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SEMI_Familia_e_Sociedade_07

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Família e Sociedade
Autor: Cláudia Regina Benedetti
Tema 07
Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a 
Figura Masculina
seç
ões
Como citar este material:
BENEDETTI, Cláudia Regina. Família e 
Sociedade: Os Papéis Sociais na Família: O Pai 
e a Figura Masculina. Caderno de Atividades. 
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
Tema 07
Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a Figura 
Masculina
SeçõesSeções
Tema 07
Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a Figura 
Masculina
5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
• Como os papéis sociais se configuram na estrutura familiar
• Como o casamento consolida um novo núcleo familiar.
• O pai contemporâneo: novas territorialidades e antigos modelos
• A Figura Masculina na Família: o Pai
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Política Social, Família e 
Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio Castro de Matos e Maria Cristina 
Leal, editora Cortez, 2010, Livro-Texto n. 267.
Roteiro de Estudo:
Cláudia Regina BenedettiFamília e Sociedade 
6
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a Figura Masculina
Ainda cercam o imaginário e algumas práticas sociais, as imagens secularmente 
construídas sobre os papéis dos membros familiares, a saber: pai, mãe, filhos, avós, tios e 
outros.
Quantas vezes não se pega cobrando uma atitude por esta ser “a função do pai” ou “coisa 
de mãe”? Já se viu ou se ouviu dizer a frase como: “pai e mãe cria e avô estraga”, não é 
mesmo? 
Postulações como estas, pertencentes ao senso comum, revelam em parte que se atribui 
aos membros da Família determinadas funções específicas, são os papéis sociais. 
Na história da família tradicional, o modelo dominante, que se destaca, é o da família 
burguesa: constituída pelo matrimônio, consolidada pela monogamia e legitimada pelos 
filhos. Este padrão revela como o “homem de família” era visto e seu tratamento social: “A 
família ’objeto de devoção para os membros‘, é um ser moral: (...) O chefe é o pai, e apenas 
sua morte dissolve a família” (PERROT, 1991). O pai é o sustentáculo, o núcleo da célula 
familiar, é o chefe!
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
• Qual é o papel social do pai, historicamente construído?
• Como o casamento configura e estrutura o núcleo familiar?
• Qual o papel do pai na sociedade contemporânea?
• Como se compõe a figura masculina na família?
LEITURAOBRIGATÓRIA
7
LEITURAOBRIGATÓRIA
A família, como rede de pessoas e conjunto de bens, é um nome, um sangue, 
um patrimônio material e simbólico, herdado e transmitido. A família é um fluxo 
de propriedades que depende primeiramente da lei (PERROT, 1991).
Etimologicamente, a palavra família deriva do latim “famulus”, que significa escravo 
doméstico. O conceito de família ocidental moderna pode ser entendido como o grupo de 
pessoas que se relacionam entre si formando grau de parentesco, compartilhando o mesmo 
sobrenome por meio do matrimônio ou adoção, e no interior da sociedade capitalista, a 
família é também uma instituição econômica, responsável pela manutenção dos membros 
que a compõem e pela conservação da riqueza produzida entre tais membros, porém, ao 
contrário de outras sociedades, a riqueza é produzida “fora” do lar.
Segundo Max Weber, o ato constitutivo do capitalismo moderno foi a separação 
entre os negócios e o lar — o que significou ao mesmo tempo a separação 
entre os produtores e as fontes de sua sobrevivência (como acrescentou Karl 
Polanyi, invocando o insight de Karl Marx). Esse duplo ato libertou as ações 
voltadas para o lucro, e também aquelas voltadas para a sobrevivência, da teia 
dos laços morais e emocionais, da família e da vizinhança — simultaneamente 
esvaziando tais ações de todo o sentido de que eram, antes, portadoras 
(BAUMAN, 2003).
Dessa forma, a família, no contexto histórico da modernidade ou – como denominam alguns 
– da hipermodernidade, é considerada o núcleo gerador de conceitos morais, sociais, 
regulador da identidade física, psicológica e cultural dos seus membros (CAMBI, 1999), 
porém, tais referências só podem ser compreendidas segundo a lógica do capital: a família 
como reprodutora das relações de poder, como conservadora da ideologia dominante, como 
aparelho ideológico do Estado, já que “modéstia, resignação, submissão de uma parte, 
cinismo, desprezo, segurança, altivez, grandeza, o falar bem, habilidade (...) se aprendem 
também nas Famílias, na Igreja, no Exército, nos Belos Livros, nos filmes, e mesmo nos 
estádios” (ALTHUSSER, 2003). A família proletária, em sua essência, pauta-se pelo modelo 
burguês de família, já que, como explica Althusser (2003), 
(...) segue-se que toda formação social para existir, ao mesmo tempo que 
produz, e para poder produzir, deve reproduzir as condições de sua produção. 
Ela deve, portanto, reproduzir: 1) as forças produtivas; 2) as relações de 
produção existentes.
Sendo assim, o clássico modelo pai/mãe/filhos permeia as relações de parentesco instituídas 
mesmo em famílias cuja estrutura não corresponde a esta organização. As condições 
materiais de existência perpetuam-se na instância ideológica, a família é então: um núcleo 
de pessoas ligadas por laços consanguíneos cujos papéis sociais se classificam em funções 
como o Pai, a Mãe e os filhos frutos desta união.
8
Segundo Henry Bruland, a divisão dos papéis dentro das famílias se dá segundo seus 
“caracteres naturais”, a estrutura familiar era composta pelo pai de família que era o “chefe”, 
e somente com a sua morte a dissolvia, a mulher era submissa ao homem e responsável 
pelo lar e pelos filhos. Os filhos passam a ser o centro da família, ser de investimentos 
econômicos e afetivos, mas muitas vezes era pensado apenas como sucessor: “Ele não 
me amava como indivíduo, mas como filho que devia continuar a família.” (BRULAND apud 
PERROT, 1991).
Reitera-se então a ideia de que a família da qual se está falando, é a família burguesa – 
ideologicamente burguesa – que vê em seus descendentes não somente a continuidade 
do “sangue” – como a nobreza da Idade Média – mas também, e fundamentalmente, a 
preservação do patrimônio, da riqueza acumulada. Nesse sentido,
(...) a família é instrumento do exercício de poder, à medida que o seu chefe 
deriva autoridade coercitiva da ordem política, a qual então, por seu intermédio, 
controla (“controle organizado”) os indivíduos, em vez de fazê-lo por relações 
diretas entre o governo e eles. Na nossa sociedade, em que esta autoridade é 
reduzida, ela se manifesta ainda claramente em relação às pessoas de menor 
idade, sujeitas ao controle pela justiça ou policia, apenas, na hipótese de falha 
clamorosa da autoridade paterna (LENHARD, 1985).
O modelo, do pai como o chefe, reproduz – analogamente – o poder do Estado, o chefe da 
casa deve prover o lar, garantir a segurança, a educação e o sustento de seus membros, 
assim como o Estado deve garantir o mesmo para os cidadãos. No que se refere à educação, 
este último deve providenciar o espaço adequado para o desenvolvimento satisfatório das 
gerações que futuramente ocuparão os postos de trabalho: a Escola. Família e Estado 
garantem a perpetuação das relações de produção.
O pai é tão somente o sujeito que dá o nome à família e garante a herança e a hereditariedade. 
Os laços afetivos que se constroem dessa imagem social de pai e efetivamente das práticas 
culturais na família, correspondem ao distanciamento entre pai e filho: “O filho, mesmo 
maior de idade, deve ser “tomado de um respeito sagrado à visão dos autores de seus dias”. 
(PERROT, 1991). O pai assume explicitamente uma posição hierárquica, sendo o chefe, se 
faz o comandante, o gestor de seu núcleo institucional, como chefe é precisogarantir o 
respeito à sua autoridade, e isto só é possível a partir limitação das manifestações de afeto. 
A relação entre pais e filhos, principalmente voltada ao pai, até a primeira metade do século 
XX, era de respeito mútuo, devendo sempre obediência e a ele, podendo até condenar 
o filho à prisão se lhe faltar com respeito e desagrado referente à sua conduta, isto era 
chamado de “correção paterna” e tinha total apoio nos trâmites legais (PERROT, 1991). 
A relação de carinho e afeto dentro destas famílias era bastante limitada, acontecia muito 
mais nas famílias que viviam no campo do que as famílias urbanas, controlava-se muito as 
expressões corporais, “intensificação da disciplina sobre a linguagem e as atitudes físicas 
das crianças, intimadas a ficar retas, a comer direito, e assim por diante” (1991).
LEITURAOBRIGATÓRIA
9
A estrutura familiar é o resultado de padrões culturais socialmente compartilhados, padrões 
que têm origem em condições materiais específicas, e que são, por conta dessa materialidade, 
peculiares. “Esta imposição de padrões uniformes, chamada institucionalização, chega a ser 
fundamental para o desenvolvimento das relações sociais e pessoais” (LENHARD, 1985). 
Esse padrão não é lei, encontram-se famílias diversas em uma mesma sociedade – mais 
ainda em uma sociedade de massas como a atual! – porém, essa diversidade acomoda-
se, em maior ou menor grau, ao modelo ocidental de família, discursivisado pela literatura, 
pela iconografia e, mais recentemente, pelos suportes midiáticos. Sendo assim, pensa-
se: nessa família, qual é o papel do pai? Qual o papel da mãe? Quantas são as famílias 
que não desfrutam deste modelo veementemente circulante e difundido pelos meios de 
comunicação: da propaganda da margarina, a do antigripal, a Família ideal está lá! O pai 
chegando do trabalho, a mãe zelosa e o filho saudável! Papéis bem definidos e galgados 
em uma experiência secular.
A contemporaneidade fornece também outra imagem de Pai. Um “Pai” que entra em conflito 
com os modelos historicamente consolidados, que, apesar de não eliminá-los ou substituí-
los promove em tempos atuais uma enorme contradição e levanta perguntas como: Afinal, 
quais são as funções de um pai na atualidade? Que atribuições se devem esperar da figura 
masculina?
O homem na concepção histórica ocidental era visto como o centro do seio familiar, ele 
dominava o espaço tanto no lar quanto na sociedade, era quem comandava o dinheiro e os 
gastos, e no âmbito econômico seus poderes aumentavam: “ele é o senhor pelo dinheiro. 
Nos meios burgueses, ele controla as despesas domésticas entregando à mulher uma 
determinada soma, muitas vezes bastante apertada” (PERROT, 1991). Marca-se também 
nesse caso, uma posição de gênero, “é a posição atribuída, na sociedade, a cada um dos 
sexos. A reserva de importantes funções profissionais, políticas ou religiosas aos homens 
terá por contrapartida a maior autoridade do marido no lar” (LENHARD, 1985). O comando 
da família pertence ao homem, o poder de administrar os gastos seria dele, fazendo o que 
achava melhor para controlar as finanças do lar.
É o pai quem dá o sobrenome, identidade social, e está garantido pela lei para exercer a 
superioridade de marido sobre sua família, (PERROT, 1991), a mulher é um ser socialmente 
incapaz, que passa da tutela do pai para a do marido. O Pai é quem governa o lar e realiza 
as negociações, inclusive, de suas mulheres: ele é quem tem, na sociedade ocidental, em 
alguns casos até meados do século XX, total poder em decidir o casamento de suas filhas, 
muitas vezes contrariando a vontade feminina, e a mãe não podendo assim opinar aceitava 
a decisão.
A mulher, figura incapaz e frágil devia obediência ao seu marido prestando conta de todos 
os seus atos, enquanto ele tinha – na típica família burguesa – em sua casa locais restritos 
para o encontro com os amigos: 
LEITURAOBRIGATÓRIA
10
ele tem seus aposentos particulares: o fumoir e a sala de bilhar para onde 
os homens se retiram para conversar após os jantares sociais, a biblioteca, 
porque os livros (e a bibliofilia) continuam a ser coisa de homens, o escritório 
onde os filhos entram apenas tremulando (PERROT, 1991)
Tais espaços eram socialmente marcados, mulheres e crianças não deviam ocupá-los e 
menos ainda transitá-los, o homem burguês segrega inclusive seu espaço privado, imprime 
sobre ele o domínio masculino e o poder autoritário do pai.
Já as famílias proletárias conhecem outras condições de existência, o espaço da casa é 
totalmente ocupado, as mulheres são responsáveis por ele, submetidas a múltiplas funções, 
por exemplo, dar à luz e cuidar das crianças, procurar o melhor preço para comprar os 
alimentos, preparar a marmita do marido quando este trabalha longe, buscar água, lavar 
roupas, limpar a casa. Além do tempo de trabalho dedicado à família e à casa, boa parte 
dessas mulheres trabalham “fora”, em busca de um rendimento familiar maior, e mais 
recentemente, em busca da independência financeira (PERROT, 1991).
Lembrando que as refeições nas famílias proletárias retratam claramente a superioridade 
do marido, uma vez que este fica com a melhor parte do alimento mesmo que tenha sido 
garantido pela mulher, “Deixando a carne e o vinho, alimentos masculinos, para o chefe de 
família, o açúcar para as crianças, muito amiúde contentam-se com o queijo e o café com 
leite” (PERROT, 1991).
A educação dos filhos da burguesia era decisão a ser tomada pelo pai, mesmo que este 
assunto fosse vinculado à mãe, que deveria fornecer a primeira educação, o trato e os 
cuidados elementares, assim como o ensinar a andar, a falar. Porém, cabia ao pai escolher 
onde ou como seria a educação formal, quais instituições e/ou tutores seriam contratados. 
Grandes apreciadoras dos folhetins, as mulheres do século XIX alfabetizavam-se e, 
consequentemente, a seus filhos – pelo método Jacotot (PERROT, 1991). Mas a formalidade 
do ensino – seja do filho da burguesia ou do proletariado – era uma decisão paterna:
O homem tem duplos poderes no século XIX, este século é definido como 
domínio exclusivo do homem. Na educação dos filhos cabe a ele as decisões 
pedagógicas, e em vários momentos sua decisão é vista como argumentos da 
ciência e da razão (PERROT, 1991).
Vê-se então como o pai está presente na vida familiar, sua importância simbólica e seu peso 
institucional e ideológico. Ser homem, ser pai, significava ser o fundamento da principal 
instituição da sociedade burguesa do século XIX. Porém, é enganoso pensar que essa 
imagem, esse papel simbólico e, principalmente, essa prática social extingue-se no século 
XX, ou que no mundo contemporâneo a figura do pai e do masculino no âmbito familiar 
se alterou completamente. No Brasil, por exemplo, a supremacia masculina perdurou até 
1988, 
LEITURAOBRIGATÓRIA
11
foram necessários 462 anos, desde o início da colonização portuguesa, para 
a mulher casada deixar de ser considerada relativamente incapaz (Estatuto 
da Mulher Casada, Lei n. 4.121, de 27 de agosto de 1962); foram necessários 
mais 26 anos para consumar a igualdade de direitos e deveres na família 
(Constituição de 1988), pondo fim, em definitivo, ao antigo pátrio poder e ao 
poder marital (LÔBO, 2006).
Por isso, ao pensar na figura contemporânea do pai, não é possível abandonar ou ignorar 
que esta é herdeira histórica da família do século XIX e que, sendo o Brasil um país fundado 
sob o legado patriarcal e escravista durante cerca de 400 anos, a imagem de pai que se 
compartilha hoje está impregnada pelas nuances e tintas dos modelos seculares.
Segundo Guiddens (1991), “as instituições sociais modernas são (...) diferentes em forma 
de todos os tipos de ordem tradicional”, as mudanças que ocorreram na família foram 
drásticas, modificando seus relacionamentos, estrutura, modo de viver e conviver muito 
distinto do antigo núcleofamiliar, consequência do mundo moderno que se vive hoje. A 
ordem familiar se transforma, mas vale dizer que o modelo de família permanece, apesar 
das “mães solteiras” ocuparem outro status, a referência ao pai ou à figura masculina não 
deixa de existir: ou ganha um substituto (avô, tio, irmão mais velho) ou a marca da ausência 
(sem pai).
Porém, essas mudanças parecem não estar ocorrendo com a mesma 
frequência e intensidade em todas as famílias. O que encontramos hoje em 
dia são famílias com diferentes configurações e estruturas, o que implica 
diretamente na divisão de tais tarefas. Coexistem modelos familiares nos 
quais segue vigente a tradicional divisão de papéis; outros nos quais maridos 
e esposas dividem as tarefas domésticas e educativas e, ainda, famílias nas 
quais as mulheres são as principais mantenedoras financeiras do lar, mesmo 
acumulando a maior responsabilidade pelo trabalho doméstico e educação dos 
filhos (WAGNER e COLS., 2005).
A instituição familiar vive um processo de transição, respalda-se em um modelo secular, 
apesar de estruturalmente conhecer outra realidade. Sendo assim, a apreciação leva em 
consideração estes interstícios e peculiaridades, que tornam ainda mais complexas as 
análises. 
No decorrer do século passado, a instituição da família mudou em todo o 
mundo. Algumas mudanças foram memoráveis – a erosão do patriarcado, a 
instalação mundial do controle da natalidade e algumas grandes populações 
fixando-se no declínio natural. O sexo e o casamento mudaram radicalmente 
antes disso e suas mudanças no século XX não contam ainda uma nova era 
global (THERBORN, 2006).
É preciso pensar em um pai desterritorializado, perdido em meio a outra realidade que não 
aquela de “chefe”, “dono”, “patrão”, de autoridade inquestionável no núcleo familiar, um pai 
que encontra como suporte o modelo já existente, um modelo insuficiente, inadequado, 
mas, por hora, o único consolidado.
LEITURAOBRIGATÓRIA
12
É necessário pontuar que, quando se fala do pai, refere-se conceitualmente à concepção 
sociológica e antropológica de “papel social”, pensa-se no “sujeito pai” e não no indivíduo. 
Sendo assim, este é um pai socialmente e culturalmente definido: o pai em uma sociedade 
capitalista, urbana e ocidental, fundamentado historicamente por uma organização social 
patriarcal.
As sociedades humanas conhecem diversos modelos de “família” e, consequentemente, 
de “pai” (como papel social e não como nominação), a questão do gênero está sempre 
presente na organização social, no caso da sociedade, ao homem são atribuídas tarefas 
distintas às das mulheres, dedicados aos seus trabalhos fora de casa, parecem ter somente 
esta preocupação, deixando os problemas de casa para as mulheres. Quando o seu 
papel é ser pai, ele ganha novas tarefas, a responsabilidade de sustentar uma casa e uma 
família, mas mesmo assim seu maior dever é o seu trabalho.
Devido às tradições culturais, o homem é uma pessoa forte e capacitada para executar 
tarefas difíceis e pesadas, sendo atribuído a ele um papel extremamente importante na 
sociedade; mas na família o seu papel de pai se esgota e justifica-se na supressão da vida 
material: em cuidar da alimentação, do conforto e das economias de sua casa. O mesmo 
homem tem papéis diferentes e muito importantes, colaborar para o desenvolvimento e 
transformação dos ambientes familiares e sociais nos quais está inserido. 
Com o passar dos tempos, as tarefas cotidianas desempenhadas na sociedade requerem 
cada vez mais das pessoas que as executem, desta forma, os pais deixam de participar da 
vida social e escolar de seus filhos, cumprindo seu papel de pai, somente algumas horas 
por dia, ou somente aos finais de semana, enquanto estão descansando do trabalho, 
Os modos de vida produzidos pela modernidade nos desvencilharam de todos 
os tipos tradicionais de ordem social, de uma maneira que não tem precedentes 
(...) em termos intencionais, elas vieram a alterar algumas das mais íntimas e 
pessoais características de nossa existência cotidiana (GUIDDENS, 1991).
O tempo e o trabalho são fenômenos de interferência no cotidiano familiar, se o pai tradicional 
– burguês ou proletário – ausentava-se para buscar fora o sustendo do lar, agora sua 
ausência é maior ainda, pois este pai sofre a intervenção de outros fatores: no trânsito das 
grandes cidades o tempo prolonga-se com as horas perdidas no transporte público ou no 
automóvel, a distância a percorrer entre o lar e o trabalho é maior; a televisão, a internet e 
outros suportes midiáticos tomam o espaço do diálogo familiar, até o pai é suplantado em sua 
autoridade, ou pelo noticiário que possui um discurso mais legítimo e “verdadeiro” que o seu, 
ou pelas novelas e propagandas que mostram um mundo idealizado e, consequentemente, 
sua incapacidade de provê-lo à sua família. Esses fatores preponderantes como a falta de 
tempo enfrentada pelas pessoas, os avanços tecnológicos, entre muitas outras coisas, são 
fatores relevantes da modernidade, 
LEITURAOBRIGATÓRIA
13
Tanto Marx como Durkheim viam a era moderna como uma era turbulenta. Mas 
ambos acreditavam que as possibilidades benéficas abertas pela era moderna 
superavam suas características negativas (GUIDDENS, 1991).
Uma das consequências da modernidade para os papeis sociais na família é o 
desenraizamento dos sujeitos (principalmente crianças e jovens), como você pode ler no 
Posfácio de seu Livro-Texto, é papel do assistente social colaborar para a reconstrução 
das raízes sociais da infância e da juventude e, neste sentido, a família se configura como 
espaço privilegiado de atuação.
LEITURAOBRIGATÓRIA
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Leia trechos do livro: ROMANELLI, Geraldo. A família contemporânea em debate. Disponí-
vel em: <http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=wtHiLCNtqXEC&oi=fnd&pg=
PA73&dq=fam%C3%ADlia+pai&ots=ev4ms2w_4-&sig=4eKFQv-eXZgRMmkNLdkbIHkPiO
k#v=onepage&q=fam%C3%ADlia%20pai&f=false>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Acesse o artigo: DE ANTONI, Clarissa; KOLLER, Sílvia Helena. A visão de família entre 
as adolescentes que sofreram violência intrafamiliar. Estud. psicol. (Natal), v. 5, n. 2, Dec. 
2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2
000000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Leia também o artigo LEWIS, Charlie; DESSEN, Maria Auxiliadora. O Pai no contexto fami-
liar. Disponível em: <http://revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/1485>. Acesso em: 
02 jan. 2014.
14
LINKSIMPORTANTES
Vídeos
Veja o filme: À Procura da Felicidade. Trechos disponíveis em: <http://www.youtube.com/
watch?v=G0zHBc2zeJU>. Acesso em: 02 jan. 2014.
O filme relata a emocionante história de um pai com problemas financeiros e sua relação de 
amor incondicional ao seu filho.
Você pode ver trechos do filme em:
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
AGORAÉASUAVEZ
Questão 1:
O pai assume explicitamente uma posição 
hierárquica, sendo o chefe, se faz o coman-
dante, o gestor de seu núcleo institucional, 
como chefe é preciso garantir o respeito à 
sua autoridade, e isto só é possível a par-
tir limitação das manifestações de afeto. A 
partir desta afirmação, explique quais pa-
péis pertencem ao Pai.
Questão 2:
No âmbito da PNAS, Política Nacional de 
Assistência Social, garantir o direito à con-
vivência familiar e comunitária e contribuir 
para o processo da autonomia e da eman-
cipação socialdas famílias são alguns dos 
objetivos específicos.
 a) Da proteção social especial.
15
 b) Da proteção social básica.
 c) Do pacto de aprimoramento de gestão.
 d) Do Programa Bolsa Família.
 e) Do Centro de Referência Especializado 
de Assistência Social.
Questão 3:
Leia as afirmativas:
I. A família é considerada o núcleo gera-
dor de conceitos morais, sociais, regu-
lador da identidade física, psicológica e 
cultural dos seus membros; 
II. A família é transformadora das rela-
ções de poder, revoluciona a ideologia 
dominante, funcionando como apare-
lho ideológico do Estado;
III. A família proletária, em sua essência, 
pauta-se pelo modelo burguês de famí-
lia: pai/mãe/filhos;
IV. O modelo de família burguesa vê 
em seus descendentes não somente 
a continuidade do “sangue” mas tam-
bém, a preservação do patrimônio, da 
riqueza acumulada;
Estão corretas somente:
a) I e II.
b) I, III e IV.
c) III.
d) II e IV.
e) I, II e IV.
Questão 4:
Sobre as concepções tradicionais de pai 
e sua figura masculina na família, pode-se 
dizer, exceto:
a) O homem era visto como o centro do 
seio familiar, ele dominava o espaço tanto 
no lar quanto na sociedade.
b) Era o homem quem comandava 
o dinheiro e os gastos, e no âmbito 
econômico ele é o senhor pelo dinheiro.
c) O marido possui maior autoridade 
no lar, pois ocupa importantes funções 
profissionais, políticas ou religiosas.
d) O poder de administrar os gastos seria 
da mulher, fazendo o que achava melhor 
para controlar as finanças do lar, o homem 
só forneceria o dinheiro.
e) O Pai é quem governa o lar e realiza as 
negociações, inclusive, de suas mulheres: 
ele é quem tem, na sociedade ocidental, 
total poder em decidir o casamento de 
suas filhas. 
Questão 5:
Leia as afirmativas sobre as transforma-
ções dos papéis sociais na família, com 
destaque para o papel do pai:
AGORAÉASUAVEZ
16
I. Os pais deixam de participar da vida so-
cial e escolar de seus filhos, cumprindo 
seu papel de pai, somente algumas ho-
ras por dia, ou somente aos finais de 
semana, enquanto estão descansando 
do trabalho.
II. O tempo e o trabalho são fenômenos 
de interferência no cotidiano familiar, 
se o pai tradicional – burguês ou prole-
tário – ausentava-se para buscar fora o 
sustendo do lar, agora sua ausência é 
maior ainda, pois este pai sofre a inter-
venção de outros fatores.
III. A televisão, a internet e outros suportes 
midiáticos tomam o espaço do diálogo 
familiar, até o pai é suplantado em sua 
autoridade, ou pelo noticiário que pos-
sui um discurso mais legítimo e “verda-
deiro” que o seu.
IV. Os fatores preponderantes como a fal-
ta de tempo enfrentada pelas pessoas, 
os avanços tecnológicos, entre muitas 
outras coisas, são fatores relevantes 
da modernidade que interferem na legi-
timidade dos papéis sociais na família.
Estão corretas somente:
a) I.
b) II e III.
c) I, II, III e IV.
d) II, III e IV.
e) II e IV.
Questão 6:
Analise e explique as transformações nos 
novos papéis que são assumidos pelo Pai 
na família contemporânea. 
Questão 7:
Está-se longe de verificar na existência fa-
miliar as relações harmônicas tão difundi-
das pelo senso comum, menos ainda de 
encontrar unicamente o modelo virtuoso da 
Família burguesa: pai provedor, esposa e 
mãe obediente, filhos respeitosos.
Explique a afirmação acima sob a perspec-
tiva da composição da família contemporâ-
nea.
Questão 8:
Leia o texto abaixo: 
“Segue-se que toda formação social para 
existir, ao mesmo tempo em que produz, 
e para poder produzir, deve reproduzir as 
condições de sua produção. Ela deve, por-
tanto, reproduzir: 1) as forças produtivas; 2) 
as relações de produção existentes” (Louis 
Althusser).
Explique por que se pode afirmar que a Fa-
mília é reprodutora das relações de poder.
AGORAÉASUAVEZ
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Questão 9:
“Segundo Max Weber, o ato constitutivo do 
capitalismo moderno foi a separação entre 
os negócios e o lar — o que significou ao 
mesmo tempo a separação entre os produ-
tores e as fontes de sua sobrevivência”.
Explique a relação entre a afirmação acima 
e o processo de transformação dos papéis 
sociais na família, mais especificamente o 
do pai.
Questão 10:
Uma das consequências da modernidade 
para os papéis sociais na família é o de-
senraizamento dos sujeitos. Neste sentido, 
qual seria o papel do assistente social no 
contexto da família contemporânea? 
AGORAÉASUAVEZ
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 O pai moderno está diante de um conflituoso processo: o de não ser de fato o pai 
“chefe de família” tendo como contraponto as transformações sociais das últimas décadas 
que não puderam ainda definir um “modelo de substituição”.
Verificou-se que tal “crise” não é exclusividade deste período histórico, porém as situações 
de indefinições e desterritorializações são vivenciadas cotidianamente. Desterritorialização 
significa que os limites que definem o que é ser Pai, como se deve agir e falar, que funções 
atribuir, não estão mais bem marcados, ou melhor, é um território em “guerra civil” para 
delimitar sobre quais “poderes” institui-se a figura do Pai contemporâneo.
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Tradução: Plínio 
Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Do poder familiar. Disponível em:
<http://www.http//jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8371>. Acesso em: 02 jan. 2014.
THERBORN, Goran. Sexo e Poder: a família no mundo, 1900/2000. Tradução: Elisabete 
Dória Bilac. São Paulo: Contexto, 2006.
REFERÊNCIAS
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
LENHARD, Rudolf. Sociologia Educacional. São Paulo: Pioneira, 1985.
PERROT, Michele. Os Atores. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira 
Guerra. v. 4. São Paulo: Cia das Letras, 1991.
WAGNER, A. e COLS. Compartilhar Tarefas? Papéis e Funções de Pai e Mãe na Família 
Contemporânea. In: Psicologia: Teoria e Pesquisa. mai-ago 2005, v.. 21 n. 2, p. 181-186.
Postulações: demanda, requerimento, ação judiciária, processo, solicitação.
Sustentáculo: o que sustenta (algo ou alguém), que concorre para a sua subsistência; 
proteção, defesa, arrimo.
Proletária: cidadão pobre que só tem para viver a remuneração insuficiente da sua força 
de trabalho.
Trâmites: o curso regular para a consecução de algo.
Supremacia: total e incontestável superioridade; hegemonia, primazia, preponderância.
GLOSSÁRIO
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Questão 1
Resposta: A relação entre pais e filhos, principalmente voltada ao pai, até a primeira metade 
do século XX, era de respeito mútuo, devendo sempre obediência e a ele, podendo até 
condenar o filho à prisão se lhe faltar com respeito e desagrado referente a sua conduta, 
isto era chamado de “correção paterna” e tinha total apoio nos tramites legais. A relação 
de carinho e afeto dentro destas famílias era bastante limitada, acontecia muito mais nas 
famílias que viviam no campo do que as famílias urbanas, controlava-se muito as expressões 
corporais.
Questão 2
Resposta: Alternativa B
A Família é ponto de destaque nas políticas de assistência social, pois é entendida como a 
referência social, cultural e afetiva dos sujeitos assistidos. Garantir a convivência familiar é 
garantir a proteção social no que tange aos elementos apontados, inclusive à proteção de 
amparo econômico.
Questão 3
Resposta: Alternativa B
A família é reprodutora das relações de poder, conserva a ideologia dominante, funcionando 
como aparelho ideológico do Estado.
Questão 4
Resposta: Alternativa D
O poder de administrar os gastos seria do homem, fazendo o que achava melhor para 
controlar as finançasdo lar, ele era a figura economicamente soberana dentro do lar. 
GABARITO
21
Questão 5
Resposta: Alternativa C
Todas as afirmativas estão corretas sobre a transformação dos papéis sociais na família, 
dando destaque para a interferências das mudanças sociais provocadas pela urbanização e 
pela industrialização, que alteraram os modos de vida e subsistência, transformando assim 
as relações sociais, inclusive as familiares.
Questão 6
Resposta: As mudanças que ocorreram na família a partir da segunda metade do século 
XX foram drásticas, modificando seus relacionamentos, estrutura, modo de viver e conviver 
muito distinto do antigo núcleo familiar, consequência do mundo moderno da atualidade. A 
ordem familiar se transforma, a referência ao pai ou à figura masculina não deixa de existir: 
ou ganha um substituto (avô, tio, irmão mais velho) ou a marca da ausência (sem pai), o pai 
assume funções que antes eram exclusiva da mãe, como cuidar dos filhos.
Questão 7
Resposta: A família contemporânea ganha novos perfis, isso porque a realidade social 
e econômica diversa também produz famílias diversas. Pode-se destacar desde a família 
monoparental, cuja composição limita-se à mãe e filhos ou pai e filhos, até à família 
homossexual, resultado da adoção por casais homoafetivos. Dessa forma, o modelo 
patriarcal, homogêneo e idealizado de família, passa a ser questionado, sofrendo profundas 
transformações quanto à sua composição. A família contemporânea conhece novas formas 
de organização familiar justamente porque esta nova Família é resultado de novas relações 
sociais, da aceitação (em parte) da diversidade sexual. 
Questão 8
Resposta: Como conservadora da ideologia dominante e como aparelho ideológico do 
Estado, a família proletária, em sua essência, pauta-se pelo modelo burguês de família, 
já que, como explica o clássico modelo pai/mãe/filhos permeia as relações de parentesco 
instituídas mesmo em famílias cuja estrutura não corresponde à essa organização. As 
condições materiais de existência perpetuam-se na instância ideológica, a família é, então: 
um núcleo de pessoas ligadas por laços consanguíneos cujos papéis sociais se classificam 
em funções como o Pai, a Mãe e os filhos frutos desta união. 
Dessa forma, há que a Família reproduz e regulariza as relações de poder.
GABARITO
22
GABARITO
Questão 9
Resposta: A modernidade (enquanto contexto histórico) trouxe inúmeras transformações 
sociais, econômicas, culturais e políticas, sendo assim, a família foi diretamente afetada 
por elas, já que sua principal função continuaria a ser a de núcleo gerador de conceitos 
morais, sociais, regulador da identidade física, psicológica e cultural dos seus membros. No 
entanto, esse núcleo passa a estar submetido à lógica do capital: a família é reprodutora 
das relações de poder e conservadora da ideologia dominante, ou seja, o modelo burguês 
predomina para a definição da estrutura familiar. Tal modelo se impõe e define os papéis 
sociais de pai, mãe, filho, avô. Neste contexto, o pai (burguês ou proletário) é o provedor, 
aquele que busca o sustento da família fora de casa, por isso esvazia-se sua presença 
afetiva e comunitária, já que, com o advento da industrialização e da urbanização, a família 
não está mais ligada à terra e tem que buscar longe de casa o seu sustento.
Questão 10
Resposta: O papel social do pai na contemporaneidade vive uma crise de valores e 
definições. Tal vazio deixado pela fugacidade das mudanças provoca outros conflitos: a falta 
de autoridade familiar sobre os jovens, a violência doméstica, a violência contra a mulher. 
Por isso e muito mais, o Assistente Social deve compreender que pai e que Família é esta 
que se coloca à sua frente. Como traçar estratégias e políticas públicas que minimizem tais 
efeitos. É papel do assistente social, colaborar para a reconstrução das raízes sociais da 
infância e da juventude e, neste sentido, a família se configura como espaço privilegiado de 
atuação.

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