Buscar

Síntese técnicas projetivas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PSICOLOGIA 7MA
DISCIPLINA: TÉCNICAS PROJETIVAS
DOCENTE: EURANDIZIA
DISCENTE: ISADORA DA SILVA REZENDE
Síntese do texto: “A técnica da casa-árvore-pessoa (HTP) de John Buck” da autora Maria Cecília de Vilhena Moraes Silva.
O teste HTP (casa-árvore-pessoa), criado por John N. Buck em 1948, objetiva compreender características da personalidade humana como também a forma deste indivíduo interagir com as pessoas e com o ambiente. Esta é uma técnica onde ocorre a estimulação da projeção de aspectos da personalidade e de áreas de conflito dentro da situação terapêutica, proporcionando uma compreensão dinâmica das características e do funcionamento do individuo. Este teste pode ser aplicado em pessoas a partir de oito anos e propõe a realização de três desenhos sequenciais - uma casa, uma árvore e uma pessoa - os quais devem ser desenhados em folhas separadas, utilizando lápis e borracha. Após a realização dos desenhos, a proposta é que se realize um inquérito bem estruturado sobre as características e descrições relativas às associações do indivíduo sobre cada desenho. 
Diante dos conteúdos trazidos pelo indivíduo que realizou os desenhos e respondeu ao inquérito, o avaliador pode realizar interpretações sobre os aspectos pessoais projetados. A casa, a árvore e a pessoa são conceitos de grande potência simbólica carregadas de experiências emocionais e ideacionais associadas ao desenvolvimento da personalidade que se projetam quando estes conceitos são desenhados. A casa por exemplo, além da qualidade gráfico-estética (tipo perspectiva, proporção, etc.) pode ser interpretada em seus componentes: teto, paredes, porta, janelas, chaminé (fumaça) e acessórios (onde se incluem os componentes de paisagem) na ótica da teoria psicanalítica. 
A produção pode ser analisada sob três perspectivas: adaptativa, expressiva e projetiva. Na perspectiva adaptativa, ocorre a avaliação da adequação do sujeito à tarefa considerando a qualidade da produção. Na expressiva, se analisa o estilo próprio do sujeito. Já na projetiva, concentra-se no modo como o tema é tratado e avalia a atribuição de qualidades às situações e objetos representados, o que permite identificar áreas de conflito mais significativas. De forma geral é uma tentativa de sistematizar a aplicação e criar critérios para a interpretação dos desenhos conforme propõe o manual, o protocolo configura-se como um recurso útil para a apreensão das características relevantes, visando a interpretação adequada dos desenhos O que se observa, contudo, é a característica patologizante e reducionista do protocolo, na medida em que vincula as características dos desenhos a indicadores psicopatológicos muito específicos, sem considerar outras variáveis envolvidas e que não podem ser apreendidas através da aplicação de um único instrumento.
O HTP parte do pressuposto de que existe, no homem, uma tendência a ver o mundo de modo antropomórfico. Assim, ele tende a atribuir a sua visão a outros habitantes do mundo, o que permite identificar-se com eles e não apenas com seus pares humanos. Nesse sentido, a casa, a árvore e a pessoa desenhadas não deixam de ser representações da imagem que o indivíduo tem de sim. Quanto à interpretação dos desenhos que chamamos de Trìade (casa-arvore-pessoa) é importante mencionar que esta precisa ir além do conteúdo gráfico puro e simples. Para tanto, é necessário considerar: análise dos demais fenômenos oriundos da avaliação, quais sejam, os conteúdos gestuais e verbais ocorridos ao longo da aplicação; associação das informações obtidas pelo HTP a informações oriundas de outras fontes, conforme propõe o autor no caput do protocolo de aplicação; rigor no uso das informações advindas do manual; interpretações fundamentadas na literatura científica sobre técnicas projetivas gráficas.
Na prática clínica, os desenhos não devem ser vistos como mera somatória de sinais ou características de produção que se prestam, ou não, a exercícios matemáticos. Se, por um lado, a identificação de características próprias de grupos clínicos específicos contribui com dados importantes para a compreensão da dinâmica ou da patologia subjacente, por outro nada dizem sobre as especificidades dos casos. Eventos como abuso sexual, possibilidade de mutilação ou presença de doença nos genitais não “cria” características específicas; eles terão impacto na personalidade única sobre a qual se abatem, que mobilizará, à sua maneira, os recursos possíveis para enfrentar o trauma ou ameaça. Quem espera a elaboração de escala de itens isolados que resultem em um valor numérico e assegurem o diagnóstico certamente se frustrará.
Os desenhos podem expressar o sofrimento com uma intensidade que excede o que as palavras, e muito menos os números, podem dar conta. Para o cliente, a expressão gráfica favorece a elaboração dos conflitos ou, pelo menos, a maior conscientização dos conteúdos dolorosos e estimula verbalizações associadas. Para o clínico, eles permitem aproximar-se do mundo interno dessas pessoas, de suas ansiedades e principais temores, assim como dos recursos de que dispõem para suportá-los, a fim de fornecer-lhes o apoio e o acolhimento de que necessitam. Porém, esses dados não se dão a conhecer em termo absoluto. Cabe ao profissional usar a experiência para relacioná-los em articulações mais complexas, de acordo com o método clínico. A utilidade das técnicas projetivas gráficas, quando subordinadas ao método clínico, é inestimável para o profissional que trabalha com as questões da vida real daquele a quem atende.

Outros materiais