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Resumo aula 5 Análise textual

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Aula 5: Tipologia textual e gêneros textuais – parte 1
Conceituando gêneros textuais e tipologia textual: um pingo de teoria
Os gêneros textuais podem ser encarados como as diversas formas que um texto assume para cumprir determinados objetivos, ou seja, para informar. Sendo assim, podemos admitir que diferentes formas de textos fazem parte de nosso cotidiano, levando em conta que a comunicação atende a vários propósitos. Os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento, em um determinado contexto.
O tipo de texto, por sua vez, é limitado, pois se refere à estrutura composicional da língua. De forma geral, temos cinco tipos textuais (narração, argumentação, exposição, descrição e injunção), que aprofundaremos ainda nesta aula.
Não esqueça que em um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual.
Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.
Vamos agora analisar os tipos textuais e ver alguns exemplos.
Narração
A narração conta um fato, que pode ser ou não inventado. Esse tipo de texto compõe-se de personagens, tempo e lugar. Normalmente, os verbos utilizados estão no tempo passado.
Exemplo: 
LOBO BOBO (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli)
Era uma vez um lobo mau/que resolveu jantar alguém/estava sem vintém /mas arriscou/e logo se estrepou/um chapeuzinho de maiô/ouviu buzina e não parou/mas lobo mau insiste/faz cara de triste/mas chapeuzinho ouviu/os conselhos da vovó/dizer que não pra lobo/que com lobo não sai só
→ A narrativa, apresentada como música, retoma o conto infantil “Chapeuzinho Vermelho” para criar outro contexto social que envolve os personagens “lobo mau”, “chapeuzinho de maiô” e “vovó”, sendo que esta não participa da ação.
Argumentação
A argumentação é um tipo de texto através do qual o emissor da mensagem tenta convencer o ouvinte/leitor. O texto argumentativo defende uma ideia específica.
Exemplo: “A preguiça é a mãe de todos o vícios, mas mãe é mãe e é preciso respeitá-la, pronto.”
→A charge apresenta um argumento (“A preguiça é a mãe de todos os vícios”) para desenvolver outro argumento no qual desloca a ideia inicial (preguiça + vícios), objetivando defender uma tese contrária.
Exposição
A exposição é um tipo de texto que apresenta uma ideia, uma reflexão, um conhecimento, uma explicação sobre um objeto (pessoa, fato, circunstância). Como traz informações específicas sobre um tema, também é chamada de texto informativo.
Exemplo: 
Meu bem querer (fragmento) Djavan
 Meu bem querer/É segredo, é sagrado/Está sacramentado/Em meu coração/Meu bem querer/Tem um quê de pecado/Acariciado pela emoção
 /Meu bem querer/Meu encanto, /Estou sofrendo tanto/Amor, e o que é o sofrer/Para mim que estou/Jurado pra morrer de amor
→ A música “Meu bem querer”, composta por Djavan, apresenta uma exposição sobre o tema do amor. Na primeira parte da música, a letra informa ao ouvinte/leitor como o eu lírico define o amor que sente. Já na segunda parte, a composição esclarece ao ouvinte/leitor como se sente o sujeito amoroso.
Descrição
A descrição apresenta um objeto do discurso (pessoa, coisa, circunstância, fato etc.), realçando suas características e pode ser objetiva ou subjetiva. 
No primeiro caso, destacam-se características concretas do objeto, aproximando-o o mais possível da realidade. No segundo, o observador apresenta o objeto segundo a emoção que o envolve.
Exemplo: Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
ALENCAR, José de. Obra Completa. Vol. III. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959.
→ O autor romântico José de Alencar apresenta a personagem principal ao leitor, destacando seus aspectos fundamentais relacionados à natureza. Nesse caso, temos uma descrição subjetiva.
Injunção
A injunção é uma tipologia textual que se caracteriza por determinar, indicar, orientar como se realiza uma ação.
Exemplo: Os estatutos do homem (fragmento) (Thiago de Mello)
Artigo IV
Fica decretado que o homem
/não precisará nunca mais/duvidar do homem./Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar,/como o ar confia no campo azul do céu. /Parágrafo único:/O homem, confiará no homem/como um menino confia em outro menino.
→No poema de Thiago de Melo intitulado “O estatutos do homem”, identificamos que há uma mescla dos gêneros textuais poesia e legislação e uma tipologia textual, a injunção.
Como vimos, os gêneros textuais adaptam-se às circunstâncias da comunicação, bem como aos interesses do emissor e do receptor da mensagem.
 Por esse motivo, não há um limite para as classificações de gêneros, visto que os textos podem ser produzidos por falantes diversos e com objetivos específicos, de forma oral ou escrita. 
 Os gêneros textuais, portanto, são ações discursivas que se constituem para representar o mundo, as experiências vivenciadas, os conhecimentos, os desejos etc.
 Veja alguns exemplos de gêneros textuais:
Poesia: Linguagem com fins estéticos 
Notícia: O objetivo principal é a informação
E-mail: Comunicação rápida
4. Publicidade: O uso da linguagem para o conhecimento
 5. Carta: Mensagem individualizada 
 6. Charge: Associação entre texto e imagem 
No início desta aula, apresentamos um vídeo no qual o poema “Soneto da Fidelidade”, de Vinícius de Moraes, foi inserido na música de “Eu sei que vou te amar”, composta por Vinícius e por Tom Jobim.
 Entendemos, assim, que é possível identificar mais de um gênero textual em um só texto. Trata-se da transmutação de gêneros. Por exemplo, uma conversa pode se transformar em um telefonema, bilhete, carta ou e-mail.
 No exemplo a seguir, verificamos que a poesia de Carlos Drummond de Andrade foi elaborada a partir de uma notícia de jornal. Veja:
POEMA DO JORNAL Carlos Drummond de Andrade
O fato ainda não acabou de acontecer/e já a mão nervosa do repórter/o transforma em notícia./O marido está matando a mulher./A mulher ensanguentada grita./Ladrões arrombam o cofre./A polícia dissolve o meeting./A pena escreve./Vem da sala de linotipos a doce música mecânica.

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