pagar em dinheiro, por expressa proibição 
colocada no anverso do título pelo próprio emitente, consistente na colocação da 
expressão “para ser creditado em conta” ou da menção ao número da conta do 
beneficiário entre os traços do cruzamento. 
 
 
 Sustação do Cheque 
 
O pagamento de determinado cheque pode ser “sustado” pelo seu emitente em 
dois casos, previstos, respectivamente, os arts. 35 e 36 da Lei n.º 7.357/85: 
 
I- segundo o art. 35, “o emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo 
mercê de contra- ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com 
as razões motivadoras do ato”. 
 
II- Pelo art. 36, “mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o 
portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por 
escrito, oposição fundada em relevante razão de direito”. 
 
O STJ consolidou entendimento segundo o qual a “pré-datação” do cheque o 
transformaria em mera garantia de dívida, fato que, por si só, afastaria a possibilidade 
de incriminação do emitente no tipo penal de estelionato. Nesse sentido, verbis: 
 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ESTELIONATO. REVOGAÇÃO DA 
PRISÃO PREVENTIVA. EMISSÃO DE CHEQUE PRÉ-DATADO. ATIPICIDADE DA 
CONDUTA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA TRANCAR A AÇÃO PENAL. 1. 
Em que pese o pedido do recorrente se restringir a revogação da prisão preventiva por 
ausência dos requisitos que autorizam a segregação cautelar, percebe-se, conforme 
pacífica jurisprudência desta Corte, que a emissão de cheque pré-datado 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo JorgeDisciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 28 
descaracteriza a cártula de um título de pagamento à vista, transformando-a numa 
garantia de dívida. Atipicidade da conduta. 2. Recurso conhecido para conceder, de 
ofício a ordem, para trancar a ação penal. (STJ, RHC 16880/PB, Relator Min. Hélio 
Quaglia Barbosa, DJ 24/10/2005, p. 381). 
 
 
 
 
 
 Apresentação para pagamento 
 
Art. 33 O cheque deve ser apresentado para pagamento, a contar do dia da 
emissão, no prazo de 30 (trinta) dias, quando emitido no lugar onde houver de 
ser pago; e de 60 (sessenta) dias, quando emitido em outro lugar do País. 
 
 
Enunciado n.º 600 da súmula de jurisprudência dominante do STF: “cabe ação 
executiva contra o emitente do cheque e seus avalistas, ainda que não apresentado o 
cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária”. 
 
 
 Prescrição do Cheque 
 
Nos termos do art. 59 da Lei do Cheque, a execução fundada em cheque 
prescreve nos seguintes prazos: 
I- de 6 meses, do portador contra o sacador, endossantes e respectivos 
avalistas, contados da expiração do prazo de apresentação; 
II- de 6 meses, de um obrigado ao pagamento de cheque contra outro, 
contados do dia em que o obrigado pagou o cheque, ou do dia em que foi 
demandado. 
 
 
Art. 47 Pode o portador promover a execução do cheque: 
 
I - contra o emitente e seu avalista; 
 
II - contra os endossantes e seus avalistas, se o cheque apresentado em tempo 
hábil e a recusa de pagamento é comprovada pelo protesto ou por declaração 
do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de 
apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de 
compensação. 
 
§1º Qualquer das declarações previstas neste artigo dispensa o protesto e 
produz os efeitos deste. 
 
§2º Os signatários respondem pelos danos causados por declarações inexatas. 
 
§3º O portador que não apresentar o cheque em tempo hábil, ou não comprovar 
a recusa de pagamento pela forma indicada neste artigo, perde o direito de 
execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo de 
apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável. 
 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 
Disciplina: Direito Empresarial II 
 8º período- DIREITO 
 29 
§4º A execução independe do protesto e das declarações previstas neste artigo, 
se a apresentação ou o pagamento do cheque são obstados pelo fato de o 
sacado ter sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial ou falência 
 
Súmula 600 do STF – Cabe ação executiva contra o emitente e seus 
avalistas, ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, 
desde que não prescrita a ação cambiária. 
 
Devolução indevida: 
Se o banco devolver indevidamente o cheque estará caracterizado dano 
moral, nos termos da súmula 388 do STJ: 
 
Súmula 388 do STJ - A simples devolução indevida de cheque caracteriza 
dano moral. 
 
 
OBS.: Cobrança de cheque prescrito. 
 
PROCESSO CIVIL- RECURSO ESPECIAL- AÇÃO MONITÓRIA- INSTRUÇÃO- 
CHEQUE PRESCRITO- DEMONSTRAÇÃO DA CAUSA DEBENDI- 
DESNECESSIDADE- RECURSO PROVIDO. 1. A teor da jurisprudência desta Corte, 
na ação monitória fundada em cheque prescrito, é desnecessária a demonstração da 
causa de sua emissão, cabendo ao réu o ônus da prova da inexistência do débito. 2. 
Recurso conhecido e provido para afastar a extinção do feito sem julgamento do 
mérito e determinar o regular processamento da ação pelas instâncias ordinárias. 
(STJ, Quarta Turma, Resp 801715/MS, Relator Ministro Jorge Scartezini, DJ 
20.11.2006, p. 337) 
 
 
Enunciado 40 da 1ª Jornada de Direito Comercial: “O prazo prescricional de 
6 (seis) meses para o exercício da pretensão à execução do cheque pelo 
respectivo portador é contado do encerramento do prazo de apresentação, 
tenha ou não sido apresentado ao sacado dentro do referido prazo. No caso de 
cheque pós-datado apresentado antes da data de emissão ao sacado ou da 
data pactuada com o emitente, o termo inicial é contado da data da primeira 
apresentação.” 
 
 
Súmula 503 – STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte 
à data de emissão estampada na cártula. 
 
Importante ressaltar que na ação executiva e na monitória não há necessidade 
de discutir a relação causal. Nesse sentido: 
 
SÚMULA STJ – 531: Em ação monitória fundada em cheque prescrito, 
ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico 
subjacente à emissão da cártula.

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