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Os processos de trabalho do Serviço Social- Karen Camargo

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REVISTA EGP 
 
 
Escola de Gestão Pública 
Secretaria Municipal de Administração de Porto Alegre 
1 
OS PROCESSOS DE TRABALHO DO SERVIÇO SOCIAL 
EM UM DESENHO CONTEMPORÂNEO 
Karen Ramos Camargo1 
Resumo 
 O presente artigo visa suscitar a discussão acerca dos processos de trabalho do 
Serviço Social, relacionados com o contexto da sociedade contemporânea, em que os 
desafios postos à categoria profissional devem ser identificados e enfrentados com novas 
perspectivas crítico propositivas de intervenção, para a construção de um projeto societário 
mais cidadão e a reafirmação do projeto ético-político da profissão. 
Palavras-chaves: Processo de trabalho, Serviço Social e Sociedade Contemporânea. 
1. Introdução 
Os processos que vivenciamos na atualidade, decorrentes das mudanças estruturais 
advindas das transformações sócio-históricas, nas relações entre o Estado e a sociedade, 
submetida à ordem financeira do grande capital, incidem diretamente no ser e fazer 
profissional. 
Ressaltamos que esse contexto altera a demanda de trabalho do Assistente Social, 
modifica o mercado de trabalho, altera os processos de trabalho e as condições em que se 
realizam, nos quais os assistentes sociais ingressam enquanto profissionais assalariados. 
Embora regulamentado como uma profissão liberal na sociedade, o Serviço Social 
não se realiza como tal. O Assistente social não detém todos os meios necessários para a 
 
1
 Assistente Social da Fundação de Assistência Social e Cidadania/ FASC 
 
REVISTA EGP 
 
 
Escola de Gestão Pública 
Secretaria Municipal de Administração de Porto Alegre 
2 
efetivação de seu trabalho: financeiros, técnicos e humanos necessários ao exercício 
profissional autônomo. 
2. O contexto dos processos de trabalho do Serviço Social na 
contemporaneidade 
A condição de trabalhador assalariado não só enquadra o Assistente Social na 
relação de compra e venda da força de trabalho, mas molda a sua inserção 
socioinstitucional na sociedade brasileira. Essas relações de trabalho tendem a ser 
desregulamentadas e flexibilizadas. 
Enfim, tem-se um redimensionamento das condições do nosso exercício 
profissional, porque ele se efetiva pela mediação das condições do assalariamento. Essa 
condição de assalariamento envolve necessariamente a incorporação de parâmetros 
institucionais e trabalhistas que regulam as relações de trabalho, estabelecendo as condições 
em que este trabalho se realiza e regulando a realização do trabalho coletivo normatizado 
pelas instituições empregadoras, públicas e privadas. 
Portanto, se a questão social é o fruto de uma organização social que tem em sua 
base o sistema produtivo, cabe ao assistente social trabalhar com os desdobramentos dessa 
questão, levando em conta a ética profissional/ social, para isso deve ter grande 
flexibilidade frente às mudanças do cotidiano na dinâmica da sociedade. Mudanças já 
existentes de cultura, classe, modo de vida, cotidiano, valores e práticas políticas e as que 
acontecem de acordo com o momento histórico. 
Destas múltiplas formas de invenção e reinvenção da vida construídas no cotidiano 
da sociedade civil onde está inserido, o assistente social, deve levar em consideração como 
estão estruturadas nesta sociedade, para que possa tanto aprender as várias expressões que 
assumem na atualidade, as desigualdades sociais, quanto projetar e forjar formas de 
resistência e de defesa da vida. Sendo assim, decifrar a questão social é também demonstrar 
as particulares formas de luta, de resistência material e simbólica acionadas pelos 
indivíduos sociais à questão social. 
Neste sentido Iamamoto (2001) constata que há, portanto, uma alteração no perfil 
do assistente social para enfrentar um processo de intensas modificações nas relações 
REVISTA EGP 
 
 
Escola de Gestão Pública 
Secretaria Municipal de Administração de Porto Alegre 
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político-econômicas e sócio-históricas. Dizendo que para isso torna-se necessário o 
acompanhamento dos processos sociais, a pesquisa da realidade social e organização e 
fortalecimento da categoria profissional como componentes essenciais da profissão e não 
como atividades complementares. 
O contexto contemporâneo onde o Serviço Social se gesta e se desenvolve como 
profissão tem por pano de fundo o desenvolvimento capitalista industrial e a expansão 
urbana. Esse posicionamento emerge em resposta às exigências apresentadas pela realidade 
histórica quando o próprio contingente profissional vem das “camadas médias” da 
sociedade que também sofre os embates de uma política econômica amplamente 
desfavorável aos setores populares. 
Sendo assim, o propósito de explicitação das atribuições profissionais vêm aliados à 
busca de fundamentos teórico-filosóficos e científicos mais sólidos que orientam a atuação, 
ultrapassando a mera atividade técnica, procurando resgatar, sistematizar e fortalecer o 
potencial inovador contido na vivência cotidiana dos trabalhadores, criando alternativas de 
resistência ao processo de dominação, consonantes com o projeto ético-político 
profissional. 
A ética das profissões não está dissociada do contexto sócio-cultural e do debate 
filosófico. A ética profissional guarda uma profunda relação com a ética social e, 
conseqüentemente, com os projetos sociais. Não há, portanto, um hiato entre a 
ética profissional e a ética social, pois seria cindir a própria vida do homem na 
sua totalidade, isto é, em seus diversos pertencimentos: trabalho, gênero, família, 
ideologia, cultura, desejos, etc. Na verdade, é o “homem inteiro”, na acepção 
luckacsiana, que participa da cotidianidade. Isto significa que o homem, no 
processo de produção de sua vida material e cultural, constrói valores que 
passam a nortear as relações consigo mesmo e com os outros homens, 
constituindo-se, assim, como sujeito ético no processo de sociabilidade. (Brites e 
Sales apud Barroco, 2004). 
Contudo, as mudanças conjunturais, com a minimização do Estado decorrente do 
sistema capitalista neoliberal e globalizante, alteraram significativamente as condições 
objetivas postas ao exercício profissional de consolidar o projeto ético-político da profissão. 
Assim, constitui-se o crescimento de uma tendência de atuação do Assistente Social 
nas áreas da assessoria e consultoria, não pela lógica da natureza da profissão enquanto 
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Escola de Gestão Pública 
Secretaria Municipal de Administração de Porto Alegre 
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profissional liberal, mas como conseqüência da, também crescente, flexibilização e 
desregulamentação das relações de trabalho do sistema neoliberal globalizado. 
No entanto, cabe ao Assistente Social ocupar estes espaços emergentes, pois se os 
mesmos são chamados a essa ocupação de espaços vazios no seu âmbito profissional, eles 
devem fazê-lo de modo criativo e crítico, desenvolvendo competências tais como: a 
assessoria e a consultoria em outras áreas de especialização. Para isso o profissional precisa 
possuir uma visão da totalidade e não restrita. 
3. Considerações 
O Assistente Social dispõe de um espaço de autonomia que pode ser ampliado ou 
não, conforme a capacidade de vislumbrar estratégias de mediação que substituam velhas 
fórmulas assistencialistas e/ou ações em conjunção com propostas que vão ao encontro de 
uma lógica excludente. 
Portanto, fica evidente que a capacitação permanente dos profissionais, à luz dos 
princípios do Código de Ética profissional, como forma de direcionamento do exercício 
profissional, reafirma o projeto ético-político, para reafirmar, também, o compromisso 
expresso com a qualidade dos serviços prestados e a busca permanente de um projeto com 
conteúdo crítico - propositivo para o pensar e o agir do Assistente Social, indo ao encontro 
da transformação social desejadapela categoria profissional e sinalizando para a construção 
de novos caminhos em busca de uma sociedade mais justa, com universalização dos 
direitos e realmente democrática. 
Diante deste contexto, outros expedientes como os movimentos sociais, inclusive da 
categoria profissional, devem ser novamente pensados e redimensionados de maneira a 
tornarem-se alternativas para um trabalho de base, de mobilização, de educação, de 
organização popular em contraposição à naturalização do discurso neoliberal. 
Aliados a isto se tornam necessário à elaboração e publicação de material sobre a 
área, a matéria e a unidade do Serviço Social, em articulação com unidades de ensino e 
outras entidades da categoria, de acordo com o projeto ético-político da profissão. 
REVISTA EGP 
 
 
Escola de Gestão Pública 
Secretaria Municipal de Administração de Porto Alegre 
5 
4. Referências Bibliográficas 
IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e 
formação profissional. São Paulo: Cortez, 2001. 
 
BARROCO, M. L. Ética e Sociedade. Curso de capacitação Ética para agentes 
multiplicadores. 2 ed. CFESS. 2004

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