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MECÂNICA DOS SOLOS I Aula 06 – Unidade 02: Forma e tamanho dos grãos, Análise granulométrica e índices de Consistência Professora Msc. Helena Paula Nierwinski Introdução • Os solos são resultado de processos naturais complexos que resultam na formação de um material heterogêneo com características distintas, variando de local para local; • Nos problemas ideais, as grandes massas de solo são consideradas homogêneas de forma que as propriedades físicasconsideradas homogêneas de forma que as propriedades físicas em qualquer ponto dessa massa sejam idênticas àquelas determinadas em laboratório com algumas amostras representativas do terreno. Para tanto, deve-se avaliar conscientemente as propriedades de uma extensa massa de solo a partir de ensaios laboratoriais executados com um número limitado de amostras, buscando compreender o seu comportamento. Forma das partículas • Solos granulares • Originam-se à partir de agentes físicos, apresentando forma equidimensional (três dimensões da partícula possuem magnitude semelhante); • Segundo a intensidade e o tempo em que os agentes mecânicos tenham atuado, se produzem variedades namecânicos tenham atuado, se produzem variedades na forma equidimensional, das quais podem ser arredondadas, sub-arredondadas, sub-angulares, ou angulares, em escala decrescente dos efeitos do ataque dos agentes mecânicos; • A forma arredondada é praticamente esférica, enquanto que angulares é a que apresenta arestas e vértices pontiagudos (por exemplo, pedra britada). Forma das partículas • Solos granulares Forma das partículas • Solos finos Nos solos finos a forma das partículas tende a ser achatada porque as minerais argilas, em sua maior parte adotam a forma laminar, com exceção de alguns minerais que possuem forma fibrosa.fibrosa. laminar fibrosa Tamanho das partículas • A primeira característica que diferencia os solos é o tamanho das partículas que os compõem. Pode-se identificar solos com grãos perceptíveis a olho nu (pedregulho e areia do mar) e outros tão finos que, quando molhados, se transformam numa pasta, cujas partículas não podem ser visualizadas individualmente. Areia e pedregulhos Argila Tamanho das partículas Fração Limites definidos pela NBR 6502 Matacão De 25 cm a 1m Pedra De 7,6 cm a 25 cm Pedregulho De 4,8 mm a 7,6 cm Areia Grossa De 2,0 mm a 4,8 mm Areia Média De 0,042 mm a 2,0 mm Areia Fina De 0,05 mm a 0,042 mm Silte De 0,005 mm a 0,05 mm Argila Inferior a 0,005 mm Análise granulométrica • Para reconhecimento do tamanho dos grãos de um solo, realiza-se a análise granulométrica. - Peneiramento: para partículas > 0,075 mm- Peneiramento: para partículas > 0,075 mm - Sedimentação: para partículas < 0,075 mm Procedimentos de ensaio ditados pela NBR 7181/84. Análise granulométrica • Matacões, pedras e pedregulhos – podem afetar o comportamento do solo, mas não constituem a parte de solo fino, cuja textura deve ser analisada (facilmente verificada a olho nu); • Areias – Dá sensação de aspereza entre os dedos. Como as• Areias – Dá sensação de aspereza entre os dedos. Como as partículas de areia são relativamente grandes, os poros entre elas também possuem um diâmetro relativamente grande. Os poros largos em solos arenosos não conseguem reter água e, assim, drenam rapidamente e promovem entrada de ar no solo. Devido ao seu maior tamanho, partículas de areia têm superfície específica baixa (área superficial para uma dada massa de partículas). Análise granulométrica Superfície específica Análise granulométrica • Siltes - Embora similares a areia na forma e composição mineral, as partículas individuais de silte são tão pequenas que não são visíveis a olho nu. Ao invés de apresentar sensação de aspereza quando esfregadas entre os dedos, o silte se apresenta suave e sedoso ao toque, como a farinha. • Os poros entre as partículas no material siltoso são bem menores (e muito mais numerosos) que os poros presentes entre as partículas de areia, deste modo, o silte retém água e permite uma menor taxa de drenagem. Entretanto, mesmo quando úmido, o silte por si só não exibe muita pegajosidade ou plasticidade (maleabilidade). Análise granulométrica • Argilas - Partículas de argila possuem uma grande área superficial específica, apresentando uma enorme capacidade de adsorção de água e outras substâncias. Uma colherada de argila pode possuir uma área superficial do tamanho de um campo de futebol americano. Esta grande possuir uma área superficial do tamanho de um campo de futebol americano. Esta grande superfície de adsorção faz com que partículas de argila mantenham-se unidas em uma massa dura e coesa depois de seca. Quando úmida, a argila é pegajosa e pode ser facilmente moldada (exibe alta plasticidade). Análise granulométrica • Análise tátil-visual Aspereza e ruído – típico de areias Sedosidade – siltes Pegajoso e elástico – possível fazer uma esfera entre os dedos sem se quebrar - argilas Análise granulométrica • Peneiramento - para partículas > 0,075 mm • # Peneira Abertura (mm) 2” 50 ½” 38 1” 25 P e n e i r a m e n t o g r o s s o ¾” 19 3/8” 9,5 4 4,8 10 2,0 16 1,2 30 0,6 40 0,42 60 0,25 100 0,15 200 0,075 P e n e i r a m e n t o P e n e i r a m e n t o f i n o O peso do material que passa em cada peneira, referido ao peso seco da amostra, é considerada como a porcentagem que passa e, é representada graficamente, em função da abertura da peneira, em escala logarítmica. Análise granulométrica • Sedimentação Método utilizado quando há interesse no conhecimento da distribuição granulométrica da porção mais fina dos solos. Baseia-se na Lei de Stokes onde a velocidade de queda das partículas esféricas num fluido atinge um valor limite que depende do peso específico do material e do diâmetro dadepende do peso específico do material e do diâmetro da esfera e do peso específico e viscosidade do fluido. Ao colocar-se uma certa quantidade de solo em suspensão em água (cerca de 1 litro), as partículas cairão com velocidades proporcionais ao quadrado de seus diâmetros. Análise granulométrica • Sedimentação Densímetro Proveta 1000 ml Ensaio em andamento Análise granulométrica • Sedimentação Análise granulométrica • Sedimentação Análise granulométrica • Curva granulométrica A curva granulométrica é a representação gráfica das dimensões das partículas que contém um determinado solo e das proporções em que se encontra. Análise granulométrica • Curva granulométrica Análise granulométrica • Curva granulométrica - Identificação do solo Pedregulho, areia, silte ou argila - Para areias e pedregulhos importa conhecer a sua- Para areias e pedregulhos importa conhecer a sua característica secundária (superfície específica baixa): Solos “bem graduados” – neste material existem grãos ao longo de toda a faixa de diâmetros, Solos “mal graduados” – neste material há predominância ou falta de um determinado diâmetro de partícula. Análise granulométrica • Curva granulométrica – areias e pedregulhos - A expressão “bem graduado” expressa o fato da existência de grãos com diversos tamanhos o que melhora o comportamento sob ponto de vista de engenharia. As partículas menoressob ponto de vista de engenharia. As partículas menores ocupam os vazios correspondentes às maiores, criando um entrosamento, do qual resulta menores compressibilidade e maior resistência. Análise granulométrica • Curva granulométrica – areias e pedregulhos 10 60 D DCU =Coeficiente de NãoUniformidade 6010 2 30 10.DD DC D C = Coeficiente de Curvatura D60 = diâmetro abaixo do qual se situam 60% das partículas em peso D30 = diâmetro abaixo do qual se situam 30% das partículas em peso D10 = diâmetro abaixo do qual se situam 10% das partículas em peso Análise granulométrica • Curva granulométrica – areias e pedregulhos Quanto maior o coeficiente de não uniformidade , mais bem graduada é a areia. Areias com CNU menores do que 2 são chamadas de areias uniformes. Cc – coeficiente de curvatura – detecta o formato da curva granulométrica e permite identificar eventuais descontinuidades ou concentração muito elevada muito elevada de grãos mais grossos no conjunto. Areias bem graduadas apresentam CC entre 1 e 3. Análise granulométrica • Curva granulométrica Análise granulométrica • Curva granulométrica Areia mal graduada Areia mal graduada Areia bem graduada Plasticidade e limites de consistência • O comportamento do solos granulares pode ser de certa forma identificados através da sua curva granulométrica. • Esta abordagem já não poderá ser feita para solos finos. É possível encontrar um solo fino, silte ou argila, com a mesma granulometria,encontrar um solo fino, silte ou argila, com a mesma granulometria, mas comportamento distinto (SUPERFÍCIE ESPECÍFICA MAIOR) • O tipo de argilomineral irá condicionar o comportamento do solo. • Análise do comportamento do solo na presença de água - limites de consistência também conhecidos como os limites de ATTERBERG Plasticidade e limites de consistência • É a propriedade de certos solos serem moldados sem variação de volume, sob certas condições de umidade. • A plasticidade é função do argilomineral, e do teor de umidade. • A caulinita é menos plástica do que a montmorilonita. Plasticidade e limites de consistência LC – Limite de Contração Corresponde ao teor de umidade além do qual o solo deixa de estar saturado. LL – Limite de LiquidezLL – Limite de Liquidez Teor de umidade quando o solo está entre os estados líquido e plástico. LP – Limite de Plasticidade Teor de umidade quando o solo está entre o estado semi-sólido e plástico. Plasticidade e limites de consistência umidade ESTADO LIMITE Líquido LL = Limite de liquidez umidade Plástico Quebradiço IP = Índice de Plasticidade LP = Limite de Plasticidade Plasticidade e limites de consistência Limite de Liquidez – teor de umidade do solo com o qual uma ranhura nele feita requer 25 golpes para se fechar numa concha. Plasticidade e limites de consistência Limite de Liquidez – Diversas tentativas são realizadas com o solo em diferentes umidades (NBR 6459) Plasticidade e limites de consistência Limite de Plasticidade – menor teor de umidade com o qual se consegue moldar um cilindro com 3 mm de diâmetro, rolando-se o solo com a palma da mão. Plasticidade e limites de consistência Limite de Plasticidade Plasticidade e limites de consistência ÍNDICE DE PLASTICIDADE • IP = LL – LP • Definidos por Atterberg Plasticidade e limites de consistência ÍNDICE DE PLASTICIDADE Argilo Mineral LL LP Montmorilonita 500 - 700 50 - 80 Ilita 80 - 120 45 – 60 Caulinita 45 - 50 30 Plasticidade e limites de consistência ÍNDICE DE PLASTICIDADE Solos LL (%) IP (%) Residuais de arenito (arenosos finos) 29 – 44 11 – 20 Residual de gnaisse 45 – 55 20 – 25 Residual de basalto 45 – 70 20 – 30Residual de basalto 45 – 70 20 – 30 Residual de granito 45 – 55 14 – 18 Argilas orgânicas de várzeas quaternárias 70 30 Argilas orgânicas de baixadas litorâneas 120 80 Argilas porosas vermelha de São Paulo 65 – 85 25 – 40 Argila variegada de São Paulo 40 – 80 15 – 45 Areias argilosas variegadas de São Paulo 20 – 40 5 – 15 Argilas duras, cinzas, de São Paulo 64 42 Plasticidade e limites de consistência ÍNDICE DE PLASTICIDADE Atividade das argilas Baseado nos limites de Atterberg podemos definir a atividade das argilas (Skempton, 1953). mm IPA 002,0% < = A atividade dá uma indicação da maior ou menor influência das propriedades químicas da fração argila nas propriedades geotécnicas. A Atividade < 0,75 Inativa 0,75 a 1,25 Normal > 1,25 Ativa Estrutura dos solos É a forma como as partículas estão armazenadas em uma massa de solo. É um fator importante na sua resistência. Solos Granulares (areias) – Fofo ou denso Solos Finos (siltes e areias finas) – Aveolar Solos Finos (argilas) – Dispersa ou floculada Estrutura dos solos Solos Granulares Estrutura dos solos Solos Finos (Siltes e areias finas) As partículas são atraídas entre si através de forças elétricas que predominam sobre as forças de massa. Estrutura dos solos Solos Finos (argilas) A estrutura é regida pelas forças elétricas de atração e repulsão, que predominam sobre as forças de gravidade.
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