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SEMI_Familia_e_Sociedade_03

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Família e Sociedade
Autor: Cláudia Regina Benedetti
Tema 03
Os Impactos Sociais da Família como 
Coletividade Ameaçada
seç
ões
Como citar este material:
BENEDETTI, Cláudia Regina. Família e 
Sociedade: Os Impactos Sociais da Família como 
Coletividade Ameaçada. Caderno de Atividades. 
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
Tema 03
Os Impactos Sociais da Família como 
Coletividade Ameaçada
SeçõesSeções
Tema 03
Os Impactos Sociais da Família como 
Coletividade Ameaçada
5
Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
• A família e sua relação com o público e o privado.
• A construção da intimidade na sociedade capitalista.
• O processo de individualização e a perda da coletividade.
• A formação de grupos representativos para resgatar a coletividade.
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Política Social, Família e 
Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina 
Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267.
Roteiro de Estudo:
Cláudia Regina BenedettiFamília e Sociedade 
6
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
• Como era a vida privada da família antes da modernidade?
• Como a família moderna que se conhece hoje se formou?
• De que forma a intimidade passa a ser elemento integrante das relações familiares? 
• Como os grupos representativos podem resgatar a coletividade?
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Os Impactos Sociais da Família como Coletividade 
Ameaçada
Sempre se pensa que ao se resguardar no interior de casa se está seguro em um 
espaço privado, livre da coletividade e das ameaças que esta pode trazer. A Família é 
um espaço de proteção. Será? Será mesmo que o espaço da casa é realmente o espaço 
privado? Ou melhor, essa sensação que se tem ocorreu sempre desta forma? Você verá 
neste tema, que ao contrário do que possa parecer a Família nem sempre foi o espaço 
privado, pelo menos desta privacidade individual e burguesa que se conhece a partir do 
século XVIII.
Se você pensar na vida privada das famílias dos séculos XIX, XVIII e aqueles que os 
antecedem, a privacidade é algo raro e quase inimaginável para a maioria dos lares destes 
períodos. Isso porque eram raras as casas em que havia divisão dos aposentos, quartos, 
sala, banheiro, estes cômodos que hoje são comuns e garantem um pouco de “privacidade” 
não existiam. Assim, a Família estava envolvida em todas as instâncias da individualidade 
dos sujeitos. Até mesmo a intimidade do banho ou das necessidades fisiológicas eram 
compartilhadas com todo o grupo. Você é capaz de se imaginar em uma situação como 
essa? Ter que “ir ao banheiro” diante de toda sua família?
LEITURAOBRIGATÓRIA
7
LEITURAOBRIGATÓRIALEITURAOBRIGATÓRIA
Hoje é difícil imaginar a pressão do grupo familiar sobre seus membros. Não 
havia como se isolar. Pais e filhos viviam todos os atos da vida cotidiana às 
claras. A toalete se fazia necessariamente sob as vistas dos próximos, que 
desviariam o olhar quando a ocasião pudesse chocar o pudor (PROST; 1992).
Para dormir a situação não era diferente, o espaço e a cama eram compartilhados. Difícil 
imaginar? Pesquisas constatam que nas famílias pobres essa realidade ainda persiste, 
as condições materiais limitam o advento da intimidade e da privacidade. Dessa forma, o 
individualismo que muitos conhecem hoje era até algum tempo atrás e ainda o é hoje para 
alguns grupos familiares, algo insustentável.
A ideia de ter o “seu” quarto, as “suas” coisas, de poder “trancar-se” em um espaço reservado 
só para você é algo recente na sociedade. O máximo de “privacidade” que se conseguia 
era escrever seus pensamentos e angústias nas páginas do Diário (para as famílias mais 
abastadas, é claro!). “Difícil ter um cantinho neste espaço saturado. Impossível esconder 
algo aos familiares: a menor indisposição é imediatamente identificada, e qualquer tentativa 
de isolar chama logo a atenção” (PROST, 1992), pode-se concluir que a privacidade e 
a ideia de intimidade são concepções sociais recentes, ambas fundamentam a Família 
contemporânea, ao contrário do que se possa pensar as Famílias nem sempre foram o 
espaço da privacidade.
[...] a noção de intimidade não tem muito sentido. A sexualidade, tabu nas 
famílias burguesas que dispunham de espaços privativos – o quarto do casal, 
o toucador ou pelo menos a alcova, parte privada de um aposento em 
comum –, aqui não podia se manter em segredo. As moças não podiam ficar 
menstruadas sem que os outros soubessem [...] a data das regras era inclusive 
marcada no próprio calendário de serviço, pendurado na parede da cozinha 
(PROST, 1992).
A vida burguesa, incipiente no século XIX e predominante no século XX, imprime outra 
perspectiva ao modelo familiar. A propriedade privada adentra na estrutura familiar e na 
organização do espaço domiciliar, os aposentos garantem ambientes separados na casa, 
assim como o indivíduo é “livre” na sociedade ele passa a ser “livre” em sua casa! Nada 
mais justo do que garantir a ele a posse de sua própria vida, a liberdade de sua intimidade.
Em condições de modernidade, assim como em todos os cenários culturais, as 
atividades humanas permanecem situadas e contextualizadas. Mas o impacto 
das três grandes forças dinâmicas da modernidade — a separação de tempo 
e espaço, os mecanismos de desencaixe e a reflexividade institucional — 
desengaja certas formas básicas de relações de confiança dos atributos de 
contextos locais. Nenhum dos quatro principais focos de confiança e segurança 
ontológica nos cenários pré-modernos tem uma importância comparável em 
8
circunstâncias de modernidade. As relações de parentesco, para a maioria 
da população, permanecem importantes, especialmente no interior da família 
nuclear, mas já não são os veículos de laços sociais intensamente organizados 
através do tempo-espaço (GUIDDENS, 1991). 
Dessa forma, a Família que se conhece hoje é resultado de um processo relacionado à 
modernização trazida pela industrialização e pela urbanização, ambas pautadas em 
princípios burgueses e liberais de garantir aos sujeitos suas liberdades individuais, até 
mesmo em um espaço guiado até então por uma prerrogativa essencialmente coletiva como 
a Família, planejada para cuidar, prover e proteger seus membros. “Pois, na medida em que 
as pessoas se tornavam urbanizadas, as antigas tradições e práticas, que elas haviam 
trazido do campo ou da cidade pré-industrial, tornavam-se irrelevantes ou impraticáveis” 
(HOBSBAWM, 2007). Como garantir as conversas familiares depois de 16 ou 18 horas 
diárias de trabalho contínuo, no caso das famílias operárias? Como legitimar o direito à 
propriedade privada sem transferi-lo a todas as instâncias imagináveis, internalizá-lo nas 
práticas mais cotidianas, como ir ao banheiro, por exemplo? 
Com a habitação moderna, como o uso moderno da água encanada e do 
aquecimento, cada membro da família pode se apropriar de um espaço 
pessoal. A generalização do lazer [...] a jornada de quarenta horas e as férias 
remuneradas – proporciona o tempo para viver neste espaço conquistado. 
A vida propriamente familiar se concentra em momentos determinados – as 
refeições, o domingo – e em locais definidos [...] A existência se divide em 
três partes distintas: a vida pública, essencialmente profissional, a vida privada 
familiar e a vida pessoal, ainda mais privada (PROST, 1992).
Dessa maneira, pode-se afirmar que a vida moderna “inaugura” a intimidade. O indivíduo é 
um advento da modernidade urbana, assim como a vida privada e a Família contemporânea.
Em que resulta esta intimidade moderna, que se instaura no espaço familiar? Um dos 
graves efeitos deste processo é a individualização cada vez maior dos sujeitos,esvaziando 
os sentidos de comunidade e coletividade, minando os efeitos da participação social. Como 
você leu no capítulo 1 da Parte III de seu Livro-Texto, para se garantir tal participação é 
necessário que haja autonomia das entidades populares, sendo assim, a partir do momento 
em que se instaura uma sociedade cada vez mais individualista, as lutas sociais se dissolvem 
e os espaços de atuação da sociedade civil diminuem, permitindo que o controle social do 
Estado se sobreponha às vontades dos grupos que teoricamente ele representa.
E como espaçar desta armadilha? Uma das formas apontadas é a consolidação dos 
LEITURAOBRIGATÓRIA
9
LEITURAOBRIGATÓRIA
conselhos na esfera pública, estes dividiriam com o Estado e suas instituições o papel do 
controle social. Tal descentralização garante a democratização nas tomadas de decisões e 
constituem a coletividade dos grupos representados. Provavelmente, em efeito reverso, o 
fortalecimento de laços comunitários e identitários dos grupos representativos, seja capaz 
de resgatar o espírito de coletividade e solidariedade que, em última (e primeira) instância, 
deve-se encontrar na família. 
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Leia o artigo “Família e cuidado: uma leitura para além do óbvio”, de Maristela Stamm, Re-
gina Célia Tamaso Mioto. Disponível em: <http://eduemojs.uem.br/ojs/index.php/CiencCui-
dSaude/article/view/5539>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Leia o artigo “Conselhos de Saúde e Serviço Social: luta política e trabalho profissional”, da 
autora do capítulo 1 da Parte III do Livro-Texto. Disponível em: <http://www.assistentesocial.
com.br/agora1/bravoesouza.doc>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Leia no Google Livros os trechos do livro “Família em processos contemporâneos: inova-
ções culturais na sociedade brasileira, de Ivete Ribeiro, Ana Clara Torres Ribeiro e Luiz 
Fernando Dias Duarte. Disponível em:<http://books.google.com.br/books?id=_o8-Rn3Gm8
wC&printsec=frontcover&dq=fam%C3%ADlia&hl=pt-BR&sa=X&ei=TMS2UNmUHbS00AG
6z4C4CA&ved=0CEcQ6AEwBQ#v=onepage&q=fam%C3%ADlia&f=false>. Acesso em:02 
jan. 2014.
10
LINKSIMPORTANTES
Vídeos
Veja o filme: Carlota Joaquina, de Carla Camurati. Perceba os hábitos do início do século 
XIX e a relação da sociedade com a intimidade, tal qual a se conhece hoje. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/playlist?list=PL9CBB5A6C86BEA452&feature=edit_ok>. Acesso 
em: 4 jan. 2014.
AGORAÉASUAVEZ
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
Questão 1:
Reúna-se em grupo e elabore um texto co-
letivo discutindo a seguinte questão:
Quais os limites entre o público e o priva-
do? 
Para responder essa questão, lembre-se 
de pensar no papel da família na definição 
do que é público e do que é privado.
Questão 2:
Sobre a vida privada das famílias nos sécu-
los XVIII e XIX, pode-se dizer:
a) Que a privacidade era algo raro e 
quase inimaginável para a maioria dos 
lares destes períodos. 
b) As casas possuíam divisão de 
aposentos, garantindo a privacidade.
11
c) Os membros da família não tinham 
contato entre si, pois respeitava-se a 
individualidade.
d) A intimidade era uma regra básica 
do convívio familiar, banhos e asseio 
aconteciam no espaço reservado do 
banheiro, em todas as famílias.
e) O casal dormia em um aposento 
separado do restante da família para 
garantir sua intimidade e preservar as 
crianças de sua sexualidade.
Questão 3:
São características do surgimento de uma 
privacidade moderna no âmbito familiar, 
exceto:
a) Como justificativa ao direito à 
intimidade têm-se a generalização do 
lazer individualizado.
b) Como o uso moderno da água 
encanada e do aquecimento, cada 
membro da família pode se apropriar de 
um espaço pessoal. 
c) O fato de as pessoas compartilharem 
todos os espaços da casa e suas relações 
cotidianas. 
d) A nova relação com o tempo permite 
aproveitar novos espaços de intimidade, 
antes os trabalhadores não possuíam 
jornadas de trabalho reduzidas, agora 
a jornada de quarenta horas e as férias 
remuneradas são fundamentais para 
justificar esse novo direito à uma vida 
privada.
e) A vida familiar pública se restringe 
a momentos e espaços determinados: 
as refeições, a sala, a cozinha, festas 
familiares.
Questão 4:
Segundo Guiddens, quais são as três for-
ças dinâmicas da modernidade?
a) A socialização incipiente, a predomi-
nância da coletividade e a independência 
do Estado.
b) A separação de tempo e espaço, os 
mecanismos de desencaixe e a reflexivi-
dade institucional.
c) A proximidade de tempo e espaço, as 
formas de compartilhamento e a reflexivi-
dade institucional.
d) A separação de tempo e espaço, a pre-
dominância da coletividade e os mecanis-
mos de encaixe ontológicos.
e) A socialização incipiente, os mecanis-
mos de desencaixe e a predominância da 
coletividade.
AGORAÉASUAVEZ
12
AGORAÉASUAVEZ
Questão 5:
Como efeito do processo de individualiza-
ção, pode-se citar:
a) O fortalecimento cada vez maior do 
sentido de coletividade. 
b) A consolidação das comunidades 
familiares. 
c) O fortalecimento da participação social. 
d) A diminuição e quase inexistência da 
participação social coletiva.
e) A consolidação da família como espaço 
de compartilhamento e participação 
coletivos.
Questão 6:
“Ao contrário do que se possa pensar as 
Famílias nem sempre foram o espaço da 
privacidade”. Explique essa afirmação.
Questão 7:
Explique como a família moderna que se 
conhece hoje se formou, quais elementos 
são parte do contexto desta formação?
Questão 8:
A privacidade e a ideia de intimidade são 
concepções sociais recentes, ambas fun-
damentam a Família contemporânea. Ex-
plique de que forma a intimidade passa a 
ser elemento integrante das relações fami-
liares a partir do século XIX e XX?
Questão 9:
As famílias, ao longo da história, sofre-
ram diversas mudanças em sua estrutura, 
encontram-se famílias com diversas rea-
lidades: de pais separados (divorciados), 
amasiados, mães e pais solteiros, homos-
sexuais, avôs e avós que assumem a cria-
ção dos netos. Assim, novos padrões são 
estabelecidos.
Essa nova realidade é consequência de 
quais fatores? Explique sua resposta.
Questão 10:
A modernidade imprimiu sobre a família 
e, consequentemente, sobre as relações 
sociais como um todo, a característica da 
competitividade e o esvaziamento dos es-
paços de coletividade e participação. 
Nesse sentido, explique como os grupos 
representativos podem ser uma das cha-
ves para resgatar a coletividade.
13
 O capítulo que você viu corresponde às aulas 3 e 4 desta disciplina, isso porque foi 
tratado aqui um assunto complexo e bastante caro à perspectiva da Família de hoje. O 
processo de individualização que se concretizou no interior dos grupos familiares trouxe 
à tona o distanciamento entre os membros da Família, a tal ponto de algumas famílias 
configurarem-se como um agrupamento de indivíduos, sem sentimentos de coletividade ou 
cooperação. 
Quando essa realidade chega ao extremo, a interferência de agentes externos é sempre 
solicitada, professores, psicólogos e – principalmente – assistentes sociais. Pode-se então 
constatar a importância de entender este processo de individualização na sociedade, já 
que muitos dos problemas sociais dele decorrente estão ligados à atuação do Assistente 
Social. A “desagregação” familiar, o abandono, a violência domésticae outros são em parte 
resultado de uma Família cuja estrutura não contempla mais o coletivo.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
FINALIZANDO
14
BRUMER; Anita. Gênero, família e globalização. In: Sociologias, Porto Alegre, ano 11, n. 
21, jan./jun. 2009, p. 14-23.
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; ALMEIDA, Paulo Henrique. Família e Proteção Social. 
In: São Paulo em Perspectiva, 17 (2): 109-122, 2003.
GUIDDENS, Antony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1991.
HOBSBAWM, Eric. A era do Capital: 1848 – 1875. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 
LENHARD, Rudolf. Sociologia Educacional. São Paulo: Pioneira, 1985.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Do poder familiar. Disponível em: <http://www.http// jus2.uol.com.
br/doutrina/texto.asp?id=8371>. Acesso em: 02 jan. 2014.
PERROT, Michele. Os Atores. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Primei-
ra Guerra. v. 4. São Paulo: Cia das Letras, 1991.
PROST, Antoine. Fronteiras e Espaços do Privado. In: História da vida Privada: da Primeira 
Guerra a nossos dias. v. 5. São Paulo: Cia das Letras, 1992.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade 
entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
THERBORN, Goran. Sexo e Poder: a família no mundo, 1900/2000. Tradução Elisabete 
Dória Bilac. São Paulo: Contexto, 2006.
WAGNER, A. e COLS. Compartilhar Tarefas? Papéis e Funções de Pai e Mãe na Família 
Contemporânea. In: Psicologia: Teoria e Pesquisa. maio-ago. 2005, v. 21 n. 2, p. 181-186.
REFERÊNCIAS
15
GLOSSÁRIO
Pudor: sentimento de vergonha, timidez, mal-estar, causado por qualquer coisa capaz de 
ferir a decência, a modéstia, a inocência.
Toucador: espécie de mesa ou cômoda encimada por um ou mais espelhos e que serve a 
quem se penteia ou touca; penteadeira.
Alcova: aposento, adjacente a uma sala e de dimensões reduzidas, destinado a servir de 
dormitório.
Incipiente: que inicia, que está no começo; inicial, iniciante, principiante.
Legitimar: reconhecer ou ser reconhecido como legítimo; tornar(-se) conforme com a lei; 
legalizar.
GABARITO
Questão 1
Resposta: Para responder essa questão foi preciso considerar as diferenças entre o que 
é público, compartilhado com todos, exposto à coletividade, e o que é privado, restrito à 
intimidade e ao indivíduo. O espaço familiar, intensifica a ideia de privacidade, os cômodos 
separados e a preservação da intimidade o fazem como espaço privado por excelência. 
Na chamada sociedade da informação, os limites passam a ser cada vez mais tênues, pois 
essa intimidade passa a ser compartilhada. No entanto, o princípio moderno da liberdade 
não é afetado, ou melhor, ele se amplifica, já que eu posso até publicar minha intimidade, 
mas a escolha é sempre individual. 
16
Não é tarefa fácil distinguir o público do privado, porém é preciso sempre considerar que, 
apesar de se confundirem, os princípios que os regem são sempre distintos. 
Questão 2
Resposta: Alternativa A
Não havia privacidade ou intimidade como se conhecem hoje, eram raras as casas em 
que havia divisão dos aposentos, quartos, sala, banheiro, a Família estava envolvida em 
todas as instâncias da individualidade dos sujeitos: desde a intimidade do banho até as 
necessidades fisiológicas eram compartilhadas com todo o grupo.
Questão 3
Resposta: Alternativa C
Com a habitação moderna, como o uso moderno da água encanada e do aquecimento, 
cada membro da família pode se apropriar de um espaço pessoal e, portanto, privado. Não 
há mais o compartilhamento de espaços e relações cotidianas, este passa a restringir-se a 
momentos específicos.
Questão 4
Resposta: Alternativa B
Esses elementos provocam a dissociação dos elementos de coletividade, as pessoas não 
se reúnem mais, preferem estar em tempo e espaço diferentes, solitárias, porém garantindo 
sua liberdade individual, o grande pilar ideológico da modernidade. 
Questão 5
Resposta: Alternativa D
A sociedade individualizada e individualista dissolve as lutas sociais e os espaços de atuação 
da sociedade civil diminuem, permitindo que o controle social do Estado se sobreponha às 
vontades dos grupos que teoricamente ele representa e enfraquecendo os sentidos de 
coletividade e comunidade.
Questão 6
Resposta: A privacidade e a ideia de intimidade são concepções sociais recentes, ambas 
fundamentam a Família contemporânea, constituída pelo sistema capitalista e enraizado no 
modo de vida burguês.
GABARITO
17
GABARITO
Questão 7
Resposta: A vida burguesa, incipiente no século XIX e predominante no século XX, imprime 
uma outra perspectiva ao modelo familiar. A propriedade privada adentra à estrutura familiar 
e à organização do espaço domiciliar, os aposentos garantem ambientes separados na casa, 
assim como o indivíduo é “livre” na sociedade ele passa a ser “livre” em sua casa. Formou-
se então uma concepção de individualidade, característica fundamental da modernidade. 
Questão 8
Resposta: A instituição familiar possui um importante papel social naquilo que se relaciona 
com a estrutura socioeconômica, é a Família que, se não determina, pelo menos condiciona 
o status social do sujeito que a ela pertence. O Capital Social, Econômico e Cultural é 
uma herança familiar, essa configuração inicial será responsável em grande parte pelas 
relações sociais e aquisições materiais e simbólicas futuras. A condição inicial da família 
em determinada classe social oferece um leque de possibilidades adequado à posição que 
esta ocupa na sociedade como um todo.
Questão 9
Resposta: A Família contemporânea resulta de um processo relacionado à modernização 
trazida pela industrialização e pela urbanização, ambas pautadas em princípios burgueses 
e liberais de garantir aos sujeitos suas liberdades individuais. O processo de urbanização 
imprime uma nova organização familiar, algumas tradições são impraticáveis no contexto 
urbano, além do fato de as novas necessidades construídas pelo ideário burguês, tornarem 
tais práticas irrelevantes e pouco distintiva, principalmente a partir do século XX, momento 
em que o consumo ganha impulso e proporções inimagináveis. 
Questão 10
Resposta: A participação coletiva só pode ser garantida com o fortalecimento da autonomia, 
a partir do momento em que se instaura uma sociedade cada vez mais individualista, as 
lutas sociais se dissolvem e os espaços de atuação da sociedade civil diminuem, permitindo 
que o controle social do Estado se sobreponha às vontades dos grupos que teoricamente 
ele representa. A consolidação de conselhos representativos seria uma das maneiras de 
garantir a participação social coletiva e dividir com o Estado e suas instituições o papel do 
controle social. Tal descentralização garante a democratização nas tomadas de decisões e 
constituem a coletividade dos grupos representados. Provavelmente, em efeito reverso, o 
fortalecimento de laços comunitários e identitários dos grupos representativos, seja capaz 
de resgatar o espírito de coletividade e solidariedade que, em última (e primeira) instância, 
deve-se encontrar na família.

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