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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Silvia Infante Vieira de Assis A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA CURITIBA 2010 Silvia Infante Vieira de Assis A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA Monografia apresentada ao curso de Especialização em Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia. Orientadora Profa. Mestre Ana Claudia Galvão de Aguiar Koubik Curitiba 2010 TERMO DE APROVAÇÃO Silvia Infante Vieira de Assis A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA Esta Monografia foi julgada aprovada pela banca examinadora para a obtenção do grau de Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba,31 maio 2010. ____________________________ Profa Mestre: Ana Claudia Galvão de Aguiar Koubik ____________________________ Profa Mestre: Ligia Aracema Borsato ____________________________ Profa Mestre: Tatiana Mattioli Folador DEDICATÓRIA “Dedico a minha família em especial a minha mãe que sempre me apoiou e sempre esteve ao meu lado. Dedico também ao meu padrasto pela paciência e carinho, ao meu pai e irmãos ...” AGRADECIMENTOS A Deus, que sempre nos ilumina e orienta nossos caminhos em todo os momentos. Aos meus colegas de curso pela amizade e carinho. Em especial a professora Ana Claudia Koubik pela dedicação e empenho em fazer o curso acontecer. RESUMO Este estudo tem como objetivo geral analisar a importância da segurança na radiologia odontológica, sendo que a exposição do paciente à radiação primária é geralmente limitada a partes do corpo, mas o corpo está de certa maneira exposto à radiação espalhada. As contribuições de dose nos diversos órgãos e a atuação nos efeitos gerais para o indivíduo são praticamente impossíveis de se avaliar no presente. Assim sendo, os estudos do campo da radioproteção estão relacionados à proteção da saúde humana e aos efeitos nocivos das radiações ionizantes. Suas bases teóricas devem incluir necessariamente julgamentos sociais e técnicos, pois o principal objetivo é estabelecer as razões que justifiquem o uso benéfico das radiações. Assim, não podem ser conduzidas apenas por considerações científicas. A radioproteção deve prevenir a ocorrência dos efeitos determinísticos e reduzir os efeitos estocásticos. Palavras- Chave: radiologia, odontologia, radioproteção. ABSTRACT This study aims at analyzing the importance of safety in dental radiology, and patient exposure to primary radiation is generally limited to parts of the body, but the body is somehow exposed to scattered radiation. The contributions of dose in various organs and performance in general effects for the individual are almost impossible to assess at present. Thus, studies of the field of radiation protection are related to the protection of human health and the harmful effects of ionizing radiation. Their theoretical basis must necessarily include social and technical judgments, since the main objective is to establish the reasons justifying the beneficial use of radiation. Thus, it can be conducted only by scientific considerations. The radiation protection should prevent the occurrence of deterministic effects and reduce the stochastic effects. Key-words: radiology, dentistry, radioprotection. SUMÁRIO RESUMO v ABSTRACT vi 1. INTRODUÇÃO 07 1.1 OBJETIVOS 08 2. REVISÃO DE LITERATURA 10 2.1 A SEGURANÇA NA ODONTOLOGIA-SAÚDE DO PACIENTE E DO PROFISSIONAL DENTISTA 10 2.1.1 Agentes biológicos 16 2.1.2 Agentes químicos 18 2.1.3. Agentes físicos 19 2.1.4 Radiações Ionizantes 19 2.1.5 Radiação não ionizantes 20 2.2 NORMAS DE RADIOPROTEÇÃO NA ODONTOLOGIA 21 2.3 EFEITOS DA RADIAÇÃO NO ORGANISMO 24 2.4 RISCOS EM RADIODIAGNÓSTICO 26 3. DISCUSSÃO 28 4. CONCLUSÃO 31 5. REFERÊNCIAS 32 1. INTRODUÇÃO A precaução em qualquer atividade sujeita à radiação ionizante é muito importante, visto que as mesmas não são percebidas pelos sentidos humanos e, qualquer que seja o nível de radiação envolvido no trabalho da radiologia diagnóstica haverá o risco do desenvolvimento de algum dano biológico. (MEZADDRI, 2002) Os efeitos das interações das radiações ionizantes com as células podem acontecer de forma direta, danificando uma macromolécula (DNA, proteínas e enzimas, entre outras), ou de forma indireta, interagindo com o meio e produzindo radicais livres. (NAVARRO, 2008) Essas modificações celulares podem ser reparadas através da ação das enzimas. Caso isso não ocorra, surgirão lesões bioquímicas que podem causar danos como morte prematura, alteração no processo de divisão celular e alterações genéticas. (STEVENS, 2001) Os efeitos biológicos provocados pela interação das radiações ionizantes com a matéria podem ser de dois tipos: determinísticos e estocásticos. Os efeitos determinísticos acontecem quando a irradiação no corpo, geral ou localizada, provoca mais morte celular do que é possível ser compensada pelo organismo (limiar de efeitos clínicos). Acima desse limiar a severidade do dano aumenta com a dose. Apesar de esses efeitos possuírem caráter determinístico, podem ser reversíveis ou não. Também podem ser entendidos como efeitos para os quais existe um limiar de dose absorvida necessário para sua ocorrência e cuja gravidade aumenta com o aumento da dose. (MEZADDRI, 2002) O objetivo do presente estudo é analisar a importância da segurança na radiologia odontológica. Tendo como objetivos específicos: • Estudar o referencialteórico das radiações ionizantes; • Enfocar a importância de cuidados na utilização de radiação na odontologia; • Analisar a importância da segurança nos trabalhos utilizadores de radiologia no campo da odontologia. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A SEGURANÇA NA ODONTOLOGIA-SAÚDE DO PACIENTE E DO PROFISSIONAL DENTISTA Embora seja um campo relativamente novo, a “biossegurança” não se limita a ações de prevenção de riscos derivados apenas de uma atividade específica; vai muito além. Configura-se como um conjunto de práticas e técnicas de segurança e proteção que se estendem à área social e à área ambiental, sem se descuidar da qualidade dos produtos. (ODA, 1998) O conceito de biossegurança é cada vez mais difundido e valorizado, na medida em que cresce o entendimento de que a responsabilidade do profissional deve ir além dos cuidados com a sua própria saúde. Deve envolver o zelo com a saúde e a integridade física de sua equipe, a preocupação com a higienização do local de trabalho e a preservação e proteção do meio ambiente. Tudo isto, sem perder de vista a qualidade dos produtos e serviços. Todo este envolvimento, amplo e abrangente, confere a Biossegurança o status de tema multidisciplinar. (MASTROENI, 2004) Segundo Mastroeni (2004), nos últimos quarenta anos, o avanço da genética possibilitou o que hoje chamamos de “era biotecnológica”, na qual a ciência estabeleceu novas técnicas voltadas para o manuseio do código genético, gerando e ampliando a tecnologia do DNA/RNA recombinante, favorecendo a construção dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Aliada à velocidade da evolução dos conhecimentos científico e tecnológico, surgiu no meio científico a necessidade de um debate sobre a natureza ética desses avanços e sobre a segurança de tais experimentos, delineando-se assim, a primeira versão da biossegurança. Na década de 70, a Convenção de Azilomar (Califórnia-EUA) representou um marco para a divulgação e valorização do conceito de biossegurança. Foi a primeira discussão da sociedade científica sobre a engenharia genética e sobre os aspectos ligados à proteção dos pesquisadores e do meio ambiente. (MEZADDRI, 2002) Para Mastroeni (2004), nos anos 80, o impacto da AIDS, gerou a preocupação com o manuseio de fluidos corpóreos contaminados e com o risco de contaminação ocupacional, questões estas que deram a Biossegurança maior amplitude e novos espaços de atuação, em especial no âmbito das instituições de saúde pública. No Brasil, a biossegurança recebeu formatação legal a partir da promulgação da Lei de Biossegurança (Lei N.º 8.974, de 05 de janeiro 1995), que trata da manipulação dos Organismos Geneticamente Modificados – OGM. ( ODA, 2000) Em 2002, o então Ministro da Saúde, José Serra, por meio da Portaria n.º 343/GM, de 19 de fevereiro de 2002, instituiu no âmbito do Ministério da Saúde a Comissão de Biossegurança em Saúde, que tem entre suas atribuições acompanhar a elaboração e a reformulação de normas de biossegurança, bem como promover debates públicos sobre o tema. Apesar de discreta, a criação da comissão representou ação significativa para ampliar no país discussões que não se atenham apenas aos transgênicos, mas que debatam as instituições que manipulam OGM e os riscos biológicos, químicos, físicos, ergonômicos, radioativos e de acidentes que estão presentes em hospitais, centros de saúde, laboratórios de saúde pública, laboratórios de análises clínicas, instituições de ensino e pesquisa e indústrias. (ODA, 2000) É importante ressaltar que, no ano 2000, o Programa de Multiplicadores em Biossegurança Laboratorial, promovido pela Coordenação Geral de Laboratórios (CGLAB) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, realizou em Brasília o Curso de Biossegurança Laboratorial com um representante dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública do Brasil e dos Centros de Referência. Em seguida, os multiplicadores, divididos por regiões, formaram suas equipes em cursos também promovidos pela CGLAB e, a partir daí, iniciou-se o processo de capacitação dos profissionais nos LACENS e Centros de Referência do País. Em outubro de 2004, a CGLAB, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, iniciou o I Curso de Especialização em Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública, com término previsto para dezembro de 2005, o que representa um avanço das discussões relativas a biossegurança na saúde pública e demonstra a preocupação do Ministério da Saúde com o tema. (NAVARRO, 2008) Os agentes biológicos representam o risco ocupacional mais antigo e o mais comum nas atividades relacionadas ao trabalhado desenvolvido pelos profissionais da área de saúde. O advento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS aumentou consideravelmente a exposição desses profissionais, pois é cada vez maior o número de indivíduos infectados com o vírus da AIDS. (NAVARRO, 2008) De acordo com Mastroeni (2004) os meios de transmissão dos agentes biológicos são por contato direto ou indireto, por vetor biológico ou mecânico e pelo ar, sendo as rotas de entrada por inalação, ingestão, penetração através da pele e por contato pelas mucosas dos olhos, nariz e boca. Além dos profissionais de saúde como patologistas, cirurgiões dentistas, os que lidam com emergências e principalmente os que lidam com doenças infecto- contagiosas, os profissionais que atuam em laboratórios recebendo e manuseando matérias biológicos potencialmente contaminados estão expostos a uma alta carga de agentes biológicos. (MEZADDRI, 2002) Profissionais que cuidam da saúde dentária tem o potencial de transmitir infecções para outros e também serem infectados durante o trabalho. Alguns fatores próprios da profissão aumentam as chances de que tais fatos venham a ocorrer, e estes fatores são: grande potencial de estímulo a sangramento, geração de aerossóis através do uso de canetas de alta rotação, uso de aparelhos utrasônicos e rotatividade dos instrumentos de atendimento, o que leva ao contato com vários pacientes. De acordo com o exposto fica claro que em odontologia as chances de infecção e contaminação cruzada são inúmeras e a adoção de medidas que levam ao tratamento deste modo de infecção na prática dentária de rotina é desejável, no intuito de que, os responsáveis por equipes de saúde dentária tenham o dever de assegurarem que todas as providências sejam tomadas para prevenir infecções no sentido de proteger não só os pacientes, como a si próprio e a própria equipe. (MEZADDRI, 2002) Devido a estas ocorrências é que foram criados as normas de biossegurança, dentro dos consultórios odontológicos. (NAVARRO, 2008) Chama-se de insalubres as atividades que, por sua natureza, condição ou métodos de trabalho, expõem os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados no art. 189 e 190 da CLT. (NAVARRO, 2008) A lei considera atividades ou operações perigosas todas aquelas que, pela natureza ou métodos de trabalho, coloquem o trabalhador em contato permanente com explosivos, eletricidade, materiais ionizantes, substâncias radioativas, ou materiais inflamáveis,em condições de risco acentuado. (NAVARRO, 2008) Para inflamáveis, explosivos e radiações ionizantes: o adicional é 30% sobre o salário básico, excluídas gratificações, prêmios e participação nos lucros. Para eletricidade, de 30% sobre o salário recebido, no caso de permanência habitual em área de risco, desde que a exposição não seja eventual (pró-rata). A caracterização é feita por meio de perícia, a cargo do médico ou de engenheiro do trabalho, segundo as normas do MTE. (STEVENS, 2001) A delegacia Regional do Trabalho é responsável pela fiscalização e notificação das empresas quanto a essas operações insalubres. O art. 191 da CLT reza que a empresa terá que o ambiente de trabalho torne-se menos desfavorável ao trabalhador, adotando para tanto medidas para reduzir a insalubridade aos limites de tolerância ou utilizar os equipamentos de proteção individual. Pode-se dizer que a agressão do agente insalubre opera, segundo Antônio Carlos Vendrame, de forma cumulativa e paulatina: "Cumulativa porque, em sua grande maioria, os males que acometem os trabalhadores são progressivos e irreversíveis. Paulatina, já que, exceto em intoxicações agudas, o organismo do trabalhador vai sendo lesado aos poucos." (MEZADDRI, 2002) O exercício do trabalho em condições insalubres assegura ao trabalhador, segundo o art. 191 da CLT, o direito a um adicional de insalubridade que será de 10%, 20% ou 40% do salário mínimo da região, de acordo com o grau em que o caso se enquadram (mínimo, médio ou máximo). (MEZADDRI, 2002) Compete ao Ministério do Trabalho aprovar o quadro das atividades e operações insalubres e adotar as normas sobre sua caracterização, os limites de tolerância aos agentes agressivos, os meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes (art. 190 da CLT). Da mesma forma, é de sua competência aprovar a regulamentação das atividades ou operações perigosas que, por sua natureza ou métodos de trabalho impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado ( art. 193 da CLT). (MEZADDRI, 2002) A insalubridade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No15, por meio de 14 anexos. NR15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT. (MEZADDRI, 2002) Os Equipamentos de Proteção Individual ( EPIs) foram regulamentados na Norma regulamentadora de No 06. (MEZADDRI, 2002) Limite “de Tolerância -” é a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada como a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral." (MEZADDRI, 2002) Os agentes classificam-se em: químicos, exemplo chumbo; físicos, exemplo calor; e biológicos; exemplo doenças infecto-contagiosas. (MEZADDRI, 2002) A promoção da saúde no ambiente de trabalho inclui a realização de uma série de políticas e de atividades nesses locais. Ações envolvendo os empregadores e os trabalhadores em todos os níveis hierárquicos favorecem a produtividade e a competitividade das empresas e contribuem para o desenvolvimento económico e social dos países. (STEVENS, 2001) Conseqüentemente, as intervenções que correspondem à promoção da saúde podem incluir atividades nas seguintes áreas: construção de políticas públicas em saúde do trabalhador; definições de diretrizes operacionais por parte de todos os atores sociais interessados em fomentar, promover e proteger a saúde dos trabalhadores por meio de expedição de normas, regulamentos, plantas e de programas que os conduzam à organização da participação do trabalhador e da comunidade; identificação de riscos relacionados com as atividades laborais; construção de protocolos de promoção de saúde, a serem seguidos por todos os grupos sociais envolvidos nesse contexto etc. (STEVENS, 2001) Em 16/9/65, foi editada pelo Ministério do Trabalho a Portaria 491, atualizando os "quadros de atividades e operações insalubres" então vigentes. Esses quadros, em número de 11, especificavam os graus (mínimo, médio e máximo) de atividades e operações as quais eram executadas com exposição aos diversos agentes - físicos, químicos e biológicos - que no entendimento do Ministério do Trabalho, davam margem a existência de insalubridade . (VINHA, 2002) A caracterização e classificação da insalubridade era de responsabilidade dos engenheiros e médicos do Ministério do Trabalho e levada a efeito por simples inspeção nos locais de trabalho. Nessas inspeções não eram utilizados critérios de avaliação quantitativa, mesmo porque, à época, no Brasil se carecia de critérios técnicos, especificados em diplomas legais, para esse tipo de avaliação. (AZEVEDO, 2006) Os quadros dividiam os agentes em grupos conforme suas características - físicas, químicas ou biológicas, ou conforme a execução de determinadas atividades laborais (sem especificação direta dos agentes responsáveis). (MEZADDRI, 2002) A Lei 6.514/77 modificou o Cap V da CLT e, conforme a redação dada ao art. 189, a apreciação da insalubridade passou a vincular-se aos conceitos de limites de tolerância adaptados de valores constantes de relações (TLV) utilizados pela ACGIH. (STEVENS, 2001) Embora tendo sido essa a determinação legal, a DNSHT do Ministério do Trabalho a falta de melhor embasamento, utilizou-se da revogada Portaria 491 para definir, através dos anexos da Portaria 3214/78 os agentes e atividades passíveis de caracterizar a insalubridade. (MEZADDRI, 2002) Os quadros constantes da Portaria 491 foram re-agrupados, separando- se os agentes que, segundo os critérios vigentes à época, poderiam ser avaliados quantitativamente, durante a inspeção aos locais de trabalho, das atividades não passíveis de mensuração, as quais se aplicaria a simples inspeção dos locais de trabalho. ( STEVENS, 2001) No que tange aos agentes químicos, criou-se o Anexo 11 (agentes químicos com limites de tolerância) e anexo 12 ( poeiras de sílica e asbestos) . O restante, compreendendo atividades e operações (sem especificação direta dos agentes químicos envolvidos) e alguns agentes químicos cujos limites de tolerância não eram conhecidos à época, foi arrolado no Anexo 13 da NR 15. (MEZADDRI, 2002) No entanto, é fundamental entender que essa NR é ordenada de forma lógica, sendo composta de uma parte geral que enfoca a uniformização dos princípios que regem a caracterização da insalubridade e de anexos, que considerando a diversidade da matéria técnica envolvida, aborda cada um dos agentes ou atividades e operações que apresentam a probabilidade de provocar agravos de forma própria e específica. (NAVARRO, 2008) 2.1.1. Agentes biológicos A legislação relacionou e definiu os percentuais devidos no exercício de atividades que envolvem agentes biológicos. ( NAVARRO, 2008) A insalubridade será caracterizadapela avaliação qualitativa, do seguinte modo: Insalubridade de Grau Máximo (40%) Trabalhos ou operações, em contato permanente, com: • pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados; • carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções de animais portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose, brucelose, tuberculose); • esgotos (galeria e tanques); e • lixo urbano (coleta e industrialização). • Insalubridade de Grau Médio (20%) • Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, animais ou com material infecto-contagiante, em: • hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses pacientes, não previamente esterilizados); • hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais (aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais); • contato em laboratórios com animais destinados ao preparo de soro, vacinas e outros produtos; • laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao pessoal técnico); • gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica- se somente ao pessoal técnico); • cemitérios (exumação de corpos); • estábulos e cavalariças; e • resíduos de animais deteriorados. (STEVENS, 2001) Contato permanente com pacientes, animais ou material infecto- contagiante é o trabalho resultante da prestação de serviço contínuo e obrigatório, decorrente de exigência firmada no próprio contrato de trabalho, com exposição permanente aos agentes insalubres. (MEZADDRI, 2002) 2.1.2. Agentes químicos A preocupação em evitar o surgimento de doenças decorrentes da exposição dos indivíduos a agentes químicos no ambiente de trabalho conduzir à tomada de medidas de prevenção. Estas são a base da monitorização biológica e consistem em verificar se a concentração destes agentes ou de seus metabólitos no organismo dos trabalhadores esta dentro dos níveis estabelecidos por órgãos governamentais ou pela comunidade científica. (VINHA, 2002) Os indicadores biológicos de exposição e os índices biológicos máximos permitidos são determinados por meio de estudos epidemiológicos, experimentais e casos clínicos. (NAVARRO, 2008) No Brasil, a Norma Regulamentada n.º 7 (NR-7) e a Portaria n.º 24 de 29 de dezembro de 1994 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, estabelecem os parâmetros biológicos para controle da exposição a agentes químicos. Conforme esta Portaria todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados são obrigados a elaborar e implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O referido programa tem por objetivo promover e preservar a saúde dos trabalhadores. (STEVENS, 2001) Esta monitorização biológica complementa o monitoramento ambiental e a vigilância à saúde, considerando-se que determina a exposição global diretamente no indivíduo e detecta efeitos precoces e reversíveis, proporcionando uma melhor estimativa de risco. ( AZEVEDO, 2006) 2.1.3. Agentes físicos Os agentes físicos, presentes em ambiente de trabalho, são de diversas naturezas e, entre eles, destacam-se o ruído, o calor, o frio, as vibrações, as pressões anormais, as radiações ionizantes e as radiações não ionizantes. (MEZADDRI, 2002) O ruído, a uma intensidade maior que o permitido pela legislação brasileira, causa, aos operários expostos durante longo tempo, a perda total ou parcial e irreversível da audição. (MEZADDRI, 2002) Quanto maior a intensidade do ruído, bem como a suscetibilidade individual (indivíduos mais sensíveis ao agente), mais cedo aparece a surdez profissional . Inicialmente, o indivíduo tem a audição afetada para a percepção de sons muito agudos (4.000 Hz) e, portanto, não chega a ter perturbada a comunicação verbal (feita entre 500 a 2.000 Hz), mas, persistindo a exposição, haverá também comprometimento das freqüências importantes para a comunicação oral e, portanto, com grande e irreversível prejuízo para o indivíduo. ( STEVENS, 2001) O controle médico deve ser feito por meio do exame audiometrico pre- admissional e periódico, para diagnóstico precoce da lesão auditiva, visando, portanto, impedir que a exposição continue por mais alguns anos e acabe por resultar numa surdez total. (MEZADDRI, 2002) 2.1.4. Radiações Ionizantes As radiações Ionizantes são tipos de energia, emitidas e propagadas em forma de ondas eletromagnéticas que possuem alta energia e que, como decorrência, podem retirar elétrons das camadas eletrônicas mais externas dos átomos e moléculas dos corpos com os quais interagem. Essas radiações possuem alta freqüência e portanto baixo comprimento de onda.Ao interagirem, transformam os átomos ou moléculas em íons, ao contrário de outras formas de energia como, por exemplo, a luz, o infra vermelho e a micro onda que apenas possuem a capacidade de excitar os átomos sem alterar suas estruturas eletrônicas. Como decorrência dessa alta capacidade energética podem ser responsáveis por graus diferenciados de agravos a saúde e a integridade dos seres vivos. Daí o enfoque dado na legislação de Periculosidade e Insalubridade para esse tipo de radiações. (VINHA, 2002) As radiações ionizantes não são, principalmente quando utilizadas em apoio a indústria,(onde são de alta importância tanto para execução de ensaios não destrutivos como no controle da produção através de medidores radiativos), fonte causadora de catástrofes,quando utilizados dentro dos procedimentos técnicos preconizados principalmente nas Normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear.Como quaisquer outros agentes (químicos físicos ou biológicos) que podem afetar o homem, também as radiações ionizantes, quando utilizadas ao arrepio das Normas de Segurança podem causar Insalubridade ou se caracterizar como agentes potencialmente perigosos1. 2.1.5. Radiação não ionizantes As radiações de freqüência igual ou menor que a da luz (abaixo, portanto, de 8x1014Hz (luz violeta) são chamadas de radiações não ionizantes. Geralmente a faixa de freqüência mais baixa do UV (UV-A ou UV próximo) também é considerada não ionizante ainda que ela e até mesmo a luz pode ionizar alguns átomos. (VINHA, 2002) Elas não alteram o átomos mas ainda assim, algumas, podem causar problemas de saúde. ( STEVENS, 2001) Está demonstrado, por exemplo, que as microondas podem causar, além de queimaduras, danos ao sistema reprodutor. Existem também estudos sobre danos causados pelas radiações dos monitores de computador CRT (Cathode Ray Tube, Tubo de Raios Catódicos) por radiações emitidas além da radiação X, celulares, radiofreqüências, e até da rede de distribuição de 60Hz.2 1SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE SEGURAÇAS OBES. http://www.sobes.org.br/Figuras/radioion.pdf.Acesso em janeiro de 2010. 2 Radiação não ionizante. http://www.saudeetrabalho.com.br/t-riscos. Físicos_radiacoes_nao_ionizantes.php. Acesso em fevereiro de 2009. A radiação não ionizante é absorvida por várias partes celulares, mais o maior dano ocorre nos ácidos nucléicos, que sofrem alteração de suas pirimidas. Formam-se dímeros de pirimida e se estes permanecem (não ocorre reativação), a réplica do DNA pode ser inibida ou podem ocorrer mutações. (VINHA, 2002) 2.2. NORMAS DE RADIOPROTEÇÃO NA ODONTOLOGIA A precaução em qualquer atividade sujeita à radiação ionizante é muito importante, visto que as mesmas não são percebidas pelos sentidos humanos e, qualquer que seja o nível de radiação envolvido no trabalho da radiologia diagnóstica haverá o risco do desenvolvimento de algum dano biológico. ( MASTROENI, 2004) Os serviços de radioterapia respondem por procedimentos terapêuticos essenciais para o câncer, uma das principais causas de morbidade e mortalidade populacional. Apesar de sua importância no sistema de saúde e do seu potencial de risco pelo uso da radiação ionizante, poucos estudos têm sido dedicados a eles. Neste estudo foram avaliadas as conformidades às normas técnicas de proteção radiológica dos serviços de radioterapia do Estado de São Paulo, Brasil. Foram estudados 49 serviços de radioterapia em 2000, por meio de entrevistas com seus responsáveis. Foram desenvolvidas tipologias de desempenho baseadas em variáveis de estrutura e processo, e realizada análise comparativa dos resultados encontrados nos serviços. Foram observadas diferenças importantes nos serviços quanto à posição no sistema de saúde, nível de complexidade e distribuição geográfica, com desempenho médio melhor para as condições estruturais e desempenho muito inadequado na proteção ao paciente, apontando para a necessidade de uma vigilância sanitária mais efetiva. (STEVENS, 2001) Procedimentos de proteção radiológica ou de radioproteção têm como objetivo proteger o ser humano dos efeitos nocivos da radiação ionizante para que ele possa usufruir dos benefícios dessa radiação com segurança. (MEZADDRI, 2002) Os perigos da radiação são conhecidos praticamente desde que se começou a usá-la na indústria e medicina. Foi a partir da experiência adquirida ao longo desses anos que desenvolveu-se e continua-se a desenvolver as normas que regulamentam o uso das radiações nos diferentes campos. (NAVARRO, 2008) As guerras mundiais contribuíram para o desenvolvimento dos procedimentos radioproteção, porém a um alto custo humano devido à elevada exposição de alguns grupos à radiação. Durante a Primeira Guerra Mundial, apesar do conhecimento que já se tinha dos efeitos da exposição à radiação, muitos casos de leucemia devido a alta exposição à radiação em hospitais e indústrias foram relatados. A construção do primeiro reator nuclear, em 1942, e os testes e usos de bombas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial ofereceram várias oportunidades de estudo dos efeitos da exposição controlada e acidental à radiação. (NAVARRO, 2008) Organizações nacionais e internacionais determinam normas de segurança e padrões de proteção radiológica visando a segurança daqueles que trabalham com radiação e do público em geral. Uma das organizações internacionais mais importantes é a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP - International Comission on Radiation Protection) criada ainda no início do século XX. No Brasil o órgão responsável pela regulamentação e padronização de normas é a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). (MEZADDRI, 2002) Existem normas específicas de proteção radiológica para um serviço de radioterapia. O principal instrumento de implementação de um programa de proteção radiológica em um serviço de radioterapia é o plano de radioproteção. O plano de radioproteção da instituição abrange diversos aspectos, desde metodologias de monitoração ambiental e individual e controle de qualidade dos equipamentos a procedimentos para situações de emergência e atualização de funcionários, entre outros. (MEZADDRI, 2002) Em todo serviço de radioterapia deve haver um físico responsável pela proteção radiológica. O físico responsável deve elaborar o plano de radioproteção da instituição, a ser submetido à aprovação da CNEN. (NAVARRO, 2008) Importante salientar que alguns "mitos" adquiridos quanto a radiação x devem ser quebrados. Freqüentemente se ouve falar que não se pode utilizar espelhos no local onde o aparelho de raios x estão instalados, bem como o medo de ficar na mesma sala durante o disparo dos raios x, mesmo quando se utiliza o biombo de proteção, por achar que a radiação fará curva e alcançará o operador. (ROMÉRIO, 2002) Estes fatos podem ser desmistificados quando recorremos aos princípios fundamentais dos raios x, que provam que os raios-x não sofrem reflexão, refração ou difração em situações normais, bem como caminham em linha reta não fazendo curva. Uma dúvida freqüente por parte dos pacientes é o medo de entrar em uma sala de raios-x ou em um ambiente que faz o uso deste, em decorrência de achar que o ambiente está "contaminado" ou "carregado" de radiação. Este fato não existe, visto que a radiação utilizada em nossos consultórios é classificada como eletromagnética e só haverá produção de radiação quando o aparelho for acionado. (STEVENS, 2001) Segundo a ANVISA (2010), uma questão que deve ser observada é o uso de exames radiográficos em pacientes que estão no período gestacional. É muito importante neste caso o uso do bom senso e a avaliação do custo- benefício. Todo paciente pode ser radiografado, porém deve-se evitar o uso de radiação nos 3 primeiros meses de gestação, por ser o período de maior atividade mitótica. 2.3 EFEITOS DA RADIAÇÃO NO ORGANISMO A radiação provoca efeitos deletérios ao organismo, independentemente da quantidade de exposição. Obviamente, uma pequena quantidade de radiação não será suficiente para provocar uma manifestação clínica ou genética, mas certamente provocará uma reação celular com quebra e desorganização de moléculas (ROMÉRIO, 2002) Desconhece-se com certeza os efeitos biológico da radiação para pequenas doses tanto para desenvolver uma lesão (nível somático), como para provocar mutação (nível genético). Em nível somático, ocorre destruição de tecidos em que a radiossensibilidade é maior, como o tecido vascular, sexual e oftálmico. Em nível genético, as mutações ocorrem por quebras de cromossomos que contêm os gens, ocorrendo reorganização aleatória e alterando o padrão hereditário (WHITE et al 1995). Como proteção deve-se lançar mão de dispositivos que diminuam a incidência de radiação sc bre o paciente, o cirurgião dentista, a área do consultório e regiões vizinhas. Para o paciente temo filtração e colimação dos feixes, filmes ultra rápidos, cilindros abertos, avental de chumbo e cola de tireóide (FREITAS, 1992; GOAZ; WHITE5, 1995). O Emprego de técnicas seguras, como a periapica pelo paralelismo, por exemplo, diminui o risco de repetições e fornece exames de excelente qualidade, sendo portanto umeficiente meio de proteção (WHITE et al, 1995 ). O profissional também se beneficia de todos os dispositivos de proteção, mas ainda assim deve se proteger com biombos de chumbo distância de no mínimo 1,80 m do cabeçote do aparelho de raios-x e jamais segurar o filme n boca do paciente. (ROMÉRIO, 2002) As áreas anexas à sala onde está o aparelho c raios-x também devem ser protegidas com pari desde pelo menos meio tijolo compacto revestido de barita (composição mineral que contém um elemento de alto número atômico, o Bário ). Divisoras e portas devem ter revestimento de chumbo, as portas visores plumbíferos. Janelas que dão acesso a áreas em que ocorrem trânsito de pessoa devem ser removidas. (ROMÉRIO, 2002) Obviamente a correta manutenção do aparelho de raios-x é extremamente importante para segurança dos seus operadores, tanto no sentido de diminuir a dose de radiação secundária como no sentido de receber uma descarga elétrica altíssima, uma vez que esta radiação é produzida por correntes elétricas de no mínimo 50.000 Volts. Qualquer relato de vazamento de óleo da cabeça do aparelho é motivo para que este não seja mais utilizado enquanto não for realizada uma revisão. (WHITE et al, 1995 ) Segundo Mezaddri (2002) pode-se definir programa de garantia de qualidade como procedimentos que visam assegurar a máxima qualidade das imagens radiográficas com uma maior proteção do paciente. Neste sentido, foi realizado um estudo, em 70 aparelhos de raios X odontológicos, na cidade de Itajaí (SC), com objetivo de verificar a taxa de Kerman no ar, sua reprodutibilidade e sua linearidade com o tempo de exposição. Também, analisar três tempos de exposição (0.3; 0.5 e 0.8 s) com escala de densidade, escolhendo aquele que correspondeu como sendo o melhor. Utilizou-se como instrumento de medida uma caneta dosimétrica Victoreen, modelo 8621, um cronômetro digital mRA, modelo CQ-01 e um dispositivo de alumínio puro constituído de 8 degraus. Apenas 6,5 por cento dos equipamentos não apresentaram reprodutibilidade da taxa de Kerma no ar. Constatou-se que o melhor tempo de exposição nominal foi de 0.3 s. Os resultados obtidos mostraram que os valores de tempo de exposição, utilizados pela maioria dos profissionais, poderiam ser reduzidos, sem perda de qualidade de imagem. (AU MEZADDRI, 2002) Navarro (2008) estudou as condições de funcionamento e radioproteção dos aparelhos de raios X em consultórios odontológicos localizados nas cidades de Palmas e Gurupi (TO) foram avaliados 100 aparelhos radiográficos por meio de equipamento de medição específico Nero 4000M+ e aplicado questionário aos profissionais levando em consideração os padrões de confecção de imagens, processamento e radioproteção. Um segmento posterior de uma mandíbula macerada com simulador de tecidos moles foi utilizado para obtenção de imagens dos aparelhos avaliados em diferentes tempos de exposição com filmes E-speed e processados automaticamente. Essas imagens foram avaliadas por radiologista devidamente calibrado e escolhida de forma subjetiva a que apresentasse padrões de contraste e densidades médias ótimas para comparação com as imagens obtidas pelos profissionais. Em seus estudos, constatou-se que houve diferenças estatisticamente significativas (p< 0,05) entre as variáveis que correspondiam ao tempo de exposição utilizado pelo profissional (TE) e reprodutibilidade do tempo de exposição (RTE); tempo de exposição utilizado pelo profissional (TE) e tempo de exposição ótimo (TEO); dose de radiação no tempo de exposição utilizado pelo profissional (DP) e dose de radiação no tempo de exposição ótimo (MEZADDRI, 2002) Por meio dos dados obtidos, associados às respostas dos questionários aplicados aos profissionais conclui-se que os profissionais das cidades de Palmas e Gurupi (TO) não conhecem tecnicamente os quesitos necessários para a prática de radiologia de boa qualidade em consultórios odontológicos e que tal fato está influenciando diretamente na dose de radiação desnecessária ao paciente e ao profissional que não se protege de forma adequada.( NAVARRO, 2008) 2.4. RISCOS EM RADIODIAGNÓSTICO Tanto os raios X como as radiações provenientes dos elementos radioativos possuem energia suficiente para ionizar os átomos. Por isso são chamados de radiações ionizantes. Estas são de origem nuclear, como as radiações a, b e g (alfa, beta e gama) ou de procedência atômica, ou seja, as que são produzidas pelas interações com os átomos, como é o caso dos raios X. Chama-se atenção ao fato de que as radiações ionizantes provêm de fontes naturais ou artificiais. As fontes naturais de radiação incluem os raios cósmicos, a radiação terrestre e os radionuclídeos, presentes de maneira natural no corpo humano. O radônio, por exemplo, é um gás radioativo produzido pelo decaimento natural do urânio. Materiais de construção, a exemplo de concreto e tijolo, contêm radônio, elemento emissor de partículas alfa que se alojam principalmente no tecido pulmonar, podendo causar danos à saúde humana. (NAVARRO, 2008) Cita-se que os efeitos das interações das radiações ionizantes com as células podem acontecer de forma direta, danificando uma macromolécula (DNA, proteínas e enzimas, entre outras), ou de forma indireta, interagindo com o meio e produzindo radicais livres. Essas modificações celulares podem ser reparadas através da ação das enzimas. Caso isso não ocorra, surgirão lesões bioquímicas que podem causar danos como morte prematura, alteração no processo de divisão celular e alterações genéticas.(ODA, 1998) Os efeitos biológicos provocados pela interação das radiações ionizantes com a matéria podem ser de dois tipos: determinísticos e estocásticos. Os efeitos determinísticos acontecem quando a irradiação no corpo, geral ou localizada, provoca mais morte celular do que é possível ser compensada pelo organismo (limiar de efeitos clínicos). Acima desse limiar a severidade do dano aumenta com a dose. Apesar de esses efeitos possuírem caráter determinístico, podem ser reversíveis ou não. Também podem ser entendidos como efeitos para os quais existe um limiar de dose absorvida necessário para sua ocorrência e cuja gravidade aumenta com o aumento da dose. Nessa esfera, os efeitos estocásticos acontecem quando a irradiação no corpo humano, geral ou localizada, provoca menos morte celular do que é possível ser compensada pelo organismo. A morte de algumas células pode não causar dano algum, e a modificação de uma única célula pode provocar um câncer. Esse tipo de efeito possui caráter probabilístico.(ODA, 1998) Nesse caso, o aumento da dose provoca um aumento de probabilidade do dano e não da severidade do dano. Para a ocorrência desses efeitos não existe um limiar de dose. A probabilidade de que ocorram é uma função desta, no entanto a gravidade dos efeitos independe da dose. ( NAVARRO, 2008) 3. DISCUSSÃO Estudos de Silveira et al. ( 2005) apud Navarro ( 2008), mostraram uma maior efetividade do programa no controle das conformidades com as dimensões estruturais, com valores mais elevados de adequação nos serviços,o que pode ser conseqüência da ênfase que elas têm na regulação sanitária nacional vigente. Os valores de adequação são mais baixos para os procedimentos relativos à rotina diária dependentes da conduta profissional e que demandam, para serem seguidos pelos serviços, uma maior freqüência de supervisões e fiscalização sanitária. A proteção radiológica do paciente se constituiu na dimensão mais crítica, com valores de adequação muito baixos em um grande número de serviços, sugerindo a necessidade de uma mudança na atuação das duas entidades responsáveis pela fiscalização dos serviços de radioterapia, CNEN e Vigilância Sanitária.( NAVARRO, 2008) Silveira et al. (2005) apud Navarro ( 2008), demonstrou também que, apesar de se tratar de um setor altamente especializado e com elevada densidade tecnológica, há um processo predatório em curso pelo número insuficiente de serviços, excessiva demanda de pacientes e profissionais com múltiplas jornadas e responsabilidades técnicas, igualando-se nestes aspectos a outros setores especializados que compõem o sistema de saúde. Afirmando- se que a maior parte dos serviços vincula-se ao SUS, a metodologia desenvolvida para a avaliação das conformidades poderia ser de utilidade na atuação das entidades responsáveis pelo credenciamento e fiscalização dos serviços. A classificação em tipologias de conformidades Alta, Média e Baixa mostra-se com potencial utilidade também para o monitoramento dos serviços, tanto para o acompanhamento dos valores máximos que cada estabelecimento pode alcançar, quanto para identificar, no conjunto dos serviços, o impacto das políticas assistenciais no seu desempenho. Assim sendo, os resultados encontrados colocam uma questão nuclear para a regulação sanitária em seu objetivo de prevenção de riscos e promoção da saúde: qual a relação entre as conformidades observadas, ou a ausência delas, e o risco sanitário? Que danos podem ocorrer ou estão ocorrendo em pacientes, trabalhadores e público/vizinhança nos serviços que funcionam com menos de 50,0% dos itens em conformidade com a legislação? Essas questões indicam a necessidade de estudos adicionais, para que se possa verificar se o controle sanitário proposto (porém exercido de forma incompleta), que se apóia fundamentalmente na análise de dimensões de estrutura e processo nos serviços, permite efetivamente a obtenção dos resultados desejados, a garantia da saúde da população. (MEZADDRI, 2002) Segundo a (ANVISA, 2010), o primeiro passo para quem temou irá adquirir um aparelho de raios-x para seu consultório é conhecer a portaria 453 da Vigilância Sanitária que rege a regulamentação das diretrizes básicas em radiodiagnóstico médico e odontológico no Brasil, que está disponível na Internet no site: www.anvisa.gov.br. Dentro das regulamentações da portaria 453 podemos destacar alguns itens fundamentais: A sala para a instalação do equipamento de radiografia intra-oral deve apresentar a dimensão suficiente para permitir que o operador mantenha-se a uma distância do cabeçote de raios-x de, pelo menos, 2 metros;- Não há necessidade de utilizar Barita ou Chumbo para a proteção das paredes e das portas do consultório quando forem utilizados somente os aparelhos radiográficos intra-orais; Se a carga de trabalho for intensa com o aparelho de raios-x é importante a confecção de uma barreira protetora com equivalência de, pelo menos, 0.5 mm de chumbo para o operador manter-se atrás no momento do disparo dos raios-x; Prover vestimentas de proteção individual para a proteção dos pacientes e de eventuais acompanhantes de no mínimo 0,25 mm de chumbo; A presença de acompanhantes durante os procedimentos radiológicos somente é permitida quando sua participação for imprescindível; O aparelho de raios-x deve apresentar certificação de blindagem do cabeçote quanto à radiação de fuga; A tensão do tubo de raios-x deve ser preferencialmente maior que 60 kVp; O sistema de controle da duração da exposição deve ser do tipo eletrônico e não deve permitir exposição superior a 5 segundos; O cabo do botão disparador deve permitir que o operador fique a uma distância de pelo menos 2 metros do aparelho de raios-x; É proibido o uso de sistemas de acionamento de disparos com retardo. Este tipo de acionamento era muito comum em aparelhos antigos e devem ser substituídos o mais rápido possível. ( MASTROENI, 2004) 4. CONCLUSÃO Conclui-se com este estudo que a precaução em qualquer atividade sujeita à radiação ionizante é muito importante, visto que as mesmas não são percebidas pelos sentidos humanos e, qualquer que seja o nível de radiação envolvido no trabalho da radiologia diagnóstica haverá o risco do desenvolvimento de algum dano biológico. Assim sendo, os estudos do campo da radioproteção estão relacionados à proteção da saúde humana e aos efeitos nocivos das radiações ionizantes. Suas bases teóricas devem incluir necessariamente julgamentos sociais e técnicos, pois o principal objetivo é estabelecer as razões que justifiquem o uso benéfico das radiações. Assim, não podem ser conduzidas apenas por considerações científicas. A radioproteção deve prevenir a ocorrência dos efeitos determinísticos e reduzir os efeitos estocásticos. 5. REFERÊNCIAS AZEVEDO, Gustavo. Mendes Aline. Especialidade de Valor. REVISTA PROTEÇÃO, agosto de 2006. BRASIL – Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 15. 1978. _______. ANVISA, 2010. BRUNETTI ( 2002), apud. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, Jo o Pessoa, v. 5, n. 3, p. 247-252, set./dez. 2005. COLEÇÃO MANUAIS- CRO- PR. Cirurgião-Dentista.CRO Paraná. 2006- 2008. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI,. Marina de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2008. MARTINS, Roberto de Andrade. Investigando o invisível: as pesquisas sobre raios X logo após a sua descoberta por Röntgen. Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência, Campinas, n.17, p.81-102.1997. MASTROENI, M. F. Biossegurança aplicada a laboratórios e serviços de saúde.São Paulo: Atheneu, 2004. MEZADDRI, ARIEL CÉSAR; BÓSCOLO, FRAB NOBERTO; ABDALLA, CELSO MAURY. Garantia de qualidade em radiologia / Warrabty of quality in radiology. RGO (Porto Alegre);50(4):204-206, out.-dez. 2002. 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VINHA, Dionísio. Procedimentos em biossegurança Odontológica. São Paulo: Franca, 2002. WHITE, S. C. Radiologia oral: princípios e Interpretacion. 3. ed. Madrid: Mosby/Doyma Libros, 1995; 1. ed. São Paulo: Livraria e Editora Santos.1995.
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