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Aula 04 - Princípios

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DIREITO PENAL I
Parte Geral
Prof. Oscar Samuel
Curso de Direito
23/03/2015
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Princípios do Direito Penal
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DIREITO PENAL
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Princípios são proposições gerais inferidas da cultura e ordenamentos jurídicos que conformam a criação, revelação, interpretação e aplicação do Direito.
Regras fundamentais limitadores do jus puniendi
Dignidade da pessoa humana
23/03/2015
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA
Deve preocupar-se apenas com proteção dos bens mais importantes e necessários a vida social
Ultima Ratio
Intervenção mínima nas relações
Seleção de condutas positivas ou negativas
Função subsidiária e descriminalizadora
Ex. Adultério, Contravenções Penais, Cheque
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE
Esclarecer as condutas a serem incriminadas
Grave afronta a direito de terceiros
Funções
Proibir a incriminação de uma atitude interna;
Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor;
Proibir a incriminação de estado ou condição existencial;
Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico.
23/03/2015
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE
Proibir a incriminação de uma atitude interna;
Vedação a punição de pensamentos ou sentimentos pessoais
Exteriorização e lesão
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE
Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor;
Condutas que não ultrapassam a esfera de direitos do autor
Ex. Autolesão, tentativa de suicídio
Art. 28 da Lei 11.343/06
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE
Proibir a incriminação de estado ou condição existencial;
Repressão à conduta, não pelo sujeito
Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico.
Condutas socialmente reprováveis, mas atípicas
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Objetiva não considerar típica determinada conduta socialmente adequada ou reconhecida, apesar de criminalizada.
Funções
Restringir o âmbito de abrangência do tipo penal
Orientar o legislador na seleção dos bens jurídicos a serem tutelados
23/03/2015
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE
Decorrência do princípio da intervenção mínima
Escolhidos os bens fundamentais passam eles a integrar o “fragmento” a ser protegido pelo direito penal
Consequência da adoção dos princípios da intervenção mínima, da lesividade e da adequação social
23/03/2015
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Condutas de mínima afronta a bens jurídicos tutelados
Incapaz de atingir materialmente e com relevância o bem protegido
“Crime de bagatela”
Ex. Inexpressiva lesão corporal culposa
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Conceito de Crime
Fato Típico + Antijurídico + Culpável
Conduta
Resultado
Nexo de causalidade
Tipicidade
	Formal
	Conglobante (antinormatividade e Tipicidade Material)
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Necessidade de se aferir a relevância da lesão ou do perigo ao bem jurídico, não sendo suficiente a previsão penal abstrata.
Requisitos
Mínima ofensividade da conduta
Nenhuma periculosidade social da ação
Grau reduzido de reprovabilidade do comportamento
Inexpressividade da lesão jurídica
Ex. Art. 155, § 4º, IV do CP
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Rejeição ao princípio
	Criminoso habitual
	Capacidade da vítima
		
	Crimes que envolvam violência 
	
	Delitos da Lei de Drogas
	Crimes de moeda falsa
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Previsão no Art. 5º, XLVI, da CF
COMINAÇÃO x APLICAÇÃO x EXECUÇÃO
Definição do legislador – Pena em abstrato
Imposição judicial – Pena em concreto
Fase de execução da pena – Classificação dos apenados
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DAS PENAS
Fundamento na Dignidade da Pessoa Humana
Previsão no Art. 5º, XLVII
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Juízo de censura e reprovabilidade da conduta.
Possibilidade de agir de forma diversa, em conformidade com o Direito.
Ciência de que a conduta é atentatória.
Limitação de se punir aquele o agente que não é penalmente capaz, com potencial consciência da ilicitude do fato.
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime; 
Possibilidade de censura sobre o ato praticado
Atua como caracterizador a infração penal
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Culpabilidade como princípio medidor da pena;
Busca pela correspondente pena de acordo com o grau de culpabilidade - Art. 59 do CP
Necessário a reprovação da conduta
Atua como critério regulador
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
Culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva, ou seja, o da responsabilidade penal sem culpa
Princípio da responsabilidade penal subjetiva
Conduta dolosa ou culposa
Exceção Art. 137 do CP
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Condutas criminosas só poder ser criadas através de leis competentes
“nullum crimen, nulla poena sine lege”
Fundamentação Constitucional
Art. 5º, II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Art. 5º, XXXIX - “Não há crime sem lei anterior que o defina e nem pena sem prévia cominação legal”.
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
LEGALIDADE FORMAL
Cumprimento às determinações procedimentais para criação de infrações penais.
LEGALIDADE MATERIAL
Estritamente relacionada ao conteúdo da lei, necessidade de respeito as garantias e preceitos fundamentais.
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL
Tipificação da conduta através de Lei em sentido estrito
Não há crime (ou contravenção ) nem pena (ou medida de segurança) sem lei.
Reserva legal x Medidas Provisórias (CF - Art. 62 § 1º, I, b)
	Não incriminador
	Ex. Estatuto do desarmamento e a posse irregular 2003/2008
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
A criação de tipos penais e a cominação de penas deve ser anterior a conduta do agente.
Proibição de retroatividade maléfica (irretroatividade)
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
FUNÇÕES
Proibir a retroatividade da lei penal (nullum crime nulla poena sine lege praevia);
Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes (nullum crime nulla poena sine lege scripta);
Proibir o emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas;
Proibir incriminações vagas e indeterminadas(nullum crime nulla poena sine lege certa)
23/03/2015
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
A sanção deve ser ajustada de acordo com a relevância do bem jurídico
Necessidade de ponderação entre o ato levado a efeito e a reprimenda penal
Destinatários
	Legislativo: Penas proporcionais a gravidade do delito
	Judiciário: Penas proporcionais a concreta lesão
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Proibição de excesso
Evitar punição desnecessária
Art. 303 do CTB x 129, caput, do CP
Evitar a excessiva valoração do bem
Beijo Lascivo - Art. 213 x 146, ambos do CP
Proibição de proteção deficiente
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PESSOAL
Previsão do Art. 5º, XLV, da CF
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
Multa? Carater Penal x Dívida Ativa
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Previsão Constitucional – Art. 5º, LVII
“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”
Prisão temporária ou preventiva x Presunção de inocência
	Apenas quando imprescindível a instrução processual
Ônus probatório da acusação e não do réu
Condenação deve derivar da certeza (in dubio pro reo)
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DIREITO PENAL
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM
Dupla responsabilização por um único fato criminoso
Processual
Material
Execucional
Em havendo dois processos já julgadas por um mesmo delito?
1ª Corrente: prevalece a condenação mais favorável.
2ª Corrente: Prevale a primeira condenação.
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