Leitura crítica e Letramentos

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ATIVIDADE DE ESTUDO 4 - NIVELAMENTO DE PORTUGUÊS - 2016B
Período: 18/04/2016 08:00 a 17/07/2016 23:59 (Horário de Brasília)
Status: ABERTO
Valor: 0.50
Gabarito: Gabarito será liberado no dia 18/07/2016 00:00 (Horário de Brasília)
1ª QUESTÃO
Em relação ao termo Letramentos e seus conceitos, e a frase de Mário Quintana: "Os verdadeiros analfabetossão os que aprenderam a ler e não leem", assinale a (s) alternativa (s) correta (s).
a) Uma pessoa letrada é aquela que se posiciona no mundo, conseguindo interagir em qualquer situação, dentrode todos os contextos das esferas sociais.
b) Letramento é o contrário do conceito de analfabeto. Assim, se o indivíduo não tem domínio do códigolinguístico escrito, ele será considerado iletrado.
c) Se Letramentos são sempre sociais, não pode ser entendido como um ato passivo, mas sim um processocomplexo e ativo de construção de significados, por isso o bom leitor, aquele que faz leituras competentes, háde saber ler todos os textos, em suas especificidades, tanto no que está explícito quanto no que está implícito.
d) O termo Letramento por não estar ligado à questão da leitura, não auxilia na erradicação do analfabetismo.
ALTERNATIVAS
ALTERNATIVAS
Somente as alternativas a, b.
Somente as alternativas a, c.
Somente as alternativas a, d.
Todas as alternativas.
2ª QUESTÃO
No nível de LEITURA COMPLEXA, o leitor faz uso de sua criticidade, produz vários sentidos para o mesmo texto ecria intertextualidades, ou seja, faz a relação de um texto com outros já lidos. Nesse sentido, leia e relacione osfragmentos de textos a seguir. [Texto I: Casimiro de Abreu (1839-1860), poeta romântico - século XIX; texto II:Antônio Cacaso (1947-1987), poeta contemporâneo - segunda metade do século XX].
Texto I
Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
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[...]
(Poesias completas de Casimiro de Abreu.
Rio de Janeiro: Ediouro, s.d., p. 19)
Texto II
E com vocês a modernidade
Meu verso é profundamente romântico.
Choram cavaquinhos luares se derramam e vai
por aí a longa sombra de rumores e ciganos.
Ai que saudade que tenho de meus negros verdes anos!
(Lero-lero de Antônio Cacaso. Rio de Janeiro: 9 Letras; São Paulo: Cosac
& Naify)
I) Em "Meus oito anos", Casimiro de Abreu aborda a infância como tema. Na condição de adulto, o "eu lírico" vêa infância de modo idealizado, como se tudo fosse perfeito. Para descrever essa infância, há valorização decertos elementos naturais, ou seja, flores, tardes, bananeiras, laranjais.
II) Quando analisamos os fragmentos dos poemas, percebe-se um diálogo entre os dois, e tal se evidencia pelosversos "Oh! que saudades que tenho/ Da aurora da minha vida" e "Ai que saudade que tenho de meus negrosverdes anos!".
III) No poema de Cacaso, as lembranças do passado são diferentes das do poema de Casimiro de Abreu, pois opassado recordado não é o do período da infância. Assim, ao analisar "E com vocês a modernidade", tem-se quehá a sugestão de memória de um "eu lírico" boêmio, confirmada pela composição dos elementos: cavaquinhos,luares, rumores, ciganos.
IV) Os dois poemas são semelhantes quanto à linguagem e à visão de mundo, evidenciando momentosparecidos (movimentos literários e estilos de época).
Está(ão) correta(s):
ALTERNATIVAS
ALTERNATIVAS
Somente as alternativas I, II, III.
Somente as alternativas II, III, IV.
Somente as alternativas I, II, IV.
Todas as alternativas.
3ª QUESTÃO
Conforme Mário Vargas Llosa, "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, poucomanipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias". Nesse sentido, é fundamental não apenaso hábito de ler, mas, principalmente, que as leituras sejam realizadas estrategicamente, de modo que o leitormonitore a qualidade da própria leitura e tome iniciativas necessárias para resolver as dificuldades decompreensão ocorridas nesse processo, tornando-se, assim, leitor crítico que não é manipulável, e sim que atudo questiona. A partir desse conceito, analise o texto abaixo.
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Assinale a (s) alternativa (s) que responda (m) a seguinte questão: qual (is) o (s) paralelo (s) que pode (m) sertraçado (s) entre a frase de Mário Vargas Llosa e o texto de Bertolt Brecht?
(a) Mário Vargas Llosa apresenta a postura de um leitor crítico frente ao que lhe é apresentado, sendo o poemade Bertold Brecht uma crítica feita aos analfabetos não no sentido letrado, daquele que não sabe ler nemescrever, mas o analfabeto que não tem a compreensão de que a política interfere diretamente na sua vidacotidiana, determinando inclusive suas próprias condições de sobrevivência.
(b) O leitor competente, nesse sentido, deve ser questionador, não "engolir" as coisas que lhe são impostas,reivindicando o que for necessário. Brecht enfatiza que a falta de envolvimento dos cidadãos nas questõespolíticas, tanto em saber escolher seus representantes, como em participar da vida política gera uma série deproblemas sociais como a prostituição, a violência e a corrupção. O leitor competente de mundo sabe diferenciarentre maus e bons candidatos e decidem na urna.
(c) Saber diferenciar entre leituras, suas possibilidades e contextos está de acordo com o eleitor que deveconhecer bem quem vai legislar e administrar sua cidade, estado ou país.
(d) Ao comprometer-se com a leitura crítica, o eleitor deve tornar-se rebelde, inquieto, pouco manipulável, nãoacreditando em lemas que alguns fazem passar por ideias, bem como fiscalizar e cobrar dos governantes açõesque melhorem a vida da população.
Está(ão) correta(s):
ALTERNATIVAS
ALTERNATIVAS
Somente as alternativas a, b.
Somente as alternativas b, c.
Somente as alternativas a, d.
Todas as alternativas.
4ª QUESTÃO
INTERPRETE o texto abaixo, lembrando que para uma boa interpretação faz-se necessário a compreensão, apartir de uma leitura complexa.
A Sopa de Pedras
Era uma vez um pobre homem que vivia só no mundo. Nada possuía de seu além de uma roupa feita de pelesde animais, uma panela de ferro e um cajado. Com isso andava de lugar em lugar passando, às vezes, fomealém de frio, no inverno, quando não encontrava galpão ou "fogão gaúcho" aceso no qual se pudesse chegar eaquecer. Mas o velhote era bastante esperto e contador de histórias e anedotas e, por isso, sempre se arranjavae não trabalhava.
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Um dia, porém, chegou a um lugarejo em que não conhecia pessoa alguma, pois era a primeira vez que aíaparecia. A primavera risonha enchia as roças com verduras e os jardins com flores as mais variadas e belas.Tudo era encanto, principalmente naquele humilde lugarejo, limpo e arejado. Numa esquina, já meio-dia seaproximava, o homem parou.
Como não conhecesse ninguém, nada quis pedir para comer. Mas, a um passante pediu um fósforo e umpedacinho do "místico" da caixa. Depois, juntou algumas pedras, bom punhado de gravetos e galhos secos. Fezfogo. Na casa de fronte pediu um caneco com água. Bebeu uns goles, em seguida lavou bem duas pedras e,pondo-as na panela com o resto de água, acocorou-se ao lado do fogo. De quando em quando mexia a águacom uma varinha. Os curiosos apareceram.
- Que está fazendo? - perguntou um deles.
- A comida: minha sopa de pedras.
O espanto foi geral.
- E isto presta?
- É maravilhosa esta sopa - disse o velhote.
- Mas só pedra, sem carne, sem um osso ao menos, sem nada?
- Claro. Mas se tivesse um osso ou um pedacinho do carne, ficaria muito melhor.
Alguém lhe trouxe um osso e outroum pedacinho de carne. E lá se foram, osso e carne, para a panela. A águajá estava fervendo quando um dos curiosos lembrou-se de perguntar se umas verduras não melhorariam asopa.
- Naturalmente. - respondeu mexendo a sopa. - Tudo quanto se puser neste caldo das pedras melhorará a sopa,inclusive uma pitada de sal. A pouco e pouco a panela de nosso espertalhão estava cheia de verduras, batatas emuitos outros ingredientes.
Então, rindo, comeu a bom comer deixando na panela apenas as duas pedras que jogou fora, por fim,exclamando:
- As pedras deste lugar são maravilhosas! Que excelente sopa me deram...
E pôs-se a caminho, alegre e satisfeito...
Fonte: Spalding. Valter. "A sopa de pedras". Comunicação à Comissão Nacional de Folclore do Instituto Brasileirode Educação, Ciência e Cultura. Doc. 179, de 6 de abril de 1950.
I) O andarilho na verdade queria fazer uma sopa para matar sua fome. Para isso, usou a esperteza: começou aprepará-la usando apenas água e pedras; depois que conseguiu chamar a atenção dos passantes e convencê-losde que a sopa de pedras era maravilhosa, obteve os ingredientes necessários para "melhorá-la".
II) Percebe-se um tom irônico por parte do andarilho. Sabe-se que a ironia consiste em dizer o contrário daquiloque se pensa, assim o personagem foi irônico porque ele saboreou toda a sopa, deixando apenas as duaspedras, que jogou fora. Mas usou novamente sua esperteza afirmando que as pedras eram maravilhosas.Trata-se de uma ironia, pois, na verdade, maravilhosos eram os ingredientes que o satisfizeram, e não aspedras.
III) O texto lido trata-se de uma história criada pela tradição oral. Isso significa que Valter Spalding não épropriamente o autor desse texto, mas sim ele reproduziu o conto, respeitando as características queidentificam esse tipo de narrativa como conto popular. Ao fazer isso, Valter pode ter acrescentado, omitido oumodificado algumas partes. Por isso, essa é uma das versões que foram criadas para evitar que, com o passardo tempo, esse conto fosse esquecido.
IV) Ao analisar o conto, percebe-se que o autor utilizou da expressão "Era uma vez..." para iniciar o texto, comosugestão e que não houvesse uma marcação de tempo, em que este pode ter ocorrido há meses, anos ou atémesmo décadas.
Assinale a (s) alternativa (s) correta (s).
ALTERNATIVAS
Somente as alternativas I, II, III.
Somente as alternativas I, II, IV.
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Somente as alternativas II, III, IV.
Todas as alternativas.
5ª QUESTÃO
Levando em consideração à sua intencionalidade discursiva, considerando a importância de lermos não apenas oque está na superficialidade das linhas do texto, mas também o que está nas entrelinhas, leia a piada abaixo,analise-a e, em seguida, faça o que se pede.
I. A informação implícita é a de que o mendigo estava com fome e gostaria que ela o ajudasse.
II. A partir do que está explícito sobre a fala do mendigo: "- Senhora, estou sem comer faz quatro dias...", amadame dá a entender que ela compreendeu sua fala como se ele estivesse fazendo regime.
III. Percebe-se, assim, que a partir do que está explícito e implícito no texto, houve um princípio básico dainteração verbal em que reside o humor da piada.
IV. O humor da piada está no fato de a madame não levar em conta a situação (a de que ela é uma madame eele, um mendigo) e a intenção do locutor.
Estão corretas:
ALTERNATIVAS
ALTERNATIVAS
Somente as alternativas I, II.
Somente as alternativas II, III.
Somente as alternativas I, IV.
Somente as alternativas II, IV.
Todas as alternativas.
6ª QUESTÃO
Um texto nunca independe do outro e para uma interpretação adequada é preciso relacionar informaçõesadvindas de conhecimentos prévios. Com base nessa premissa, analise as obras a seguir. Em seguida,
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identifique as assertivas que apresentam interpretações adequadas que se podem INFERIR a partir dela.
I. A primeira imagem, além de parafrasear a segunda e a terceira é interdiscursiva, pois não se trata de umamera referência feita por um texto a outro. Com sua Monalisa, o autor está contrapondo duas concepções dearte: a renascentista e a dadaísta.
II. A primeira imagem representa a pintura Mona Lisa, também conhecida como La Gioconda, entre outros, é amais notável e conhecida obra de Leonardo da Vinci, um dos mais eminentes homens do Renascimento italiano.
III. As três imagens determinam o mesmo sentido: a representação de uma mulher com uma expressãointrospectiva e um pouco tímida. O seu sorriso restrito é muito sedutor, mesmo que um pouco conservador. Oseu corpo representa o padrão de beleza da mulher da época de cada pintura.
IV. A segunda imagem representa a pintura de Marcel Duchamp, feita quatro séculos depois da de Da Vinci,evidentemente cita a Mona Lisa renascentista, em que acrescentou bigode e cavanhaque à personagem; orestante se manteve igual. E, a terceira imagem é do pintor colombiano Botero, famoso por pintar personagensrechonchudas.
Estão corretas:
ALTERNATIVAS
ALTERNATIVAS
Somente as alternativas I, II.
Somente as alternativas II, III.
Somente as alternativas I, IV.
Somente as alternativas II, IV.
Todas as alternativas.
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