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FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO – UBÁ (MG) LUCAS MAGALHÃES DE OLIVEIRA [ 1 ] DIABETES MELLITUS LUCAS MA GALH ÃES DE OLIVEIRA – FAG OC – 2018/2 DEFINIÇÃO ® É uma doença do metabolismo intermediário, caracterizada fundamentalmente pela ocorrência de hiperglicemia crônica, que em longo prazo promove lesões em órgãos-alvo, podendo cursar também com descompensações metabólicas agudas. ® São fatores que contribuem para a hiperglicemia: Déficit de insulina e resistência à insulina. ® Importância Epidemiológica: Entre os anos de 1988 e 2010 ocorreu um aumento de cerca de 90% do número de pessoas portadoras do diabetes no Brasil. Há um crescimento de cerca de 250 mil novos casos por ano. ® O diabetes é a primeira causa de insuficiência renal, amputações e cegueira, além de se tratar de um fator importante nas doenças cardiovasculares. ® Incidência: Um pico entre 4-6 anos e outro entre 10-14 anos. METABOLISMO INTERMEDIÁRIO - NORMAL ® É o conjunto de reações bioquímicas orgânicas de síntese e degradação de macromoléculas que podem ser divididas em proteínas, carboidratos e lipídeos. As proteínas são componentes estruturais dos tecidos, realizam funções enzimáticas, dentre outras. Os carboidratos e lipídeos são essencialmente moléculas de reserva de energia, ainda que também participem da estrutura física dos tecidos. ® O Metabolismo Intermediário é controlado por hormônios. A insulina, sintetizada e secretada pelas células beta das ilhotas pancreáticas, é o grande maestro do anabolismo. Por outro lado, hormônios conhecidos como “contrarreguladores da insulina” (glucagon, adrenalina, cortisol e, em menor grau, o GH) exercem efeito oposto, mediando o catabolismo. A insulina é um peptídeo derivado da clivagem da pró-insulina, o que também origina o peptídeo C, este último sem atividade hormonal. O principal estímulo para sua síntese e liberação é o aumento dos níveis séricos de glicose. A glicose é percebida ao entrar no citoplasma a partir dos canais GLUT-1 e 2, que são expressos de forma constitutiva na membrana da célula beta. O glucagon também é um hormônio peptídico, porém, é sintetizado e liberado pelas células alfa das ilhotas pancreáticas. Sua síntese e liberação ocorre por redução dos níveis séricos de glicose. ETIOPATOGENIA DIABETES MELLITUS TIPO 1 ® Se trata de uma doença autoimune, e não raro coexiste com outras imunopatias (como anemia perniciosa, vitiligo, etc.). ® O modelo etiopatogênico se baseia na interação entre fatores genéticos e ambientais. ® As ilhotas de Langerhans são invadidas por linfócitos citotóxicos (CD8+), que destroem seletivamente as células beta, deixando as demais intactas. Nesse processo, é comum surgirem autoanticorpos característicos, porém estes não parecem diretamente patogênicos, sendo apenas marcadores de autoimunidade direcionados contra antígenos das células beta. PRINCIPAIS AUTOANTICORPOS ENCONTRADOS NO DM TIPO 1 Anti-ilhota (ICA) – 80% Anti-GAD = 70% Anti-IA-2 = 60% Outros anticorpos também podem ser encontrados, mas esses ao lado são os principais. ® Tais marcadores aparecem anos antes da expressão clínica da doença. Assim, fica claro que o DM tipo 1 possui uma fase assintomática, em que ocorre destruição progressiva das células beta antes que o pâncreas se torne incapaz de produzir insulina em níveis satisfatórios. ® Quando a massa de células beta atinge um nível crítico (80-90% de destruição), eventos como a puberdade e infecções intercorrentes – eventos que promovem resistência à insulina – induzem a instalação abrupta dos sintomas (dando falsa impressão que todo o processo teve inicio agudo). A presença de autoanticorpos num paciente assintomático é um importante preditor de risco para DM tipo 1. ® Ao longo do tempo a maioria das células beta serão destruídas (ausência ABSOLUTA de insulina endógena). Portanto, os portadores de DM tipo 1 depende, para o resto de suas vidas, da reposição de insulina exógena. DIABETES MELLITUS TIPO 2 ® Enquanto na DM tipo 1 o problema é a destruição das células beta (autoimune ou idiopática), levando ao hipoinsulinismo absoluto, no DM tipo 2 os fatores que justificam a hiperglicemia são a resistência insulínica e o déficit secretório das células beta. Acredita-se que ambos são necessários para a expressão clínica da doença. - Aparentemente a resistência insulínica surge primeiro, fazendo com que as células beta trabalhem em excesso até que haja uma exaustão secretória. O resultado é o hipoinsulinismo “relativo”, isto é, a insulina pode estar em níveis normais ou mesmo alta, mas é sempre insuficiente para manter a homeostase da glicose. FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO – UBÁ (MG) LUCAS MAGALHÃES DE OLIVEIRA [ 2 ] ® Assim como no DM tipo 1, existe interação entre fatores genéticos e ambientais. Indivíduos geneticamente propensos têm maior chance de desenvolver DM tipo 2 quando expostos a ganho de peso e inatividade física, eventos que acarretam resistência à insulina. A influência genética no DM tipo 2 é maior do que no tipo 1. Todavia, vale ressaltar que, mesmo nesses casos, a história natural da doença tende a ser modulada em função do estilo de vida. OUTROS TIPOS DE DIABETES MELLITUS ® DM Gestacional; Insuficiência Pancreática; Endocrinopatias; Uso de Drogas; e MODY. ® Para uma pancreatopatia causar DM, é preciso que entre 80-90% da massa pancreática tenha sido perdida. Com frequência se observa tal desfecho na pancreatite alcoólica crônica, assim como na fibrose cística e em muitos casos de câncer de pâncreas. ® MODY: Forma hereditária de DM em que crianças e adolescentes desenvolvem precocemente um quadro parecido com DM tipo 2, exceto pelo fato de não haver obesidade. Há pelo menos três gerações acometidas numa mesma família. QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO ® O diagnóstico de DM tipo 1 costuma ser fácil, pois em geral o quadro clássico está presente e tem inicio agudo (criança ou adolescente que desenvolve – ao longo de dias ou semanas – poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento). Em crianças pequenas, as primeiras manifestações podem ser enurese noturna e candidíase vaginal. ® O diagnóstico de DM tipo 2 costuma ser tardio, uma vez que muitos pacientes passam anos ou mesmo décadas completamente assintomáticos. Não raro (50% dos casos), o reconhecimento da doença só é feito quando lesões de órgão alvo já estão presentes e são irreversíveis. O paciente típico é adulto (> 40-45 anos), obeso, sedentário e possui outros fatores de riso cardiovascular. Com menos frequência, sintomas de franca hiperglicemia podem ser referidos (poliúria, polidipsia), sendo raríssimo o surgimento de cetoacidose diabética. Um importante achado clínico é a acantose nigrans. Sugere o diagnóstico de (1) resistência à insulina e (2) neoplasia maligna. CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA ® Requer demonstração laboratorial de hiperglicemia. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DE DM → Hemoglobina glicada (HbA1c) ≥ 6,5% OU → Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL OU → TOTG-75 ≥ 200 mg/dL OU → Glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL + sintomas de hiperglicemia Com exceção do último critério, todos os demais precisam ser confirmados em uma segunda dosagem. É possível, também, solicitar dois testes diferentes ao mesmo tempo, caso ambos sugiram o diagnóstico de diabetes, nenhum exame adicional é necessário. ESTADOS PRÉ-DIABÉTICOS ® Existem pacientes que têm glicemia alterada, mas ainda não preenchem critérios formais para o diagnóstico de DM. Nesta situação a doença pode ser evitada. ESTADOS PRÉ-DIABÉTICOS → Glicemia de jejum alterada (glicemia entre 100-125 mg/dL)→ Intolerância à glicose (TOTG-75 entre 140-199 mg/dL) → Hemoglobina glicada (HbA1c entre 5,7 e 6,4%) ® É preciso algum exame adicional no indivíduo que apresenta glicemia de jejum alterada? - SIM. Antes de taxar o paciente como pré- diabético, deve-se descartar a existência de DM lançando mão de um exame mais sensível (TOTG). ® A conduta nos estados pré-diabéticos é baseada em medidas higienodietéticas, isto é, orientação nutricional + atividades físicas regulares, visando a redução do peso corporal e reversão do estado de resistência à insulina. A cessação do tabagismo tem se mostrado importante, pois o cigarro é comprovadamente um agravante da resistência insulínica. ® Fatores de risco para DM tipo 2: - Idade > 45 anos - Obesidade - Sedentarismo - Parente de 1º grau acometido - História de diabetes gestacional - Estados pré-diabéticos - HAS - HDL < 35 mg/dL - Triglicerídeos > 250 mg/dL - SOP - Acantose nigrans - História de doenças cardiovasculares ® Medidas preventivas recomendadas no pré-diabetes: Redução de pelo menos 7% do peso corporal, praticar no mínimo 150min/semana de atividade aeróbica moderada, consultas frequentes para reforçar o alcance de metas, Metformina nos pacientes de muito alto risco e exames anuais para o rastreio do DM. RASTREIO POPULACIONAL ® Aceita-se a realização de rastreio do DM tipo 1 somente em pacientes de alto risco (parentes de 1º grau acometidos), através da pesquisa dos autoanticorpos. ® As atuais indicações de rastreio no DM tipo 2 em pacientes assintomáticos são: - “Sobrepeso” – IMC ≥ 23 + UM dos fatores de risco - Na ausência de sobrepeso, qualquer adulto acima de 45 anos de idade. - Crianças e adolescentes com sobrepeso + DOIS fatores de risco. ® Todos os métodos utilizados no diagnóstico podem ser empregados no rastreio. Se este for negativo, os exames devem ser repetidos a cada três anos, ou de forma mais amiúde, caso necessário. FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO – UBÁ (MG) LUCAS MAGALHÃES DE OLIVEIRA [ 3 ] TRATAMENTO DIABETES MELLITUS – TIPO I ® O tratamento com reposição endógena de insulina reduz a mortalidade dos pacientes com DM tipo I. Sem insulina, a maioria dos pacientes acaba fazendo cetoacidose diabética e falecendo. ® A terapia com insulina visa reduzir os níveis glicêmicos para volumes o mais próximo possível da normalidade. Para que o controle ideal seja feito, a glicemia deve ser medida pelo paciente no mínimo quatro vezes ao dia (pré-prandial – café da manha, almoço e jantar; e antes de dormir). METAS DE GLICEMIA CAPILAR E HbA1C (DM 1 – PEDIÁTRICA) PRÉ-PRANDIAL ANTES DE DEITAR HbA1C 90-130 mg/dL 90-150 mg/dL < 7,5* ® A modificação da terapêutica é obrigatória quando as metas não estiverem sendo alcançadas ou na presença de glicemias muito baixas. ® A hemoglobina glicada (HbA1C) reflete o controle glicêmico dos últimos 2-3 meses. O seu valor ideal no DM tipo 1 deve ser mantido entre 6-7%. ® Dieta, álcool e exercício físico: Os DM tipo 1 geralmente são magros, necessitando de aporte calórico suficiente para manter o seu peso ideal. - O uso de álcool deve ser desencorajado, por aumentar tanto o risco de hipoglicemia, em usuários de insulina (o metabolismo do álcool inibe a gliconeogênese hepática), quanto o risco de hiperglicemia (no caso de bebidas adocicadas). Pequenas quantidades de vinho tinto, por outro lado, podem ser consumidas sem maiores problemas. - Exercício físico regular é uma medida promotora de saúde, indicada para diabéticos (principalmente do tipo 2). ® Insulinoterapia: É a base da terapia do DM tipo 1. Não há outro medicamento capaz de controlar a glicemia desses indivíduos, uma vez que o problema fisiopatológico básico é justamente a carência absoluta de insulina. - O inicio da terapia com insulina deve ser feito com 0,3-0,5 U/kg/dia, por via subcutânea (SC). A dose média adequada a um diabético tipo 1 adulto em geral oscila entre 0,5-1,0 U/kg/dia. - Efeito Lua de Mel: Por um curto período após o diagnóstico do DM tipo 1 costuma precisar de doses menores de insulina (ou mesmo nenhuma insulina), quando o pâncreas ainda possui alguma reserva de insulina endógena (período de “lua de mel”). INSULINAS DISPONÍVEIS – AS QUE TEM QUE SABER INICIO PICO DURAÇÃO EFETIVA NPH 2h 6h 12h REGULAR 30 min 3h 6h → Indica-se o uso da insulina regular 30 min antes da refeição → O uso da insulina NPH pode ter horário fixo ® Estatinas de alta potência (ARTOVASTATINA e ROSIVASTATINA) podem reduzir o colesterol em até 50%. ® VIVÍAN: Temos que tentar imitar o que ocorre numa pessoa sem diabetes e com isso procurar mantes os níveis glicêmicos mais próximos do normal. - TERAPIA INTENSIVA: INSULINA RÁPIDA + LENTA, para tentar simular o pâncreas faz. ® Existem três esquemas de insulinoterapia mais utilizados. - Esquema 1: Duas aplicações. Recomenda-se fazer 2/3 da dose diária na primeira tomada (manhã) e 1/3 na segunda tomada (noite). A proporção NPH/regular deve ser de 70/30% na primeira tomada e de 50/50% na segunda tomada. - Esquema 2 – IMP!: Múltiplas doses de insulina. Uma insulina de ação intermediária ou prolongada substitui a liberação basal de insulina pelo pâncreas, enquanto uma insulina de ação rápida ou ultrarrápida simula o pico pós-prandial. - Esquema 3: Infusão contínua por via subcutânea ou bombas de insulina. Uma bomba de infusão injeta de maneira constante a insulina através de um cateter colocado pelo próprio paciente no tecido subcutâneo, sendo substituído a cada três dias. EXEMPLO DA VÍVIAN CÁLCULO DA DOSE DIÁRIA DE INSULINA Dose diária = 0,5%Kg Ex.: Paciente com 60Kg Dose diária = 60 x 0,5 → 30 U de insulina ESQUEMA 2 → É o esquema basal/bolus! → Podem ser feitas varias combinações → A Vivian usou como exemplo um paciente de 60kg, no qual a dose de insulina ideal calculada é de 30U. → No esquema, foi feita a proporção 50/50%, sendo: - 50% de insulina basal (15 U) dividida 2/3 na primeira tomada – manhã (10U) e 1/3 na segunda tomada – noite (5U); e - 50% de insulina regular (5U) 30 minutos antes das refeições (café da manhã, almoço e jantar), totalizando as 15U restantes. ® A escolha do esquema ideal dependerá da preferência do paciente, seu estilo de vida, resposta individual ao tratamento e custo. ® A grande vantagem dos esquemas com análogos é o menor risco de hipoglicemia. ® Hipoglicemia: É um evento adverso comum relacionado ao tratamento intensivo do DM (principalmente quando o paciente faz uso de insulina, ou seja, é mais frequente no tratamento do DM tipo 1 e no tipo 2 que necessita de insulina). - Entre as principais causas de hipoglicemia podemos citar: omissão de refeição, erro na dose de insulina e exercício físico não programado. - O diagnóstico de hipoglicemia é formalmente estabelecido pela clássica Tríade de Whipple: (1) Sinais e sintomas de hipoglicemia; (2) Glicemia capilar reduzida; e (3) melhora clínica evidente após administração de insulina. FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO – UBÁ (MG) LUCAS MAGALHÃES DE OLIVEIRA [ 4 ] DIABETES MELLITUS – TIPO 2 ® O paciente com DM tipo 2 frequentemente apresenta múltiplos fatores de risco cardiovascular associados, como hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, configurando a síndrome metabólica. ® Apesar de também evoluírem para as complicações microvasculares idênticas às do DM tipo 1, o curso da patologia está bastante relacionado com a doença macrovascular aterosclerótica (IAM, AVE e arteriopatia dos membros inferiores). → A base da estratégia terapêutica destes pacientes envolve, além do controle glicêmico, ocontrole dos fatores de risco para aterosclerose, ou seja, tratar também a hipertensão arterial, a obesidade e a dislipidemia, bem como estimular a pratica de atividades físicas e parar de fumar. METAS GLICÊMICAS NO DM TIPO 2 PARÂMETRO RECOMENDAÇÕES Hemoglobina Glicada (HbA1C) < 7% Glicemia Capilar Pré-Prandial 80-130 mg/dL Glicemia Capilar Pós-Prandial < 180 mg/dL ® Dieta e Exercício Físico: A dieta no DM tipo 2 tem como principal objetivo corrigir a obesidade, trazendo IMC para 20-25. A melhora da obesidade está relacionada com menor resistência periférica à insulina, bem como à maior capacidade das ilhotas de secretar insulina em resposta à glicose. - Quanto à composição da dieta, o mesmo preceito é válido em relação ao DM tipo 1 (individualização da composição conforme as necessidades e preferências do paciente). - Para o controle da obesidade, recomenda-se que a dieta seja planejada de modo a gerar um déficit calórico de 500-100kcal/dia, que promove a perda de 0,5-1,0 kg por semana. A meta é uma perda de pelo menos 5% do peso inicial. O ideal, se possível, é que o paciente perca mais de 7% do peso. ® Terapia Farmacológica: Os antidiabéticos são divididos em diferentes classes. A Vivian quer que a gente saiba da METFORMINA e da GLIBENCLAMIDA. CLASSE MECANISMO EFEITO PONDERAL BIGUANIDAS (METFORMINA) Aumento do efeito periférico da insulina (especialmente no fígado) Redução SULFONILUREIAS (GLIBENCLAMIDA) Aumento da secreção de insulina Aumento Agonistas GLP-1 Estimulam os receptores do GLP1 Redução Inibidores DPP-4 Elevação dos níveis séricos do GLP1 Sem efeito ® IMP! Os agonistas GLP1 e Inibidores DPP4 são “medicamentos inteligentes” → Só estimulam a liberação de insulina se houver aumento dos níveis glicêmicos, assim, possuem menores riscos de hipoglicemia e menores riscos cardiovasculares. ® Metformina de longa duração tem melhor tolerância. METFORMINA → Única biguanida aprovada para uso clínico. → Sua ação ocorre através de três mecanismos básicos: (1) Inibição da gliconeogênese hepática, principal responsável pela hiperglicemia de jejum; (2) melhora da sensibilidade dos tecidos periféricos à insulina; e (3) redução do turnover de glicose no leito esplâncnico. → A metformina deve ser iniciada, juntamente com as modificações do estilo de vida para todos os pacientes DM tipo 2 que não apresentem contraindicações. GLIBENCLAMIDA → As sulfonilureias foram os primeiros antidiabéticos orais. Estimulam diretamente a secreção basal de insulina pelas células beta pancreática, assim, necessitam de células beta funcionantes para sua ação. → Seu principal efeito adverso é o risco de hipoglicemia, às vezes grave e fatal, especialmente nos idosos, alcoólatras, desnutridos, nefropatas e hepatopatas. ® Insulinoterapia no DM tipo 2: Não deve ser interpretada como uma exceção ou como um sinal de falência terapêutica. São indicações para insulinoterapia: - (1) Falência terapêutica dos antidiabéticos orais, mesmo quando em terapia combinada. - (2) Hiperglicemia > 300 mg/dL na primeira consulta, pelo menos nas fases iniciais, especialmente naqueles com história de perda ponderal, cetonúria ou cetonemia. - (3) Emagrecimento progressivo atribuído ao diabetes. - (4) Durante a gestação, quando os antidiabéticos orais são contraindicados. - (5) Em situações de estresse agudo (cirurgia, infecções graves, AVE, IAM, outras). ALGORÍTMOS - TRATAMENTO DIABETES MELLITUS – TIPO 2 FACULDADE GOVERNADOR OZANAM COELHO – UBÁ (MG) LUCAS MAGALHÃES DE OLIVEIRA [ 5 ] CONCEITOS DE AULA ® Hiperglicemia Matutina (Hiperglicemia de rebote): - Pode ser provocada pela pelo pico dos hormônios contrarreguladores (glucagon, adrenalina, cortisol e GH), em resposta à hipoglicemia noturna. - A Hipoglicemia Noturna pode ser gerada por uma alta dose de insulina NPH noturna (do jantar). ® Complicações do DM: - Microvasculares: Retinopatia, nefropatia e neuropatia - Macrovasculares: Doença coronariana e cardíaca (IAM), doença cerebrovascular (AVE) e arteriopatia periférica. O controle glicêmico adequado não interfere na ocorrência dessas doenças. ® Pâncreas: - Células Alfa: Produzem glucagon - Células Beta: Produzem insulina ® Glicemia Pós-Prandial NÃO serve para rastreio de diabetes EXEMPLO DE CONDUTAS ® Retinopatia? Solicitar exame de fundo de olho. ® Nefropatia? Solicitar exame de microalbuminúria ® Tabagismo? Conversar sobre necessidade de parar ® Sempre perguntar ao paciente sobre episódios de HIPOGLICEMIA ® Anamnese: Todas as NEGATIVAS devem ser registradas no prontuário do paciente. ® Lembrar que: - DM tipo 1: Complicações após 3-5 anos - DM tipo 2: Complicações já presentes no diagnóstico? EXAMES COMPLEMENTARES ® Hemograma ® Glicemia, GPP ® HbA1C ® Lipidograma completo ® Ureia ® Creatinina ® Microalbuminúria (preditor de proteinúria e doença renal) ® ECG ® Fundoscopia ® TSH (se for DM tipo 1) ® Anticorpos anti-transglutaminase tecidual IgA ATIVIDADE FÍSICA ® Indicar caminhada 3-4 vezes na semana ® 30 minutos (pode ser fracionado) ® Cuidados na prática de esportes – afastar complicações ® Medir glicemia ANTES: - > 300mg/dL ou cetonúria → ESPERAR - < 100mg/dL → COMER CREATININA SÉRICA ® Problemas renais: - 2 exames alterados num intervalo de 3-6 meses. ® IMP! Clearance menor que 30 indica insuficiência renal, a metformina deve ser SUSPENSA (assim como todos os hipoglicemiantes orais). - O tratamento passa a ser feito com INSULINA.
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