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RDE_Familia_e_Sociedade_Tema_05

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1 
 
ROTEIRO DE ESTUDO 
 
Curso: SERVIÇO SOCIAL 
Série: 1ª 
Disciplina: FAMILIA E SOCIEDADE 
Professor EAD: Ma. Ana Lúcia Americo Antonio 
Tema: Tema 5: Estrutura Social e Estratificação: Questões Sociais e Políticas para a 
Juventude 
 
Conteúdo:  O conceito de Estratificação Social. 
 O conceito e Ordem Social. 
 O conceito de Classe Social. 
 A educação para o trabalho como política social falha 
Roteiro do 
Tema 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este tema deve possibilitar que você analise: 
 Oque é Estratificação Social 
 Oque é ordem social. 
 Porque as classes sociais não garantem mobilidade social 
 Porque a educação voltada para o trabalho, da forma como é aplicada, 
não resolve as diferenças sociais 
Estrutura Social e Estratificação: Questões Sociais e Políticas para a Juventude 
 
 No cotidiano, vivenciou-se inúmeras situações sobre as quais se 
elabora algum tipo de visão e de julgamento. Portanto, todos têm algum 
conhecimento acerca da realidade, seja ela social, físico-material, biológica. Do 
mesmo modo, diariamente se utiliza de termos e palavras que já se tornaram 
habituais no vocabulário, mas que possuem um sentido específico, dependendo 
do contexto em que estejam aplicadas. 
 
 Certamente, você já utilizou (falou, ouviu ou leu) palavras como: 
“status”; “classe alta”; “classe baixa”; “estrutura”; “identidade”; entre muitas 
outras. Pois bem, tais ideias possuem um sentido conceitual, capaz de dar um 
significado mais específico e delimitado às palavras, para que não sejam 
utilizadas a esmo, e até de forma equivocada. 
 
 Importante também é destacar que a educação é um fato social, e como 
tal está diretamente ligado à organização social à qual pertence. Dessa forma, 
ao se falar em processos educativos, é preciso prever os mecanismos sociais 
que o envolvem, dentre eles, a valorização da formação para o trabalho, 
 
 
 
 
 
 
2 
 
prevista por políticas públicas e privadas, que visam: ou transformar a estrutura 
social, ou sua manutenção por meio da garantia de mão de obra capacitada. 
 
 O conceito de estrutura é bastante importante nas ciências sociais, 
embora existam inúmeras dificuldades em defini-lo. Alguns autores optam por 
falar em forma estrutural, referindo-se às relações gerais de uma dada 
sociedade, desconsiderando as pequenas variações e diferenças nela existentes. 
Outra forma de conceber o termo é referente às relações mais permanentes e 
organizadas da sociedade, fazendo, contudo, uma distinção entre estrutura e 
organização, considerando que na estrutura social estão presentes as relações 
de continuidade, enquanto na organização estão as variações ou mudanças. 
 
 Dentre as diferentes concepções de estrutura, a que parece mais útil é a 
que aponta “a estrutura social como o complexo das principais instituições e 
grupos da sociedade” (BOTTOMORE, 1987). 
 A estrutura social pode ser percebida como uma inter-relação entre as 
partes de um todo, fazendo com que este todo se mantenha relativamente 
estável, de modo a ser um componente essencial e determinante de diversas 
outras características da sociedade. 
 
 O conceito de estrutura engloba o sistema de posições, de classes, de 
status que compõem a realidade social, e que apontam para características 
essenciais desta realidade. 
 
 Diretamente relacionada à estrutura social está a ordem social, que se 
realiza, se mantém ou se transforma, de acordo com ações sociais, movimentos 
sociais e políticos, mudanças econômicas. 
 
 A ordem social é composta por um conjunto de normas, valores sociais 
e comportamentos. 
 
 A ordem social não é automática nem estática, pois há a necessidade 
de ser estabelecida, bem como garantida a sua manutenção numa dada 
sociedade, o que implica em manter o status quo. 
 Vale ressaltar que a função de manter a ordem social pertence ao 
governo, que deve garantir o comportamento dos membros da sociedade. 
Assim, o comportamento dos membros de um grupo pode ser funcional, quando 
apoia a estrutura social existente, ou disfuncional: quando é contrário à 
estrutura social. 
 
 Em decorrência desses aspectos, pode-se dizer que existe a necessidade 
de exercer o controle social sobre as pessoas, para que estas se comportem de 
uma forma socialmente aprovada (e esperada), de modo a garantir a estrutura 
social por meio da manutenção da ordem social vigente. No caso, a ordem social 
é bastante estratificada, ou seja, há grandes diferenças pautadas principalmente 
no poder econômico. 
 Estratificação Social é um termo bastante amplo, que se refere à 
diferenciação dos grupos em posições, estratos, camadas ou classes mais ou 
menos duradouros e hierarquicamente sobrepostos. Pode-se afirmar que quase 
todas as sociedades estão estratificadas, de modo a dispor os grupos numa 
escala hierárquica. 
 
 Existem controvérsias teóricas a respeito do conceito de estratificação 
social. Alguns autores afirmam que as estratificações são universais, 
 
 
 
 
 
 
3 
 
representando a distribuição desigual de direitos e obrigações numa dada 
sociedade. Outros fazem a distinção entre desigualdade social e estratificação. 
Para estes, a estratificação é um tipo complexo de desigualdade, mas que não 
se reduz a esta. 
 
A estratificação social só existe quando surgem amplos 
setores da população detentores de interesses, formas 
de participação na produção de bens econômicos, 
qualidade e volume de consumo, estilo de vida e, 
finalmente, oportunidades de vida relativamente 
homogêneos, de modo a hierarquia culturalmente 
convencionada. (VILA NOVA, 1995, p. 130) 
 
 As estratificações são produto do prestígio das posições sociais, 
implicando numa hierarquia de valores comum na sociedade. Assim, a 
estratificação social baseia-se em critérios objetivos e critérios subjetivos. 
 
 Os critérios objetivos referem-se a elementos quantitativos, que avaliam 
o montante de rendimentos, a origem dos rendimentos, riqueza, nível 
educacional. Os critérios subjetivos referem-se a elementos qualitativos, como o 
tipo de trabalho, função exercida, origem étnico-racial. 
 
 A realidade social pressupõe o entrecruzamento destes critérios, 
mostrando que as estratificações sociais são multideterminadas. As sociedades 
urbano-industriais, próprias das sociedades complexas, possuem uma estrutura 
social estratificada em classes sociais que se relacionam, numa posição de 
antagonismo, conflito e luta. Esta é uma característica intrínseca, inerente à 
estrutura de classes, não se configurando como fenômeno meramente 
incidental. 
 
 As classes sociais referem-se às camadas não hereditárias da estrutura 
social, estando formalmente (juridicamente) abertas aos movimentos de 
mobilidade social. São um produto histórico, derivadas do aumento de riqueza 
acumulada e apropriada pela minoria de não produtores (proprietários dos 
meios de produção) que explora a maioria de produtores (o que é defendido 
pela Teoria Marxista). Pautam-se essencialmente na existência da propriedade 
privada. 
 
 É fundamental ressaltar o caráter dinâmico e transformador das classes 
sociais, que se modificam segundo as transformações históricas (muitas vezes 
levando a elas). As classes não existem de forma isolada, mas somente a partir 
de um sistema de classes, estabelecendo relação umas com as outras, que 
envolvem os seguintes elementos: 
a) Oposição: as classes estabelecem relações de assimetria, num plano 
desigual, em que se manifestam interesses opostos. Constituem duas facetas do 
mesmo fenômeno social total. 
b) Complementaridade: constituem parte integrante do funcionamento 
do sistema, garantindo o sistema na sua estrutura essencialmente contraditória. 
c) Antagonismo: as classes representam contradições internas 
fundamentais do sistema, porque são as forças que levam potencialmenteà 
transformação deste. 
 
 Importante enfatizar que as oposições entre as classes não são apenas 
teóricas, elas se dão concretamente em todos os níveis da ação social, nos 
 
 
 
 
 
 
4 
 
conflitos e lutas de classes, nos campos político e econômico. 
 
 A estrutura social com base em classes é formalmente (legalmente) 
aberta. Contudo, pode ser considerada efetivamente fechada, visto que a 
possibilidade de mobilidade vertical aparece como praticamente nula. 
 
 Alguns estudos que se centram na mobilidade social da estrutura de 
classes acabam ignorando a estrutura social mais ampla fazendo acreditar numa 
estratificação de classes absolutamente aberta, que não é verdadeira. 
 
 É fundamental que, por meio de uma leitura das classes sociais, se 
possa perceber a existência de mecanismos ideológicos que promovem a ilusão 
da ascensão social na organização capitalista. 
 
 Sabe-se que a sociedade de classes é intrínseca ao modo de produção 
capitalista. Em linhas gerais, as principais características da sociedade capitalista 
são: 
• Mobilidade ascendente e descendente entre seus membros. 
• Mudança progressiva de seus traços característicos. 
• Intensificação do processo competitivo. 
 
 As atitudes e motivações competitivas erigem-se como traços 
característicos dos integrantes da sociedade de classes, atuando como requisitos 
dinâmicos de seu funcionamento. 
 
 A concentração da propriedade dos meios de produção implica a 
diminuição das possibilidades de “sucesso” por meio da apropriação privada dos 
meios de produção e, consequentemente, ampliação quantitativa da categoria 
composta por assalariados. Assim, como poucos detêm os meios de produção, 
resta aos demais a obtenção de êxito por meio de sua colocação no mercado de 
trabalho: trata-se de ascender de uma camada a outra (considerado superior na 
hierarquia interna da categoria assalariada). 
 
 Nesses termos, o sociólogo Wrigth Mills aponta as relações entre a 
expansão qualitativa e quantitativa do sistema escolar e o processo de 
qualificação da força de trabalho, enquanto recurso competitivo no mercado de 
trabalho. A crença no valor de uma educação escolar universal tem sido um 
traço marcante da ideologia democrática. O crescimento maciço no número de 
matrículas efetuadas fortalece o sentimento de igualdade de status. O aumento 
do acesso à escola tem sido um dos maiores mecanismos sociais de ascensão da 
nova classe média, porque as ocupações próprias desta requerem aquele 
preparo que é facultado pelo sistema escolar. 
 
 Com o intuito de fornecer um preparo com teor prático, as escolas têm 
se adaptado às exigências do momento, e os pais parecem satisfeitos em verem 
suas crianças treinadas para a ocupação dos empregos em disponibilidade.
 É importante lembrar que “o sentido da prática educacional é 
culturalmente definido e institucionalmente regulamentado de acordo com as 
peculiaridades estruturais do sistema no qual ela se exerce” (PREREIRA; 
FORACCHI, 1987). 
 As exigências formais para o “recrutamento” nos empregos e as 
expectativas de ascensão tendem a ser definidas em termos de graus escolares 
atingidos. A educação formal torna-se fundamental para a obtenção de sucesso 
econômico e social. As crianças que receberam mais educação que seus pais 
 
 
 
 
 
 
5 
 
têm mais possibilidade de ocupar posições mais altas. 
 
Os indivíduos não têm oportunidades educacionais semelhantes. Muitos jovens 
não conseguem completar o curso de nível médio por conta de urgências 
materiais. 
 
 Para melhor compreender e aperfeiçoar seu conhecimento sobre o tema 
reflita a Leitura Complementar que se apresenta no PLT 267, Política 
Social, Família e Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, Maurílio 
Castro de Matos e Maria Cristina Leal, editora Cortez, 2010. 
 
 Faça a Leitura Obrigatória no capítulo (parte 2) de seu Livro-Texto, em 
que a educação estratifica-se burocraticamente, selecionando-se os 
jovens por meio de testes e medidas, muitas vezes ilusórios e 
enganadores, como algumas políticas públicas e privadas que prometem 
qualificar para o primeiro emprego, quando na verdade não passam de 
programas superficiais, incapazes de realmente formar realmente o 
jovem, consolidando apenas um novo mercado de “cursinhos” para 
emprego, correspondente ao tema 4 do caderno de atividades. 
 
 Realize as atividades propostas no Caderno de Atividades para o Tema 
4: “Estrutura Social e Estratificação: Questões Sociais e Políticas para a 
Juventude”. As atividades são um valioso instrumento para que você 
não apenas fixe os conceitos abordados pelo tema, mas os transforme 
em competências sólidas na sua formação profissional. 
Bibliografia Básica 
MATOS, Sales (org.). Política Social, família e juventude : Uma questão de direitos. 6ª ed. São Paulo: 
Cortez, 2010. 
Bibliografia Complementar 
 
LÉVI-STRAUSS, Claude. As Estruturas Elementares do Parentesco. Vozes: São Paulo, 1976. 
ENGELS. F. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Bertrand Brasil: São Paulo, 
1995. 
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os 
homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
BOURDIEU. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1999. 
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; ALMEIDA, Paulo Henrique. Família e Proteção Social. In: São 
Paulo em Perspectiva, 17 (2): 109-122, 2003. 
PERROT, Michele. “Os Atores”. In: História da vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira 
Guerra. vol. 4; Cia das Letras: São Paulo, 1991. 
 
Quer saber mais sobre o assunto? Então: 
Leia o artigo: Educação e estratificação social no acesso à universidade pública. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742005000100007 >. Acesso em: 
7 out. 2014. 
 
 
 
 
 
 
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