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ANAMNESE E ALGUMAS TERMINOLOGIAS

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Dr. Ivan Paredes
“A anamnese, o procedimento mais sofisticado da 
medic ina , é uma técn ica de inves t igação 
extraordinária, pois em pouquíssimas outras formas 
de pesquisa o objeto de estudo fala”. 
! ! ! ! Alvan Feinstein (1926-2001)
Objetivos
1. Saber utilizar a anamnese como ferramenta 
médica principal na coleta de dados clínicos.
2. Entender como se processa uma anamnese
3. Saber os elementos envolvidos, os tipos de 
perguntas e a seqüência de perguntas na história 
clínica.
4.Salientar como o médico se deve comportar 
quando coleta os dados clínicos.
O QUE SIGNIFICA ANAMNESE?!
Anamnese vem do grego ana, que significa trazer 
de novo ou trazer de volta e mnesis, que significa 
memória. Em outras palavras, é uma entrevista 
que busca relembrar todos os fatos que se 
relacionam com a doença e à pessoa doente. 
! Entrevistar é uma habilidade adquirida. 
Algumas pessoas conversam mais facilmente do 
que outras, mas uma entrevista médica não é só 
conversação e sim uma metódica conversação. A 
seguir vamos apresentar como este método 
funciona. 
É VERDADE QUE A ANAMNESE É A 
ETAPA MAIS IMPORTANTE DO EXAME 
CLÍNICO?
! Nos últimos tempos observamos cada vez 
mais que os médicos conversam cada vez menos 
com seus pacientes. No entanto, 60% dos 
diagnósticos são feitos pela anamnese, 30% pelo 
exame f í s i co e 10% pe los exames 
complementares. Este paradoxo provavelmente 
ocorre porque de forma errônea, acha-se que os 
exames complementares resolverão os problemas 
de comunicação entre o médico e o paciente, 
mas este tipo de prática, além de ser pouco 
humanizada, desencadeia um desgaste muito 
grande do paciente, pois não é incomum que 
quanto mais exames um paciente realize, mais 
chances de resultados falsos positivos ocorram, 
aumentando as expectativas do paciente e não 
raramente provocando até mesmo doenças 
psíquicas ou orgânicas no mesmo. Portanto, 
valorize a anamnese, aqui se começa a construir a 
relação médico-paciente. A anamnese não é cara, 
mas laboriosa. Se bem feita, você ganhará tempo 
nas próximas etapas médicas.
O QUE DEVO FAZER PARA REALIZAR 
UMA BOA ANAMNESE?
Em primeiro lugar, seja observador e saiba 
que você também está sendo observado. A 
observação é parte valiosa de qualquer entrevista 
médica. Esta é feita ao longo de toda a 
entrevista. Dificuldades motoras ou dificuldades 
de marcha, por exemplo, podem traduzir 
seqüelas de cirurgias, acidentes vasculares 
encefálicos, doenças neurológicas degenerativas. 
Já dificuldades na linguagem, memória e 
orientação podem traduzir demência. Por outro 
lado, se o paciente mostrar mal estar ou 
incômodo , poderá e s ta r pa s sando uma 
mensagem de dor, angústia ou ansiedade. Ou 
seja, mesmo que ainda não se tenha dado início à 
entrevista, ou esta já esteja acontecendo, pistas 
diagnósticas podem surgir pelo simples fato de 
obser var o pac iente , i s to f ac i l i t a rá a 
in terpretação dos dados co le tados e 
provavelmente encurtará o caminho para o 
diagnóstico. 
! A observação, no entanto é recíproca. O 
paciente também o estará observando, portanto 
tenha uma postura apropriada frente ao paciente, 
isto também é conhecido como comunicação não 
verbal. 
! Em qua lquer comunicação ent re 
ind iv íduos , uma grande quant idade de 
informações é passada de forma não verbal. 
Consciente e inconscientemente recebemos e 
enviamos mensagens através de linguagem 
corporal. Sentimentos e propósitos são melhor 
transmitidos por expressão facial e postura. 
Ansiedade, tédio, ira, depressão e medo são 
emoções gera lmente comunicada s por 
mensagens não verbais. Podemos desenvolver 
consciência para perceber e interpretar 
adequadamente g rande quant idade de 
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
1
1 ANAMNESE
informações. É necessário estar alerta para 
captarmos expressões ou linguagem corporal que 
transmitam mensagens diferentes daquela que 
está sendo verbalizada. Vejamos como podemos 
auxiliar a comunicação com os pacientes nos 
diferentes setores, sem que você ou o paciente 
falem uma palavra:
a) Postura: A comunicação é mais fácil quando 
estamos sentados ou em pé confortavelmente, 
não tensos, e sentados na ponta da cadeira. Não 
devemos cruzar os braços cerrar os punhos ou 
cobrir parte da face com as mãos. Não 
demonstre pressa, não fique olhando no relógio. 
Nunca mostre impaciência. Quando possível, 
situar-se no mesmo plano do paciente, a uma 
distancia culturalmente aceitável e não ter luz 
direta atrás do paciente ou de você.
b) Aparência Geral: Um avental médico pode ou 
não auxiliar a comunicação. Considere o impacto 
de outros símbolos médicos como: estetoscópio, 
martelo de reflexos.
c) Expressão Facial: Manter o contato visual 
tanto quanto possível. Observar os olhos do 
paciente e as expressões faciais do mesmo de 
acordo com a progressão da entrevista.
d) Ambiente: Distrações com ruídos, rádio, TV, 
telefones e celulares, limitam a comunicação. 
Solicite ao paciente que diminua o volume do 
som, desligue o celular. A privacidade é essencial.
Faça as perguntas certas. Os diferentes tipos 
de perguntas tem por finalidade extrair do 
paciente informações claras sobre suas queixas 
de forma a facilitar o raciocínio clínico para o 
diagnóstico. São geralmente 5 os tipos de 
perguntas:
‣ Abertas
‣ Focadas (ou semi-abertas)
‣ Fechadas
‣ Dirigidas
‣ Compostas
Perguntas abertas: São as que devem iniciar a 
conversa. São perguntas com ampla liberdade de 
resposta. Na avaliação do problema atual, a 
abertura deverá ser feita com perguntas do tipo 
“Qual é o motivo de sua consulta?” “Em que 
posso ajudá-lo?” “Fale-me sobre sua doença” “O 
que o trouxe à consulta?” “Por quê está no 
hospital?”
Perguntas focadas: O entrevistador define a área 
a ser questionada, mas deixa considerável 
liberdade de resposta. Ex.: “descreva a sua dor 
torácica” Neste caso você definiu duas áreas: um 
sintoma – a dor – e uma região – o tórax. 
Perguntas focadas também podem incluir áreas 
que não são sintomas, como por exemplo, “que 
você faz para viver?”
Perguntas fechadas: São aquelas que podem ser 
respondidas por um “sim” ou “não”, ou um 
número, como idade, número de filhos, vezes ao 
dia, etc. A quantidade de informação é pequena, 
mas pode ser importante. Ex. “Até quanto 
chegou sua pressão arterial?”
Perguntas dirigidas: Devem ser evitadas por 
serem indutoras da resposta: “Você está se 
sentindo melhor, hoje, não está?” “Você 
emagreceu, não emagreceu?”. 
Perguntas compostas: Constituem erro comum 
nas entrevistas médicas. Ocorrem quando duas 
ou mais perguntas são feitas sem dar tempo ao 
paciente para que responda a primeira delas. 
“Conte-me sobre sua dor no peito, se você fuma 
e se algum membro de sua família já teve alguma 
doença significativa”
!! O diagrama abaixo revela a quantidade de 
informações obtidas com os diferentes tipos de 
perguntas:
!! Certamente a maior parte das informações 
virá das perguntas abertas, de maneira que 
procure iniciar a entrevista com perguntas 
abertas, utilizando a seguir as perguntas focadas 
e por fim as perguntas fechadas. Com estes tipos 
de perguntas podem ser realizadas entrevistas 
médicas abrangendo qualquer área médica. No 
entanto, nos casos de pacientes prolixos, com 
respostas vagas e confusas, as perguntas mais 
focadas ou fechadas podem trazer maiores 
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
2
informações. 
!! Por outro lado, no caso de pacientes 
críticos ou agudamente enfermos, onde as 
tomadas de decisões devem ser rápidas, as 
perguntas dirigidas podem ter seu lugar. 
Escute com atenção e motive o paciente a 
contar sua história. A habilidade de escutar é 
tão importante como a de perguntar e é difícil de 
apreender. Boastécnicas de escuta levam o 
paciente a saber que você escutou o que ele disse 
e o que ele queria dizer, bem como permitem que 
o paciente corrija ou complemente sua percepção 
sobre um sintoma, por isso, estas técnicas 
também são conhecidas como facilitadores da 
anamnese e são explicadas a seguir: 
Confirmação: Quando a mensagem é simples e 
direta, a confirmação leva o paciente, a saber, que 
você o ouve e, sua resposta, o encoraja para 
prosseguir. Ex: “eu entendo”, “tudo certo”, “a 
ha” (é como você estivesse dizendo prossiga...)
Empatia: Durante a entrevista o entrevistador 
pode, por vezes, perceber algo de importância 
emocional para o paciente. O paciente se sentirá 
reconfortado se você identifica esta situação. Ex: 
Paciente: “... eu não sabia o que pensar esta 
manhã. Ao acordar não sentia meu braço 
d i re i to . . . ” . Médico : “ i s to deve ter s ido 
atemorizante para você...”
Sumário: É frequentemente de muita valia para o 
entrevistador fazer breves sumários do relato. 
Isto é especialmente útil quando o relato do 
paciente for muito extenso, confuso ou 
desconexo (o sumário pode demonstrar que você 
captou os eventos e inter-relações importantes da 
história) e quando você acredita ter investigado 
suficientemente um tópico (o sumário permite 
você mudar confortavelmente para outra área). 
!! Os sumários transmitem ao paciente o 
interesse acurado que você demonstra dos 
eventos relatados. Por outro lado, cuidado com 
sumários mal feitos, pois estes dizem ao paciente 
que você não escutou cuidadosamente a história 
dele. 
Confrontação: Significa fazer observações que 
implicam que foram reconhecidas discrepâncias. 
Ex: “você disse que sua família é muito unida, 
mas até agora não me contou nada acerca dos 
filhos” ou então “você disse que gostava de seu 
trabalho, mas parece desanimado quando fala 
sobre o mesmo”
Parafraseando: Significa repetir ao paciente algo 
que ele já havia dito, de forma direta e abreviada: 
exemplo: Paciente: “para lhe falar a verdade, 
doutor, não estou nada bem” Médico: “não está 
nada bem?” (redeclaração) ou então refazer a 
frase do relato do paciente com suas próprias 
palavras: Paciente: “tenho tido muitos resfriados 
ultimamente; parece que estou sempre com o 
nariz obstruído e espirrando” Médico: “isto leva 
a pensar que você tem uma 
alergia” (interpretação). 
!! Ao paciente significa que você entendeu o 
que ele disse. A redeclaração é também útil 
quando o paciente conta história muito 
prolongada, complicada ou divaga demais, pois 
permite reconduzir a entrevista em determinada 
direção sem provocar quebra de continuidade. 
Os pacientes quase que invariavelmente 
respondem à redeclaração de suas palavras, 
promovendo elaborações nos pontos que você 
deseja esclarecer.
Silêncio: É uma das habilidades mais valiosas de 
escuta, porém, uma das mais difíceis de 
apreender, especialmente se você está inseguro. 
Existirá uma compulsão para interromper e 
ajudar o paciente. Às vezes o paciente diz algo 
difícil de acreditar, por motivos variados, que 
podem incluir a necessidade de contrariar ou 
desafiar ou confrontar o entrevistador; um certo 
período de silêncio contemplativo de sua parte 
permitirá que o paciente reorganize ou 
modifique seu pronunciamento; isto não é fácil 
de ser conseguido. ex.: o paciente diz que 
recentemente o irmão faleceu de infarto e 
começa a chorar. O médico então lhe oferece um 
lenço e fica em silêncio... O paciente por sua vez 
terá um tempo para se recompor.
!! Como você pode presumir, os facilitadores 
de conversa ou facilitadores de anamnese 
poderão ser utilizados em qualquer parte da 
anamnese, desde que como o próprio nome diz, 
facilite a conversação com paciente estimulando-
o a contar a história com o mínimo de 
interferência do entrevistador. 
Facilitadores Facilitadores 
1. Confirmação
2. Sumário
3. Confronto
4.Parafraseando
5. Silêncio
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
3
Registre de forma adequada a história 
clínica. A informação deve ser organizada e 
anotada de maneira que esteja disponível tanto 
agora como para o futuro. As anotações médicas 
devem ser ordenadas, claras, concisas, acuradas e 
completas, como uma história qualquer, ou seja, 
com começo, meio e fim, para que qualquer 
outro membro da equipe médica ou você mesmo, 
em outra ocasião, possam entender o que se 
passa e dar cont inuidade ao rac ioc ín io 
construído na consulta ou atendimento anterior. 
!! As entrevistas terão diferentes metas. Para 
um problema simples e direto como no caso de 
um ferimento, seja breve e direto, já para uma 
avaliação completa ou problema complexo, seja 
mais abrangente. O tempo, local e circunstancias 
é que ditarão quão completa a entrevista deverá 
ser. 
QUAL É A SEQÜÊNCIA DE PERGUNTAS 
QUE DEVO FAZER?
! ! Bem, existe uma seqüência mundialmente 
conhecida de fazer entrevistas médicas, mas 
antes de começar não se esqueça dos preâmbulos 
iniciais como cumprimentar o paciente: “bom dia 
Sr... ” Apresente-se: “eu sou..., estudante de 
medicina...”. Diga o porquê da entrevista: “estou 
aprendendo a fazer entrevistas médicas...”. Diga 
quanto de tempo vai gastar na entrevista: 
“20-30min“. Peça permissão: “está bem para o 
senhor?”.
! ! Ao começar, escreva a data e hora da 
anamnese. Escreva também a fonte de referência, 
se pertinente (colega, hospital, internamentos 
recentes com evolução cl ínica e exames 
complementares, etc.). Também é útil deixar 
registrado se a fonte foi outra pessoa que não o 
próprio paciente (pai, mãe, amigo, irmão, etc.) e 
se esta fonte é ou não confiável. Normalmente 
quando não se registra a confiabilidade, significa 
que a fonte é confiável. 
! Agora sim, vamos ver então qual é a 
seqüência de perguntas que devo realizar:
Identificação: Como o próprio nome diz, aqui 
se tenta identificar o paciente de maneira ampla 
não só a respeito do seu nome, idade e sexo, mas 
também a sua cor, naturalidade, estado civil, 
residência, religião e profissão. Para lembrar de 
todas as perguntas nesta fase da anamnese, 
utilize a palavra mnemônica “NISC NERRP”.
! Os dados de identificação muitas vezes 
podem vir já preenchidos, por uma secretária por 
exemplo, por outro lado em algumas situações 
nem todos os dados podem interessar, mas é 
importante treinar a coleta de todas as 
informações, pois existirão situações clínicas que 
serão relevantes informações como profissão 
(como no caso de uma mulher com dor no joelho 
e que é diarista) ou religião (como no caso de um 
paciente necess i te de transfusão e se ja 
Testemunha de Jeová). 
! Os dados de identificação também serão 
úteis no raciocínio clínico, assim por exemplo, 
imaginem a seguinte situação: um paciente de 19 
anos com icterícia e outro com 79 com icterícia. 
A probabilidade do primeiro ter hepatite e do 
segundo um ter um tumor de cabeça de pâncreas 
são altas somente considerando-se o fator idade. 
Assim por diante poderíamos discorrer sobre 
inúmeros exemplos como esse, porém não é esse 
nosso objetivo neste roteiro de estudo. 
Queixa principal: É aqui que tudo começa. É o 
momento que o paciente começa a relatar o real 
motivo de ter procurado o médico. O médico 
por sua vez, tenta definir melhor com o paciente 
se a queixa que relata de fato é a queixa mais 
relevante. Ao escrevê-la no prontuário, utilize as 
palavras do paciente e coloque a queixa entre 
aspas. Sempre comece com uma pergunta aberta 
(médico: Qual o motivo de sua vinda? Paciente: 
“Estou com dor de barriga”). 
História mórbida atual (HMA): Na verdade 
esta etapa é uma seqüência da anterior. Aqui se 
dá início o raciocínio clínico e portanto uma 
verdadeira perseguição ao diagnóstico. Como o 
próprio nome diz, é a história da moléstia atual, 
ou seja, é a história da queixa principal.A partir 
de aqui em diante as palavras a serem escritas no 
prontuário médico devem ser palavras técnicas 
(você encontrará um glossário de termos 
científicos no final deste capítulo na parte de 
leitura complementar). 
! Utilize ainda as perguntas abertas, mas a 
medida que se progride no raciocínio, estas 
poderão ser focadas e fechadas. Como fizemos 
com a identificação, sugerimos a utilização de 
um mnemônico para que se possa lembrar dos 
atributos de um sintoma: “ILICIDAS” (Início 
do sintoma, sua localização, intensidade, caráter, 
irradiação, duração, alívio/piora e sintomas 
associados) para lembrar das perguntas que 
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
4
devem ser feitas nesta etapa da anamnese. 
Inicialmente este mnemônico foi usado para 
explorar o sintoma “dor”, porém ele pode ser 
emprestado para qualquer outro sintoma. 
Quando não seja possível encaixar uma pergunta 
em algum determinado sintoma, simplesmente 
pule a etapa, assim por exemplo, se o paciente se 
queixa sobre “edema”, não será possível 
perguntar sobre a irradiação do edema, então 
não pergunte isto. De uma maneira geral, no 
entanto, você aproveitará bem este mnemônico 
para a maioria dos sintomas.
! Seja claro e objetivo, dispondo os eventos 
em ordem cronológica. Dados negativos 
t ambém podem ser s i gn i f i ca t i vos . Os 
medicamentos que o paciente utiliza para aliviar 
a queixa devem ser arrolados aqui, já os de uso 
crônico por outras doenças podem ser colocados 
na história mórbida pregressa ou em um item 
aparte sob título “medicamentos”. 
! Nesta etapa da anamnese, podem ser 
usados os diferentes facilitadores de conversa 
com o intuito de fazer o paciente falar dos seus 
sintomas com o mínimo de interferência do 
médico. Esta parte da anamnese é também a 
parte mais importante dela, pois aqui se 
imaginam as hipóteses diagnósticas, as quais já 
começam a ser testadas aqui mesmo, bem como 
no restante da anamnese. A este processo de 
testar, confirmar ou afastar as hipóteses 
diagnósticas, se lhe denomina de processo 
hipotético-dedutivo. 
! Aqui também buscamos o “estímulo 
iatrotrópico” que consiste em saber o porque o 
paciente está procurando atendimento médico 
exatamente agora e não antes (dias, semanas, 
meses ou mesmo anos antes?). Isto pode 
determinar a gravidade da doença, se aguda ou 
crônica, se súbita ou arrastada, etc.
Sumário: É opcional. Nada mais é do que um 
resumo do que foi dito até agora na moléstia 
atual (embora possa ser feito em qualquer parte 
da anamnese). É importante as vezes para 
organizar o raciocínio e principalmente colocar 
em ordem as coisas, por exemplo, quando o 
paciente refere muitas informações, ou nos casos 
de pacientes prolixos, onde acaba sendo um 
facilitador de conversa, já que com o sumário se 
tenta trazer de volta o paciente para o foco do 
problema. 
! A partir daqui em diante a história é 
centrada no médico e as perguntas tenderão a 
ser mais focadas e fechadas.
História mórbida pregressa (HMP): São 
informações prévias sobre as doenças que 
podem dar pistas diagnósticas sobre a queixa do 
paciente. O mnemônico aqui é “DOIDAMT”. 
Doenças da infância, operações, internamentos, 
doenças anteriores, alergias, medicamentos 
transfusões. Assim por exemplo, se o paciente 
vem à consulta em decorrência de uma dor 
abdominal alta e súbita e na história pregressa 
relata que possui múltiplo pequenos cálculos na 
vesícula bi l iar, então uma possibi l idade 
diagnóstica deverá ser a pancreatite aguda. 
História mórbida familiar (HMF): Aqui o 
que interessa é a expressão genética de 
determinada doença, principalmente envolvendo 
os parentes de primeiro grau. Assim por 
exemplo se um paciente vem à consulta em 
decorrência de dor torácica súbita sendo que o 
pai do mesmo faleceu de infarto com 45 anos, 
terá maior relevância do que um outro paciente 
com o mesmo quadro clínico e que não tem 
história familiar de doença coronariana. 
Condições e hábitos de vida (CHV): Aqui 
você terá oportunidade para saber mais do 
paciente quanto a seu estilo de vida e se isto tem 
relevância na sua queixa principal. Lembre que 
todas as etapas da anamnese tem por objetivo 
perseguir o diagnóstico e aqui não é diferente. 
Use a palavra “MAFATES” para lembrar de quais 
são as perguntas chaves nesta etapa da entrevista 
médica. Moradia, álcool, fumo, alimentação, 
epidemiologia e história sexual.
! Aqui também não vamos nos prolongar nas 
expl icações , mas dá para desconf iar da 
importância desta etapa da anamnese por 
exemplo quando um paciente refere na queixa 
principal que está com tosse e na história do 
hábitos de vida refere ser tabagista de 2 maços de 
cigarros ao dia há 20 anos. Logicamente que a 
relação causa-efeito desta associação deve ser 
lembrada em doenças como bronquite crônica, 
enfisema e câncer de pulmão.
! Temas difíceis como álcool, drogas, 
depressão , tentat iva de su ic íd io , abuso 
doméstico, práticas sexuais, doenças sexualmente 
transmissíveis são de difícil abordagem na 
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
5
primeira visita e talvez possam ser efetivamente 
abordados apenas nas consultas subseqüentes, 
após ter se firmado uma melhor relação médico-
paciente.
! De qua lquer mane i ra , ex i s te um 
questionário que desde a década de setenta tem 
funcionado bem para abordar um paciente com 
alcoolismo . Considera-se o paciente como 
portador de alcoolismo quando 2 ou mais 
pergunta s são pos i t i va s . Chama - se de 
questionário de CAGE (Cut; Annoyed; Guilty; 
Eye Openned) que traduzindo ao português 
ficaria mais ou menos assim:
O Sr. já teve necessidade de cortar o uso do 
álcool?
Alguém da família já se sentiu aborrecido porque 
o Sr. estava bebendo?
O Sr. já se sentiu culpado por estar bebendo?
O Sr. já teve necessidade de acordar pela manhã 
e já beber para se sentir melhor?
Perfil psicossocial (PPS): O perfil do paciente 
é uma afirmação dele como indivíduo e como é 
sua vida. Queremos saber acerca de seus 
antecedentes, sua família, emprego, seus 
problemas e habilidades para lidar com os 
mesmos. Um médico generalista trata a pessoa 
inteira e não apenas regiões isoladas do corpo do 
paciente. É essencial obter informações 
concernentes aos aspectos sociais, econômicos, 
emocionais e ocupacionais da vida do paciente. 
Lembre da palavra “FRETSPI” para saber o que 
perguntar nesta parte da história médica. 
Família, rotinas, estudo, trabalho, situação 
financeira, pontos de apoio e interpretação da 
doença. 
!! A obtenção do perfi l do paciente é 
elemento importante da história médica e 
poderá ser obtido sem grande vocabulário 
médico ou extenso conhecimento de doenças. É 
um bom momento de fazer empatia e conquistar 
a confiança do paciente. a seguir vamos ver 
alguns itens importantes das condições e hábitos 
de vida. 
Família: É importante determinar a estrutura 
familiar do paciente. Indicar a posição do 
paciente na família como pai, mãe, criança 
dependente, etc. Uma pergunta aberta poderia 
ser: “você mora com a família?”, se a resposta for 
positiva, segue: “poderia me contar algo sobre 
eles?”. Pode ser importante saber a quem o 
paciente confidencia na família, e se os membros 
da família são conforto e apoio ou fonte de 
problemas. Igualmente importante poderá ser a 
pergunta “como irá esta doença afetar a vida 
familiar?”.
Educação: Para evitar embaraços, pergunte ao 
pac iente adu l to que e sco la r idade ou 
treinamentos teve. Esta informação fornece uma 
perspectiva do interesse do paciente e prováveis 
opções de vida.
Ocupações passadas e presentes: Ao perguntar ao 
paciente que tipo de atividade exerce é 
importante questionar seu grau de satisfação 
com o emprego, a segurança que ele sente e seus 
objetivos.Duração da jornada, condições do 
local de trabalho, acesso a serviços médicos e 
estabilidade no emprego podem ser fatores 
importantes. Decisões em relação à terapêutica, 
duração do internamento e seguimento futuro 
são freqüentemente influenciadas pela ocupação 
do paciente.
Pontos de apoio: É importante, ao se entrevistar um 
paciente, determinar as fontes de apoio em sua 
vida, se é a família, amigos, grupos religiosos ou 
comunitários. Quem é a pessoa a quem o 
paciente recorre em situações de sobrecarga. O 
médico poderá chamar o ponto de apoio para 
esclarecimentos futuros, desde que previamente 
autorizado pelo paciente. 
Interpretação da doença: É essencial determinar se 
o paciente está ciente quanto à natureza de sua 
doença e de seu curso. Quão grave acredita ser a 
doença e se este critério é exato. A natureza da 
doença reduz a imagem do paciente sob olhos 
dos outros.
Revisão de sistemas (RS): A revisão de 
sistemas, como o próprio nome diz, é uma 
revisão de sintomas relacionados aos diferentes 
órgãos e sistemas que tem por objetivo resgatar 
alguma informação que tenha ficado esquecida 
pelo paciente ou não entendida pelo médico nas 
fases anteriores da anamnese. As perguntas 
geralmente são fechadas e são guiadas pelo 
raciocínio clínico. 
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
6
! Uma forma de abordar este tópico é 
fazendo perguntas “da cabeça aos pés”, assim por 
exemplo:
•Geral: alteração do peso, febre/calafrios, 
fraqueza, fadiga, sudorese/suores noturnos.
•Pele: alteração nas unhas, prurido, erupções.
•Cabeça: cefaléia, traumas.
•Olhos: visão/óculos, visão borrada, fotofobia, 
diplopia, escotomas, inflamação, exoftalmia
•Ouvidos, nariz e boca: dor, surdez, corrimento, 
zumbido, vertigem, epistaxe, pólipos, obstrução, 
sinusite, dentes, gosto, gengivas, hálito, 
dentadura.
•Pescoço: movimentos, nódulos, bócio.
•Respiratório: sibilos, dispnéia, hemoptise, dor 
torácica, tosse, expectoração.
•Mamas: nódulos, dor, corrimento.
•Gastrintestinal: náuseas/vômitos, hematêmese, 
melena, hematoquezia, enterorragia, diarréia, 
dor, azia, pirose.
•Cardiovascular: palpitação, dor, dispnéia, 
ortopnéia, sopros, pressão arterial, cianose, 
edema, claudicação.
•História sexual: sífilis, gonorréia, ulcerações, 
verrugas, epididimite, corrimento, esterilidade, 
impotência, contracepção.
•Ginecológico/Obstétrico: menstruações (ciclo, 
duração/quantidade), menopausa, dismenorréia, 
corrimento, irregularidade, gravidez, partos 
normais, partos cesários, abortos.
•Endocr inológico : polac iúr ia , pol i fa g ia , 
polidipsia, aumento de peso. 
•Alergias: a medicamentos, vacinas, urticária, 
alergenos, rinite, eczema, asma.
•Ossos, articulações e músculos: trauma, edema, 
dor/artrite.
•Sangue e l infático: anemia, tendência a 
sangramentos, dor, adenomegalia.
•Neurológico: síncope, convulsões, marcha, 
coordenação, paralisia/força, percepção. 
•Psicológico: memória, humor, sono, ansiedade, 
distúrbio emocional, problemas com drogas, 
álcool.
Outro problemas atuais (OPA): Neste item 
são colocadas as queixas secundárias do paciente, 
por exemplo, aquelas queixas que nada têm a ver 
com o contexto clínico e raciocínio do problema 
que foi colocado como principal, mas que o 
paciente ou o médico, reconhecem que a nova 
queixa deve ser valorizada. Para tanto, podem 
constar mini-hipóteses diagnósticas para estas 
queixas. Procurar sempre separar a queixa 
principal das queixas secundárias a fim de que 
não ocorra confusão diagnóstica. Estas queixas, 
dependendo da situação, poderão ser abordadas 
nas consultas subseqüentes, e isto deve ser falado 
ao paciente, para demonstrar que não está sendo 
desvalorizado. Ex: Paciente: “ah Dr. já estava me 
esquecendo,...também estou com problemas 
sexuais,...na verdade parece que estou com 
impotência”. Médico: “certo, estou tomando 
nota desta situação, para poder abordá-la com 
mais detalhes na próxima consulta. Acho que a 
queixa da dor no peito devemos esclarecer mais 
rapidamente, tudo bem?” 
Seqüência de Anamnese
ID - QP - HMA - HMP - HMF - CHV - PPS - RS
COMO DEVO TERMINAR A 
ENTREVISTA?
Para indicar o final da entrevista você pode dizer: 
“Obrigado por ter sido tão cooperativo” ou 
“Obrigado pela entrevista. Desejo que as coisas 
melhorem para o senhor”. Não diga que 
retornará a não ser que tenha certeza que o faça. 
Ofereça oportunidade para informações 
adicionais. O paciente pode ter esquecido algum 
aspecto ou retornar a algum ponto enquanto 
decide se pode ou não depositar confiança. É 
valioso perguntar: “Há algo mais que queira 
dizer?” Ocas ionalmente assuntos muito 
importantes poderão ser relatados nos últimos 
minutos.
! Ainda, não se esqueça que ao final do texto 
escrito da anamnese deve constar a identificação 
do entrevistador, constando o seu nome e 
assinatura, bem como seus dados de registro 
profissional (se médico).
E SE O PACIENTE SAI DA ORDEM DAS 
PERGUNTAS?
! Se o paciente sai da ordem da anamnese, 
saia também da ordem, tente porém retomar a 
ordem sem quebras bruscas, se não for possível, 
vá pela ordem do paciente, mas, no final, anote 
no prontuár io na ordem tecn icamente 
apreendida.
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
7
DEVO FAZER UMA ANAMNESE 
COMPLETA SEMPRE?
! Depende. Na prática, você deverá saber a 
anamnese completamente como estudante e 
médico, mas de uma maneira geral, não todas as 
etapas e perguntas vão ser aproveitadas. Claro 
que tudo isso dependerá de qual é a queixa do 
paciente. 
! Por outro lado, uma vez ou outra, haverão 
situações onde a anamnese deverá ser realizada 
de forma completa como por exemplo nos casos 
de doenças multi-sistêmicas que estimulem a 
múltiplas hipóteses diagnósticas como é o caso 
da febre de origem indeterminada (FOI), onde o 
leque de diagnósticos diferenciais é grande (aqui 
tente selecionar as mais graves primeiro). Da 
mesma maneira nos casos de pacientes com 
câncer de origem indeterminado ou mesmo 
quando estamos diante de um caso chamado de 
diagnóstico difícil.
! Fora as situações em que se exige uma 
anamnese completa, utilize sempre o método 
hipotético-dedutivo (“funil”) , no qual as 
hipóteses diagnosticas vão sendo testadas à 
medida que se avança na história clínica para 
terminar a mesma com o menor número de 
hipóteses possíveis. 
! Lembrar que as respostas negativas a 
determinadas perguntas podem ser tão ou mais 
importantes que as respostas positivas no 
sentido de afastar ou aproximar uma hipótese 
diagnóstica. 
O QUE DEVO FAZER SE O PACIENTE TEM 
MUITAS QUEIXAS?
! Quando o paciente tem muitas queixas 
principais, por exemplo “Dr. vim aqui porque 
estou tendo uma falta de ar, dor nos meus 
joelhos, intestino preso e queda de cabelo”. O 
médico pode se encontrar em uma encruzilhada, 
mas uma forma de sair dessa é tentar dizer ao 
paciente qual dos sintomas mais o incomoda? 
algo como...“Sra. Maria, para que eu não possa 
perder o foco e poder ajudá-la melhor, qual dos 
sintomas mais a incomoda?”. O médico também 
poderá esclarecer ao paciente que tomará nota de 
todos os sintomas, mas abordará na consulta o 
que mais a incomoda, ou eventualmente possa 
ser o mais perigoso para o paciente. No exemplo 
acima, talvez seja prudente abordar com mai 
ênfase a falta de ar (dispnéia).
O QUE SIGNIFICA SINTOMA GUIA? 
! É o sintoma-chave para o raciocínio, pois 
ele abre menos leques diagnósticos, conduzindo 
mais rapidamente ao diagnóstico final. Ex. QP: 
“febre, dores no corpo e tosse com sangue” (tosse 
com sangue ou hemoptise certamente será o 
sintoma guia por abrir menos hipóteses 
diagnósticas e conduzir mais rapidamente ao 
diagnóstico).
Lembretes
1. A HMA é a parte mais importante da anamnese e 
é onde se deve gastar mais tempo.
2. Oestímulo iatrotrópico é o real motivo da 
consulta.
3. O sintoma guia é o sintoma que faz chegar ao 
diagnóstico de forma mais rápida.
4.As perguntas abertas são as que oferecem maior 
número de informações.
5. Ao escrever no prontuário, faça-o com palavras 
técnicas, exceto na queixa principal.
6. Somente a prática fará com que você faça uma 
melhor anamnese. 
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
8
 Leitura Complementar
ALGUNS PROCESSOS 
PSICOLÓGICOS IMPORTANTES 
RELACIONADOS À ANAMNESE
TRANSFERÊNCIA: É o processo inconsciente 
pelo qual uma pessoa tende a relacionar-se com 
outra de maneira análoga a um relacionamento 
primitivo, sendo esta geralmente uma figura 
paterna ou uma autoridade com a qual o objeto 
atual foi identificado. A transferência ocorre na 
maioria das novas relações de um indivíduo, 
realçando ou distorcendo as características da 
pessoa com a qual aquele está interagindo, sendo 
de fundamental importância nas relações 
médico-paciente. Desta forma, dependendo dos 
relacionamentos anteriores do sujeito com 
figuras parentais, o médico pode ser visto de 
diferentes formas: como um protetor que o 
tratará e o salvará, como um perseguidor que o 
fará sofrer, como um indivíduo forte e poderoso 
ou um fraco e incapaz. Um bom exemplo é o 
paciente já idoso que se identifica com o jovem 
aluno, por este ser semelhante ao neto de que 
tanto gosta. 
CONTRA-TRANSFERÊNCIA: Ocorre 
quando, na sua interação com o paciente, o 
médico atua em termo de interações com objetos 
significativos de seu passado. A realidade do 
paciente pode ser, assim, mascarada pela 
realidade transferida do médico. Por exemplo, 
um médico perdeu o seu pai em decorrência de 
um câncer, apesar de ter tentado ajudá-lo de 
todas as formas possíveis. Ao precisar tratar de 
um doente com o mesmo problema, este médico 
acaba perdendo a objetividade e estabelece um 
tratamento inadequado, pois acha que o paciente 
irá morrer de uma forma ou de outra mesmo.
RACIOCÍNIO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO: 
Ao se basear em hipóteses, pode-se chegar a 
certas deduções lógicas em busca das soluções 
corretas a um determinado problema proposto. 
Neste tipo de raciocínio o sujeito inspeciona 
meticulosamente os dados do problema, neste 
caso a queixa do paciente, elabora um conjunto 
de h ipóteses re lac ionado às teor ia s ou 
explicações mais prováveis e deduz a partir delas 
que determinados fenômenos empíricos podem 
ou não ocorrer na realidade, com maior ou 
menor probabilidade. Como etapa final deste 
processo, o sujeito pode ser capaz de uma 
testagem sistemática das hipóteses levantadas, 
verificando se os fenômenos previstos, de fato, 
ocorrem. Este raciocínio permite, portanto, que 
o su je i to formule d iver sa s h ipóteses 
simultaneamente, e deduza o valor de cada uma 
de la s , quando conf rontada s com sua 
probabilidade de ocorrência real.
PEQUENO GLOSSÁRIO DE TERMOS 
MÉDICOS
A 
Abscesso – acúmulo de pus, geralmente causado 
por infecção bacteriana. Os sintomas podem 
incluir dor, inchaço, vermelhidão e possível febre.
Abulia – apatia; falta de motivação que pode 
levar o paciente à total falta de movimento 
(diferente de paciente catatônico).
Aca la s i a – d i s túrb io ner voso de causa 
desconhecida que interfere em dois processos: 
na s onda s r í tmica s de contração que 
impul s ionam o a l imento pe lo e sôfa go 
(peristaltismo) e na abertura do esfíncter 
esofágico inferior. Pode ser causada pela 
disfunção dos nervos que circundam o esôfago, 
transmitindo os impulsos elétricos para os 
músculos.
Acrocianose – distúrbio circulatório em que as 
mãos, e menos comumente os pés, estão 
persistentemente frios e azuis; algumas formas 
estão associadas ao fenômeno de Raynaud.
Acromegalia – distúrbio metabólico crônico que 
resulta em aumento gradual dos tecidos, 
incluindo-se os ossos da face, maxilar, mãos, pés 
e crânio. Causada pela secreção excessiva do 
hormônio do crescimento, quase sempre 
decorrente de um tumor benigno na glândula 
pituitária.
Adenite – inf lamação aguda de gânglios 
linfáticos.
Adenomegalia - Hipertrofia de um gânglio 
linfático (linfonodo).
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
9
Aerofagia – ato de deglutir ar, muito encontrada 
em sua forma crônica em cr ianças com 
deficiência mental, podendo levar à distensão 
abdominal e a transtornos gastrintestinais, como 
o refluxo. Pode ocorrer em situações de tensão 
emocional e distúrbios neuróticos, ou em 
situações que levem à agitação física e psíquica.
Afasia – perda da habilidade de uso da linguagem 
devido a uma lesão na região cerebral relacionada 
à linguagem; o paciente é parcial ou totalmente 
incapaz de entender ou pronunciar palavras. O 
lobo temporal e as regiões próximas ao lobo 
frontal controlam as funções de linguagem, 
respect ivamente nas áreas de Wernicke 
(compreensão) e de Broca (expressão). Um dano 
em qualquer parte destas áreas devido a um 
AVC, tumor, lesão na cabeça ou infecção, 
interfere em pelo menos um dos aspectos 
envolvidos na linguagem.
Aferese – infusão do sangue do próprio paciente, 
do qual foram removidos certos elementos 
celulares ou líquido.
Agalactia – ausência de leite nas mamas depois 
do parto; agalactose.
Ageusia – perda ou redução do sentido do 
paladar. Geralmente é causada por condições que 
afetam a língua como, por exemplo, boca 
extremamente seca, fumo, tratamentos com 
radiação para o pescoço e cabeça e efeitos 
colaterais de medicamentos como vincristina 
(medicamento para combate ao câncer) ou 
amitriptilina (antidepressivo) . Pode estar 
associada a diminuição de zinco no organismo.
Aglossia – ausência congênita da língua. 
Agnosia – distúrbio no qual a pessoa pode ver e 
sentir os objetos, mas não é capaz de associá-los 
a suas funções. Pessoas com determinadas formas 
de agnosia não podem reconhecer os rostos de 
seus familiares ou objetos comuns, como uma 
colher ou um lápis. É causada por disfunções do 
lobo parietal e do lobo temporal, onde as 
lembranças do uso e da importância de objetos 
familiares são armazenadas. Em geral, surge 
repentinamente, após um AVC ou um trauma 
craniano.
Agorafobia – medo de espaços abertos.
Agrafia – anortografia; logagrafia; distúrbio da 
capacidade de escrever.
Alopécia – afecções caracterizadas pela queda 
dos cabelos ou pêlos (diminuição ou ausência); 
Ex.: hanseníase, hipotireoidismo e sífilis.
Amaurose - Perda da visão por lesão do sistema 
nervoso.
Amenorréia – ausência de menstruação por mais 
de 3 meses (se menos de 3 meses chamamos de 
atraso menstrual).
Anafrodisia – frigidez.
Anasarca – edema generalizado. Ex.: ICC, edema 
de MMII, derrame pleural, ascite.
Anisocoria - Desigualdade no diâmetro das 
pupilas.
Anorexia - Falta de apetite, inapetência.
Anosmia – diminuição ou perda completa do 
olfato.
Anquiloglossia – freio lingual curto, "língua 
presa".
Anquilose – perda da mobilidade da articulação.
Anúria – supressão ou acentuada diminuição da 
diurese (menor que 50ml/24hs). Ex.: ICC (pré-
renal), IRC (renal), ligadura dos ureteres (pós-
renal).
Apnéia de sono – síndrome caracterizada por 
episódios repetitivos de completo ou parcial 
fechamento das vias aéreas superiores levando à 
fragmentação do sono noturno e hipersonulência 
d iur na (SAHS: S leep Apnea Hy popnea 
Syndrome).
Apraxia – dificuldade em realizar tarefas 
previamente entendidas (vestir roupas; cortar 
papel com tesoura); lobo parietal comprometido.
Artralgia – dor nas articulações.
Artrite – inflamação das articulações.
Artrose – destruição das articulações.
Ascite – presença de líquido na cavidade 
per i ton ia l (abdome ) ; ba r r iga de água , 
hidroperitôneo.
Astenia – fraqueza, cansaço físico intenso.
Ataxia- Falta de coordenação.
Atetose – presença de movimentos involuntários, 
muito lentos, contínuos e extravagantes, 
principalmente das mãos e dos dedos, com 
características de ondulamento, ou movimento 
reptiforme (como se fossem pequenas cobras), 
devido a lesão do corpo estriado, área ligada ao 
controle motor. 
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
10
B
Baqueteamento - Transformar em baqueta. 
Baqueta por sua vez significa pequena vara com 
que se toca tambor. Refere-se a dedos em 
baqueta. Engrossamento da última falange de 
cada dedo, assemelhando-se à baqueta de 
tambor ; h ipocrat i smo d ig i ta l ou dedos 
hipocráticos.
Bócio – aumento da glândula tireóide não 
neoplásico.
Bolha – coleção líquida, elevada, com diâmetro 
maior que 1 cm. Pode ser serosa, hemorrágica ou 
purulenta.
Bradicardia – número de batimentos cardíacos 
menor que o normal.
Bradipnéia - Lentidão anormal da respiração.
Bulimia – apetite insaciável, com vômito auto-
induzido após as refeições ("fome canina"). 
C 
Calázio – hipertrofia da glândula de Meibomius 
(glândula de óleo, longa e fina, presente na 
pálpebra), resultante da obstrução da abertura 
desta glândula na borda da pálpebra. A princípio, 
assemelha-se ao terçol, com inchaço da pálpebra, 
dor e irritação, mas os sintomas desaparecem em 
alguns dias, deixando nódulos duros não-
inflamatórios e indolores na pálpebra.
Cacifo - Depressão anormal da pele, como a que, 
nos exames manuais, permanece após a cessação 
da pressão que o dedo do examinador exerce no 
local , e causada por retração do tecido. 
Depressão que se forma na pele edemaciada sob 
a pressão dos dedos.
Calvície – alopecia androgênica; afecção comum 
no homem e rara na mulher; pode estar 
relacionada à herança autossômica ou excesso de 
andrógenos.
Canície – descoloração adquirida e fisiológica dos 
cabelos; pode ser senil ou prematura.
Caquexia - Emagrecimento extremo com 
comprometimento franco do estado geral.
Catatonia – estado no qual o paciente permanece 
mudo, imóvel e não responsivo. Não segue 
movimentos, parece não prestar atenção ao seu 
ambiente e a rigidez plástica dos membros é 
freqüente, os quais permanecem em qualquer 
posição em que forem colocados. Pode ser um 
sintoma de psicose.
Cefaléia - Dor de cabeça.
Ceratite – inflamação da córnea.
Ceratocone – córnea que assume a forma de um 
cone.
Cervicalgia - Dor na região cervical.
Cervicite – inflamação do colo do útero. Cianose 
– cor azulada ou arroxeada da pele e das mucosas 
decorrente do aumento de hemoglobina 
reduzida.
Cianose - Coloração azul da pele e mucosas por 
oxigenação insuficiente do sangue.
Claudicação – mancar; coxeadura.Clônus - 
mo v imento r i tmado , com contração e 
relaxamento rápido do músculo. Ocorre somente 
em membro hipertônico e com ref lexos 
exagerados, quando o músculo está sob certa 
tensão.
Colestase – redução na formação e excreção da 
bile, bem como a retenção do conteúdo biliar no 
parênquima hepático e no sangue.
Colite – inflamação do cólon.
Constipação - Obstipação, prisão de ventre. 
Pessoa que passa vários dias sem evacuar, ou 
evacua diariamente, porém com fezes de 
consistência aumentada e com um certo 
sofrimento no ato de evacuar.
Coriza - Corrimento de secreção nasal.
D 
Dacriocistite – inflamação do saco lacrimal.
Derrame - Presença de líquido em cavidade 
serosa (pleural, peritoneal, pericárdica, sinovial).
Derrame Pleural – acúmulo de líquido no espaço 
pleural (tórax).
Diarréia - Diarréia - Perturbação intestinal 
caracterizada por aumento do número de 
evacuações que se tornam de consistência líquida 
ou pastosa.
Diérese – divisão, separação de tecidos 
orgânicos, acidental ou cirúrgica, sem perda de 
substância.
Diplopia – visão dupla. Ex.: estrabismo.
Disacusia - Estado mórbido em que certos sons 
produzem distúrbio da audição, dor ou mal-estar.
Disartria – dificuldade na articulação da fala 
(alteração no controle neuromuscular na 
movimentação do palato/língua/lábios).
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
11
Disdiadococinesia – incapacidade de realizar 
eficientemente movimentos alternados rápidos, 
devido doença cerebelar.
Disenteria - Diarréia com a presença de muco, 
pus ou sangue nas fezes e dor à evacuação 
(tenesmo).
Disfagia – dificuldade para a deglutição. Ex.: 
megaesôfago chagásico.
Disfasia – dificuldade na compreensão e/ou 
expressão da linguagem.
Disfonia – dificuldade na fonação, alteração no 
volume e tom da voz, e alteração neuromuscular 
da função das cordas vocais e palato.
Dislexia – disfasia escrita ou dificuldade de 
leitura, apesar da visão e da articulação das 
palavras ser normal. Resulta de um defeito da 
habilidade de processar símbolos gráficos.
Dismenorréia – menstruação dolorosa (em 
cólica).
Dispareunia - coito difícil ou doloroso
Dispepsia – dificuldade de digestão, determinada 
por fatores gástricos, hepáticos, pancreáticos ou 
intestinais.
Dispnéia – dificuldade para respirar ao nível de 
trato respiratório inferior.
Dispnéia paroxística - Dificuldade da respiração 
que surge em crises, geralmente à noite quando o 
paciente deita (dispnéia paroxística noturna).
Distonia – movimento ou postura anormal 
mantida, devido à alteração do tônus.
Disúria – emissão difícil ou dolorosa de urina.
E 
Eclâmpsia – aparecimento, durante a gravidez, de 
edema, hipertensão arterial, proteinúria e 
convulsões.
Edema – acúmulo anormal de líquido, localizado 
ou generalizado, no espaço intersticial ou em 
cavidades pré-formadas. Forma uma tumefação, 
visível e palpável (ver Sinal de Cacifo).
Encoprese – emissão involuntária de fezes, após a 
idade na qual o controle dos esfíncteres já 
deveria existir. 
Enoftalmia – retração do globo ocular, mais 
comumente na Síndrome de Horner, mas 
também secundária a mal desenvolvimento 
ocular.
Enterorragia - sangramento pelo ânus, vermelho 
vivo, proveniente do tubo digestivo
Enurese – emissão involuntária de urina, após a 
idade na qual o controle dos esfíncteres já 
deveria existir. Freqüentemente refere-se à 
emissão de urina durante o sono (enurese 
noturna).
Episiotomia – incisão ao nível do assoalho 
perineal, visando ampliar o canal do parto, 
facilitando o desprendimento fetal.
Epistaxe – hemorragia nasal.
Equ imose – mancha negra , marrom ou 
amarelada, resultante da infiltração do tecido 
celular subcutâneo por certa quantidade de 
sangue na pele, nas mucosas ou nas serosas.
Erisipela – infecção grave e contagiosa da pele 
por estreptococos, comumente na face, braços 
ou pernas . Surge uma er upção cutânea, 
l e vemente inchada e a vermelhada , 
freqüentemente trazendo pequenas bolhas.
Eritema - erupção cutânea do tipo mancha 
vermelha.
Eritema – ruborização cutânea por vasodilatação, 
que desaparece por vitropressão ou dígito-
pressão. Pode ser de vários tipos: cianose, rubor, 
enantema, exantema, eritema marginado, 
eritemas figurados e eritrodermia.
Eritrodermia – eritema generalizado, crônico e 
persistente que se acompanha freqüentemente 
de descamação.
Eructação – eliminação de gases pela boca, 
popularmente denominado "arroto", tem como 
causa principal a aerofagia.
Escotoma – visão de pontos negros ou luminosos.
Esteatorréia - Presença excessiva de gorduras nas 
fezes.
Estridor - ruído ápero por obstrução das vias 
aéreas altas (corresponde ao sintoma de 
cornagem)
Exantema – eritema generalizado, agudo, de 
cur ta duração . Pode se r morb i l i fo rme , 
rubeoliforme (áreas afetadas entremeadas com 
pele sã) ou escarlatiniforme (difuso e uniforme).
Exoftalmia – projeção do olho para frente.Ex.: 
Hipertireoidismo.
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
12
F 
Fácie de “Lua Cheia” – rosto arredondado, por 
depósito de gordura, acne e hirsutismo;ocorre na 
Síndrome de Cushing.
Fâneros - anexos cutâneos (pele e unhas) 
Fasciculação – contrações irregulares e não 
rítmicas de fascículos musculares, resultante da 
ativação aleatória de unidades, presente no 
repouso e desaparece com o movimento 
voluntário.
Fenômeno de Raynaud – ciclo de alterações na 
coloração dos dedos das mãos e dos pés, no qual 
as arteríolas se contraem deixando a pele 
cianótica, depois pálida e em seguida vermelha; 
causados pelo frio ou por estresse emocional.
Fimose – condição na qual é impossível arregaçar 
o prepúcio sobre a glande, exteriorizando-a. A 
necessidade de correção cirúrgica (postectomia) 
deve ser avaliada pelo médico, pois em crianças a 
fimose pode desaparecer com o crescimento.
Flatulência – acúmulo de gases intra-abdominais, 
freqüentemente acompanhada de sensação de 
distensão do abdome.
Flebite – inflamação das veias.
Flegmasia Alba dolens – oclusão do sistema 
venoso profundo sem atingir o superficial. A 
co loração da pe le é l e i tosa , de v ido ao 
comprometimento dos linfáticos.
Flegmasia Coerulea dolens – oclusão dos 
s i s tema s super f i c i a l e profundo 
concomitantemente. O membro torna-se 
azulado e cianótico (“flebite azul”). A cianose 
pode chegar ao azul escuro ou negro, podendo 
levar à necrose do membro.
Fonofobia - intolerância a ruídos ou sons
Fotofobia - intolerância à luz
Frêmito – sensação vibratória que se percebe ao 
palpar o tórax de um indivíduo no momento em 
que ele fala (toracovocal) ou no momento em que 
respira (pleural e brônquico).
Frigidez – insensibilidade sexual, anafrodisia. 
G 
Gangrena – resultado da ação de agentes 
externos sobre o tecido necrosado. Pode ser: 
gasosa, na qual formam-se bolhas de gás devido à 
ação de bactérias anaeróbias gasógenas no tecido 
necrosado; seca, na qual ocorre desidratação dos 
tecidos necrosados, que ficam secos e duros 
como pergaminhos (“mumificação”); úmida ou 
pútrida, por liquefação e putrefação (pulmões, 
mucosa uterina, intestino e pele).
Goma – nódulo ou tumor que se liquefaz na 
porção central e que pode se ulcerar, eliminando 
substância necrótica.
H
Halitose – presença de odor desagradável na 
cavidade oral.
Halo senil – opacidade cinzenta localizada na 
periferia da córnea, em forma de arco, devido a 
acúmulo de colesterol, fosfolipídios e gorduras 
neutras; ocorre em pacientes idosos ou em jovens 
com h i s tór i a de h iperco les te ro lemia e 
xantomatose.
Hematêmese – vômito de sangue proveniente do 
trato gastrintestinal superior ou ocasionalmente 
da nasofaringe e pulmão.
Hematoma – coleção líquida de sangue na pele 
ou subcutânea, circunscrita, proeminente ou não 
e de tamanho variável. 
Hematoquezia – eliminação de sangue “vivo” 
pelo ânus, de origem anal ou retal; as fezes são 
vermelho-brilhantes. 
Hematúria – coloração vermelha da urina por 
sangramento. 
Hemoptise – eliminação pela boca de sangue 
pro ven iente do apare lho resp i ra tór io 
(subglótica). 
Hemorragia – extravasamento de sangue do 
sistema cardiovascular. 
Hipertricose – excesso de crescimento do 
número de pêlos, independente de hormônios 
andrógenos; pode ser hereditária ou iatrogênica 
(medicamentos). 
Hipoacusia – diminuição da acuidade auditiva. 
Hipostadia – defeito congênito no pênis, onde o 
meato uretral pode estar localizado em qualquer 
ponto ao longo da haste peniana ou no períneo.
Hipotr icose – queda de pê los ; no 
hipotireoidismo os pêlos são secos e quebradiços 
e no hipopituitarismo a queda dos pêlos axilares 
e pubianos é característica.
Hirsutismo – excesso de crescimento (número, 
tamanho, espessura) de pêlos, com aparecimento 
de barba e pêlos torácicos em mulheres. 
Produzido pelo aumento nos hormônios 
androgênicos. Por ex.: adenomas da córtex supra-
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
13
renal ou da hipófise anterior. Ver Síndrome de 
Stein-Leventhal. 
Histerectomia – operação para retirada do útero.
Hordéolo – processo inflamatório agudo das 
glândulas de Zeis e fol ículos pi losos de 
localização na borda palpebral.
I 
Icterícia - coloração amarelada da pele e mucosas 
em decorrência de pinmentos biliares
Ictiose – defeito hereditário da pele no qual esta 
fica semelhante a escamas de peixe (dermatose 
ictiosiforme). Ver Síndrome de Zunich. 
Ileite – inflamação do íleo (última parte do 
intestino delgado). Ver doença de Crohen. 
Impersistência – paciente abaixa o braço 
sustentado, não por déficit de força, mas sim por 
"impaciência em manter a posição do braço"; 
sempre diferenciar de déficit de força.
Incontinência - perda da capacidade de controlar 
os esfíncteres anal ou vesical)
Iridociclite – infecção de um dos anexos da vista.
Irite – inflamação da íris.
K 
Kernicterus – é o resultado da impregnação de 
núcleos da base do cérebro pela bilirrubina em 
crianças ictéricas. Há variações no quadro clínico 
destas crianças, mas geralmente apresentam 
espasticidade, atetose, ataxia ou posteriormente 
deficiência mental.
L 
Lagoftalmo – fechamento incompleto das 
pálpebras.
Leucoc i túr i a – p resença de l eucóc i tos 
conservados ou degenerados na urina; piúria.
Leucoma – opacificação da córnea.
Leucotricose – embranquecimento dos cabelos 
devido à falta de formação de melanina pelos 
melanócitos da matriz do pêlo; pode ser 
congênita (albinismo) ou adquirida (poliose).
Leucotríquia anular – pili annulati (pêlos 
anulares); distrofia congênita rara, na qual os 
cabelos apresentam áreas claras e escuras 
alternadas.
Linfadenomegalia - hipertrofia de um gânglio 
linfático (sinônimo de adenomegalia)
Lipotímia – desfalecimento, desmaio fugaz, sem 
haver perda de consciência.
Lombalgia - dor na região lombar
M 
Mácula - Pequena mancha cutânea plana e com 
coloração diferente do tecido que a circunda.
Madarose – queda do terço externo da 
sobrancelha (Hanseníase).
Marasmo – desnutrição com emagrecimento 
acentuado. 
Mecôneo – conteúdo intestinal do feto, de cor 
esverdeada (rico em biliverdina) e que quando 
presente no líquido amniótico freqüentemente se 
associa ao sofrimento fetal. 
Melena – evacuação de fezes de cor negra, que 
indica presença de sangue digerido no conteúdo 
fecal. Fezes moles e pastosas, em “borra de café” 
e de odor bastante fétido. 
Melenêmese – vômito em “borra de café”, ocorre 
quando o sangue esteve em contato com o ácido 
gástrico por um certo período de tempo. 
Menarca – primeira menstruação, geralmente por 
volta dos 12 anos. 
Menopausa - Período da vida da mulher em que 
desaparece a menstruação.
Meteorismo – intumescência abdominal 
provocada pelo acumulo de gases no estômago e 
alças intestinais; timpanismo ou timpanite. 
Método não invasivo – recurso para diagnóstico 
ou tratamento que não implica em contato com 
sangue. 
Metrorragia – hemorragia sanguínea uterina não 
menstrual. 
Midríase – dilatação da pupila (mais de 5 mm). 
Mioclonia – contração muscular involuntária e 
súbita. 
Miose – retração da pupila (menos que 2 mm). 
Ver Síndrome de Horner. 
N 
Narcose – sono artificial; estado de estupor e 
inconsciência provocado por um narcótico. 
Ne vo – anorma l idade congên i ta do 
desenvolvimento, resultando em falta de 
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produção de estruturas maduras; tumor benigno 
de células pigmentadas. 
Nictúria – predominância do volume urinário 
noturno sobre o diurno. Ex.: ICC. 
Nistagmo – tremores rítmicos, involuntários e 
bilaterais dos globos oculares, horizontais, 
erticais ou rotatórios. 
Nódulo – lesão sólida, elevada, com mais de 1 cm 
de diâmetro. 
Nucalgia - dor na nuca
Nulípara – mulher que nunca deu à luz. 
O
Obstipação – aumento no intervalo entre as 
evacuações, acompanhada de fezes ressecadas e 
dificuldade na eliminação das mesmas. É definida 
como uma alteraçãodo hábito intestinal na qual 
o indivíduo fica sem evacuar por mais de 3 dias. 
Também conhecida como prisão de ventre. 
Odinofagia - dor de garganta
Oligúria – volume urinário diário menor que 100 
ml (adultos). O débito urinário normal de um 
adulto gira em torno de 0,5ml/kg/h, 1,0ml/kg/h na 
infância e em menores de 1 ano, 2,0ml/kg/h. 
Onicólise – separação e/ou destruição da metade 
distal da lâmina. Ex.: cirrose fungos, doenças 
sistêmicas. 
Onicomalácia – unha de consistência amolecida; 
sinal de doenças sistêmicas.
Orquite – processo inflamatório do testículo, de 
origem infecciosa na maioria dos casos, sendo os 
vírus os mais freqüentes (p. ex.: caxumba). Pode 
mais raramente ser causado por traumatismo ou 
infecções bacterianas.
Ortopnéia – dificuldade para respirar deitado; 
melhora quando o paciente se senta, mantendo o 
tronco ligeiramente fletido (diminui o retorno 
venoso).
Osteomalácia – doença que se caracteriza pelo 
amolecimento e curvatura gradual dos ossos com 
dor de intensidade variável. Causada pela não 
calcificação em virtude da deficiência de 
vitamina D. É mais comum nas mulheres e 
geralmente começa na gravidez. É também 
conhecida como Raquitismo do adulto. 
Otalgia - dor de ouvido
Otorragia - sangramento pelo ouvido
Otorréia – saída de secreção do ouvido. 
P 
Palpitação - Percepção incômoda dos batimentos 
do coração.
Pápula – lesão sólida, elevada, de até 1 cm de 
diâmetro. 
Paralisia de Bell – anormalidade do nervo facial 
que leva à fraqueza repentina ou à paralisia dos 
músculos de um dos lados da face. 
Paraplegia – para l is ia completa de dois 
segmentos simétricos do corpo (geralmente dos 
membros inferiores). 
Paresia - diminuição da força muscular 
Parestesia – aparecimento, sem estimulação, de 
sensações e spontânea s e ma l de f in ida s 
(“formigamento”). 
Paroníquia – unheiro; inflamação da borda 
ungueal da unha, geralmente por traumatismo, 
causada por bactérias, Cândida e outros fungos. 
Pectorilóquia – palavra ouvida com nitidez na 
ausculta pulmonar (boa transmissão). Pode ser 
fônica (voz normal) ou áfona (voz “cochichada”). 
Ocorre em algumas síndromes pulmonares, como 
na condensação. 
Pênfigo – denominação geral para um grupo de 
doenças autoimunes , pouco f reqüentes , 
consistindo em dermatoses crônicas, recidivantes 
e algumas vezes fatais. São caracterizadas 
clinicamente pelo aparecimento de sucessivos 
grupos de vesículas e bolhas, inicialmente na 
mucosa bucal ou orofaríngea e, depois, na pele 
aparentemente sadia; as bolhas se rompem 
deixando uma zona erodida, posteriormente 
recoberta por crostas. A epiderme descola-se 
facilmente do plano subjacente (Sinal de 
Nikolski).
Pirose – azia, sensação de calor ou queimação no 
estômago (região retroesternal ou epigástrica).
Piúria – presença de pus na urina, leucocitúria.
Plegia - Ausência de força muscular. Perda de 
função, paralisia. Corretamente usada como 
perda de movimento voluntário por lesão do 
sistema nervoso.
Pletória – congestão. 
Polaciúria – micções freqüentes e em pequena 
quantidade.
Polidipsia – ingestão exagerada de água. Ex.: na 
diabetes mellitus, devido à perda de água 
aumentada (hiperglicemia e diurese osmótica). 
Polifagia - fome excessiva
Roteiro de Estudo Propedêutica - GESEP
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Poliúria – aumento do volume urinário diário. 
Priapismo – conceituado como uma ereção 
prolongada, não associada com estimulação 
sexual e geralmente dolorosa. Constitui-se numa 
emergência urológica, pois o tratamento precoce 
adequado, evita seqüelas da doença. 
Proctite – inflamação da mucosa do reto. 
Pródromo - Manifestação clínica que antecede 
uma doença.
Proptose – distensão excessiva de qualquer parte 
do corpo; deslocamento de um órgão para frente; 
proptoma. Ex.: Exolftalmia. 
Pterígio – tecido fibrovascular recoberto pela 
conjuntiva ocular, de forma triangular e 
geralmente localizado no canto interno do olho. 
Ptose palpebral – queda da pálpebra devido a 
lesão do nervo oculomotor (N.C. III). Ver 
Síndrome de Horner. 
Pústula – vesícula com conteúdo purulento. 
Puxo – contração espasmódica do reto que 
precede as evacuações. 
R 
Regurgitação – retorno à boca ou garganta do 
alimento recém ingerido sem esforço de vômito; 
ocasionado por refluxo intenso. 
Ressecção – extirpação cirúrgica parcial ou total 
de um órgão. 
Rinite – inflamação do nariz; nasite; defluxo; 
constipação nasal.
Rinorreia – corrimento nasal. 
S
Salicismo – intoxicação por ácido salicílico 
(aspirina). 
Sepse (antiga septicemia) – disseminação de 
bactérias patogênicas partir de um foco de 
infecção através da circulação sistêmica. 
Sialorréia – aumento da secreção de saliva. 
Sialosquise – diminuição da secreção de saliva. 
Ex.: desidratação. 
Sinal – manifestação objetiva de uma doença. 
Sinal patognomônico: manifestação inequívoca 
de uma patologia. 
S íncope – perda súbita da consciência , 
geralmente acompanhada de perda do tônus 
postural. 
Síndrome – conjunto de sinais e sintomas de 
mesma marcha evolutiva porém de causas 
diversas, que caracterizam um estado mórbido e 
se repete na população. 
T
Taquicardia - Aceleração dos batimentos 
cardíacos, geralmente aplicado a taxas acima de 
100 bpm.
Taquipnéia - aumento da freqüência respiratória
Tenesmo – dor na região ano-retal por contração 
espasmódica do reto, que permanece após 
evacuação. 
Tinitus - Zumbidos (=acúfenos). Sensação 
subjetiva de ouvir bater de campainha ou outros 
ruídos. Acúfenos.
Tique - mo v imento repet ido i r regu la r 
espasmódico. 
Trepanação – remoção de um disco de osso ou de 
outro tecido compacto por meio de um trépano. 
Ex.: trepanação de crânio, trepanação da córnea. 
Tumor – lesão sólida, elevada, com mais de 3 cm 
de diâmetro.
U
Unhas de Lindsay – metade proximal branca, 
20-50% distal vermelho; ocorre na insuficiência 
renal. 
Unhas hipocráticas – unhas recurvadas, em 
“vidro de relógio”, com baqueteamento digital.
Urtica – pápula eritêmato-edematosa, de duração 
efêmera que tem freqüentemente a borda 
irregular com aspecto de pseudópodes. Pode 
coalescer formando placa.
V
Vegetações – projeções sólidas, digitiformes, 
moles, por vezes sangrantes e de tamanhos 
variáveis.
Verruga – vegetação de superfície queratótica.
Vertigem - sensação de rotação (alucinação de 
movimento) por alteração do sistema laberíntico 
ou cerebelar
Vesícula – coleção líquida, elevada, com diâmetro 
de até 1 cm.
Vômica – e l iminação súb i ta de g rande 
quantidade de secreção mucupurulenta, de odor 
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fétido; acompanha cavidades, supurações ou 
perfurações pulmonares.
X
Xantomatose – manifestação cutânea da 
lipoidose. Xantomas de pele, tendão e articular. 
Xeroftalmia – perda da secreção lacrimal que 
pode ser devido a ulceração da córnea e 
geralmente está relacionada a uma deficiência 
sistêmica severa de vitamina A. Ver Síndrome de 
Sjögren.
SIGLAS MÉDICAS COMUNS
ACO – anticoncepcional oral
AHT – anti-hipertensivo
Atb - antibiótico
AVC – acidente vascular cerebral
AVE – acidente vascular encefálico
BCRNF – bulhas cardíacas rítmicas normo-
fonéticas
BPN – broncopneumonia
Ca – câncer
CAT - cateterismo
CC – centro cirúrgico
CIA - comunicação inter-atrial
CIV – comunicação inter-ventricular
CM – clínica médica
CMH – cardiomiopatia hipertrófica
CPP – campos pleuro-pulmonares
CV - cardiovascular
D0 – dia zero da medicação
DI – dia de internamento (precedido de número)
DIIIC – doença Inflamatória inespecífica 
inflamatória irônica
DM – diabetes mellitus
DPOC – doença pulmonar obstrutiva crônica
Dx – diagnóstico
EAo – estenose aórtica
FAV – fístula arterio-venosa
FA - fibrilação atrial
GECA – gastroenterocolite aguda
GO – ginecologia e obstetrícia
HAS – hipertensão arterialsistêmica
HP – hipertenso pulmonar
HSA – hemorragia subaracnóidea
HVE – hipertrofia do ventrículo esquerdo
IAo – insuficiência aórtica
ICC – insuficiência cardíaca congestiva
IRA - insuficiência renal aguda
IRC – insuficiência renal crônica
ITU – infecção do trato urinário
IVAs – infecção das vias aéreas superiores
IVE – insuficiência ventricular esquerda
LOTE – lúcido e orientado no tempo e espaço
MCP - marcapasso
MH – mal de Hansen
MR – moléstias reumáticas
Neo - neoplasia 
OMA – otite média aguda
PC – pares cranianos
PCA – persistência do canal arterial
PN - pneumonia
PO – pós-operatório (precedido do número)
QT – quimioterapia
RHA – ruídos hidro-aéreos
RT – radioterapia
RCU - retocolite ulcerativa
RVM – revascularização miocárdica
RxT – raio x de tórax
SII – síndrome do intestino irritável
SIRS - síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica 
Sx – sintomas
TB - tuberculose
TEP – tromboembolismo pulmonar
Tu - tumor
TVP – trombose venosa profunda
Tx - tratamento
VB – vesícula biliar
VM – ventilação mecânica
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LEITURA RECOMENDADA
‣ BATES, B. Propedêutica Médica. 8a ed. 
Guanabara Koogan, 2005
‣ EPSTEIN, O.; et al. Exame Clínico. 3ª ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2004. 
‣ CECIL. Medicina, 23ª ed. Elsevier, 2009.
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