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C LA D O G R A M A S Prof. Célio Moura NetoFECLI-UECE Construção de cladogramas Construir um cladograma para um grupo com poucos táxons e poucos caracteres não é difícil. Construção de cladogramas Construir um cladograma para um grupo com poucos táxons e poucos caracteres não é difícil. HOMINIDAE Considerando com grupo interno os táxons B + C + D, enquanto A será o grupo externo. De quantas maneiras podemos organizar esse cladograma? O mesmo estado do caráter 1 ocorre nos três táxons. O estado 0 do caráter 2 ocorre em B e o estado 1 em C + D. O estado 0 do caráter 3 ocorre em B + D e o estado 1 em C. O estado 0 do caráter 4 é encontrado em B e C, e o estado 1 em D. Note que não ocorre variação nos estados do caráter 1 entre os táxons B + C + D, portanto, não contribui para elucidar as relações dentro do grupo interno. Assim, um cladograma baseado apenas no caráter 1 não seria resolvido. Politomia basal entre os três táxons do grupo-interno. Os demais caracteres apresentam variações entre táxons. Cada um deles pode ser usado para propor grupos diferentes. O estado 1 do caráter 2 suporta o táxon C + D. O estado 0 do caráter 3 suporta B + D. O estado 0 do caráter 4 suporta B +C. Podemos indicar uma apomorfia ao lado do retângulo que marca a posição do passo no cladograma. Exemplo: “2 (1)” indica que o estado 1 do caráter 2 surgiu no ancestral daquele táxon. Apenas um caráter sustenta cada um dos três cladogramas. Isso significa que eles têm o mesmo número de passos. Apenas estados derivados (sinapomorfias) podem ser usados em Sistemática Filogenética. Assim, precisamos estudar o grupo externo para polarizar os caracteres. Observando a matriz, verificamos que nosso grupo- externo apresenta o estado “0” em cada um dos caracteres. Como visto antes, o estado de um caráter presente no grupo-externo é considerado primitivo em relação aos estados diferentes no grupo-interno (derivados). Assim, notamos que o estado 1 do caráter 1 suporta o monofiletismo do grupo-interno, já que ocorre apenas nos táxons B+C+D. As plesiomorfias não devem ser usadas para agrupar táxons, portanto, os caracteres 3 e 4 não têm utilidade para análise. Note que cada estado apomórfico (estado 1) ocorre apenas em um táxon (C e D), portanto, ele só pode ser utilizado para suportar o monofiletismo daquele táxon isolado. Note que apenas o estado apomórfico do caráter 2 pode ser usado para formar um grupo monofilético menor (C+D) dentro do grupo-interno (B+C+D). A partir de nossa matriz também é possível gerar um diagrama não-enraizado que representa a variação que existe em cada caráter. Vejamos agora o caráter 2. Ele divide os táxons em dois grupos, um formado por A+B e outro por C+D. Podemos representar a variação combinada dos estados de caracteres em um novo diagrama. Note que um novo quadrado foi acrescentado na linha unindo C+D. A parte negra do quadrado 2 indica que C+D possuem o estado 1 desse caráter. Já os táxons A+B, apresentam o estado 0. Apenas o táxon C apresenta o estado 1 do caráter 3. Já o estado 0 está presente em A, B e D. Agora, vamos incluir essa informação em nosso diagrama. Note que a parte negra (estado 1) do caráter 3 está voltada apenas para o táxon C. Vejamos, por fim, o caráter 4. O estado 0 ocorre em A + B + C, e o estado 1 apenas em D. A parte negra está voltada apenas para o táxon D. Isto indica que a transformação do estado 0 para o 1 ocorreu no trecho que liga D ao restante do diagrama. Após a construção da árvore não-enraizada, vamos definir o local da raiz. A raiz indica o ponto em que o grupo-externo se liga aos demais. Agora, vamos representar nossa hipótese em forma de cladograma. Várias formas de se representar um cladograma.
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