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Princípios do CDC - Aula 2

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
DIREITO DO CONSUMIDOR
PROF. ANA LECTÍCIA ERTHAL
AULA 2
TEMA: Princípios norteadores da Lei n° 8.078/90. Distinção entre princípios e regras. Princípio da vulnerabilidade. Princípio da boa-fé. A boa-fé objetiva. A boa-fé no novo Código Civil. Princípio da confiança. Princípio da informação e da transparência máxima. Princípio da efetividade da tutela jurisdicional. Princípio da segurança e outros. 
1. Distinção entre princípios e regras
Em primeiro lugar, é importante relembrar, sucintamente, conceitos apreendidos na disciplina Introdução ao Estudo do Direito, na qual Miguel Reale nos ensina que o nosso ordenamento jurídico é fulcrado num tripé indissociável, qual seja, fato; valor e norma.
Os fatos representam as condutas que praticamos no dia-a-dia em sociedade, os quais, quando têm relevância para o Direito, são denominados fatos jurídicos.
As normas são regras de conduta, ou seja, deveres de agir em conformidade com o direito.
Já os valores nada mais são do que os princípios (tema desta aula) vale dizer, a escala de valores eleita pelo legislador como a mais importante para disciplinar, regular a vida dos homens em coletividade.
Os princípios são dotados de alto grau de abstração, mas nem por isso são menos relevantes, pelo contrário, conforme explicitado acima, eles representam os valores éticos e morais mais importantes da sociedade, que servem de modelo de conduta a ser seguido por todos, a exemplo da liberdade, igualdade, a dignidade da pessoa humana, a solidariedade, a boa-fé, dentre outros.
São, portanto, “enunciações normativas de valor genérico”, contendo relatos com maior teor de abstração, não especificando exatamente a conduta a ser seguida, incidentes, ao revés, sobre uma pluralidade de situações. São mandados de otimização, cuja incidência não se dá em termos de tudo ou nada, mas sim sob uma dimensão de peso ou importância, pelo critério da ponderação de valores (caberá ao intérprete, em cada caso concreto, ponderar os valores em jogo, preservando o máximo de cada um, na medida do possível).
Assim, além da função estruturante, os princípios têm importante papel na atividade do intérprete, pois funcionam como nortes, diretrizes nucleares do sistema, verdadeiro alicerce deste.
Desse modo, conforme nos ensina Sérgio Cavalieri Filho: “toda e qualquer relação de consumo terá que ser examinada à luz do princípio da transparência; todo e qualquer contrato de consumo terá que respeitar os princípios da confiança e da informação; toda e qualquer cláusula contratual terá que ser interpretada à luz da boa-fé; todo e qualquer fornecimento de produtos e serviços está subordinado ao princípio da segurança, e assim por diante”.
As regras, ao contrário, são voltadas para situações específicas, pontuais, veiculam mandados de definição. “São proposições normativas que contêm relatos objetivos, descritivos de determinadas condutas, aplicáveis a hipóteses bem definidas, sob a forma do tudo ou nada. Assim, ocorrendo a hipótese prevista no seu relato, a regra deve incidir de modo direto e automático, pelo mecanismo da subsunção.
No estudo do direito do consumidor é sempre importante percebermos que o CDC (Lei 8.078/90) é uma LEI PRINCIPIOLÓGICA, ou seja, adotou uma avançada técnica legislativa baseada em princípios e cláusulas gerais, e não apenas em regras jurídicas. Cuida-se de uma lei elaborada com base nos novos valores éticos introduzidos com a criação desta legislação protetiva do consumidor.
Importa observar, ainda, que o legislador elegeu o princípio da dignidade da pessoa humana como fundamento do nosso Estado Democrático de Direito (art. 1º, III, CRFB), e a consequência é a seguinte: toda a legislação infraconstitucional deve obediência a tal ditame constitucional, sob pena de inconstitucionalidade.
Vimos, inclusive, em nossa primeira aula, no tema relativo aos fundamentos constitucionais do direito do consumidor que este princípio é a base da Constituição da República, e por consequência, também da nossa lei consumerista.
2. Princípio da vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I)
Diante de uma relação de consumo, o primeiro olhar deve ser no sentido da posição vulnerável em que se encontra o consumidor ante o fornecedor, pois as normas do CDC estão sistematizadas a partir dessa idéia básica de proteção de determinado sujeito: o consumidor.
Estudando a etimologia da palavra vulnerabilidade, esta significa a pessoa exposta, enfraquecida, frágil, que se encontra em posição de submissão, inferioridade, em relação a outra, que pode ser atacada ou ferida.
Trata-se, exatamente, da situação existente na sociedade de consumo, isto é, a que se verifica entre consumidores e fornecedores, aqueles por serem a parte mais fraca da relação, inevitavelmente, estão vulneráveis diante dos grandes fornecedores.
Releva tb observar a importância da vulnerabilidade para que se configure uma relação de consumo, na qual se faz necessária a presença das partes (consumidor e fornecedor); a existência de um objeto (produto ou serviço); vínculo jurídico entre eles e, por fim, a presença da vulnerabilidade.
Este conceito de vulnerabilidade está inserido como princípio da Política Nacional das Relações de Consumo, ou seja, o legislador ao criar o CDC atendeu ao comando constitucional (art.5º, XXXII: “O Estado promoverá a defesa do consumidor”) no sentido de criar uma lei que efetivamente viesse a defender a parte mais fraca nas relações de consumo.
Alguns autores consideram os termos vulnerabilidade e hipossuficiência como expressões sinônimas, enquanto a grande maioria, a exemplo de Antônio Herman Benjamin e Sérgio Cavalieri, os distinguem.
Segundo o mencionado autor, a vulnerabilidade é gênero, conceito presente sempre que se falar em relação de consumo, ou seja, trata-se de presunção legal de que os consumidores são vulneráveis, mais fracos que os fornecedores (art.4º, I, CDC). É qualidade intrínseca de todos que se colocam na posição de consumidor, pouco importando sua condição social, cultural ou econômica.
Nas palavras de Herman Benjamin: “A vulnerabilidade é um traço universal de todos os consumidores, ricos ou pobres, educados ou ignorantes, crédulos ou espertos. Já a hipossuficiência é marca pessoal, limitada a alguns, e legitima alguns tratamentos diferenciados no interior do próprio Código, a exemplo da inversão do ônus da prova”. (Código Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do Anteprojeto, 8ed., Forense Universitária).
Assim, no entendimento da maioria dos autores, todos são vulneráveis, mas nem todos são hipossuficientes, uma vez que a hipossuficiência deverá ser analisada caso a caso pelo juiz.
A vulnerabilidade apresenta um tríplice vertente, qual seja: econômica (art.2, Lei 1.060/50); técnica (ausência de conhecimentos específicos; informação acerca da elaboração de um determinado produto ou sobre as técnicas utilizadas p/ prestação de um serviço, podendo ser mais facilmente iludido no momento da contratação); fática (quando o fornecedor detém o monopólio de um serviço que o consumidor necessita: ex. energia elétrica, ou em razão da essencialidade do serviço que presta, impondo na relação contratual uma posição de superioridade) e, ainda, jurídica ou científica (resulta da falta de conhecimentos jurídicos ou outros conhecimentos matemáticos, de economia, contabilidade). 
Por sua vez, a hipossuficiência só ingressa no Código quando se perquire sobre a produção de provas, isto é, no critério de inversão do ônus da prova contido no art.6º, VIII do CDC.
3. Princípio da boa-fé (art. 4º, III e 51, IV, CDC; 113, 422 e 187 do CC)
 (leitura; artigo na Xerox: “Aplicação da boa-fé objetiva nos contratos”)
Trata-se do princípio cardeal por excelência.
Pode ser avaliada sob um dúplice aspecto: subjetiva (fator psicológico: intenção de ser leal) e objetiva (conduta: exteriorização de um comportamento honesto).
Traduz a ética, a lealdade, a honestidadenas contratações, a retidão, a pureza de intenções, a sinceridade em relação a alguém, que é incompatível com o engano, a dissimulação, a má-fé.
Em outras palavras, a boa-fé objetiva corresponde a exteriorização de um dever de lealdade que as partes devem ter quando celebram negócios jurídicos. A boa-fé precisa ser dupla, tanto do consumidor quanto do fornecedor.
Deve ser feito pelo homem honesto, que quer um contrato que lhe traga benefícios econômicos, mas não se construa sobre a desgraça do outro.
Assim, é direito básico do consumidor pedir a modificação ou a revisão da cláusula que por motivo superveniente tenha se tornado excessivamente onerosa, em nome da boa-fé.
Na maioria das vezes é um dever acessório – mas não menos importante - , já que o dever principal é que as partes cumpram com suas respectivas obrigações. 
Neste ponto, o novo Código Civil se aproximou sobremaneira do CDC, uma vez que elenca estes mesmos valores éticos nos artigos acima descritos.
Importa salientar que este dever de honestidade é considerado implícito, presumido, em todos os contratos modernos, vale dizer, ainda que não haja cláusula expressa acerca da boa-fé, o juiz pode obrigar as partes a cumprirem este dever secundário de conduta não previsto no contrato, pois a própria lei impõe a sua observância, na qualidade de norma de ordem pública e interesse social.
Além disso, registre-se que a boa-fé objetiva, isto é, a ética negocial, deve ser observada não só durante a execução do contrato, mas também antes (na fase das tratativas ou negociações preliminares) e depois, quando da conclusão do contrato.
O NCC traz regra expressa acerca da função do princípio vertente, explicitando que quem excede limites da boa-fé, comete ato ilícito, na modalidade de abuso de direito (art.187 c/c 927 CC).
Do exposto se pode notar que a boa-fé é multifuncional, desempenha função integrativa (deveres anexos: art. 422); função interpretativa (art. 113) e ainda, função de controle, impedindo o abuso de direito (art.187, CC).
Função controladora: venire contra factum proprium; supressio; surrctio; tu quoque; inciviliter agire. Muitos autores colocam o venire, na teoria dos atos contraditórios, como gênero.
Venire contra factum proprium(teoria dos atos contraditórios /nulli conceditur/ teoria da vedação ao ESTOPPEL – e o elemento surpresa, que exerce posição jurídica, trazendo expectativa para a outra parte. Tem que manter a atitude assumida anteriormente. Não pode o consumidor ser surpreendido com atitudes CONTRADITORIAS aquelas que venham sendo assumidas durante determinado tempo.
Ex: credor que sempre aceita o pagamento fora do lugar avencado 330 cc. 
Ex: A pessoa contrata o plano de saúde sem o home care. A passoa pede o home care e o plano autoriza. Meses após o [plano percebe que autorizou para quem não tinha direito e manda uma carta dizendo que vai retirar o home care. O paciente e SURPREENDIDO. A conduta reiterada criou um direito subjetivo para ele.
Ex: seguro de vida que foi sempre pago em atraso.
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM
Não pode jamais um contratante agir de certa forma e de repente agir de forma diferente – elemento surpresa. Surpreende o consumidor com uma conduta contraditória.
Ex: renovação de cheque especial.
SUPRESSIO
O contratante age de determinada maneira. Ele fica inerte no pedido do cumprimento da obrigação e essa inercia faz com que o outro contratante acredite que a obrigação esta extinta.
Similar a prescrição, mas ocorre antes do prazo prescricional.
Ex: comprei pela internet, mas não me mandaram o boleto de pagamento. O consumidor vai atrás pedindo o boleto, mas não e obrigado.
Ocorre quando um direito não exercido por determinado tempo pelo credor não poderá mais sê-lo se o devedor acreditou, teve a legitima expectativa que a obrigação estaria extinta. Tem que ocorrer antes da prescrição. Não há prazo. Tem que ser um prazo razoável.
OBS: a pessoa deve a CEDAE, mas nunca foi cobrada nem teve a agua cortada. A pessoa paga as contas atuais. Pode alegar SUPRESSIO? Não, porque a prestação e periódica, você continua tendo contato com a CEDAE.
SURRECTIO
E parecido com o venire, mas não tem o elemento surpresa.
Um direito e constituído pela atitude positiva reiterada. Ex: HOME CARE.
Faz nascer um direito em decorrência da pratica continuada de certos atos. E o registro do tempo de conduta do contratante que faz nascer um direito, em proteção a boa-fé objetiva. Tempo mais forma de agir.
Ex: O aluno que todo ano renegocia a divida do não pagamento das mensalidades escolares, mas continua sem pagar. Ele acreditou que ia conseguir terminar o curso.
TU QUOQUE
E similar a exceção de contrato não cumprido.
Art.476 cc e 477 cc – exceção do contrato não cumprido. 
Se uma parte contratante descumpriu o contrato, não poderá exigir do outro o cumprimento do preceito que ele mesmo descumpriu.
Ex: Você esta em atraso com o pagamento da alienação fiduciária.
Existe posição doutrinaria e jurisprudencial dizendo que se você estiver em atraso, não pode fazer revisão de contrato. - majoritário – esta protelando o pagamento.
OBS: art.491 cc – não cabe exceção de contrato não cumprido para a venda a credito.
INCIVILITER AGIRE
E o estudo da compreensão e da cooperação. E a vedação de agir de forma incivilizada. Sendo, portanto, proibida a atitude incompatível com a razoabilidade.
Advém do dever de cooperação contratual.
Ex: se você e discriminado numa loja – e inciviliter agire.
4. Princípio da confiança (vide leitura complementar na Xerox: “Apontamentos sobre o princípio da confiança legítima no Direito Brasileiro”).
	Embora não previsto expressamente no CDC, é uma irradiação normativa da boa-fé. Confiança é a credibilidade que o consumidor deposita no produto ou no vínculo contratual como instrumento adequado para alcançar os fins que razoavelmente espera. 
 	Prestigia, desse modo, as legítimas expectativas que o consumidor deposita na contratação.
	No art. 30 do CPDC temos um dos efeitos do princípio da confiança: a vinculação da oferta, criando obrigação pré-contratual.
5. Princípio da informação e transparência (ou da transparência máxima) (art. 4º, caput; 6º, II e III; 8º, caput, 12; 30, 31 e 46, todos do CDC)
 
É como se fosse um corolário do princípio da boa-fé, pois quem é leal informa. 	Significa ser evidente, claro nas contratações, expor quais as suas reais intenções com a celebração do negócio.
O direito à informação está inserido no rol dos direitos básicos do consumidor (art.6o , CDC), logo, em contrapartida existe um dever de informar (obrigação legal por parte dos fornecedores de produtos e serviços), com especificação de todas as caraterísticas do produto, indicação correta da quantidade, composição, qualidade, preço, bem como sobre os riscos que apresentem.
Todavia, não basta apenas informar, haja vista que além de adequada, esta informação deverá ser clara, vale dizer, atribui-se ao fornecedor o dever de ser evidente, claro nas contratações, expondo as suas reais intenções ao consumidor com a celebração do negócio (transparência máxima).
Para celebração justa de um contrato, é preciso que exista colaboração e confiança de ambas as partes. E confiar, na verdade, é acreditar. Confiar que a contratação está sendo feita de forma adequada, de acordo com as expectativas das partes. Fala-se até mesmo no princípio da confiança, como vertente dos princípios da boa-fé e da transparência.
Assim, veremos que estes princípios são violados quando uma das partes frustra a expectativa legítima criada na outra parte contratante, de que o negócio jurídico efetivamente seria celebrado. 
Outra forma de violação do dever de informação ou de transparência, é a chamada publicidade enganosa, a qual analisaremos de forma mais detalhada nas próximas aulas.
A própria Lei 8.078/90, em diversos dispositivos, revela importância deste princípio, a saber: arts.30, 31,33, 36, 37, 40, 43, 46 e 54, § 3.
6. Princípio da segurança (arts.12 e 14 parágrafo único do CDC)
É adotado na responsabilidade civil dos fornecedores de produtos e serviços: arts.12 e 14 do CDC.
Não há responsabilidade (= obrigação de indenizar) sem prévia violação de um dever jurídico.
No CDC, este dever jurídico dos fornecedores é o dever de segurança, ou seja, dever de não colocar no mercado de consumo produtos defeituosos que podem gerar danos aos consumidores.
O defeito se verifica quando o produto ou o serviço não oferece a segurança legitimamente esperada pelo consumidor.
Este tema será objeto de aula específica: responsabilidade nas relações de consumo
 
7. Princípio da efetividade da tutela jurisdicional
 Significa tornar eficaz, eficiente, realizar na prática a proteção que a lei prometeu ao consumidor.
 Para tanto, a lei consumerista introduziu o art. 5º, que impõe a criação de órgãos governamentais especializados na defesa do consumidor, bem como a criação de Juizados Especiais como forma de garantir efetivo acesso à justiça dos consumidores. Além do que positivou diversos mecanismos de facilitação da defesa do consumidor em juízo, tais como: a efetiva reparação de danos materiais e morais; o princípio processual da inversão do ônus da prova; a desconsideração personalidade jurídica; a responsabilidade objetiva dos fornecedores; a vedação da denunciação da lide nas relações de consumo; a defesa coletiva dos consumidores por meio da propositura de ações coletivas; a participação do Ministério Público na defesa dos consumidores (art.51, § 4); a nulidade de pleno direito das cláusulas abusivas; a admissibilidade de todas as espécies de ações capazes de propiciar a adequada e efetiva tutela dos consumidores (art.83); coisa julgada erga omnes, etc.
OUTROS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CDC 
Princípio da solidariedade (art.7o, parágrafo único, do CDC)
Hoje a cadeia de produção é muito diversificada, pois uma pessoa projeta, outra monta, outra fabrica, outra distribui, e outro vende. Se esse produto causa um dano, apresenta um defeito, iria começar um jogo de empurra, com o vendedor colocando a culpa em quem distribuiu e este em quem fabricou, e este em quem projetou, etc...
Por isso, o legislador estabeleceu solidariedade entre todos que participam da cadeia de produção. Isto está escondido no art.7o , p.único, do CDC.
Isso mudou as relações de consumo, pois agora o consumidor lesado que sofreu um dano, pode eleger à sua vontade qualquer desses componentes da cadeia de produção para ingressar com a pretensão indenizatória.
Atentem para o fato de que o importador também poderá ser acionado pelo consumidor, pois acioná-lo no estrangeiro seria uma causa extremamente onerosa e provavelmente sem êxito. Dessa forma, se o produto é importado e causa um dano, defende-se a possibilidade de propor a ação contra o importador aqui no Brasil.
Princípio do acesso à Justiça
É o direito que tem o consumidor de obter do Estado uma resposta rápida e efetiva ao seu conflito de interesses; direito de efetividade e da utilidade da prestação jurisdicional.
Conforme dito acima (princípio da efetividade da tutela jurisdicional), o CDC criou regras (mecanismos, instrumentos processuais) que tornam o acesso à Justiça eficiente.
Princípio da equidade (art. 51, IV, CDC).
Tem estreita relação com o princípio da boa-fé objetiva: ou seja, o juiz na análise do comportamento leal, honesto entre as partes, deve buscar a justiça do caso concreto, vale dizer, dar a cada um o que efetivamente é seu de direito. 
Possui aplicação no campo do contratos de consumo, pois, por exemplo, o desequilíbrio do contrato, com a desproporção das prestações das partes, ofendem o princípio da equidade, fundamento do princípio da equivalência contratual, bem com a inserção de cláusulas contratuais abusivas que coloquem o consumidor em situação de desvantagem exagerada diante do fornecedor.
Princípio da defesa coletiva
O legislador percebeu que a defesa individual do consumidor era, na maioria das vezes, inócua, como Davi enfrentando Golias – Ex. um carro que apresenta o mesmo defeito com várias pessoas, uma ação isolada seria difícil. Nesse caso, uma sentença valerá para todos os outros que vierem (eficácia erga omnes).
Observem que o Código não proibiu a defesa individual, mas apenas percebeu que a defesa coletiva é mais eficiente e menos onerosa (há um capítulo da lei do consumidor dedicado ao tema).
Veremos tb q a Lei da ação civil pública (Lei n.7.347/85) também protege a cidadania e a defesa coletiva de direitos.
Obs.) Na fase pré-contratual: princípio da vinculação da oferta (arts. 30 c/c 35, CDC); bem como os princípios específicos da publicidade, a exemplo dos princípios da veracidade e da não-abusividade; princípio da identificação da mensagem publicitária; princípio do ônus da prova a cargo do fornecedor, dentre outros.

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