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AULA DE DIREITO

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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
TEORIA E EXERCÍCIOS P/ POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 01 - INTRODUÇÃO AO PROCESSO PENAL E PRINCÍPIOS 
PROCESSUAIS PENAIS 
 
 
Caros alunos, sejam bem vindos!!! 
 
Começaremos a tratar nesta aula de pontos fundamentais para o entendimento do Direito 
processual penal. 
Neste encontro, formaremos uma rígida base que dará sustentação à correta compreensão 
dos assuntos que virão. Preocupe-se, mais do que nunca, em entender os preceitos básicos 
e garantir um percurso bem mais tranquilo até nossa última aula. 
Você perceberá, no decorrer dos tópicos, que alguns assuntos encontram íntima relação com 
temas que ainda veremos em nosso curso. 
Desta forma, nesta primeira aula, não se atenha a pontos específicos, mas sim aos conceitos 
e princípios relacionados com eles. 
Para ficar claro, não se preocupe, por exemplo, em saber exatamente qual a diferença entre 
uma prova ilícita e uma derivada da ilícita, ou mesmo entre uma prisão temporária e uma 
preventiva. 
Esses temas serão devidamente apresentados quando oportuno e o importante agora, como 
já disse, é formar a base para receber os assuntos que virão de “braços abertos”!!! 
Dito isto, vamos ao que interessa? 
 
Bons estudos! 
 
******************************************************************************************************* 
 
1.1 O PROCESSO PENAL 
 
A Carta Magna dispõe logo em seu art. 1º, parágrafo único, que “todo poder emana do povo, 
que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou, diretamente, nos termos desta 
Constituição”. 
Do texto constitucional retira-se claramente que o Estado é o titular de um poder que deve 
ser exercido em prol da sociedade. Ocorre, contudo, que tal poder não é ilimitado e, os 
limites, são impostos pelas normas legais, pelo Direito. 
Neste contexto é que surge o processo, meio através do qual o Estado poderá exercer o seu 
poder jurisdicional de forma adequada, proporcional e razoável aos anseios da sociedade. 
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A partir de agora começaremos a tratar do processo, mais especificamente do Processo 
Penal e, para que você compreenda corretamente este importante ramo jurídico, é 
importantíssimo aprender, antes de tudo, qual o seu conceito. 
 
 1.1.1 CONCEITO 
 
Podemos dizer que o Direito Processual Penal é o conjunto de normas e princípios que 
vai tornar possível a aplicação do Direito Penal, pelo Estado, no caso concreto. Desta 
forma, o Processo Penal definirá a atuação do Estado-Juiz na sua relação com o autor e 
réu, os três principais sujeitos processuais. 
O fim específico do Processo Penal é o de obter a certeza positiva ou negativa, acerca da 
violação da Lei penal, mediante a intervenção judicial. Pode-se afirmar, portanto que o 
Processo Penal tem um duplo fim: 
ƒ Fim essencial Î Estabelecido em prol do interesse social empenhado na punição 
dos delinqüentes; 
ƒ Fim correlativo Î Estabelecido em prol da tutela do interesse privado e social 
concernente às garantias individuais, principalmente a da liberdade. 
 
Para deixar ainda mais claro, imaginemos um mecânico de automóveis e as peças do 
carro. Em grau de equivalência, teríamos a seguinte relação: 
 
• PEÇAS DO CARRO Î DIREITO PENAL; 
• MECÂNICO Î ESTADO; 
• PROCESSO DE COLOCAÇÃO DAS PEÇAS PELO MECÂNICO NOS VEÍCULOSÎ 
PROCESSO PENAL; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTADO-JUIZ 
RÉU AUTOR 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
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 1.1.2 FONTES DO PROCESSO PENAL 
 
Fonte, em sentido usual, é o lugar de onde provém algo. Desta forma, podemos 
conceituar fontes do processo penal como o ponto de partida das normas, princípios e 
preceitos que norteiam este ramo jurídico. 
Dentre os diversos doutrinadores, a classificação que você, concurseiro, precisa ter 
conhecimento é a subdivisão das fontes em formais e materiais: 
 
1 - FONTES MATERIAIS Î Quando falamos em fontes materiais, estamos tratando de 
quem será responsável pela edição de normas específicas sobre o Processo Penal no 
nosso País. 
Para encontramos esta resposta devemos recorrer à Constituição Federal que, em seu 
art. 22, I, dispõe: 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho; (grifo nosso) 
 
Desta forma, caro aluno, podemos afirmar que a única fonte material do Direito 
Processual Penal é a UNIÃO, correto??? 
ERRADO!!! Excepcionalmente, lei estadual (ou distrital) poderá tratar sobre questões 
específicas de Processo Penal, desde que permitido pela União por meio de lei 
complementar. Observe o disposto no art. 22, parágrafo único, da Carta Magna: 
 
Art. 22 
[...] 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar 
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
 
2 - FONTES FORMAIS Î No que diz respeito às chamadas fontes formais, 
diferentemente do que vimos anteriormente, estamos tratando da forma como as normas 
jurídicas são exteriorizadas. 
No Direito brasileiro temos como principal fonte formal a lei, que recebe a denominação 
de fonte imediata. 
Dentro desta classificação, podemos abranger a Constituição Federal, a legislação 
infraconstitucional, os tratados, convenções e regras de Direito Internacional e as 
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súmulas vinculantes, incluídas no art. 103-A da Carta Magna pela EC 45/2004 nos 
seguintes termos: 
 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões 
sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação 
na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do 
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas 
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em lei. 
 
A principal característica da fonte formal imediata é o fato de ela vincular a atuação do 
Estado, ou seja, se uma lei diz que o Juiz deve agir de uma maneira “X”, obrigatoriamente 
terá que assim fazer. 
Além da fonte IMEDIATA, também existem fontes MEDIATAS que, embora não vinculem 
a atuação do Estado, servem de importante embasamento na atuação Estatal. São elas: 
ƒ OS COSTUMES Î O COSTUME, QUE NO DIREITO PROCESSUAL PENAL É 
DENOMINADO “PRAXE FORENSE”, É A REGRA DE CONDUTA PRATICADA DE 
MODO GERAL, CONSTANTE E UNIFORME (ELEMENTO INTERNO), COM A 
CONSCIÊNCIA DE SUA OBRIGATORIEDADE (ELEMENTO EXTERNO). 
EMBORA NÃO MENCIONADO NO ARTIGO 3° DO CPP, QUE ADMITE A APLICAÇÃO 
DA ANALOGIA E DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO, O COSTUME É REFERIDO 
PELO ARTIGO 4° DA LEI DE INTRODUÇÃO DO CÓDIGO CIVIL COMO UMA DAS 
FORMAS INTEGRADORAS DO DIREITO, EM ESPECIAL NA LACUNA DA LEI, 
PODENDO SER CONSIDERADO COMO FORMA DE REVELAÇÃO DO DIREITO 
PROCESSUAL PENAL. 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
Art. 4o (LICC) Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
FALA-SE EM COSTUME SECUNDUM LEGEM (DE ACORDO COM A LEI), EXTRA 
LEGEM (NA AUSÊNCIA DE LEI) E CONTRA LEGEM (CONTRA A LEI). O ÚLTIMO, 
SEGUNDO O DIREITO MODERNO, É PROIBIDO. 
 
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ƒ OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO Î SÃO REGRAS QUE EMBORA NÃO 
ESTEJAM ESCRITAS, MOSTRAM-SE PRESENTES E INFORMAM O ORDENAMENTO 
JURÍDICO 
ƒ A ANALOGIA Î A ANALOGIA É UMA FORMA DE AUTO-INTEGRAÇÃO DA LEI. 
NA LACUNA INVOLUNTÁRIA DESTA, APLICA-SE AO FATO NÃO REGULADO 
EXPRESSAMENTE UM DISPOSITIVO QUE DISCIPLINA HIPÓTESE SEMELHANTE. 
NO ENTENDER DE BETTIOL CONSISTE NA EXTENSÃO DE UMA NORMA 
JURÍDICA DE UM CASO PREVISTO A UM CASO NÃO PREVISTO COM 
FUNDAMENTO NA SEMELHANÇA ENTRE OS DOIS CASOS, PORQUE O PRINCÍPIO 
INFORMADOR DA NORMA QUE DEVE SER ESTENDIDA ABRAÇA EM SI TAMBÉM O 
CASO NÃO EXPRESSAMENTE NEM IMPLICITAMENTE PREVISTO. 
ƒ A DOUTRINA Î É A MANIFESTAÇÃO DE OPINIÃO DOS RENOMADOS JURISTAS 
E ESTUDIOSOS DO DIREITO 
ƒ A JURISPRUDÊNCIA Î DECISÕES REITERADAS A RESPEITO DE UM MESMO 
ASSUNTO. 
 
Alguns doutrinadores tratam de outras fontes, mas para você, que fará uma prova do 
CESPE, são essas as fontes que são de conhecimento necessário. Podemos resumir o 
exposto da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTES 
FORMAIS 
MATERIAIS 
REGRA: UNIÃO 
 
EXCEÇÃO 
 
ESTADOS (DELEGAÇAO POR LC) 
MEDIATAS 
IMEDIATAS 
1 - CF/88 
2 - LEGISLAÇAO 
INFRACONSTITUCIONAL 
3 – TRATADOS, REGRAS E 
CONVENÇOES DE DIREITO 
INTERNACIONAL 
4 – SÚMULAS VINCULANTES 
1 – COSTUMES 
2 – PCP. GERAIS DO DIREITO 
3 – ANALOGIA 
4 – DOUTRINA 
5 - JURISPRUDÊNCIA 
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 1.1.3 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS 
 
1.1.3.1 SISTEMA INQUISITÓRIO 
 
Os sistemas inquisitórios têm seu surgimento em Roma e na Europa medieval 
tiveram seu apogeu, foram adotados pelos regimes monárquicos e encontraram 
guarida no direito canônico. Tais modelos foram adotados por quase todas as 
nações européias durante os séculos XVI, XVII, XVIII. 
Esses sistemas encontram apoio em Estados Totalitários, onde ocorrem supressões 
da liberdade e garantias individuais dos cidadãos. 
Verifica-se também, demasiada violência Estatal em face dos indivíduos, sendo essa 
a grande característica que se pode apontar na aplicação do direito penal, além de 
uma evidente inclinação do modelo em buscar, preferencialmente, a condenação 
como fim satisfatório do processo criminal. 
 
Dentre as características desses modelos, pode-se dizer que a principal é o 
acúmulo, pelo mesmo órgão, das funções de acusar, defender e julgar. 
Outra característica, na verdade uma conseqüência da primeira, é que a colheita de 
provas é feita pelo próprio juiz. 
Verifica-se ainda que o réu, aqui, é tratado como objeto das investigações e não 
como sujeito de direitos. Sua culpa é presumida e, no mais das vezes, responde ao 
processo recluso. 
O processo é sigiloso, sendo que em algumas oportunidades, são negadas as 
informações até mesmo ao acusado. 
Como o próprio órgão julgador é o responsável também pelas funções de acusação 
e defesa, compromete-se a imparcialidade que se espera de todo julgamento. 
Entende-se que ao realizar a acusação, o julgador já está, de certa forma, 
apresentando um juízo de valor quanto à questão. 
 
Rangel enumera as principais características dos sistemas inquisitórios: 
 
1. AS TRÊS FUNÇÕES (ACUSAR, DEFENDER E JULGAR) CONCENTRAM-SE NAS 
MÃOS DE UMAS SÓ PESSOA, INICIANDO O JUIZ, EX OFFICIO, A ACUSAÇÃO, 
QUEBRANDO, ASSIM, SUA IMPARCIALIDADE; 
2. O PROCESSO É REGIDO PELO SIGILO, DE FORMA SECRETA, LONGE DOS 
OLHOS DO POVO; 
3. NÃO HÁ CONTRADITÓRIO NEM AMPLA DEFESA, POIS O ACUSADO É MERO 
OBJETO DO PROCESSO E NÃO SUJEITO DE DIREITOS, NÃO SE LHE 
CONFERINDO NENHUMA GARANTIA; 
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4. O SISTEMA DE PROVAS É O DA PROVA TARIFADA OU PROVA LEGAL E, 
CONSEQUENTEMENTE, A CONFISSÃO É A RAINHA DAS PROVAS. 
 
Pode-se perceber, pelas suas características, que esses sistemas estão em 
desacordo com os princípios constitucionais de um Estado Democrático de Direito, 
que primam pela proteção aos direitos e garantias individuais, resguardando a 
liberdade do cidadão como um dos bens jurídicos de maior valor e merecedor de 
especial proteção. 
 
1.1.3.2 SISTEMA ACUSATÓRIO 
 
 
É O SISTEMA ADOTADO NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO 
 
O que caracteriza o processo acusatório é a rígida separação entre a função de 
julgar, acusar e defender, a imparcialidade, a ampla defesa, o contraditório e, em 
decorrência, a paridade entre a acusação e a defesa, a publicidade e a oralidade dos 
atos processuais, entre outros. 
Luigi Ferrajoli enfatiza que se pode chamar acusatório "todo sistema processual que 
configura o juiz como um sujeito passivo rigidamente separado das partes e o 
processo como iniciativa da acusação, a quem compete provar o alegado, 
garantindo-se o contraditório (...) podemos, ao contrário, chamar inquisitório o 
processo em que o juiz procede de ofício na busca de provas, atuando em segredo e 
por escrito, com exclusão de qualquer contraditório ou limitação deste.” 
Ainda, seguindo a lição de Rangel as principais características desse sistema são as 
seguintes: 
 
1. HÁ A SEPARAÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES DE ACUSAR, JULGAR E DEFENDER, 
COM TRÊS PERSONAGENS DISTINTOS:AUTOR, JUIZ E RÉU; 
2. O PROCESSO É REGIDO PELO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS 
PROCESSUAIS, ADMITINDO-SE, COMO EXCEÇÃO, O SIGILO NA PRÁTICA DE 
DETERMINADOS ATOS 
3. OS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA INFORMAM 
TODO O PROCESSO.O RÉU É SUJEITO DE DIREITOS, GOZANDO DE TODAS 
AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS QUE LHE SÃO OUTORGADAS; 
4. O SISTEMA DE PROVAS ADOTADO É O DO LIVRE CONVENCIMENTO, OU 
SEJA, A SENTENÇA DEVE SER MOTIVADA COM BASE NAS PROVAS 
CARREADAS PARA OS AUTOS. O JUIZ ESTÁ LIVRE NA SUA APRECIAÇÃO, 
PORÉM NÃO PODE SE AFASTAR DO QUE CONSTA NO PROCESSO; 
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5. IMPARCIALIDADE DO ÓRGÃO JULGADOR, POIS O JUIZ ESTÁ DISTANTE DO 
CONFLITO DE INTERESSES INSTAURADO ENTRE AS PARTES, MANTENDO 
SEU EQUILÍBRIO, PORÉM DIRIGINDO O PROCESSO ADOTANDO AS 
PROVIDENCIAS NECESSÁRIAS À INSTRUÇÃO DO FEITO, INDEFERINDO AS 
DILIGÊNCIAS INÚTEIS OU MERAMENTE PROTELATÓRIAS. 
 
Na verdade, o que se observa nesse sistema é a limitação do poder estatal de 
intervenção na vida do indivíduo, que no caso do direito penal se revela pela forma 
de intervenção do estado mais gravosa, retirando-lhe a liberdade. 
A Constituição Federal assegura o sistema acusatório no processo penal, haja vista 
que: 
 
9 As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais 
incumbem às polícias civis e à polícia federal, e inclusive à militar, no 
que diz respeito aos crimes militares (CF/88 - art. 144 e §§); 
9 Estabelece o contraditório e a ampla defesa, com o meio e recursos a 
ela inerentes – (CF/88 - art. 5o, inciso LV); 
9 A ação penal pública é promovida, privativamente, pelo Ministério 
Público – art. 129, I, embora seja assegurado ao ofendido o direito à 
ação penal privada subsidiária da pública – (CF/88 - art. 5o, LIX); 
9 A função de julgar cabe a juízes constitucionalmente investidos – 
(CF/88 - art. 5o, LIII e 92); 
9 Assevera a motivação das decisões judiciais – art. 93, IX, e a 
publicidade dos atos processuais, podendo a lei restringi-la apenas 
quando a defesa da intimidade ou o interesse público o exigirem – 
(CF/88 - art. 5o, LX). 
 
1.1.3.3 SISTEMA MISTO 
 
Abrange duas fases processuais distintas: A primeira é inquisitiva, na qual ocorre 
uma investigação preliminar. A outra é a do julgamento, na qual aplica-se todos os 
conceitos e princípios do sistemaacusatório. 
Cabe ressaltar que, embora não seja um tema pacífico, a doutrina majoritária 
entende que o inquérito policial, apesar de inquisitivo, não integra o processo penal 
propriamente dito e, portanto, não há que se falar em aplicabilidade do sistema misto 
no Brasil. 
 
 
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1.2 PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS 
 
O Direito Processual Penal é regido por uma série de princípios e o conhecimento destes é 
de suma importância para a correta compreensão deste ramo jurídico. 
No Processo Penal brasileiro, os princípios representam os postulados fundamentais da 
política processual penal do Estado e, como refletem as características de determinado 
momento histórico, sofrem oscilações de acordo com as alterações do regime político. 
Como se vive sob a égide de um regime democrático, os princípios que regem o Processo 
Penal devem estar em consonância com a liberdade individual, valor tido como absoluto pela 
Carta Magna de 1988. 
Os inúmeros princípios que norteiam o Processo Penal brasileiro encontram-se determinados 
tanto pela Constituição Federal quanto pelo Código de Processo Penal e serão agora 
tratados com suas principais características. 
 
 
 1.2.1 PRINCÍPIO DA VERDADE REAL 
 
No processo penal, o Juiz tem a obrigação de colher o maior número de provas possíveis 
a fim de determinar efetivamente como ocorreu o fato concreto. 
Segundo o STJ: “A busca pela verdade real constitui princípio que rege o Direito 
Processual Penal. A produção de provas, porque constitui garantia constitucional, pode 
ser determinada, inclusive pelo Juiz, de ofício, quando julgar necessário”. 
Desta forma, para ficar bem claro, imaginemos a seguinte situação: 
Tício mata Mévio e, durante o processo penal, o pai de Tício assume a culpa do feito, 
exigindo, assim, que seu filho seja liberado. Será que o Juiz é obrigado a aceitar o que 
esta sendo dito? 
A resposta é negativa, pois, como já dissemos, caberá ao judiciário, através da colheita 
de informações, atingir a verdade REAL e decidir através da livre apreciação das provas. 
Contudo, este princípio não é absoluto, pois há determinadas situações que constituem 
ressalvas à verdade real, como, por exemplo, as provas obtidas por meios ilícitos, as 
limitações ao depoimento de algumas testemunhas que têm conhecimento do fato em 
virtude da profissão, ofício, função ou ministério (art. 208, CPP) e a impossibilidade de 
apresentação de provas que não tiverem sido juntadas aos autos com antecedência 
mínima de três dias. 
Diante do exposto, se em um processo penal é apresentado ao Juiz uma interceptação 
telefônica ilegal, na qual o réu diz “EU MATEI” e, concomitantemente, o depoimento de 
um padre, o qual tem o dever de silêncio em razão do ofício, que diz que no mesmo dia 
do homicídio o réu se confessou e contou tudo, nada disso servirá como prova. 
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Ainda dentro do mesmo processo, imaginemos que, como nos filmes, no momento em 
que o Juiz ia proferir a decisão apareceu um cinegrafista amador com imagens do 
momento do homicídio para apresentar. Isso servirá como prova? 
A resposta é negativa (impossibilidade de apresentação de provas que não tiverem sido 
juntadas aos autos com antecedência mínima de três dias) e a autoridade judicial terá 
que se basear somente nos autos, pois, neste caso, ”o que não está nos autos, não está 
no mundo”. 
 
 1.2.2 PRINCÍPIO DA INICIATIVA DAS PARTES 
 
O princípio da iniciativa das partes é assinalado pelos axiomas latinos nemo judex sine 
actore e ne procedat judex ex officio (estas expressões às vezes aparecem em prova, 
então atenção a elas), ou seja, não há juiz sem autor, ou o juiz não pode dar início ao 
processo de ofício sem a provocação da parte interessada. 
O CPP prevê expressamente o aludido princípio quando, por intermédio dos arts. 24 e 30, 
dispõe que a ação penal pública deve ser promovida pelo Ministério Público, através da 
denúncia, e que a ação penal privada deve ser promovida pelo ofendido ou por quem 
caiba representá-lo, mediante queixa. 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do 
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do 
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá 
intentar a ação privada. 
 
Tais dispositivos podem ser confirmados pelo art. 28 do mesmo diploma legal, o qual 
dispõe que, nos casos em que o órgão do Ministério Público deixa de oferecer a denúncia 
para requerer o arquivamento do inquérito policial, ainda que o Juiz não concorde com as 
alegações do MP, não poderá dar início à ação penal ex officio, devendo remeter os 
autos ao Procurador Geral para que esse tome as providencias que julgar cabíveis. 
 
 1.2.3 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 
Prevê a Constituição Federal que: 
 
Art. 5º 
[...] 
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LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
 
Consoante o texto constitucional, existe uma presunção de inocência do acusado da 
prática de uma infração penal até que haja uma sentença condenatória irrecorrível que o 
declare culpado, ou seja, é assegurado a todo e qualquer indivíduo um prévio estado de 
inocência, que só pode ser afastado se houver prova plena do cometimento de um delito. 
Nos termos dos ensinamentos trazidos pelo jurista Antônio Magalhães GOMES FILHO, o 
princípio em estudo não se limita a uma garantia política do estado de inocência dos 
cidadãos, devendo também ser analisado sob o enfoque técnico jurídico como regra de 
julgamento a ser adotada sempre que houver dúvida sobre fato relevante para a decisão 
do processo, quando a presunção de inocência confunde-se com o princípio in dubio pro 
reo (na dúvida, em favor do réu). 
Ademais, a mencionada norma deve orientar o tratamento do acusado ao longo de todo o 
processo, impedindo que ele seja equiparado ao culpado. 
É importante ressaltar, principalmente para os que se aventurarão nas provas do CESPE, 
que este princípio não impede medidas coercitivas previstas em lei como, por exemplo, a 
prisão temporária e provisória. Entenderemos melhor isto quando tratarmos sobre as 
formas de prisão. 
 
1.2.4 PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
 
Dispõe a Carta Magna: 
 
Art. 5º 
[...] 
LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; (grifo nosso). 
 
Trataremos primeiramente do contraditório, que nada mais é do que o direito que detêm 
as partes de terem conhecimento de todas as provas que a elas são imputadas para 
contradizê-las, contestá-las, enfim, preparar uma defesa. 
 
Assim, não existe no processo prova secreta e muito menos aquele 
“salvador da pátria” que constantemente vemos nos filmes, que aguarda 
o último segundo do julgamento para apresentar a prova que resolve 
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tudo e prende o assassino...ESSE TIPO DE PROVA NA SUA PROVA NÃO EXISTE...SÓ 
MESMO EM HOLLYWOOD. 
 
A ampla defesa encontra correlação com o princípio do contraditório e é o dever que 
assiste ao Estado de facultar ao acusado a possibilidade de efetuar a mais completa 
defesa quantoà imputação que lhe foi realizada. 
 
1.2.5 PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS OBTIDAS POR 
MEIOS ILÍCITOS 
 
Este princípio está firmado no art. 5º, da Constituição Federal, nos seguintes termos: 
 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
Observe que o art. 157 do CPP, recentemente alterado pela lei nº 11.690/2008, também 
discorre sobre o tema: 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as 
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais. 
 § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo 
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou 
quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das 
primeiras. 
 
Perceba que o parágrafo primeiro do supracitado artigo cita as provas derivadas das 
ilícitas. Deste modo, será válido como prova a arma do crime cuja localização foi obtida 
por uma interceptação telefônica ilegal? 
A resposta é negativa, pois a arma, embora lícita por si, deriva de uma prova ilegal. 
Cabe, por fim, ressaltar que a jurisprudência majoritária tem admitido o uso de prova 
ilícita quando esta é o único meio do réu comprovar sua inocência. Entenderemos melhor 
este tópico quadro tratarmos especificamente das provas 
 
1.2.6 PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE 
 
FUI 
EU!!! 
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Segundo este princípio, a pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por órgãos 
públicos, ou seja, a autoridade policial, no caso do inquérito, e o Ministério Público, no 
caso da ação penal pública. 
Este princípio não é absoluto e encontra exceções como nos seguintes casos: 
 
1. Ação penal privada (Falaremos um pouco sobre este tema na aula sobre inquérito 
policial). 
2. Ação penal popular – Lei nº 1079/1950 que permite a todo cidadão apresentar, 
perante o Senado Federal, denúncia contra os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal e contra o Procurador Geral da República em relação a crimes de 
responsabilidade que vierem a cometer. 
 
1.2.7 PRINCÍPIO DA OFICIOSIDADE 
 
A autoridade policial e o Ministério Público, regra geral, tomando conhecimento da 
possível ocorrência de um delito, deverão agir ex officio (daí o nome princípio da 
oficiosidade), não aguardando qualquer provocação. 
Tal situação é excepcionada nos casos de ação penal privada, na qual, como veremos, 
será necessária a provocação da vítima. 
 
1.2.8 PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
Vivemos em um Estado Democrático de Direito e, assim, a lei define um devido processo 
para que uma penalização possa ser aplicada a um indivíduo. A fim de evitar qualquer 
fuga, por parte do Estado, dos ritos procedimentais estabelecidos no nosso ordenamento 
jurídico, o texto constitucional nos traz: 
 
Art. 5º 
[...] 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal; 
O devido processo legal, portanto, configura proteção ao indivíduo tanto sob o aspecto 
material, com a garantia de proteção ao direito de liberdade, quanto sob o aspecto formal, 
assegurando-lhe a plenitude da defesa e a igualdade de condições com o Estado-
persecutor. 
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Pode-se conceituar o princípio em estudo, de acordo com a lição do doutrinador Marcos 
Alexandre Coelho ZILLI, como sendo uma garantia constitucional, atualmente incorporada 
no campo dos direitos e garantias fundamentais, que visa assegurar às partes 
interessadas o estabelecimento e o respeito a um processo judicial instituído em lei e 
conduzido por um juiz natural, sendo que este deve ser dotado de independência e 
imparcialidade, resguardando-se o contraditório, a ampla defesa, a publicidade dos atos e 
a motivação das decisões ali proferidas. 
 
1.2.9 PRINCÍPIO DO “FAVOR REI” 
 
Também conhecido como princípio do in dubio pro reo, o princípio do favor rei decorre do 
princípio da presunção de inocência anteriormente estudado. 
Baseia-se na predominância do direito de liberdade do acusado, quando colocado em 
confronto com o direito de punir do Estado, ou seja, na dúvida, sempre prevalece o 
interesse do réu. 
O mencionado princípio deve orientar, inclusive, as regras de interpretação, de forma que, 
diante da existência de duas interpretações antagônicas, deve-se escolher aquela que se 
apresenta mais favorável ao acusado. 
No processo penal, para que seja proferida uma sentença condenatória, é necessário que 
haja prova da existência de todos os elementos objetivos e subjetivos da norma penal e 
também da inexistência de qualquer elemento capaz de excluir a culpabilidade e a pena. 
 
1.2.10 PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
 
Quando da determinação de um Juiz para um processo, a atuação deste deve 
ser completamente imparcial, ou seja, desprovida de qualquer interesse pessoal. 
Imaginemos um julgamento em que o Juiz decidirá pela prisão ou não de sua 
mãe e sua esposa...Ou de sua sogra (ai complica...)... Será que podemos 
garantir que ele será completamente neutro? 
Realmente é difícil responder a esta pergunta e, exatamente por isso, o nosso 
ordenamento jurídico trouxe hipóteses em que, obrigatoriamente, o Juiz deverá alegar 
sua impossibilidade de realizar o julgamento e outras situações em que as partes poderão 
solicitar a mudança da autoridade julgadora. 
São as hipóteses de impedimentos e suspeições presentes nos arts. 254, 255 e 256 do 
Código de Processo Penal. Ressalto que o conhecimento aprofundado destes 
dispositivos legais NÃO é importante para sua PROVA, mas, a fim de facilitar a 
compreensão, reproduzo: 
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Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado 
por qualquer das partes: 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser 
julgado por qualquer das partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo. 
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por 
afinidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, 
salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem 
descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o 
genro ou enteado de quem for parte no processo. 
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a 
parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la. 
 
1.2.11 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE 
 
A adoção desse princípio proíbe a paralisação injustificada da investigação policial ou seu 
arquivamento pela autoridade policial. Também não permite que o Ministério Público 
desista da ação. 
Como garantia do aludido princípio, a lei processual penal traz diversos dispositivos, 
como, por exemplo, a determinação dos prazos para a conclusão do inquérito policial (art. 
10) e, ainda, a proibição da autoridade policial de formular pedido de arquivamento. 
Observe o texto legal: 
 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
 
 
É importante ressaltar que a indisponibilidade encontrahoje ressalva na lei nº 9.099/1995 
que permite a transação penal nos crimes de menor potencial ofensivo (contravenções e 
infrações cuja pena máxima não ultrapasse dois anos de prisão, cumulada ou não com 
multa). 
 
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1.2.12 PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL 
 
Consagrado pela CF/88, em seu art. 5º, LIII, o princípio do Juiz natural estabelece que 
ninguém será sentenciado senão pela autoridade competente, representando a garantia 
de um órgão julgador técnico e isento, com competência estabelecida na própria 
Constituição e nas leis de organização judiciária de cada Estado. 
Juiz natural é, assim, aquele previamente conhecido, segundo regras objetivas de 
competência estabelecidas anteriormente à infração penal, investido de garantias que lhe 
assegurem absoluta independência e imparcialidade. 
Decorre desse princípio a proibição de criação de juízos ou tribunais de exceção, 
insculpida no art. 5º, XXXVII, que impõe a declaração de nulidade de qualquer ato judicial 
emanado de um juízo ou tribunal que houver sido instituído após a prática de 
determinados fatos criminosos, especificamente para processar e julgar determinadas 
pessoas. 
Faz-se necessário esclarecer que a proibição da constituição de tribunais de exceção não 
significa impedimento à criação de justiça especializada ou de vara especializada, já que, 
nesse caso, apenas são reservados a determinados órgãos, inseridos na estrutura 
judiciária fixada na própria Constituição, o julgamento de matérias específicas. 
No mesmo sentido, o princípio do Promotor natural também encontra amparo no art. 5º, 
LIII, da CF/88, ao determinar que ninguém será processado senão por autoridade 
competente. 
O mencionado dispositivo deve ser interpretado em consonância com o art. 127 e 129 da 
Carta Magna, ou seja, ninguém poderá ser processado criminalmente senão pelo órgão 
do Ministério Público, dotado de amplas garantias pessoais e institucionais de absoluta 
independência e liberdade de convicção e com atribuições previamente fixadas e 
conhecidas. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
 
TRANSAÇÃO PENAL Î EM TERMOS BASTANTE SIMPLÓRIOS: É UM 
"ACORDO" QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO PROPÕE AO INFRATOR DE 
QUE NÃO SERÁ DADA CONTINUIDADE AO PROCESSO CRIMINAL, 
DESDE QUE ELE CUMPRA DETERMINADAS CONDIÇÕES IMPOSTAS 
PELO PRÓPRIO MP (EX.: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE, 
PAGAMENTO DE CESTAS BÁSICAS, ETC.). DESTA FORMA, NESTA 
HIPÓTESE, TEMOS A DISPONIBILIDADE DO PROCESSO, PODENDO SER 
EXTINTO EM CASO DE ACORDO. 
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A garantia do promotor natural consagra a independência do órgão de acusação pública. 
Representa, ainda, uma garantia de ordem individual, já que limita a possibilidade de 
persecuções criminais pré-determinadas ou a escolha de promotores específicos para a 
atuação em certas ações penais. 
 
1.2.13 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
O princípio constitucional da publicidade, como já tratamos, é característica fundamental 
do sistema processual acusatório. 
Mirabete coloca que a publicidade: 
 
"Trata-se de garantia para obstar arbitrariedades e violências contra o acusado e 
benéfica para a própria Justiça, que, em público, estará mais livre de eventuais pressões, 
realizando seus fins com mais transparência. 
Esse princípio da publicidade inclui os direitos de assistência, pelo público em geral, dos 
atos processuais, a narração dos atos processuais e a reprodução dos seus termos 
pelos meios de comunicação e a consulta dos autos e obtenção de cópias, extratos e 
certidões de quaisquer deles” 
 
1.2.14 PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
O princípio do duplo grau de jurisdição visa assegurar ao litigante vencido, total ou 
parcialmente, o direito de submeter a matéria decidida a uma nova apreciação 
jurisdicional, no mesmo processo, desde que atendidos determinados pressupostos 
específicos, previstos em lei. 
A doutrina diverge em considerar o duplo grau de jurisdição como um princípio de 
processo inserido na Constituição Federal, já que inexiste a sua previsão expressa no 
texto constitucional. 
Aqueles que acreditam que o duplo grau de jurisdição é um princípio processual 
constitucional, inclusive de processo penal, fundamentam a sua posição, na competência 
recursal estabelecida na Constituição Federal. 
Observe alguns exemplos desta previsão implícita do duplo grau de jurisdição inserido na 
Constituição Federal de 1988: 
 
Art. 5º 
[...] 
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LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
[...] 
II - julgar, em recurso ordinário: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário (...); 
 
Diante disso, em que pese não traga de forma expressa, pode-se dizer que o duplo grau 
de jurisdição ou garantia de reexame das decisões proferidas pelo Poder Judiciário, pode 
ser incluído no estudo acerca dos princípios de processo penal na Constituição Federal 
(ESSE É O ENTENDIMENTO DA BANCA). 
 Todo ato decisório do juiz que possa prejudicar um direito ou um interesse da parte deve 
ser recorrível, como meio de evitar ou emendar os erros e falhas que são inerentes aos 
julgamentos humanos; e, também, como atenção ao sentimento de inconformismo contra 
julgamento único, que é natural em todo indivíduo. 
 
Por fim, vamos resumir os princípios apresentados: 
 
PPRRIINCCÍPPIOO CCOOMMEENNTTÁÁRIIOSS 
DA VERDADE REAL 
CABERÁ AO JUDICIÁRIO, ATRAVÉS DA 
COLHEITA DE INFORMAÇÕES, ATINGIR A 
VERDADE REAL E DECIDIR ATRAVÉS DA 
LIVRE APRECIAÇÃO DAS PROVAS. 
 
 
DA INICIATIVA DAS PARTES 
 
O JUIZ NÃO PODE DAR INÍCIO AO 
PROCESSO DE OFÍCIO, SEM A 
PROVOCAÇÃO DA PARTE INTERESSADA. 
 
DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
NINGUÉM SERÁ CONSIDERADO CULPADO 
ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DE 
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA. 
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DO CONTRADITÓRIO 
TER CONHECIMENTO DE TODAS AS 
PROVAS PARA EXERCER O DIREITO DE 
CONTRADIZÊ-LAS. 
 
DA AMPLA DEFESA 
 
POSSIBILIDADE DE APRESENTAR TODO 
TIPO (LÍCITO) DE PROVAS PARA PROVAR 
O QUE AFIRMA. 
 
 
DA INADMISSIBILIDADE DAS PROVAS 
OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS 
 
SÃO INADMISSÍVEIS, DEVENDO SER 
DESENTRANHADAS DO PROCESSO, AS 
PROVAS ILÍCITAS, ASSIM ENTENDIDAS 
AS OBTIDAS EM VIOLAÇÃO A NORMAS 
CONSTITUCIONAIS OU LEGAIS. 
 
DA OFICIALIDADE 
 
A PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO 
DEVE SE FAZER VALER POR ÓRGÃOS 
PÚBLICOS. 
DA OFICIOSIDADE 
A AUTORIDADE POLICIAL E O 
MINISTÉRIO PÚBLICO, REGRA GERAL, 
TOMANDO CONHECIMENTO DA POSSÍVEL 
OCORRÊNCIA DE UM DELITO, DEVERÃO 
AGIR EX OFFICIO. 
 
 
DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
NINGUÉM SERÁ PRIVADO DA LIBERDADE 
OU DE SEUS BENS SEM O DEVIDO 
PROCESSO LEGAL; 
 
DO “FAVOR REI” 
 
IN DUBIO PRO REO – OU SEJA – NA 
DÚVIDA ENTRE PRIVILEGIAR A 
PRETENSÃO PUNITIVA DO ESTADO OU O 
RÉU, PREVALECE ESTE ÚLTIMO. 
 
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DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ 
A ATUAÇÃO DO JUIZ DEVE SER 
COMPLETAMENTE IMPARCIAL, OU SEJA, 
DESPROVIDA DE QUALQUER INTERESSE 
PESSOAL. (HIPÓTESESDE SUSPEIÇÃO E 
IMPEDIMENTOS). 
DA INDISPONIBILIDADE 
ASSIM COMO O MP NÃO PODE DEIXAR DE 
OFERECER A DENÚNCIA QUANDO DA 
EXISTÊNCIA DE CRIME QUE SE APURA 
MEDIANTE AÇÃO PENAL PÚBLICA, 
TAMBÉM NÃO PODE DESISTIR DELA 
APÓS TÊ-LA INTERPOSTO. TAL PRECEITO 
TAMBÉM É APLICADO À AUTORIDADE 
POLICIAL NA FASE DO INQUÉRITO. 
DO JUIZ NATURAL E DO 
NINGUÉM SERÁ PROCESSADO NEM 
SENTENCIADO SENÃO PELA 
AUTORIDADE COMPETENTE. 
PROMOTOR NATURAL 
PUBLICIDADE OS ATOS PROCESSUAIS DEVEM SER PÚBLICOS 
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
O LITIGANTE VENCIDO, TOTAL OU 
PARCIALMENTE, TEM O DIREITO DE 
SUBMETER A MATÉRIA DECIDIDA A UMA 
NOVA APRECIAÇÃO JURISDICIO-NAL 
 
 
1.3 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO 
 
A norma processual penal possui uma eficácia (aptidão para produzir efeitos) que não é 
absoluta, encontrando limitação em determinados fatores, tais como: 
 
1 – FATORES DE ORDEM ESPACIAL Î Impõem à norma a produção de seus efeitos em 
determinados lugares e em outros não. 
 
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2 – FATORES DE ORDEM TEMPORAL Î Impõem à norma a produção de seus efeitos em 
determinados períodos de tempo. 
 
Diante do exposto, vamos analisar cada um destes fatores no processo penal brasileiro. 
 
1.3.1 LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO 
 
Dispõe o Código de Processo Penal: 
 
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este 
Código, ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros 
de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos 
ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade 
(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
O CPP traz para o processo penal o princípio da TTEERRRRIITTOORRIIAALLIIDDAADDEE, segundo o 
qual a lei processual penal aplica-se a todas as infrações cometidas em território 
brasileiro. 
Trata-se do princípio lex fori ou locus regit actum, que se justifica não apenas pelo 
conceito de soberania nacional, mas também na idéia de que não haveria sentido aplicar 
uma lei estrangeira, a qual representa o momento político de outros povos, à crimes 
cometidos em território nacional 
Mas a dúvida permanece...Quando uma infração é cometida em território nacional? 
A resposta será encontrada no Código Penal, que para efeito de conhecimento, 
reproduzo: 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou 
omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria 
produzir-se o resultado. 
 
Ao adotar a teoria da ubiqüidade, o código penal define como local do crime tanto o lugar 
da ação ou omissão quanto o do resultado. 
Apesar de deixar claro que a regra é a territorialidade, o art. 1º do CPP traz algumas 
exceções. Vamos conhecê-las: 
 
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A) OS TRATADOS, AS CONVENÇÕES E REGRAS DE DIREITO INTERNACIONAL; 
 
 
 
 
 
 
B) AS PRERROGATIVAS CONSTITUCIONAIS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
DOS MINISTROS DE ESTADO, NOS CRIMES CONEXOS COM OS DO PRESIDENTE 
DA REPÚBLICA, E DOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, NOS 
CRIMES DE RESPONSABILIDADE (CF/88, ARTS. 86, 89, § 2O, E 100): 
 
 
 
 
 
 
C) OS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR: 
 
 
 
 
 
 
Cabe ressaltar que as ressalvas acima mencionadas não são, como podem parecer, 
exceções à territorialidade da lei processual penal brasileira, mas apenas à territorialidade 
do Código de Processo Penal. Impõem a aplicação de outras normas processuais 
positivadas na Constituição Federal e em leis extravagantes (lei que regula o tráfico ilícito 
de entorpecentes; lei que trata do crime organizado; lei que dispõe os crimes eleitorais 
etc.). 
 
1.3.2 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
 
Este tema encontra-se definido no CPP da seguinte forma: 
 
O ART. 124 DA CF/88 DEFINE QUE CABE A JUSTIÇA MILITAR JULGAR OS 
CRIMES MILITARES. ESSES DELITOS VÃO SER APURADOS DE ACORDO 
COM O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR E NÃO CONFORME O 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. 
DETERMINADAS CONDUTAS, POR QUESTÃO DE POLÍTICA CRIMINAL, NÃO 
SÃO JULGADAS PELO JUDICIÁRIO, MAS PELO LEGISLATIVO. NO CASO 
EM TELA, TRATA-SE DE COMPETÊNCIA DO SENADO FEDERAL. 
A SUBSCRIÇÃO PELO BRASIL DE TRATADO OU CONVENÇÃO AFASTA A 
JURISDIÇÃO CRIMINAL BRASILEIRA, FAZENDO COM QUE 
DETERMINADOS CRIMES SEJAM APRECIADOS POR TRIBUNAIS 
ESTRANGEIROS. 
 
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Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da 
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
Antes de compreendermos a abrangência do referido artigo, precisamos entender alguns 
conceitos. Vamos a eles: 
 
ƒ ATIVIDADE Î Período situado entre a entrada em vigor e a revogação de uma lei 
durante o qual ela está produzindo efeitos. 
 
ƒ EXTRATIVIDADE Î É a incidência de uma lei fora do seu período de vigência. Se 
atinge atos anteriores à sua entrada em vigor atribuímos o nome 
RETROATIVIDADE. Diferentemente, caso produza efeitos após sua revogação, 
damos o nome de ULTRATIVIDADE. 
 
RESUMINDO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entendidos os conceitos, podemos iniciar a análise do art. 2º, segundo o qual, conforme 
vimos, “a lei processual aplicar-se-á DESDE LOGO, sem prejuízo dos atos realizados sob 
a vigência da lei anterior”. 
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Quando lemos este artigo, fica claro que o legislador adotou o princípio da aplicação 
imediata das normas processuais, aplicando aos fatos a lei que estiver em vigor no dia 
em que ele foi praticado (tempus regit actum). 
E agora uma pergunta para você, questão esta recorrente em provas: 
Mas e se a lei processual penal é mais benéfica para o réu, ela vai retroagir??? 
Se você respondeu “SIM, claro, isso está na Constituição”, a resposta 
estááááá....INCORRETA!!! O que encontramos na Carta Magna é: 
 
Art. 5º 
[...] 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; (grifo nosso). 
 
Perceba que a CF/88 fala da retroação da lei penal e não da processual penal. 
A retroatividade existe, no entanto, sob outro aspecto. As normas processuais penais 
serão aplicadas aos processos em andamento, ainda que o fato tenha ocorrido antes de 
sua entrada em vigor e mesmo que seja em prejuízo do réu. 
Podemos exemplificar esta situação da seguinte forma: Tício praticou um crime hediondo 
e, na data do fato havia a possibilidade de concessão de fiança e liberdade provisória. 
Após alguns meses, durante o processo penal de Tício, veio lei estabelecer que para 
crimes hediondos não será possível os dois institutos anteriormente citados. 
Conforme dito, a nova lei atingirá o processo de Tício, mesmo sendo em prejuízo do 
réu...ou seja...no caso de questões em prova que exijam o conhecimento da aplicação da 
lei processual penal no tempo em processos que estejam em andamento, se ela prejudica 
o Réu, AZAR o dele!!! 
 
Assim, as conseqüências para o ordenamento jurídico da regra instituída pelo Art. 2º são: 
 
9 OS ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI 
REVOGADA NÃO ESTARÃO INVALIDADOS EM VIRTUDE DO ADVENTO DE NOVA LEI, 
AINDA QUE IMPORTE ESTA EM BENEFÍCIO AO ACUSADO. 
9 A NOVA NORMA PROCESSUAL TERÁ APLICAÇÃO IMEDIATA, NÃO IMPORTANDO, 
ABSOLUTAMENTE, SEO FATO OBJETO DO PROCESSO CRIMINAL FOI PRATICADO 
ANTES OU DEPOIS DE SUA VIGÊNCIA 
 
Observe o esquema: 
 
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1.4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL 
 
De acordo com Alberto Marques : “... a interpretação é a operação intelectual que determina 
o sentido e o alcance da norma jurídica. Determinar o alcance da norma significa determinar 
a que casos ela se aplica. Determinar o sentido da norma significa apurar qual a solução que 
a norma preconiza para o caso em exame”. 
O tema interpretação é tratado pelo Código de Processo Penal nos seguintes termos: 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito 
 
Vamos agora desmembrar o Art. 3º e entendê-lo: A lei processual penal admitirá: 
 
ƒ Interpretação extensiva Î Ocorre quando o intérprete percebe que a letra escrita 
da lei ficou aquém de sua vontade, ou seja, a lei disse menos do que queria e a 
interpretação vai ampliar seu significado. Vejamos o seguinte julgado do STJ em 
que encontramos um exemplo claro de interpretação extensiva. 
 
NORMA 01 
NORMA 02 (APLICAÇÃO) 
PPRROOCCEESSSSOO PPEENNAALL EEMM AANNDDAAMMEENNTTOO 
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ƒ Aplicação analógica Î A analogia consiste em aplicar a uma hipótese não prevista 
em lei a disposição relativa a um caso semelhante. O legislador, através da lei A, 
regulou o fato B. O julgador precisa decidir o fato C. Procura e não encontra no 
direito positivo uma lei adequada a esse fato. Percebe, porém, que há pontos de 
semelhança entre o fato B (regulado) e o fato C (não regulado). Então, através da 
analogia, aplica ao fato C a lei A. 
 
ƒ Suplemento dos princípios gerais do direito Î Na lição de Carlos Roberto 
Gonçalves, “são regras que se encontram na consciência dos povos e são 
universalmente aceitas, mesmo que não escritas.” 
 
 
 
 
LEP (Lei de Execuções Penais) Lei nº 7210/84 
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou 
semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução 
da pena. (grifo nosso) 
HABEAS CORPUS – EXECUÇÃO PENAL – REMIÇÃO – ATIVIDADE 
ESTUDANTIL – POSSIBILIDADE – FINALIDADE – REINTEGRAÇÃO 
DO CONDENADO À SOCIEDADE – 1. A Lei de Execução Penal busca 
a reinserção do recluso no convívio social e evidencia, nos termos de 
seu art. 28, a importância do trabalho para o alcance de tal objetivo. 2. 
O art. 126, caput, da referida Lei, integra essa concepção de incentivo 
ao trabalho, uma vez que, além de sua finalidade educativa e 
ressocializadora, tem outro aspecto importante que é o da atenuação 
de parte da pena privativa de liberdade através da redução que é feita à 
razão de um dia de pena por três dias de trabalho (remição da pena). 3. 
A interpretação extensiva do vocábulo 'trabalho', para alcançar 
também a atividade estudantil, não afronta o art. 126 da Lei de 
Execução Penal. É que a legislação, com o objetivo de ressocializar o 
condenado para o fim de remição da pena, abrange o estudo, em face 
da sua inegável relevância para a recuperação social dos 
encarcerados. 4. Ordem concedida para assegurar ao paciente o direito 
à remição da pena em relação aos dias de estudo efetivamente 
cursados. (STJ – HC 200601012796 – (58926 SP) – 5ª T. – Relª Min. 
Laurita Vaz – DJU 16.10.2006 – p. 404) JLEP.126 
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Aqui chegamos ao final desta aula e, para complementar os estudos, nada melhor do que 
praticar com exercícios. 
Este tema, como tratei no anteriormente, normalmente não é diretamente exigido, ou seja, 
costuma vir associado com outros assuntos. Desta forma, além de exercícios da banca, 
elaborarei algumas questões para atingir determinados itens que julgo de suma importância 
para entendimentos futuros. 
Relembro, como tratado na aula zero, que esse assunto será revisto na AULA 07, pois nela 
veremos mais de 100 exercícios sobre o processo penal. Sendo assim, aproveite para 
consolidar os conceitos, releia os princípios e forme assim uma importante base para o que 
está por vir. 
 
FUTUROS POLICIAIS, lembrem-se sempre: 
 
“Sonhar é preciso, agir na direção da realização de um sonho é fundamental.” 
 
Abraços, bons estudos e até a próxima aula, 
 
Pedro Ivo 
 
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Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, 
ressalvados: 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos 
crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal 
Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
 
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem 
como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Segundo o princípio do juiz natural, ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Enuncia o princípio do Juiz natural. 
 
2. Segundo o princípio da presunção de inocência, ninguém será considerado culpado 
até a sentença penal condenatória. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Caro concurseiro, a alternativa está “QUASE” certa, o que a torna 
ERRADA!!! Perceba que faltou o transitada em julgado, ou seja, segundo o princípio da 
presunção de inocência, ninguém será considerado culpado até a sentença penal 
condenatória transitada em julgado. 
 
3. Segundo o princípio do devido processo legal, ninguém será privado da liberdade 
ou de seus bens sem o devido processo legal. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Enuncia o princípio do devido processo legal. 
 
4. Segundo o princípio do contraditório o acusado poderá apresentar provas até o dia 
do julgamento, não cabendo o mesmo direito a outra parte que deverá observar a 
antecedência mínima de três dias. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: A questão faz uma grande confusão e não enuncia o princípio do 
contraditório relacionado ao réu que nada mais é que o direito subjetivo que detêm o 
acusado de ter conhecimento de todas as provas que a ele são imputadas para poder 
contradizê-las. 
 
5. Segundo o princípio da publicidade dos atos processuais, a lei não poderá restringir 
a publicidade dos atos processuais, salvo se conveniente para o chefe do executivo. 
 
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GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Este é um princípio que normalmente não é exigido em provasde processo 
penal e sim de constitucional. De qualquer forma, como já apareceu algumas vezes quando 
o CESPE foi a banca, apresento para complementar a matéria. Segundo o princípio da 
publicidade dos atos processuais, a lei só poderá restringir a publicidade dos atos 
processuais quando a defesa da intimidade das partes ou o interesse social o exigirem. Não 
há que se falar em qualquer restrição por motivo de CONVENIÊNCIA de um agente público. 
 
6. Em relação à eficácia temporal da Lei Processual Penal, é válido afirmar-se que a 
norma processual penal propriamente dita, caso não haja disposição em contrário, 
terá aplicação imediata, pouco importando se mais severa ou não. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Caro aluno, esta é fácil, pois enuncia exatamente o Art. 2º do CPP. 
 
7 - A Lei Processual Penal é de aplicação imediata, mas, nos processos em curso, não 
invalida os atos praticados sob vigência da lei anterior. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: A lei processual é válida para os processos novos e para os em 
andamento durante sua vigência, entretanto não influencia nos atos processuais já 
praticados com base na lei anterior. 
 
8. O princípio tempus regit actum, ou o chamado princípio de efeito imediato, vigente 
no Direito Processual Penal brasileiro, significa que a lei nova terá aplicação de 
imediato atingindo os processos novos, bem como os processos em andamento, não 
se aplicando aos processos findos. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Conforme estudamos, a lei processual será aplicada, durante a sua 
vigência, aos processos em andamento e aos novos, mesmo que iniciados sob a égide de 
uma lei mais benéfica para o Réu. 
 
9. O sistema processual penal brasileiro é inquisitivo, considerado o caráter 
preponderante do inquérito policial. 
 
GABARITO: ERRADA 
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COMENTÁRIOS: No Brasil o sistema adotado é o acusatório, caracterizado por uma rígida 
separação entre a função de julgar, acusar e defender, a imparcialidade, a ampla defesa, o 
contraditório e, em decorrência, a paridade entre a acusação e a defesa, a publicidade e a 
oralidade dos atos processuais, entre outros. 
 
10. O princípio que autoriza o juiz, no Processo Penal, a ordenar de ofício provas 
necessárias à instrução criminal, denomina-se da verdade real. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: No processo penal, o juiz tem o dever de investigar como os fatos se 
passaram na realidade, não se conformando com a verdade formal constante nos autos. 
Este conceito define o princípio da VERDADE REAL e, a fim de atingi-lo, nos termos do art. 
156 do CPP, poderá o juiz, no curso da instrução ou antes de proferir a sentença, determinar 
de ofício diligências para dirimir dúvidas sobre pontos relevantes. 
 
11. Tendo em vista o princípio do estado de inocência consagrado no Direito 
brasileiro, pode-se afirmar que o réu não tem o dever de provar a sua inocência, 
cabendo ao acusador comprovar ser ele o responsável pela infração penal cometida. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Conforme vimos, ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória. Desta forma, caso não sejam apresentadas provas 
contra o Réu, não há que se falar em possibilidade de condenação. No nosso sistema 
processual penal o ônus probatório cabe a quem acusa e não a quem está sendo acusado. 
 
12. (Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de inocência recomenda 
que em caso de dúvida o réu seja absolvido. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Está em perfeita consonância com a idéia do in dubio pro reo. 
 
13. (Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de inocência recomenda 
que processos criminais em andamento não sejam considerados como maus 
antecedentes para efeito de fixação de pena. 
 
GABARITO: CORRETA 
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COMENTÁRIOS: Como ninguém pode ser considerado culpado antes da sentença judicial, 
na fase processual, parte-se do princípio que o réu é inocente, não configurando maus 
antecedentes. 
 
14. (Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da vedação de provas ilícitas não é 
absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única 
disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O princípio da vedação de provas ilícitas só é excepcionado em favor do 
RÉU, quando for a única prova existente para que este comprove sua inocência. 
 
15. (CGU-2008) No Brasil, a Constituição Federal assegura o sistema acusatório no 
processo penal. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Pela separação entre as funçoes de julgar, acusar e defender, podemos 
afirmar que o processo penal está configurado segundo as regras do sistema acusatório. 
 
16. (CGU-2008) Em decorrência do princípio do estado de inocência, deve-se concluir 
que ao juiz, para a absolvição, basta a dúvida a respeito da sua culpa. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Está correta, pois “in dubio pro reu”. 
 
17. (CGU-2008) O princípio da publicidade é uma garantia para o indivíduo e para a 
sociedade sendo, também, característica do sistema inquisitório. 
 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O sistema inquisitório vigorou com maior força no período canônico, 
quando da Inquisição. Costuma-se afirmar que tal sistema possui como características o 
sigilo e a aglutinação das funções de acusar, defender e julgar . 
 
18. (CGU-2008) No processo penal, o princípio da igualdade processual sofre 
atenuação em virtude do princípio do favor rei. 
 
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GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Segundo o princípio do favor rei, no caso de dúvida, o réu deve ser 
“privilegiado”. Assim, pode-se afirmar que há uma certa descompatibilidade entre o 
tratamento conferido a quem acusa em relação a quem está sendo acusado. 
 
19. (MPU / 2007) Dispõe o art. 5o, inciso XXXVII da Constituição da República 
Federativa do Brasil que "Não haverá juízo ou Tribunal de exceção; inciso LIII - 
Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente". Tais 
disposições consagram o princípio do juiz natural. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: O enunciado da questão enuncia perfeitamente o princípio do juiz natural. 
 
20. (Polícia civil – TO) Prevê a Constituição Federal o princípio de que ninguém será 
considerado culpado senão após o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. No processo penal, a aplicação desse princípio é absoluta, pois busca-
se a verdade real. 
 
GABARITO: CORRETA 
COMENTÁRIOS: Esta questão do CESPE associa dois princípios. Realmente a presunção 
da inocência é um princípio absoluto no sentido de que a verdade real sempre deve ser 
objetivada. Caso pese dúvidas sobre a real VERDADE, absolvido será o réu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Segundo o princípio do juiz natural, ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente. 
 
2. Segundo o princípio da presunção de inocência, ninguém será considerado culpado 
até a sentença penal condenatória. 
 
3. Segundo o princípio do devido processo legal, ninguém será privado da liberdade 
ou de seus bens sem o devido processo legal. 
 
4. Segundo o princípio do contraditório o acusado poderá apresentar provas até o dia 
do julgamento,não cabendo o mesmo direito a outra parte que deverá observar a 
antecedência mínima de três dias. 
 
5. Segundo o princípio da publicidade dos atos processuais, a lei não poderá restringir 
a publicidade dos atos processuais, salvo se conveniente para o chefe do executivo. 
 
6. Em relação à eficácia temporal da Lei Processual Penal, é válido afirmar-se que a 
norma processual penal propriamente dita, caso não haja disposição em contrário, 
terá aplicação imediata, pouco importando se mais severa ou não. 
 
7 - A Lei Processual Penal é de aplicação imediata, mas, nos processos em curso, não 
invalida os atos praticados sob vigência da lei anterior. 
 
8. O princípio tempus regit actum, ou o chamado princípio de efeito imediato, vigente 
no Direito Processual Penal brasileiro, significa que a lei nova terá aplicação de 
imediato atingindo os processos novos, bem como os processos em andamento, não 
se aplicando aos processos findos. 
 
9. O sistema processual penal brasileiro é inquisitivo, considerado o caráter 
preponderante do inquérito policial. 
 
10. O princípio que autoriza o juiz, no Processo Penal, a ordenar de ofício provas 
necessárias à instrução criminal, denomina-se da verdade real. 
 
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11. Tendo em vista o princípio do estado de inocência consagrado no Direito 
brasileiro, pode-se afirmar que o réu não tem o dever de provar a sua inocência, 
cabendo ao acusador comprovar ser ele o responsável pela infração penal cometida. 
 
12. (Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de inocência recomenda 
que em caso de dúvida o réu seja absolvido. 
 
13. (Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da presunção de inocência recomenda 
que processos criminais em andamento não sejam considerados como maus 
antecedentes para efeito de fixação de pena. 
 
14. (Juiz Substituto – TJ-MS / 2008) o princípio da vedação de provas ilícitas não é 
absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única 
disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo. 
 
15. (CGU-2008) No Brasil, a Constituição Federal assegura o sistema acusatório no 
processo penal. 
 
16. (CGU-2008) Em decorrência do princípio do estado de inocência, deve-se concluir 
que ao juiz, para a absolvição, basta a dúvida a respeito da sua culpa. 
 
17. (CGU-2008) O princípio da publicidade é uma garantia para o indivíduo e para a 
sociedade sendo, também, característica do sistema inquisitório. 
 
18. (CGU-2008) No processo penal, o princípio da igualdade processual sofre 
atenuação em virtude do princípio do favor rei. 
 
19. (MPU / 2007) Dispõe o art. 5o, inciso XXXVII da Constituição da República 
Federativa do Brasil que "Não haverá juízo ou Tribunal de exceção; inciso LIII - 
Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente". Tais 
disposições consagram o princípio do juiz natural. 
 
20. (Polícia civil – TO) Prevê a Constituição Federal o princípio de que ninguém será 
considerado culpado senão após o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. No processo penal, a aplicação desse princípio é absoluta, pois busca-
se a verdade real. 
 
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1-C 2-E 3-C 4-E 5-E 
6-C 7-C 8-C 9-E 10-C 
11-C 12-C 13-C 14-E 15-C 
16-C 17-E 18-C 19-C 20-C

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