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A IMPORTANCIA DA SEGURANCA NA RADIOLOGIA ODONTOLOGICA tcc

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Silvia Infante Vieira de Assis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA RADIOLOGIA 
ODONTOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2010 
 
Silvia Infante Vieira de Assis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA RADIOLOGIA 
ODONTOLÓGICA 
 
 
Monografia apresentada ao curso de 
Especialização em Radiologia Odontológica e 
Imaginologia da Universidade Tuiuti do 
Paraná como requisito parcial à obtenção do 
título de Especialista em Radiologia 
Odontológica e Imaginologia. 
 
 
 
Orientadora Profa. Mestre Ana Claudia 
Galvão de Aguiar Koubik 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2010 
TERMO DE APROVAÇÃO 
Silvia Infante Vieira de Assis 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA RADIOLOGIA 
ODONTOLÓGICA 
 
 Esta Monografia foi julgada aprovada pela banca examinadora para a 
obtenção do grau de Especialista em Radiologia Odontológica e Imaginologia da 
Universidade Tuiuti do Paraná. 
Curitiba,31 maio 2010. 
 
 
____________________________ 
 Profa Mestre: Ana Claudia Galvão de Aguiar Koubik 
 
____________________________ 
Profa Mestre: Ligia Aracema Borsato 
 
____________________________ 
 Profa Mestre: Tatiana Mattioli Folador 
 
 
 
 
 DEDICATÓRIA 
 
 
 
“Dedico a minha família em especial a minha mãe que sempre me apoiou 
e sempre esteve ao meu lado. Dedico também ao meu padrasto pela 
paciência e carinho, ao meu pai e irmãos ...” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
A Deus, que sempre nos ilumina e orienta nossos caminhos em todo os 
momentos. 
Aos meus colegas de curso pela amizade e carinho. 
Em especial a professora Ana Claudia Koubik pela dedicação e empenho em 
fazer o curso acontecer. 
 
RESUMO 
 
 
Este estudo tem como objetivo geral analisar a importância da segurança na 
radiologia odontológica, sendo que a exposição do paciente à radiação primária 
é geralmente limitada a partes do corpo, mas o corpo está de certa maneira 
exposto à radiação espalhada. As contribuições de dose nos diversos órgãos e 
a atuação nos efeitos gerais para o indivíduo são praticamente impossíveis de 
se avaliar no presente. Assim sendo, os estudos do campo da radioproteção 
estão relacionados à proteção da saúde humana e aos efeitos nocivos das 
radiações ionizantes. Suas bases teóricas devem incluir necessariamente 
julgamentos sociais e técnicos, pois o principal objetivo é estabelecer as razões 
que justifiquem o uso benéfico das radiações. Assim, não podem ser 
conduzidas apenas por considerações científicas. A radioproteção deve 
prevenir a ocorrência dos efeitos determinísticos e reduzir os efeitos 
estocásticos. 
 
Palavras- Chave: radiologia, odontologia, radioproteção. 
 
ABSTRACT 
 
 
This study aims at analyzing the importance of safety in dental radiology, and 
patient exposure to primary radiation is generally limited to parts of the body, 
but the body is somehow exposed to scattered radiation. The contributions of 
dose in various organs and performance in general effects for the individual are 
almost impossible to assess at present. Thus, studies of the field of radiation 
protection are related to the protection of human health and the harmful effects 
of ionizing radiation. Their theoretical basis must necessarily include social and 
technical judgments, since the main objective is to establish the reasons 
justifying the beneficial use of radiation. Thus, it can be conducted only by 
scientific considerations. The radiation protection should prevent the occurrence 
of deterministic effects and reduce the stochastic effects. 
 
Key-words: radiology, dentistry, radioprotection. 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO v 
ABSTRACT vi 
1. INTRODUÇÃO 07 
1.1 OBJETIVOS 08 
2. REVISÃO DE LITERATURA 10 
2.1 A SEGURANÇA NA ODONTOLOGIA-SAÚDE DO PACIENTE E DO 
PROFISSIONAL DENTISTA 10 
2.1.1 Agentes biológicos 16 
2.1.2 Agentes químicos 18 
2.1.3. Agentes físicos 19 
2.1.4 Radiações Ionizantes 19 
2.1.5 Radiação não ionizantes 20 
2.2 NORMAS DE RADIOPROTEÇÃO NA ODONTOLOGIA 21 
2.3 EFEITOS DA RADIAÇÃO NO ORGANISMO 24 
2.4 RISCOS EM RADIODIAGNÓSTICO 26 
3. DISCUSSÃO 28 
4. CONCLUSÃO 31 
5. REFERÊNCIAS 32 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
A precaução em qualquer atividade sujeita à radiação ionizante é muito 
importante, visto que as mesmas não são percebidas pelos sentidos humanos 
e, qualquer que seja o nível de radiação envolvido no trabalho da radiologia 
diagnóstica haverá o risco do desenvolvimento de algum dano biológico. 
(MEZADDRI, 2002) 
Os efeitos das interações das radiações ionizantes com as células 
podem acontecer de forma direta, danificando uma macromolécula (DNA, 
proteínas e enzimas, entre outras), ou de forma indireta, interagindo com o 
meio e produzindo radicais livres. (NAVARRO, 2008) 
Essas modificações celulares podem ser reparadas através da ação das 
enzimas. Caso isso não ocorra, surgirão lesões bioquímicas que podem causar 
danos como morte prematura, alteração no processo de divisão celular e 
alterações genéticas. (STEVENS, 2001) 
Os efeitos biológicos provocados pela interação das radiações 
ionizantes com a matéria podem ser de dois tipos: determinísticos e 
estocásticos. Os efeitos determinísticos acontecem quando a irradiação no 
corpo, geral ou localizada, provoca mais morte celular do que é possível ser 
compensada pelo organismo (limiar de efeitos clínicos). Acima desse limiar a 
severidade do dano aumenta com a dose. Apesar de esses efeitos possuírem 
caráter determinístico, podem ser reversíveis ou não. Também podem ser 
entendidos como efeitos para os quais existe um limiar de dose absorvida 
necessário para sua ocorrência e cuja gravidade aumenta com o aumento da 
dose. (MEZADDRI, 2002) 
 
 
 
 
O objetivo do presente estudo é analisar a importância da segurança na 
radiologia odontológica. 
Tendo como objetivos específicos: 
• Estudar o referencialteórico das radiações ionizantes; 
• Enfocar a importância de cuidados na utilização de radiação na 
odontologia; 
• Analisar a importância da segurança nos trabalhos utilizadores de 
radiologia no campo da odontologia. 
 
2. REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
2.1 A SEGURANÇA NA ODONTOLOGIA-SAÚDE DO PACIENTE E DO 
PROFISSIONAL DENTISTA 
 
Embora seja um campo relativamente novo, a “biossegurança” não se 
limita a ações de prevenção de riscos derivados apenas de uma atividade 
específica; vai muito além. Configura-se como um conjunto de práticas e 
técnicas de segurança e proteção que se estendem à área social e à área 
ambiental, sem se descuidar da qualidade dos produtos. (ODA, 1998) 
O conceito de biossegurança é cada vez mais difundido e valorizado, na 
medida em que cresce o entendimento de que a responsabilidade do 
profissional deve ir além dos cuidados com a sua própria saúde. Deve envolver 
o zelo com a saúde e a integridade física de sua equipe, a preocupação com a 
higienização do local de trabalho e a preservação e proteção do meio 
ambiente. Tudo isto, sem perder de vista a qualidade dos produtos e serviços. 
Todo este envolvimento, amplo e abrangente, confere a Biossegurança o 
status de tema multidisciplinar. (MASTROENI, 2004) 
Segundo Mastroeni (2004), nos últimos quarenta anos, o avanço da 
genética possibilitou o que hoje chamamos de “era biotecnológica”, na qual a 
ciência estabeleceu novas técnicas voltadas para o manuseio do código 
genético, gerando e ampliando a tecnologia do DNA/RNA recombinante, 
favorecendo a construção dos Organismos Geneticamente Modificados 
(OGMs). Aliada à velocidade da evolução dos conhecimentos científico e 
tecnológico, surgiu no meio científico a necessidade de um debate sobre a 
natureza ética desses avanços e sobre a segurança de tais experimentos, 
delineando-se assim, a primeira versão da biossegurança. 
Na década de 70, a Convenção de Azilomar (Califórnia-EUA) 
representou um marco para a divulgação e valorização do conceito de 
biossegurança. Foi a primeira discussão da sociedade científica sobre a 
 
engenharia genética e sobre os aspectos ligados à proteção dos pesquisadores 
e do meio ambiente. (MEZADDRI, 2002) 
Para Mastroeni (2004), nos anos 80, o impacto da AIDS, gerou a 
preocupação com o manuseio de fluidos corpóreos contaminados e com o risco 
de contaminação ocupacional, questões estas que deram a Biossegurança 
maior amplitude e novos espaços de atuação, em especial no âmbito das 
instituições de saúde pública. 
No Brasil, a biossegurança recebeu formatação legal a partir da 
promulgação da Lei de Biossegurança (Lei N.º 8.974, de 05 de janeiro 1995), 
que trata da manipulação dos Organismos Geneticamente Modificados – OGM. 
( ODA, 2000) 
Em 2002, o então Ministro da Saúde, José Serra, por meio da Portaria 
n.º 343/GM, de 19 de fevereiro de 2002, instituiu no âmbito do Ministério da 
Saúde a Comissão de Biossegurança em Saúde, que tem entre suas 
atribuições acompanhar a elaboração e a reformulação de normas de 
biossegurança, bem como promover debates públicos sobre o tema. Apesar 
de discreta, a criação da comissão representou ação significativa para ampliar 
no país discussões que não se atenham apenas aos transgênicos, mas que 
debatam as instituições que manipulam OGM e os riscos biológicos, químicos, 
físicos, ergonômicos, radioativos e de acidentes que estão presentes em 
hospitais, centros de saúde, laboratórios de saúde pública, laboratórios de 
análises clínicas, instituições de ensino e pesquisa e indústrias. (ODA, 2000) 
É importante ressaltar que, no ano 2000, o Programa de Multiplicadores 
em Biossegurança Laboratorial, promovido pela Coordenação Geral de 
Laboratórios (CGLAB) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da 
Saúde, realizou em Brasília o Curso de Biossegurança Laboratorial com um 
representante dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública do Brasil e dos 
Centros de Referência. Em seguida, os multiplicadores, divididos por regiões, 
formaram suas equipes em cursos também promovidos pela CGLAB e, a partir 
daí, iniciou-se o processo de capacitação dos profissionais nos LACENS e 
Centros de Referência do País. Em outubro de 2004, a CGLAB, em parceria 
com a Fundação Oswaldo Cruz, iniciou o I Curso de Especialização em 
Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública, com término previsto para 
 
dezembro de 2005, o que representa um avanço das discussões relativas a 
biossegurança na saúde pública e demonstra a preocupação do Ministério da 
Saúde com o tema. (NAVARRO, 2008) 
Os agentes biológicos representam o risco ocupacional mais antigo e o 
mais comum nas atividades relacionadas ao trabalhado desenvolvido pelos 
profissionais da área de saúde. O advento da Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida - AIDS aumentou consideravelmente a exposição desses 
profissionais, pois é cada vez maior o número de indivíduos infectados com o 
vírus da AIDS. (NAVARRO, 2008) 
 De acordo com Mastroeni (2004) os meios de transmissão dos agentes 
biológicos são por contato direto ou indireto, por vetor biológico ou mecânico e 
pelo ar, sendo as rotas de entrada por inalação, ingestão, penetração através 
da pele e por contato pelas mucosas dos olhos, nariz e boca. 
Além dos profissionais de saúde como patologistas, cirurgiões dentistas, 
os que lidam com emergências e principalmente os que lidam com doenças 
infecto- contagiosas, os profissionais que atuam em laboratórios recebendo e 
manuseando matérias biológicos potencialmente contaminados estão expostos 
a uma alta carga de agentes biológicos. (MEZADDRI, 2002) 
Profissionais que cuidam da saúde dentária tem o potencial de transmitir 
infecções para outros e também serem infectados durante o trabalho. Alguns 
fatores próprios da profissão aumentam as chances de que tais fatos venham a 
ocorrer, e estes fatores são: grande potencial de estímulo a sangramento, 
geração de aerossóis através do uso de canetas de alta rotação, uso de 
aparelhos utrasônicos e rotatividade dos instrumentos de atendimento, o que 
leva ao contato com vários pacientes. De acordo com o exposto fica claro que 
em odontologia as chances de infecção e contaminação cruzada são inúmeras 
e a adoção de medidas que levam ao tratamento deste modo de infecção na 
prática dentária de rotina é desejável, no intuito de que, os responsáveis por 
equipes de saúde dentária tenham o dever de assegurarem que todas as 
providências sejam tomadas para prevenir infecções no sentido de proteger 
não só os pacientes, como a si próprio e a própria equipe. (MEZADDRI, 2002) 
 
Devido a estas ocorrências é que foram criados as normas de 
biossegurança, dentro dos consultórios odontológicos. (NAVARRO, 2008) 
Chama-se de insalubres as atividades que, por sua natureza, condição 
ou métodos de trabalho, expõem os empregados a agentes nocivos à saúde 
acima dos limites de tolerância fixados no art. 189 e 190 da CLT. (NAVARRO, 
2008) 
A lei considera atividades ou operações perigosas todas aquelas que, 
pela natureza ou métodos de trabalho, coloquem o trabalhador em contato 
permanente com explosivos, eletricidade, materiais ionizantes, substâncias 
radioativas, ou materiais inflamáveis,em condições de risco acentuado. 
(NAVARRO, 2008) 
Para inflamáveis, explosivos e radiações ionizantes: o adicional é 30% 
sobre o salário básico, excluídas gratificações, prêmios e participação nos 
lucros. Para eletricidade, de 30% sobre o salário recebido, no caso de 
permanência habitual em área de risco, desde que a exposição não seja 
eventual (pró-rata). A caracterização é feita por meio de perícia, a cargo do 
médico ou de engenheiro do trabalho, segundo as normas do MTE. 
(STEVENS, 2001) 
A delegacia Regional do Trabalho é responsável pela fiscalização e 
notificação das empresas quanto a essas operações insalubres. O art. 191 da 
CLT reza que a empresa terá que o ambiente de trabalho torne-se menos 
desfavorável ao trabalhador, adotando para tanto medidas para reduzir a 
insalubridade aos limites de tolerância ou utilizar os equipamentos de proteção 
individual. Pode-se dizer que a agressão do agente insalubre opera, segundo 
Antônio Carlos Vendrame, de forma cumulativa e paulatina: "Cumulativa 
porque, em sua grande maioria, os males que acometem os trabalhadores são 
progressivos e irreversíveis. Paulatina, já que, exceto em intoxicações agudas, 
o organismo do trabalhador vai sendo lesado aos poucos." (MEZADDRI, 2002) 
O exercício do trabalho em condições insalubres assegura ao 
trabalhador, segundo o art. 191 da CLT, o direito a um adicional de 
insalubridade que será de 10%, 20% ou 40% do salário mínimo da região, de 
 
acordo com o grau em que o caso se enquadram (mínimo, médio ou máximo). 
(MEZADDRI, 2002) 
Compete ao Ministério do Trabalho aprovar o quadro das atividades e 
operações insalubres e adotar as normas sobre sua caracterização, os limites 
de tolerância aos agentes agressivos, os meios de proteção e o tempo máximo 
de exposição do empregado a esses agentes (art. 190 da CLT). Da mesma 
forma, é de sua competência aprovar a regulamentação das atividades ou 
operações perigosas que, por sua natureza ou métodos de trabalho impliquem 
o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco 
acentuado ( art. 193 da CLT). (MEZADDRI, 2002) 
A insalubridade foi regulamentada pela Norma Regulamentadora No15, 
por meio de 14 anexos. 
 
NR15 - Atividades e Operações Insalubres: Descreve as atividades, 
operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, 
definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos 
ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a 
caracterização do exercício insalubre, e também os meios de 
proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde. A 
fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento 
jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT. 
(MEZADDRI, 2002) 
 
Os Equipamentos de Proteção Individual ( EPIs) foram regulamentados 
na Norma regulamentadora de No 06. (MEZADDRI, 2002) 
Limite “de Tolerância -” é a concentração ou intensidade máxima ou 
mínima, relacionada como a natureza e o tempo de exposição ao agente, que 
não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral." 
(MEZADDRI, 2002) 
Os agentes classificam-se em: químicos, exemplo chumbo; físicos, 
exemplo calor; e biológicos; exemplo doenças infecto-contagiosas. 
(MEZADDRI, 2002) 
A promoção da saúde no ambiente de trabalho inclui a realização de 
uma série de políticas e de atividades nesses locais. Ações envolvendo os 
empregadores e os trabalhadores em todos os níveis hierárquicos favorecem a 
 
produtividade e a competitividade das empresas e contribuem para o 
desenvolvimento económico e social dos países. (STEVENS, 2001) 
Conseqüentemente, as intervenções que correspondem à promoção da 
saúde podem incluir atividades nas seguintes áreas: construção de políticas 
públicas em saúde do trabalhador; definições de diretrizes operacionais por 
parte de todos os atores sociais interessados em fomentar, promover e 
proteger a saúde dos trabalhadores por meio de expedição de normas, 
regulamentos, plantas e de programas que os conduzam à organização da 
participação do trabalhador e da comunidade; identificação de riscos 
relacionados com as atividades laborais; construção de protocolos de 
promoção de saúde, a serem seguidos por todos os grupos sociais envolvidos 
nesse contexto etc. (STEVENS, 2001) 
Em 16/9/65, foi editada pelo Ministério do Trabalho a Portaria 491, 
atualizando os "quadros de atividades e operações insalubres" então vigentes. 
Esses quadros, em número de 11, especificavam os graus (mínimo, médio e 
máximo) de atividades e operações as quais eram executadas com exposição 
aos diversos agentes - físicos, químicos e biológicos - que no entendimento do 
Ministério do Trabalho, davam margem a existência de insalubridade . (VINHA, 
2002) 
A caracterização e classificação da insalubridade era de 
responsabilidade dos engenheiros e médicos do Ministério do Trabalho e 
levada a efeito por simples inspeção nos locais de trabalho. Nessas inspeções 
não eram utilizados critérios de avaliação quantitativa, mesmo porque, à época, 
no Brasil se carecia de critérios técnicos, especificados em diplomas legais, 
para esse tipo de avaliação. (AZEVEDO, 2006) 
Os quadros dividiam os agentes em grupos conforme suas 
características - físicas, químicas ou biológicas, ou conforme a execução de 
determinadas atividades laborais (sem especificação direta dos agentes 
responsáveis). (MEZADDRI, 2002) 
A Lei 6.514/77 modificou o Cap V da CLT e, conforme a redação dada 
ao art. 189, a apreciação da insalubridade passou a vincular-se aos conceitos 
 
de limites de tolerância adaptados de valores constantes de relações (TLV) 
utilizados pela ACGIH. (STEVENS, 2001) 
Embora tendo sido essa a determinação legal, a DNSHT do Ministério 
do Trabalho a falta de melhor embasamento, utilizou-se da revogada Portaria 
491 para definir, através dos anexos da Portaria 3214/78 os agentes e 
atividades passíveis de caracterizar a insalubridade. (MEZADDRI, 2002) 
Os quadros constantes da Portaria 491 foram re-agrupados, separando-
se os agentes que, segundo os critérios vigentes à época, poderiam ser 
avaliados quantitativamente, durante a inspeção aos locais de trabalho, das 
atividades não passíveis de mensuração, as quais se aplicaria a simples 
inspeção dos locais de trabalho. ( STEVENS, 2001) 
No que tange aos agentes químicos, criou-se o Anexo 11 (agentes 
químicos com limites de tolerância) e anexo 12 ( poeiras de sílica e asbestos) . 
O restante, compreendendo atividades e operações (sem especificação 
direta dos agentes químicos envolvidos) e alguns agentes químicos cujos 
limites de tolerância não eram conhecidos à época, foi arrolado no Anexo 13 da 
NR 15. (MEZADDRI, 2002) 
No entanto, é fundamental entender que essa NR é ordenada de forma 
lógica, sendo composta de uma parte geral que enfoca a uniformização dos 
princípios que regem a caracterização da insalubridade e de anexos, que 
considerando a diversidade da matéria técnica envolvida, aborda cada um dos 
agentes ou atividades e operações que apresentam a probabilidade de 
provocar agravos de forma própria e específica. (NAVARRO, 2008) 
 
2.1.1. Agentes biológicos 
A legislação relacionou e definiu os percentuais devidos no exercício de 
atividades que envolvem agentes biológicos. ( NAVARRO, 2008) 
A insalubridade será caracterizadapela avaliação qualitativa, do 
seguinte modo: 
 
 
Insalubridade de Grau Máximo (40%) 
Trabalhos ou operações, em contato permanente, com: 
• pacientes em isolamento por doenças infecto-contagiosas, bem 
como objetos de seu uso, não previamente esterilizados; 
• carnes, glândulas, vísceras, sangue, ossos, couros, pêlos e dejeções 
de animais portadores de doenças infecto-contagiosas (carbunculose, 
brucelose, tuberculose); 
• esgotos (galeria e tanques); e 
• lixo urbano (coleta e industrialização). 
• Insalubridade de Grau Médio (20%) 
• Trabalhos e operações em contato permanente com pacientes, 
animais ou com material infecto-contagiante, em: 
• hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos 
de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da 
saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que tenha contato com 
os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos de uso desses 
pacientes, não previamente esterilizados); 
• hospitais, ambulatórios, postos de vacinação e outros 
estabelecimentos destinados ao atendimento e tratamento de animais 
(aplica-se apenas ao pessoal que tenha contato com tais animais); 
• contato em laboratórios com animais destinados ao preparo de soro, 
vacinas e outros produtos; 
• laboratórios de análise clínica e histopatologia (aplica-se tão-só ao 
pessoal técnico); 
• gabinetes de autópsias, de anatomia e histoanatomopatologia (aplica-
se somente ao pessoal técnico); 
• cemitérios (exumação de corpos); 
• estábulos e cavalariças; e 
• resíduos de animais deteriorados. (STEVENS, 2001) 
 
Contato permanente com pacientes, animais ou material infecto-
contagiante é o trabalho resultante da prestação de serviço contínuo e 
obrigatório, decorrente de exigência firmada no próprio contrato de trabalho, 
com exposição permanente aos agentes insalubres. (MEZADDRI, 2002) 
 
2.1.2. Agentes químicos 
A preocupação em evitar o surgimento de doenças decorrentes da 
exposição dos indivíduos a agentes químicos no ambiente de trabalho 
conduzir à tomada de medidas de prevenção. Estas são a base da 
monitorização biológica e consistem em verificar se a concentração destes 
agentes ou de seus metabólitos no organismo dos trabalhadores esta dentro 
dos níveis estabelecidos por órgãos governamentais ou pela comunidade 
científica. (VINHA, 2002) 
Os indicadores biológicos de exposição e os índices biológicos máximos 
permitidos são determinados por meio de estudos epidemiológicos, 
experimentais e casos clínicos. (NAVARRO, 2008) 
No Brasil, a Norma Regulamentada n.º 7 (NR-7) e a Portaria n.º 24 de 
29 de dezembro de 1994 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, 
estabelecem os parâmetros biológicos para controle da exposição a agentes 
químicos. Conforme esta Portaria todos os empregados e instituições que 
admitam trabalhadores como empregados são obrigados a elaborar e 
implementar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). 
O referido programa tem por objetivo promover e preservar a saúde dos 
trabalhadores. (STEVENS, 2001) 
Esta monitorização biológica complementa o monitoramento ambiental e 
a vigilância à saúde, considerando-se que determina a exposição global 
diretamente no indivíduo e detecta efeitos precoces e reversíveis, 
proporcionando uma melhor estimativa de risco. ( AZEVEDO, 2006) 
 
2.1.3. Agentes físicos 
Os agentes físicos, presentes em ambiente de trabalho, são de diversas 
naturezas e, entre eles, destacam-se o ruído, o calor, o frio, as vibrações, as 
pressões anormais, as radiações ionizantes e as radiações não ionizantes. 
(MEZADDRI, 2002) 
O ruído, a uma intensidade maior que o permitido pela legislação 
brasileira, causa, aos operários expostos durante longo tempo, a perda total ou 
parcial e irreversível da audição. (MEZADDRI, 2002) 
Quanto maior a intensidade do ruído, bem como a suscetibilidade 
individual (indivíduos mais sensíveis ao agente), mais cedo aparece a surdez 
profissional . Inicialmente, o indivíduo tem a audição afetada para a percepção 
de sons muito agudos (4.000 Hz) e, portanto, não chega a ter perturbada a 
comunicação verbal (feita entre 500 a 2.000 Hz), mas, persistindo a exposição, 
haverá também comprometimento das freqüências importantes para a 
comunicação oral e, portanto, com grande e irreversível prejuízo para o 
indivíduo. ( STEVENS, 2001) 
O controle médico deve ser feito por meio do exame audiometrico pre-
admissional e periódico, para diagnóstico precoce da lesão auditiva, visando, 
portanto, impedir que a exposição continue por mais alguns anos e acabe por 
resultar numa surdez total. (MEZADDRI, 2002) 
 
2.1.4. Radiações Ionizantes 
As radiações Ionizantes são tipos de energia, emitidas e propagadas em 
forma de ondas eletromagnéticas que possuem alta energia e que, como 
decorrência, podem retirar elétrons das camadas eletrônicas mais externas dos 
átomos e moléculas dos corpos com os quais interagem. Essas radiações 
possuem alta freqüência e portanto baixo comprimento de onda.Ao interagirem, 
transformam os átomos ou moléculas em íons, ao contrário de outras formas 
de energia como, por exemplo, a luz, o infra vermelho e a micro onda que 
apenas possuem a capacidade de excitar os átomos sem alterar suas 
estruturas eletrônicas. Como decorrência dessa alta capacidade energética 
 
podem ser responsáveis por graus diferenciados de agravos a saúde e a 
integridade dos seres vivos. Daí o enfoque dado na legislação de 
Periculosidade e Insalubridade para esse tipo de radiações. (VINHA, 2002) 
As radiações ionizantes não são, principalmente quando utilizadas em 
apoio a indústria,(onde são de alta importância tanto para execução de ensaios 
não destrutivos como no controle da produção através de medidores 
radiativos), fonte causadora de catástrofes,quando utilizados dentro dos 
procedimentos técnicos preconizados principalmente nas Normas da Comissão 
Nacional de Energia Nuclear.Como quaisquer outros agentes (químicos físicos 
ou biológicos) que podem afetar o homem, também as radiações ionizantes, 
quando utilizadas ao arrepio das Normas de Segurança podem causar 
Insalubridade ou se caracterizar como agentes potencialmente perigosos1. 
 
2.1.5. Radiação não ionizantes 
As radiações de freqüência igual ou menor que a da luz (abaixo, 
portanto, de 8x1014Hz (luz violeta) são chamadas de radiações não ionizantes. 
Geralmente a faixa de freqüência mais baixa do UV (UV-A ou UV próximo) 
também é considerada não ionizante ainda que ela e até mesmo a luz pode 
ionizar alguns átomos. (VINHA, 2002) 
Elas não alteram o átomos mas ainda assim, algumas, podem causar 
problemas de saúde. ( STEVENS, 2001) 
Está demonstrado, por exemplo, que as microondas podem causar, além 
de queimaduras, danos ao sistema reprodutor. Existem também estudos sobre 
danos causados pelas radiações dos monitores de computador CRT (Cathode 
Ray Tube, Tubo de Raios Catódicos) por radiações emitidas além da radiação 
X, celulares, radiofreqüências, e até da rede de distribuição de 60Hz.2 
 
 
 
1SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE SEGURAÇAS OBES. 
http://www.sobes.org.br/Figuras/radioion.pdf.Acesso em janeiro de 2010. 
2 Radiação não ionizante. http://www.saudeetrabalho.com.br/t-riscos. 
Físicos_radiacoes_nao_ionizantes.php. Acesso em fevereiro de 2009. 
 
A radiação não ionizante é absorvida por várias partes celulares, mais o 
maior dano ocorre nos ácidos nucléicos, que sofrem alteração de suas 
pirimidas. Formam-se dímeros de pirimida e se estes permanecem (não ocorre 
reativação), a réplica do DNA pode ser inibida ou podem ocorrer mutações. 
(VINHA, 2002) 
 
2.2. NORMAS DE RADIOPROTEÇÃO NA ODONTOLOGIA 
 
A precaução em qualquer atividade sujeita à radiação ionizante é muito 
importante, visto que as mesmas não são percebidas pelos sentidos humanos 
e, qualquer que seja o nível de radiação envolvido no trabalho da radiologia 
diagnóstica haverá o risco do desenvolvimento de algum dano biológico. ( 
MASTROENI, 2004) 
Os serviços de radioterapia respondem por procedimentos terapêuticos 
essenciais para o câncer, uma das principais causas de morbidade e 
mortalidade populacional. Apesar de sua importância no sistema de saúde e do 
seu potencial de risco pelo uso da radiação ionizante, poucos estudos têm sido 
dedicados a eles. Neste estudo foram avaliadas as conformidades às normas 
técnicas de proteção radiológica dos serviços de radioterapia do Estado de São 
Paulo, Brasil. Foram estudados 49 serviços de radioterapia em 2000, por meio 
de entrevistas com seus responsáveis. Foram desenvolvidas tipologias de 
desempenho baseadas em variáveis de estrutura e processo, e realizada 
análise comparativa dos resultados encontrados nos serviços. Foram 
observadas diferenças importantes nos serviços quanto à posição no sistema 
de saúde, nível de complexidade e distribuição geográfica, com desempenho 
médio melhor para as condições estruturais e desempenho muito inadequado 
na proteção ao paciente, apontando para a necessidade de uma vigilância 
sanitária mais efetiva. (STEVENS, 2001) 
Procedimentos de proteção radiológica ou de radioproteção têm como 
objetivo proteger o ser humano dos efeitos nocivos da radiação ionizante para 
que ele possa usufruir dos benefícios dessa radiação com segurança. 
(MEZADDRI, 2002) 
 
Os perigos da radiação são conhecidos praticamente desde que se 
começou a usá-la na indústria e medicina. Foi a partir da experiência adquirida 
ao longo desses anos que desenvolveu-se e continua-se a desenvolver as 
normas que regulamentam o uso das radiações nos diferentes campos. 
(NAVARRO, 2008) 
As guerras mundiais contribuíram para o desenvolvimento dos 
procedimentos radioproteção, porém a um alto custo humano devido à elevada 
exposição de alguns grupos à radiação. Durante a Primeira Guerra Mundial, 
apesar do conhecimento que já se tinha dos efeitos da exposição à radiação, 
muitos casos de leucemia devido a alta exposição à radiação em hospitais e 
indústrias foram relatados. A construção do primeiro reator nuclear, em 1942, e 
os testes e usos de bombas nucleares durante a Segunda Guerra Mundial 
ofereceram várias oportunidades de estudo dos efeitos da exposição 
controlada e acidental à radiação. (NAVARRO, 2008) 
Organizações nacionais e internacionais determinam normas de 
segurança e padrões de proteção radiológica visando a segurança daqueles 
que trabalham com radiação e do público em geral. Uma das organizações 
internacionais mais importantes é a Comissão Internacional de Proteção 
Radiológica (ICRP - International Comission on Radiation Protection) criada 
ainda no início do século XX. No Brasil o órgão responsável pela 
regulamentação e padronização de normas é a Comissão Nacional de Energia 
Nuclear (CNEN). (MEZADDRI, 2002) 
Existem normas específicas de proteção radiológica para um serviço de 
radioterapia. O principal instrumento de implementação de um programa de 
proteção radiológica em um serviço de radioterapia é o plano de radioproteção. 
O plano de radioproteção da instituição abrange diversos aspectos, desde 
metodologias de monitoração ambiental e individual e controle de qualidade 
dos equipamentos a procedimentos para situações de emergência e 
atualização de funcionários, entre outros. (MEZADDRI, 2002) 
Em todo serviço de radioterapia deve haver um físico responsável pela 
proteção radiológica. O físico responsável deve elaborar o plano de 
radioproteção da instituição, a ser submetido à aprovação da CNEN. 
(NAVARRO, 2008) 
 
Importante salientar que alguns "mitos" adquiridos quanto a radiação x 
devem ser quebrados. Freqüentemente se ouve falar que não se pode utilizar 
espelhos no local onde o aparelho de raios x estão instalados, bem como o 
medo de ficar na mesma sala durante o disparo dos raios x, mesmo quando se 
utiliza o biombo de proteção, por achar que a radiação fará curva e alcançará o 
operador. (ROMÉRIO, 2002) 
Estes fatos podem ser desmistificados quando recorremos aos princípios 
fundamentais dos raios x, que provam que os raios-x não sofrem reflexão, 
refração ou difração em situações normais, bem como caminham em linha reta 
não fazendo curva. Uma dúvida freqüente por parte dos pacientes é o medo de 
entrar em uma sala de raios-x ou em um ambiente que faz o uso deste, em 
decorrência de achar que o ambiente está "contaminado" ou "carregado" de 
radiação. Este fato não existe, visto que a radiação utilizada em nossos 
consultórios é classificada como eletromagnética e só haverá produção de 
radiação quando o aparelho for acionado. (STEVENS, 2001) 
Segundo a ANVISA (2010), uma questão que deve ser observada é o 
uso de exames radiográficos em pacientes que estão no período gestacional. É 
muito importante neste caso o uso do bom senso e a avaliação do custo-
benefício. Todo paciente pode ser radiografado, porém deve-se evitar o uso de 
radiação nos 3 primeiros meses de gestação, por ser o período de maior 
atividade mitótica. 
 
 
2.3 EFEITOS DA RADIAÇÃO NO ORGANISMO 
 
A radiação provoca efeitos deletérios ao organismo, independentemente 
da quantidade de exposição. Obviamente, uma pequena quantidade de 
radiação não será suficiente para provocar uma manifestação clínica ou 
genética, mas certamente provocará uma reação celular com quebra e 
desorganização de moléculas (ROMÉRIO, 2002) 
Desconhece-se com certeza os efeitos biológico da radiação para 
pequenas doses tanto para desenvolver uma lesão (nível somático), como para 
provocar mutação (nível genético). Em nível somático, ocorre destruição de 
tecidos em que a radiossensibilidade é maior, como o tecido vascular, sexual e 
oftálmico. Em nível genético, as mutações ocorrem por quebras de 
cromossomos que contêm os gens, ocorrendo reorganização aleatória e 
alterando o padrão hereditário (WHITE et al 1995). 
Como proteção deve-se lançar mão de dispositivos que diminuam a 
incidência de radiação sc bre o paciente, o cirurgião dentista, a área do 
consultório e regiões vizinhas. Para o paciente temo filtração e colimação dos 
feixes, filmes ultra rápidos, cilindros abertos, avental de chumbo e cola de 
tireóide (FREITAS, 1992; GOAZ; WHITE5, 1995). O Emprego de técnicas 
seguras, como a periapica pelo paralelismo, por exemplo, diminui o risco de 
repetições e fornece exames de excelente qualidade, sendo portanto umeficiente meio de proteção (WHITE et al, 1995 ). O profissional também se 
beneficia de todos os dispositivos de proteção, mas ainda assim deve se 
proteger com biombos de chumbo distância de no mínimo 1,80 m do cabeçote 
do aparelho de raios-x e jamais segurar o filme n boca do paciente. 
(ROMÉRIO, 2002) 
As áreas anexas à sala onde está o aparelho c raios-x também devem 
ser protegidas com pari desde pelo menos meio tijolo compacto revestido de 
barita (composição mineral que contém um elemento de alto número atômico, o 
Bário ). Divisoras e portas devem ter revestimento de chumbo, as portas 
 
visores plumbíferos. Janelas que dão acesso a áreas em que ocorrem trânsito 
de pessoa devem ser removidas. (ROMÉRIO, 2002) 
Obviamente a correta manutenção do aparelho de raios-x é 
extremamente importante para segurança dos seus operadores, tanto no 
sentido de diminuir a dose de radiação secundária como no sentido de receber 
uma descarga elétrica altíssima, uma vez que esta radiação é produzida por 
correntes elétricas de no mínimo 50.000 Volts. Qualquer relato de vazamento 
de óleo da cabeça do aparelho é motivo para que este não seja mais utilizado 
enquanto não for realizada uma revisão. (WHITE et al, 1995 ) 
Segundo Mezaddri (2002) pode-se definir programa de garantia de 
qualidade como procedimentos que visam assegurar a máxima qualidade das 
imagens radiográficas com uma maior proteção do paciente. Neste sentido, foi 
realizado um estudo, em 70 aparelhos de raios X odontológicos, na cidade de 
Itajaí (SC), com objetivo de verificar a taxa de Kerman no ar, sua 
reprodutibilidade e sua linearidade com o tempo de exposição. Também, 
analisar três tempos de exposição (0.3; 0.5 e 0.8 s) com escala de densidade, 
escolhendo aquele que correspondeu como sendo o melhor. Utilizou-se como 
instrumento de medida uma caneta dosimétrica Victoreen, modelo 8621, um 
cronômetro digital mRA, modelo CQ-01 e um dispositivo de alumínio puro 
constituído de 8 degraus. Apenas 6,5 por cento dos equipamentos não 
apresentaram reprodutibilidade da taxa de Kerma no ar. Constatou-se que o 
melhor tempo de exposição nominal foi de 0.3 s. Os resultados obtidos 
mostraram que os valores de tempo de exposição, utilizados pela maioria dos 
profissionais, poderiam ser reduzidos, sem perda de qualidade de imagem. (AU 
MEZADDRI, 2002) 
Navarro (2008) estudou as condições de funcionamento e radioproteção 
dos aparelhos de raios X em consultórios odontológicos localizados nas 
cidades de Palmas e Gurupi (TO) foram avaliados 100 aparelhos radiográficos 
por meio de equipamento de medição específico Nero 4000M+ e aplicado 
questionário aos profissionais levando em consideração os padrões de 
confecção de imagens, processamento e radioproteção. Um segmento 
posterior de uma mandíbula macerada com simulador de tecidos moles foi 
utilizado para obtenção de imagens dos aparelhos avaliados em diferentes 
 
tempos de exposição com filmes E-speed e processados automaticamente. 
Essas imagens foram avaliadas por radiologista devidamente calibrado e 
escolhida de forma subjetiva a que apresentasse padrões de contraste e 
densidades médias ótimas para comparação com as imagens obtidas pelos 
profissionais. Em seus estudos, constatou-se que houve diferenças 
estatisticamente significativas (p< 0,05) entre as variáveis que correspondiam 
ao tempo de exposição utilizado pelo profissional (TE) e reprodutibilidade do 
tempo de exposição (RTE); tempo de exposição utilizado pelo profissional (TE) 
e tempo de exposição ótimo (TEO); dose de radiação no tempo de exposição 
utilizado pelo profissional (DP) e dose de radiação no tempo de exposição 
ótimo (MEZADDRI, 2002) 
Por meio dos dados obtidos, associados às respostas dos questionários 
aplicados aos profissionais conclui-se que os profissionais das cidades de 
Palmas e Gurupi (TO) não conhecem tecnicamente os quesitos necessários 
para a prática de radiologia de boa qualidade em consultórios odontológicos e 
que tal fato está influenciando diretamente na dose de radiação desnecessária 
ao paciente e ao profissional que não se protege de forma adequada.( 
NAVARRO, 2008) 
 
2.4. RISCOS EM RADIODIAGNÓSTICO 
 
Tanto os raios X como as radiações provenientes dos elementos 
radioativos possuem energia suficiente para ionizar os átomos. Por isso são 
chamados de radiações ionizantes. Estas são de origem nuclear, como as 
radiações a, b e g (alfa, beta e gama) ou de procedência atômica, ou seja, as 
que são produzidas pelas interações com os átomos, como é o caso dos raios 
X. Chama-se atenção ao fato de que as radiações ionizantes provêm de fontes 
naturais ou artificiais. As fontes naturais de radiação incluem os raios cósmicos, 
a radiação terrestre e os radionuclídeos, presentes de maneira natural no corpo 
humano. O radônio, por exemplo, é um gás radioativo produzido pelo 
decaimento natural do urânio. Materiais de construção, a exemplo de concreto 
e tijolo, contêm radônio, elemento emissor de partículas alfa que se alojam 
 
principalmente no tecido pulmonar, podendo causar danos à saúde humana. 
(NAVARRO, 2008) 
Cita-se que os efeitos das interações das radiações ionizantes com as 
células podem acontecer de forma direta, danificando uma macromolécula 
(DNA, proteínas e enzimas, entre outras), ou de forma indireta, interagindo com 
o meio e produzindo radicais livres. Essas modificações celulares podem ser 
reparadas através da ação das enzimas. Caso isso não ocorra, surgirão lesões 
bioquímicas que podem causar danos como morte prematura, alteração no 
processo de divisão celular e alterações genéticas.(ODA, 1998) 
Os efeitos biológicos provocados pela interação das radiações 
ionizantes com a matéria podem ser de dois tipos: determinísticos e 
estocásticos. Os efeitos determinísticos acontecem quando a irradiação no 
corpo, geral ou localizada, provoca mais morte celular do que é possível ser 
compensada pelo organismo (limiar de efeitos clínicos). Acima desse limiar a 
severidade do dano aumenta com a dose. Apesar de esses efeitos possuírem 
caráter determinístico, podem ser reversíveis ou não. Também podem ser 
entendidos como efeitos para os quais existe um limiar de dose absorvida 
necessário para sua ocorrência e cuja gravidade aumenta com o aumento da 
dose. Nessa esfera, os efeitos estocásticos acontecem quando a irradiação no 
corpo humano, geral ou localizada, provoca menos morte celular do que é 
possível ser compensada pelo organismo. A morte de algumas células pode 
não causar dano algum, e a modificação de uma única célula pode provocar 
um câncer. Esse tipo de efeito possui caráter probabilístico.(ODA, 1998) 
Nesse caso, o aumento da dose provoca um aumento de probabilidade 
do dano e não da severidade do dano. Para a ocorrência desses efeitos não 
existe um limiar de dose. A probabilidade de que ocorram é uma função desta, 
no entanto a gravidade dos efeitos independe da dose. ( NAVARRO, 2008) 
 
 
3. DISCUSSÃO 
 
Estudos de Silveira et al. ( 2005) apud Navarro ( 2008), mostraram uma 
maior efetividade do programa no controle das conformidades com as 
dimensões estruturais, com valores mais elevados de adequação nos serviços,o que pode ser conseqüência da ênfase que elas têm na regulação sanitária 
nacional vigente. Os valores de adequação são mais baixos para os 
procedimentos relativos à rotina diária dependentes da conduta profissional e 
que demandam, para serem seguidos pelos serviços, uma maior freqüência de 
supervisões e fiscalização sanitária. A proteção radiológica do paciente se 
constituiu na dimensão mais crítica, com valores de adequação muito baixos 
em um grande número de serviços, sugerindo a necessidade de uma mudança 
na atuação das duas entidades responsáveis pela fiscalização dos serviços de 
radioterapia, CNEN e Vigilância Sanitária.( NAVARRO, 2008) 
Silveira et al. (2005) apud Navarro ( 2008), demonstrou também que, 
apesar de se tratar de um setor altamente especializado e com elevada 
densidade tecnológica, há um processo predatório em curso pelo número 
insuficiente de serviços, excessiva demanda de pacientes e profissionais com 
múltiplas jornadas e responsabilidades técnicas, igualando-se nestes aspectos 
a outros setores especializados que compõem o sistema de saúde. Afirmando-
se que a maior parte dos serviços vincula-se ao SUS, a metodologia 
desenvolvida para a avaliação das conformidades poderia ser de utilidade na 
atuação das entidades responsáveis pelo credenciamento e fiscalização dos 
serviços. A classificação em tipologias de conformidades Alta, Média e Baixa 
mostra-se com potencial utilidade também para o monitoramento dos serviços, 
tanto para o acompanhamento dos valores máximos que cada estabelecimento 
pode alcançar, quanto para identificar, no conjunto dos serviços, o impacto das 
políticas assistenciais no seu desempenho. 
Assim sendo, os resultados encontrados colocam uma questão nuclear 
para a regulação sanitária em seu objetivo de prevenção de riscos e promoção 
da saúde: qual a relação entre as conformidades observadas, ou a ausência 
delas, e o risco sanitário? Que danos podem ocorrer ou estão ocorrendo em 
 
pacientes, trabalhadores e público/vizinhança nos serviços que funcionam com 
menos de 50,0% dos itens em conformidade com a legislação? Essas questões 
indicam a necessidade de estudos adicionais, para que se possa verificar se o 
controle sanitário proposto (porém exercido de forma incompleta), que se apóia 
fundamentalmente na análise de dimensões de estrutura e processo nos 
serviços, permite efetivamente a obtenção dos resultados desejados, a garantia 
da saúde da população. (MEZADDRI, 2002) 
Segundo a (ANVISA, 2010), o primeiro passo para quem temou irá 
adquirir um aparelho de raios-x para seu consultório é conhecer a portaria 453 
da Vigilância Sanitária que rege a regulamentação das diretrizes básicas em 
radiodiagnóstico médico e odontológico no Brasil, que está disponível na 
Internet no site: www.anvisa.gov.br. Dentro das regulamentações da portaria 
453 podemos destacar alguns itens fundamentais: 
 A sala para a instalação do equipamento de radiografia intra-oral deve 
apresentar a dimensão suficiente para permitir que o operador mantenha-se a 
uma distância do cabeçote de raios-x de, pelo menos, 2 metros;- Não há 
necessidade de utilizar Barita ou Chumbo para a proteção das paredes e das 
portas do consultório quando forem utilizados somente os aparelhos 
radiográficos intra-orais; 
 Se a carga de trabalho for intensa com o aparelho de raios-x é 
importante a confecção de uma barreira protetora com equivalência de, pelo 
menos, 0.5 mm de chumbo para o operador manter-se atrás no momento do 
disparo dos raios-x; 
 Prover vestimentas de proteção individual para a proteção dos 
pacientes e de eventuais acompanhantes de no mínimo 0,25 mm de chumbo; 
 A presença de acompanhantes durante os procedimentos radiológicos 
somente é permitida quando sua participação for imprescindível; 
O aparelho de raios-x deve apresentar certificação de blindagem do 
cabeçote quanto à radiação de fuga; A tensão do tubo de raios-x deve ser 
preferencialmente maior que 60 kVp; O sistema de controle da duração da 
exposição deve ser do tipo eletrônico e não deve permitir exposição superior a 
5 segundos; 
 
 O cabo do botão disparador deve permitir que o operador fique a uma 
distância de pelo menos 2 metros do aparelho de raios-x; 
 É proibido o uso de sistemas de acionamento de disparos com retardo. 
Este tipo de acionamento era muito comum em aparelhos antigos e devem ser 
substituídos o mais rápido possível. ( MASTROENI, 2004) 
 
4. CONCLUSÃO 
 
 
Conclui-se com este estudo que a precaução em qualquer atividade 
sujeita à radiação ionizante é muito importante, visto que as mesmas não são 
percebidas pelos sentidos humanos e, qualquer que seja o nível de radiação 
envolvido no trabalho da radiologia diagnóstica haverá o risco do 
desenvolvimento de algum dano biológico. 
Assim sendo, os estudos do campo da radioproteção estão relacionados 
à proteção da saúde humana e aos efeitos nocivos das radiações ionizantes. 
Suas bases teóricas devem incluir necessariamente julgamentos sociais e 
técnicos, pois o principal objetivo é estabelecer as razões que justifiquem o uso 
benéfico das radiações. Assim, não podem ser conduzidas apenas por 
considerações científicas. A radioproteção deve prevenir a ocorrência dos 
efeitos determinísticos e reduzir os efeitos estocásticos. 
 
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