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RESÍDUOS SÓLIDOS Centro Universitário Católica de Santa Catarina/2012/2 Professora Fernanda Alquini Nenhuma espécie na natureza é capaz de gerar algo que ninguém queira, à exceção da espécie humana (Pauli, 1996). PAULI, Guinter. Emissão zero: a busca de novos paradigmas: o que os negócios podem oferecer a sociedade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996. QUAIS OS BENEFÍCIOS DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS? Redução de geração de resíduos na fonte; Substituição de matéria-prima e insumos; Reutilização e reciclagem; Aumento da rentabilidade através da gestão dos resíduos e redução de desperdícios; Proteção da saúde pública e da qualidade do meio ambiente; Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias ambientalmente saudáveis como forma de minimizar impactos ambientais; Maior segurança frente as crescentes exigências da legislação ambiental; Melhor relacionamento com o órgão ambiental; Prevenção de riscos ambientais, evitando notificações dos órgãos ambientais; Melhoria da imagem junto aos funcionários, comunidade e clientes. REDUÇÃO DE CUSTOS E RISCOS MAXIMIZAÇÃO DE OPORTUNIDADES BENEFÍCIOS No Brasil a gestão inadequada de resíduos é crime ambiental; A legislação ficou mais restritiva, os órgãos ambientais mais exigentes e a sociedade mais consciente; As empresas buscam soluções adequadas que resultam em benefícios econômicos concretos para seu negócio; Boas práticas revelam-se altamente rentáveis para o empresário (redução na fonte, substituição de matéria-prima, reutilização e reciclagem podem trazer reais benefícios econômicos, além de evitar a exposição do negócio aos riscos dos passivos ambientais). INTRODUÇÃO Danos causados ao meio ambiente, como poluição de corpos hídricos, contaminação de lençol freático e danos à saúde, devem ser reparados pelos responsáveis pelos resíduos. A reparação do dano, na maioria dos casos, é muito mais complicada tecnicamente e envolve muito mais $$$$ do que a prevenção. As empresas geradoras devem auditar periodicamente seus prestadores de serviço, certificando-se de que eles estão gerenciando suas atividades corretamente. A responsabilidade pelo manejo e destinação dos resíduos é sempre da empresa geradora, bem como da empresa prestadora do serviço (CO-RESPONSABILIDADE). INTRODUÇÃO CONCEITO Dicionário Aurélio: “lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas e sem valor”; ABNT: “restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo-se apresentar no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional”. RESÍDUO Relatividade da característica inservível do lixo - aquilo que já não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta, para outro pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou processo. REFLEXÃO CLASSIFICAÇÃO Segundo a ABNT NBR 10004:2004 – Resíduos Sólidos – Classificação, a definição é a seguinte: “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível” CLASSIFICAÇÃO Riscos potenciais de contaminação do meio ambiente Natureza ou origem Fonte: NBR 10004:2004 FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO RISCOS POTENCIAIS CLASSE I OU PERIGOSOS CLASSE II A OU NÃO-INERTES CLASSE II B OU INERTES CARACTERÍSTICAS São aqueles cujas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas podem acarretar em riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Para que um resíduo seja apontado como Classe I, ele deve estar contido nos anexos A ou B da NBR 10004:2004 ou apresentar uma ou mais das seguintes características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade, Toxicidade e Patogenicidade. CLASSE I ou PERIGOSOS Óleo lubrificante usado ou contaminado; Óleo de corte e usinagem usado; Latas de tintas e solventes; Estopas contaminados com óleo; Equipamentos descartados contaminados com óleo; Lodos gerados no tratamento de efluentes líquidos industrial; Lâmpadas com vapor de mercúrio após o uso (Fluorescentes). EXEMPLOS São os resíduos que podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, com possibilidade de acarretar riscos à saúde ou ao meio ambiente, não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos ou Classe II B – inertes. Exemplos: Fios; Isopor; Espuma; Borracha; Lixo doméstico; Retalhos; Pneus; Papelão. CLASSE II A ou NÃO-INERTES São aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Exemplos: Entulhos de demolição; Cerâmica; Vidro. CLASSE II B ou INERTES Característica do resíduo Quanto às características físicas: Seco: papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, guardanapos e tolhas de papel, pontas de cigarro, isopor, lâmpadas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças. Molhado: restos de comida, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, etc... Quanto à composição química: Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim. Inorgânico: composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas, tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas, porcelana, espumas, cortiças, etc. QUANTO À NATUREZA OU ORIGEM Cascas de frutas, verduras, produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis entre outros RESÍDUO DOMICILIAR RESÍDUO COMERCIAL Originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de serviços, tais como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. RESÍDUO DE SERVIÇOS PÚBLICOS Varrição das vias públicas, limpeza de praias, galerias, córregos, restos de podas de plantas, limpeza de feiras livres, constituído por restos de vegetais diversos, embalagens, etc. Metalúrgico, químico, petroquímico, de papelaria, de indústria alimentícia, etc. RESÍDUO INDUSTRIAL RESÍDUOS RADIOATIVOS Resíduos de atividades com urânio, césio, tório, radônio, cobalto.RESÍDUOS DE PORTOS, AEROPORTOS E TERMINAIS RODOFERROVIÁRIOS RESÍDUOS AGRÍCOLAS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE NBR 12.808/93 Resolução CONAMA 358/2005 – Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências O acondicionamento inicial dos resíduos deverá acontecer o mais próximo possível dos locais de geração dos mesmos, dispondo-os de forma compatível com seu volume e preservando a boa organização dos espaços nos diversos setores da obra. Em alguns casos, os resíduos deverão ser coletados e levados diretamente para os locais de acondicionamento final. I - Classe A - solos provenientes de terraplanagem, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concreto, blocos, tubos, meio-fios entre outros; II - Classe B - plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; III - Classe C – gesso; IV - Classe D - como tintas, solventes, óleos. RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - RCC ORIGEM DO RESÍDUO RESPONSÁVEL Domiciliar Município Comercial Município Público Município Serviços de Saúde Gerador Industrial Gerador Portos, aeroportos e terminais Ferroviários e rodoviários Gerador Agrícola Gerador Entulho Gerador RESPONSABILIDADES Situação dos Municípios Catarinenses em Abril/2001. Fonte: www.mp.sc.gov.br Municípios Adequados – 13,6 % Municípios em Adequação – 27,0 % Municípios Inadequados – 59,4 % Situação dos Municípios Catarinenses em Março/2003. Fonte: www.mp.sc.gov.br Municípios Adequados – 71,3 % Municípios em Adequação – 28,7 % Situação dos Municípios Catarinenses em Maio/2004. Municípios Adequados – 94,9 % Fonte: www.mp.sc.gov.br Municípios Inadequados – 5,1 % MATERIAL RECICLADO PRESERVAÇÃO DECOMPOSIÇÃO 1000 kg de papel o corte de até 20 árvores e uso de até 50 vezes menos água 1 a 3 meses 1000 kg de plástico extração de milhares de litros de petróleo e economia de 50% de energia 200 a 450 anos 1000 kg de metal extração de 5000 kg de minério 100 a 500 anos 1000 kg de vidro extração de 1300 kg de areia 4000 anos Ciclo de Vida de Produtos SEGREGAÇÃO CÓDIGO DE CORES - Resolução CONAMA 275/01 SEGREGAÇÃO Vantagens de um bom acondicionamento: Evitar acidentes; Evitar a proliferação de vetores; Minimizar o impacto visual e olfativo; Reduzir a heterogeneidade dos resíduos (no caso de haver coleta seletiva); Facilitar a realização da etapa da coleta. ACONDICIONAMENTO Nas cidades brasileiras a população utiliza os mais diversos tipos de recipientes para acondicionamento: Vasilhames metálicos (latas) ou plásticos (baldes); Sacos plásticos de supermercados ou especiais para lixo; Caixotes de madeira ou papelão; Latões de óleo, algumas vezes cortados ao meio; Contêineres metálicos ou plásticos, estacionários ou sobre rodas; LOCAIS DE ACONDICIONAMENTO ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS Serviços de Saúde Industrial Construção Civil Todo o recipiente deve ser fechado de forma a não possibilitar vazamento; Toda a embalagem deve ser fechada quando 2/3 de sua capacidade estiverem preenchidos; Deverá ser acondicionado em local que possua piso e paredes revestidas com material liso, resistente, facilmente lavável, impermeável e de cor clara; Possuir símbolo de identificação; Lixeiras sempre com pedal e tampa; Os resíduos perfurantes ou cortantes deverão ser colocados em embalagens rígidas que atendam à norma técnica NBR 12.808 da ABNT, as quais serão dispostas em sacos plásticos de cor branca leitosa que, por sua vez, serão colocados nos contêineres padronizados até o momento da coleta avental plástico; luvas plásticas; bota de PVC (por ocasião de lavagens) ou sapato fechado; óculos; máscara. EPI RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE tambores metálicos de 200 litros para resíduos sólidos sem características corrosivas; bombonas plásticas de 200 ou 300 litros para resíduos sólidos com características corrosivas ou semi-sólidos em geral; big-bags plásticos, que são sacos, normalmente de polipropileno trançado, de grande capacidade de armazenamento, quase sempre superior a 1m3; contêineres plásticos, padronizados nos volumes de 120, 240, 360, 750, 1.100 e 1.600 litros, para resíduos que permitem o retorno da embalagem; caixas de papelão, de porte médio, até 50 litros, para resíduos a serem incinerados; caçambas entre outros. Em piso impermeável, com cobertura e quando necessário com contenção. RESÍDUOS INDUSTRIAIS O acondicionamento inicial dos resíduos deverá acontecer o mais próximo possível dos locais de geração dos mesmos, dispondo-os de forma compatível com seu volume e preservando a boa organização dos espaços nos diversos setores da obra. Em alguns casos, os resíduos deverão ser coletados e levados diretamente para os locais de acondicionamento final. I - Classe A - solos provenientes de terraplanagem, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, argamassa e concreto, blocos, tubos, meio-fios entre outros; II - Classe B - plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; III - Classe C – gesso; IV - Classe D - como tintas, solventes, óleos. Sacos de ráfia; Caixas de madeira; Caçambas; Bombonas e contentores; Entre outros. RESOLUÇÃO CONAMA nº 307/2002 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL As soluções para a destinação dos resíduos devem combinar compromisso ambiental e viabilidade econômica, garantindo a sustentabilidade. DESTINAÇÃO FINAL Aterro Industrial – Blumenau/SC TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS LIXÃO ATERRO CONTROLADO ATERRO SANITÁRIO ATERRO INDUSTRIAL Modelos de Aterros - Lixões - Modelos de Aterros - Aterros Controlados - Modelos de Aterros - Aterros Sanitários - Fonte: ABNT 2009 Modelos de Aterros NO BRASIL SÃO PRODUZIDOS DIARIAMENTE ~240.000 TONELADAS DE LIXO. APENAS 2% DE TODO LIXO PRODUZIDO É RECICLADO. Modelos de Aterros Quanto se gera? Papel – 3 meses Madeira – 6 meses Restos Orgânicos – 6 a 12 meses Cigarro – 1 a 2 anos Chiclete – 5 anos Lata de Aço – 10 anos Plástico – mais de 100 anos Vidro – 4000 anos Lata de Aluminio – não se decompõe Modelos de Aterros Tempo de decomposição Processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos (aqueles que possuem carbono em sua estrutura), de origem animal e vegetal, pela ação de microorganismos. Para que ele ocorra não é necessário a adição de qualquer componente físico ou químico à massa do lixo. COMPOSTAGEM Processa 15 litros de lixo por mês (aproximadamente 8 lixeirasde cozinha) COMPOSTAGEM - MINHOCASA
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