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Disciplina: Economia Empresarial Prof.ª Dr.ª: Patrícia Araújo Amarante NOTA DE AULA 2 Temas:O Que Compõe a Curva de Oferta das Empresas; Estruturas de Mercado e Teoria dos Jogos Há três etapas no estudo do comportamento das firmas: 1. Tecnologia de produção. Descreve como as firmas transformam insumos em produtos. 2. Processo de maximização de lucros. Que combinação de produtos e insumos maximiza o lucro da firma, dados a tecnologia de produção e os preços de mercado? 3. Procedimento de minimização de custos. Que combinação de insumos minimiza os custos da firma, dado determinado nível de produção e os preços de mercado? Produto total (PT): é a quantidade total produzida, em determinado período de tempo. Produção: Análise de curto prazo PT q Produtividade média (PMe): é a relação entre o nível do produto e a quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. (produtividade média da mdo) (produtividade média do capital) N K PTPMe N PTPMe K Produto Total, Produtividade Média e Produtividade Marginal Produção: Análise de curto prazo Produtividade marginal (PMg): é a variação do produto, dada uma variação de uma unidade na quantidade de fator de produção, em determinado período de tempo. = ou (produtividade marginal da mdo) = ou (produtividade marginal do capital) N K PT q dq PMg N N dN PT q dq PMe K K dK Produto Total, Produtividade Média e Produtividade Marginal KPMg NPMg Produção: Análise de curto prazo PT PT N NPMe NPMg N N PMe PMg N 6 0 6 K N PT Pme N PMg N 10 0 0 10 1 3 3.0 3 10 2 8 4.0 5 10 3 12 4.0 4 10 4 15 3.8 3 10 5 17 3.4 2 10 6 17 2.8 0 10 7 16 2.3 -1 10 8 13 1.6 -3 OBS: O formato das curvas PMgN e PMeN dá-se em virtude da Lei dos Rendimentos Decrescentes. Produção: Análise de curto prazo NPMg NPMe PT Lei dos rendimentos decrescentes: ao aumentar o fator variável (N), sendo dada a quantidade de um fator fixo, a PMg do fator variável cresce até certo ponto e, a partir daí, decresce, até tornar-se negativa.” Ex.: Atividade agrícola (Fator fixo: área cultivada). Obs: essa lei só é válida se for mantido um fator fixo (portanto, só vale a curto prazo). Produção: Análise de curto prazo Definição: análise das vantagens e desvantagens que a empresa tem, a longo prazo, em aumentar sua dimensão, seu tamanho, demandando mais fatores de produção. • Rendimentos crescentes de escala: neste caso uma aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra ou 10% na quantidade de capital, implica em um aumento de mais de 10% na produção; • Rendimentos decrescentes de escala: Ocorre quando todos os fatores de produção crescem numa mesma proporção, e a produção cresce numa proporção menor; • Rendimentos constantes de escala: se todos os fatores de produção crescerem numa mesma proporção, a produção cresce na mesma proporção, neste caso, a produtividade média dos fatores de produção são constantes. Produção: Análise de longo prazo Rendimentos de escala ou economia de escala Teoria dos Custos Relaciona a quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção. Curvas de custos no curto prazo Conceitos de custo: Custo variável total : é a despesa total com o fator de produção variável; Custo fixo total: é a despesa total com o fator de produção fixo. Esse custo independe do nível de produção da firma; Custo total: soma dos custos fixos e variáveis. CFTCVTCT CVT f q Curvas de custos no curto prazo y $ 0 O custo variável aumenta com o nível de produção CTO custo total é a soma vertical de CF e CV. CF O custo fixo não varia com o nível de produção CV Curvas de custos no curto prazo Ainda podemos trabalhar com o custo médio de produção (custo total por unidade produzida). Para tanto, dividimos a função custo total pela produção: Q CVT Q CFT Q CT CVMeCFMeCTMe Curvas de custos no curto prazo Conceito de custo marginal Custo Marginal: diferentemente dos custos médios, os custos marginais referem-se às variações de custo, quando se altera a produção, ou seja, é o custo de se produzir uma unidade extra de produto. ou CT dCT CMg CMg q dq CFMe diminui continuamente. CMg, CMe e CVMe têm forma de “U”. y $ 0 CMg CTMe CVMe CFMe Curvas de custos no curto prazo Relação entre Custo Marginal e os Custos Médios Total e Variável Custos Médios e Marginais ($) q CMg CTMe CVMe Quando o custo marginal supera o custo médio (total ou variável), significa que o custo médio estará crescendo. Ao mesmo tempo, se o custo marginal for inferior ao médio, o médio só poderá cair. Conclusão: quando o custo marginal for igual ao custo médio (total ou variável), o marginal estará cortando o médio no ponto de mínimo do custo médio. 16 Custos de Produção: Custos a Curto Prazo Custos Médios ($) q CFMe CVMe CTMe O formato de U das curvas CTMe e CVMe “a curto prazo” também se deve à lei dos rendimentos decrescentes, ou lei dos custos crescentes. Custos médios declinantes: Pouca mão de obra p/ grande capital. Vantajoso absorver mão de obra e aumentar a produção, pois o custo médio cai. Em certo ponto, satura-se a utilização do capital (que é fixo) e a admissão de mais mão de obra não trará aumentos proporcionais de produção (custos médios ou unitários começam a elevar-se). Curvas de custo no longo prazo No longo prazo não existem custos fixos, todos os custos são variáveis, sendo assim, um agente econômico: Opera no curto prazo e Planeja no longo prazo. Os empresários têm um elenco de possibilidades de produção de curto prazo, com diferentes escalas de produção (tamanho), que podem escolher. Curvas de custo no longo prazo Como foi visto, o longo prazo é um período de tempo no qual todos os insumos são variáveis. Não existem custos fixos. O custo médio de longo prazo será: É importante perceber que para cada tamanho de empresa (K) haverá uma curva de custo médio de curto prazo. Por exemplo, se fixarmos arbitrariamente o tamanho da empresa em K, a curva de custo médio de longo prazo será: Cada nível de K representará um tamanho de firma no curto prazo. Y YKYC CMeLP ))(,( Y KYC CMECMe CPLP ),( y $ CMgCP1 CMeCP1 CMeCP2 CMgCP2 CMeCP3 CMgCP3 Curvas de custo no longo prazo As curvas de custo de longo prazo nunca serão maiores do que as de curto prazo (no LP é possível ajustar todos os fatores, inclusive aqueles fixos no CP). A curva de longo prazo será a envoltória mínima das curvas de curto prazo. y $ CMgCP1 CMeCP1 CMeCP2 CMgCP2 CMeCP3 CMgCP3 Curvas de custo no longo prazo Uma envoltória “suave” representa o caso onde existem infinitas possibilidades de curto prazo. Caso as possibilidades sejam limitadas, a curva de longo prazo continuará sendo a envoltória, mas não mais será “suave”. CMeLP Assim, a curva de longo prazo será tangente à curva de curto prazo em determinado nível de produção. y $ CMgCP1 CMeCP1 CMeCP2 CMgCP2 CMeCP3 CMgCP3 Curvas de custo no longo prazo A CMgLP corta a CMeLP no ponto de mínimo (Escala Eficiente). A curva de custo médio de longo prazo não será tangente à curva de custo médio de curto prazo no seu ponto de mínimo, exceto na escala eficiente. CMgLP CMeLP A CMgLP será igual à CMgCP no ponto de tangência entreas curvas CMeCP e CMeLP). y $ Curvas de custo no longo prazo CMeLP O formato da curva de custo médio de longo prazo é condicionado pelos rendimentos de escala. Rendimentos Crescentes Rendimentos Constantes Rendimentos Decrescentes Estruturas de Mercado Conceitos: Estrutura de mercado: Modelos que captam aspectos inerentes de como os mercados estão organizados. Mercado: Um mercado é um grupo de compradores e vendedores de um bem ou serviço particular. Realização de transações em comum, independente do local; Pode ocorrer em âmbito local, global e virtual. Estruturas de Mercado Conceitos: “Um mercado existe quando compradores que pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão em contato com vendedores desses mesmos bens e serviços” Paulo Henrique Sandroni Estruturas de Mercado Princípio básico do funcionamento do mercado: Lei da Oferta e da Demanda Estruturas de Mercado As várias formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de 4 características: 1) Quantidade de agentes que compõem esse mercado; 2) tipo do produto (se as firmas fabricam produtos; idênticos ou diferenciados); 3) se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. 4) controle dos preços Estruturas de Mercado Quanto à quantidade de agentes, podemos ter: 1) Mercados atomizados; 2) Mercados não atomizados. Estruturas de Mercado Quanto à natureza do produto final/serviço ou do fator de produção, podemos ter: 1) Mercados puros: quando há homogeneidade entre os bens objeto das negociações; 2) Mercados imperfeitos: ocorrem sempre que as negociações dos produtos finais/serviços ou dos insumos pressuporem estes como diferenciados (ou não homogêneos) quanto à origem, condições de comercialização, qualidade e/ou outros atributos. Estruturas de Mercado Quanto à barreiras ao acesso de novas empresas : 1) Mercados com livre entrada e saída; 2) Mercados com barreira à entrada. Estruturas de Mercado Quanto ao controle dos preços : 1) As empresas não possuem influência sobre o nível de preços de mercado; 2) A empresas possuem algum grau de influência sobre os preços. Estruturas de Mercado 1 – CONCORRÊNCIA PERFEITA 1. Mercado atomizado: mercado com infinitos vendedores e compradores (como átomos”), de forma que um agente isolado não tem condições de afetar o preço de mercado; 2. Produtos homogêneos: todas as firmas oferecem um produto semelhante, homogêneo; 3. Mobilidade de firmas: não há barreiras para o ingresso de empresas no mercado. 4. Racionalidade: os empresários sempre maximizam lucro e os consumidores maximizam satisfação ou utilidade derivada do consumo de um bem. 5. Transparência do mercado: consumidores e vendedores têm acesso a toda informação relevante, sem custos. Estruturas de Mercado 1 – CONCORRÊNCIA PERFEITA Observação 1: Por causa de 1 e 2, compradores e vendedores são considerados “tomadores de preço”, pois têm o preço como dado. Estruturas de Mercado 1 – CONCORRÊNCIA PERFEITA Observação 2: A rigor, a concorrência pura e perfeita é uma estrutura de mercado utópica, retratando uma hipótese de trabalho. Os mercados reais sempre estarão sujeitos a algum tipo de imperfeição. Por essa razão, é mais comum tratarmos de concorrência (quase) pura e (quase) perfeita. Estruturas de Mercado 2 – MONOPÓLIO Conceito: • Um monopólio é uma empresa que é a única vendedora de um produto que não tem substitutos próximos. • Diferença-chave: Uma empresa monopolista tem poder de mercado, ou seja, a capacidade de influenciar o preço do produto que vende. Uma empresa competitiva não tem poder de mercado. Estruturas de Mercado 2 – MONOPÓLIO Características: -Há apenas um vendedor no mercado. - Os bens oferecidos não possuem substitutos próximos. - Há barreiras à entrada de novos vendedores. Estruturas de Mercado 2 – MONOPÓLIO Por que surgem os monopólios? • A causa fundamental dos monopólios está nas barreiras à entrada – outras empresas não podem entrar no mercado. Três origens das barreiras à entrada: 1. Uma única empresa possui um recurso exclusivo. 2. O governo concede a uma única empresa o direito exclusivo de produzir a mercadoria. Por exemplo, patentes e leis de direitos autorais. 3. Monopólio natural: uma única empresa consegue fornecer produtos a um custo mais baixo que um grande número de produtores. Estruturas de Mercado 3 – Concorrência monopolística Conceito: • Estrutura de mercado intermediária entre concorrência perfeita e monopólio. Características: • Número relativamente grande de empresas com certo poder de concorrência, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados; • Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado. • As empresas podem entrar e sair do mercado livremente. Estruturas de Mercado 4 – Oligopólio Conceito: • Estrutura formada por pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. Definido de duas formas: Oligopólio concentrado: pequeno nº de empresas no setor. Ex. Indústria automobilística ou; Oligopólio competitivo: um pequeno nº de empresas domina um setor com muitas empresas. Ex.: Coca-Cola e Antártica. Estruturas de Mercado 4 – Oligopólio Características: • Há poucos vendedores no mercado; • Os bens oferecidos são similares ou idênticos; • As empresas não podem entrar no mercado livremente. Tipos de oligopólio: • com produto homogêneo (por exemplo, alumínio e cimento); • com produto diferenciado (por exemplo, automóveis). OBS: A longo prazo os lucros extraordinários permanecem, pois as barreiras à entrada de novas firmas persistirão. Estruturas de Mercado 4 – Oligopólio Formas de atuação das empresas: • Concorrem entre si: via guerra de preços ou de promoções (forma de atuação pouco frequente); • Formam, por exemplo, cartéis. Teoria dos jogos Teoria dos jogos: Instrumento para analisar as interações entre as decisões das empresas. Fazer propaganda é uma estratégia dominante para as empresas A e B Teoria dos jogos Equilíbrio de Nash. Pindyck e Rubinfeld definem o equilíbrio de Nash como sendo “(...) um conjunto de estratégias ou ações no qual cada jogador estará fazendo o melhor que pode em função das ações de seus componentes (...)”. Teoria dos jogos Conceitos de estratégia dominante e equilíbrio de Nash, isto é: Na estratégia dominante: A empresa está fazendo o melhor que pode independente do que a outra empresa esteja fazendo; No equilíbrio de Nash: A empresa está fazendo o melhor que pode em função daquilo que a outra empresa está fazendo29 Exercícios de fixação p.84 Estudos de caso
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