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PROGRAMAÇÃO DE OBRAS Pouco empregada na construção, por diversos motivos: As empresas e consequentemente as obras tem pouca organização Não existe uma clara definição de responsabilidade entre os diversos responsáveis Os serviços vão ocorrendo de uma forma “espontânea”, baseada na experiência de engenheiros e/ou mestres de obras As condições dos canteiros dificultam a organização Os prazos de obras longos são afetados por ciclos de aumento e diminuição ritmos das obras e até paradas das mesmas OBJETIVOS DA PROGRAMAÇÃO Definir linha mestra de conduta para as ações da gerência das obras Criação de mecanismos que alertam em tempo hábil as prioridades de serviços e necessidades de insumos Orientar à gerência da obra para análise das futuras conseqüências das decisões tomadas no dia a dia do canteiro CONCEITOS BÁSICOS A programação de uma obra objetiva que essa se desenvolva dentro de prazos e custos estipulados, analisando a seqüência lógica das atividades, sem improvisações e alocando recursos de forma correta A fonte de dados é o orçamento discriminado. Este lista todos os serviços e possui dados detalhados relativos ao consumo de cada insumo (quantidades físicas de material e temporais da mão-de- obra) SERVIÇO: cada uma das partes em que se divide de forma que, em ralação a uma unidade de medida, possam ser indicados com facilidade o conjunto de insumos necessários ATIVIDADE: conjunto contínuo de operações no canteiro de obras. As atividades podem ser derivadas dos serviços, mas esse últimos nem sempre têm a característica de continuidade no tempo além de considerar as vezes o trabalho de diferentes equipes de produção COMPONENTES DA PROGRAMAÇÃO Programação temporal Preocupa-se em verificar quando cada atividade poderá ocorrer. Para isso para isso devem ser analisadas as equipes necessária para ajustar a duração da obra ao prazo prescrito e a disponibilidade de recursos. Programação financeira Pode ser desenvolvida após a primeira definição de como o tempo será aproveitado no canteiro de obra. Tem o objetivo de demonstrar como ocorreram as despesas. Resume-se ao lançamento de custos no tempo. Quando surgem problemas de concentração de despesas num determinado de período, se reavalia a programação temporal. Chega-se a uma solução final da aplicação dos recursos ao longo da obra, por este método interativo Programação de compras É o estudo dos prazos que deverão ser respeitados para que sejam efetuadas as compras de acordo com a programação temporal e financeira. Devem ser definidas datas para a pesquisa dos preços, compras e entrega PROGRAMAÇÃO TEMPORAL Etapas básicas Definir a atividade da obra Para cada atividade, calcular o número de homens – hora necessários e definir sua duração Adequar as durações das várias atividades ao programa como um todo pela alocação de um número maior ou menor de equipes de trabalho Definição das atividades de programação da obra Analisar os serviços quanto sua ocorrência no canteiro de obras e, podemos concluir que uma atividade pode ser equivalente a: Um serviço Um somatório de serviços Uma parcela de um serviço Um somatório de parcelas de serviço É necessário que ocorra a definição das atividades em função da atividade básica de programação. Esta unidade básica poderá ser em obras pequenas a obra como um todo, mas o mais comum é considerarmos o pavimento, meio pavimento o qualquer unidade de espaço físico conveniente a seqüência das operações Definição da duração de cada atividade Conhecidas as atividades componentes da programação de obra e o respectivo número de homens – obra, devemos analisá-las no sentido de definir a sua duração Atividade: instalação de uma caixa de descarga de embutir em fibrocimento Homens – hora Instalador hidráulico = 3,00 horas Ajudante de instalador hidráulico = 3,00 horas Equipe básica: instalador hidráulico 1 : 1 ajudante de instalador hidráulico Duração: 3,00 horas Atividade: instalação de 20 caixas de descarga de embutir em fibrocimento Homens – hora Instalador hidráulico = 60,00 horas Ajudante de instalador hidráulico = 60,00 horas Equipe básica: instalador hidráulico 1 : 1 ajudante de instalador hidráulico Duração: 60,00 horas Atividade: preparo de 1m3 de concreto, mistura em betoneira Homens – hora Pedreiro = 2,00 horas Servente = 6,00 horas Equipe básica: pedreiro 1 : 3 serventes Duração: 2 horas Atividade: preparo de 15m3 de concreto, mistura em betoneira Homens – hora Pedreiro = 30,00 horas Servente = 90,00 horas Equipe básica: pedreiro 1 : 3 serventes Duração: 30,00 horas Atividade: colocação de 15m2 de azulejo Homens – hora Azulejista = 8,00 horas Servente = 4,00 horas Equipe básica: pedreiro 2 : 1 servente Duração: 4,00 horas Atividade: colocação de 150m2 de azulejo Homens – hora Azulejista = 80,00 horas Servente = 40,00 horas Equipe básica: pedreiro 2 : 1 servente Duração: 40 horas Alocação de equipes por atividades e reavaliação das durações As durações dos exemplos, correspondem a alocação de uma única equipe de trabalho. No canteiro, normalmente para cada atividade existem várias equipes de trabalho, desenvolvendo as operações simultaneamente O emprego de mais de uma equipe para uma mesma atividade tem duas conseqüências: Redução do tempo total da obra Exigência de maior volume de recursos humanos e financeiros a cada período Número de equipes Duração (horas) 1 3/1 = 3 2 3/2 = 1,5 ~ 2,0 3 3/3 = 1,0 Número de equipes Duração (horas) 1 60/1 = 60 2 60/2 = 30 3 60/3 = 20 4 60/4 = 15 Instalação de uma caixa de descarga Instalação de 20 caixas de descarga Número de equipes Duração (horas) 1 2/1 = 2 2 2/2 = 1 3 2/3 = 0,67 ~1,0 4 24 = 0,50 ~1,0 Número de equipes Duração (horas) 1 30/1 = 30 2 30/2 = 15 3 30/3 = 10 4 30/4 = 7,5 ~ 8 Preparo de 1m3 de concreto Preparo de 15 m3 de concreto Observações A unidade de medida mínima para a duração das atividades deve ser de o dia ou turno de trabalho Número de equipes não tem limitações enquanto houver disponibilidade financeira para suprir a obra com materiais e equipamentos e pagar os salários dos operários. A única limitação a ser considerada é o espaço físico para a execução das atividades MÉTODOS PARA A PROGRAMAÇÃO DE OBRAS MÉTODOS Gráfico de barras ou de Gantt Rede de precedências Linhas de balanço CARACTERÍSTICAS PARA A ESCOLHA DO MÉTODO Gráfico de barras ou de Gantt: quando existe a necessidade de apresentação do cronograma da obra, sem grandes preocupações com o controle e reavaliação da programação ao longo do tempo Rede de precedências: para obras convencionais, não repetitivas, para as quais desejamos programar, controlar e reavaliar a programação ao longo do tempo de realização da obra Linhas de balanço: para obras repetitivas (edifícios, torres ou conjuntos residenciais) para as quais é essencial que exista na programação, a possibilidade de controlar e a reavaliação desta em conseqüência do que foi observado em canteiro GRÁFICO DE BARRAS OU GANTT Método mais conhecido e utilizado, pela sua simplicidade Desvantagem: falta de informações fornecidas para a tomada da decisão ETAPAS 1. Definir a discriminação para a programação, isto é, alista das atividades que ocorrerão na obra estudada, tendo por base a discriminação orçamentária 2. Definir a equipe básica para cada atividade, onúmero de equipes a serem alocadas e a correspondente relação 3. Indicação da seqüência de atividades, indicando para cada atividade as respectivas atividades sucessoras 4. Confeccionar o gráfico de barras, com representação da duração através de barras e as atividades sucessoras na seqüência da data de término da atividade ali apresentada OBS.: as atividades sucessoras são o conjunto de atividades que só poderão ser realizadas após a completa execução da atividade referenciada como antecessora. Isto é, existem dependências, técnicas entre as atividades que impedem sua realização de outra forma CÁLCULO DE DURAÇÕES EXEMPLO 1: Atividade: limpeza do terreno Homens – hora: 45 horas Equipe: 1 servente Número de equipes: 2 equipes Duração = 45/2 = 22,5 h 22,5/8 = 2,77 dias ~ 3 dias EXEMPLO 2: Atividade: tapume (execução tapume + execução portões + fixação de placas) Homens hora: 225 horas carpinteiro 150 horas servente Equipe: 1,5 carpinteiro + 1 servente (usar número par de equipes ou mudar a relação para carpinteiro 2:1 servente Número de equipes: 4 Duração: 150/4 = 37,5 h 37,5/8 = 4,75 dias ~5 dias EXEMPLO 3 – CALCULO DE DURAÇÃO ALVENARIA Atividade: assentamento de tijolo, parede de 12cm Quantidade de serviço: 750 m2 Produtividade: 1 pedreiro + 1/2 serv. executam 10 m2 por dia (0,8 hh/m2) Homens hora: 600 horas pedreiro necessárias 300 hora servente Equipe: 1 pedreiro + 0,5 servente Número de equipes: 6 Duração: 600/6 = 100 h 100/8 = 12,5 dias ~13 dias Atividade Duração (dias) Atividades sucessoras Limpeza do terreno 3 Tapume Ligação provisória água Ligação provisória energia elétrica Tapume 5 Barracões Ligação provisória de água 2 Locação de obra Ligação provisória energia elétrica 3 Escavação manual de valas Locação de obra 2 Escavação manual de valas Barracões 4 ----------- Escavação manual de valas 5 ----------- Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Limpeza de terreno X X X Tapume X X X X X Ligação provisória de água X X Ligação provisória elétrica X X X Locação de obra X X Barracões X X X X Escavação manual de valas X X X X OBSERVAÇÕES Não ficam claras de dependência entre as atividades Não fica respondida a questão: quando uma atividade não cumpre com o prazo programado, como fica afetado o prazo da obra como um todo? Uma forma de deixar mais claro o diagrama é de usar linhas verticais para assinalar dependência entre atividades Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 Limpeza de terreno X X X Tapume X X X X X Ligação provisória de água X X Ligação provisória elétrica X X X Locação de obra X X Barracões X X X X Escavação manual de valas X X X X X PROGRAMAÇÃO DE OBRA (EXEMPLO) INDICAÇÃO DE GRANDES MARCOS DA OBRA RELAÇÃO DE ATIVIDADES (EXEMPLO) ATIVIDADE Duração Ativ. predecessoras Limpeza do terreno 2 dias ---- Obras e instalações provisórias 3 dias Limpeza do terreno Movimentação de terra 2 dias Locação de obra Estaqueamento Furos de trado (forma, aço, concreto) Escavação manual de fundações Lastro de fundações Vigas baldrames e blocos (forma/aço) Instalações embutidas no piso do térreo Forma/aço de laje de piso Concreto laje de piso térreo Impermeabilização de fundações Alvenaria pavimento 1 Forma de pilares, vigas e laje pavto 1 Aço de pilares, vigas e laje pavto 1 Instalações embutidas na laje Concretagem de pilares e laje pavto 1 Compactação manual do terreno SEQUENCIAMENTO DAS ATIVIDADES Tipos de dependências entre atividades - Término a início (exemplo: Alvenaria e Chapisco) - Término a término (exemplo: A montagem de esquadrias e gesso devem terminar ao mesmo tempo) - Início para início (exemplo: o chapisco externo deve começar 15 adias após o início do chapisco interno) - Início para término (exemplo: a louça deve ficar instalada após 30 dias da monta- gem das esquadrias Os tipos de dependências podem ser: obrigatórias, arbitradas ou externas OBSERVAÇÕES - Verificar seqüência lógica de atividades - Verificar esperas técnicas para realização da algumas atividades DIAGRAMAS DE REDE SIMPLES DO MS - PROJECT ESTIMATIVA DE RECURSOS Observar as seguintes diretrizes: - Dados orçamentários -Disponibilidade de recursos - Padrões da empresa Os recursos são classificados como: - Financeiros - Materiais - Componentes - Equipamentos ESTIMATIVA DE DURAÇÃO DE ATIVIDADES Observar as seguintes diretrizes: - Considerar índices de produtividade - Fluxo de caixa - Escopo do projeto Considerar na estimativa: -Durações obtidas em projetos análogos -- Análise de reserva ou Buffers para contingências DESENVOLVIMENTO DO CRONOGRAMA Observar as seguintes diretrizes: - Padrões da empresa - Analisar a rede do cronograma - Método do caminho crítico - Análises de cenários ( e se?) - Nivelamento de recursos - Uso de softwares (MS-Project, Primavera) - Aplicação de calendários SAÍDAS Cronograma - Diagramas de rede - Gráficos de barras (marcos, detalhados) - Gráficos de marcos - Equipamentos Outros dados Recursos, atividades, restrições, reservas para contingências, cronogramas alternativos Linha base do cronograma Versão do cronograma aceita e aprovada pela equipe do projeto PROGRAMAÇÃO DE OBRA (EXEMPLO) NIVEL DE AGREGAÇÃO – LONGO PRAZO NIVEL DE AGREGAÇÃO – LONGO PRAZO/MEDIO PRAZO PROGRAMAÇÃO – LINHA DE BALANÇO (Heineck, 2006)
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