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Trabalho sobre Hanseníase

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FACULDADES ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS OURINHOS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA HANSENÍASE 
 
 
 
 
AMANDA CAROLINE BUSTOS DA CRUZ 
FABRÍCIO ABEL DE SOUZA 
HAIALLA BENFICA DOS SANTOS 
LUCIANA PRADO DO CARMO 
NATHÁLIA MENDES DE AZEVEDO 
NATÁLIA DOS SANTOS SANTANA 
OSVALDO CESAR POMPEI JÚNIOR 
PÂMELA LAGES PASCHOAL 
RENATO MOREIRA RODRIGUES 
RONALDO PEREIRA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
OURINHOS-SP 
Nov/2018 
FACULDADES ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS OURINHOS 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA HANSENÍASE 
 
AMANDA CAROLINE BUSTOS DA CRUZ 
FABRÍCIO ABEL DE SOUZA 
HAIALLA BENFICA DOS SANTOS 
LUCIANA PRADO DO CARMO 
NATHÁLIA MENDES DE AZEVEDO 
NATÁLIA DOS SANTOS SANTANA 
OSVALDO CESAR POMPEI JÚNIOR 
PÂMELA LAGES PASCHOAL 
RENATO MOREIRA RODRIGUES 
RONALDO PEREIRA DOS SANTOS 
 
 
Trabalho prático apresentado a Faculdade Estácio 
de Sá, como requisito parcial para avaliação na disciplina 
de ENSINO CLÍNICO EM SAÚDE COLETIVA PRÁTICO - 
SDE3621 no Curso de Graduação em Enfermagem. 
 
Docente: 
LUCILA NUNES FARIA MASSONI 
 
 
 
 
OURINHOS-SP 
Nov/2018 
 
RESUMO 
O presente trabalho intitulado - CARACTERIZAÇÃO GERAL DA HANSENÍASE, 
busca a pesquisa contextualizada no âmbito da enfermagem sobre a patologia da 
hansíase de forma dinâmica e simplificada.Para tal o início da mesma decorreu da 
explanação científica da etiopatogênese do bacilo de Hans em suas formas 
microbiológicas, no decorrer foi necessário a ambientação do prognóstico na 
propedêutica do exame físico em enfermagem, item significativo ao diagnóstico da 
patologia, é apresentado igualmente porém de forma complementar os 
procedimentos para tratamento polioquimioterápico e imunização.Já no campo da 
Sáude Coletiva (foco principal do presente) conceituou-se a vigilância 
epidemiológica e os respectivos sistema de notificação compulsória e sistema de 
busca ativa no enfrentamento à hanseníase, realçando a gravidade da problemática 
social do abandono ao tratamento ou demora na busca dos serviços de atenção 
básica com as diferentes determinantes ecossociais.Por fim buscou-se 
conscientizar-se sobre estigmática social da doença pelos fatores sociais advindos 
da falta dos meios científicos de tratamento durante a história. 
 
 
Palavras-chave: Hanseníase, Saúde Coletiva, Vigilância Epidemiológica. 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO – DEFINIÇÃO DA HANSENÍASE ............................ 6 
2. CONTÁGIO ....................................................................................... 7 
3. SINTOMAS ....................................................................................... 8 
3.1 SINAIS E SINTOMAS DERMATOLÓGICOS: ................................................................ 8 
3.2 SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS: ................................................................... 9 
4. DIAGNÓSTICO ............................................................................... 10 
4.1 EXAME FÍSICO .............................................................................................. 11 
4.1.1 Propedêutica-m Palpação dos Nervos ...................................................... 11 
5. ETIOPATOGÊNESE ....................................................................... 13 
5.1 FORMA TUBERCULÓIDE .................................................................................... 13 
5.2 FORMA VIRCHOWIANA ...................................................................................... 13 
5.3 FORMA INDETERMINADA ................................................................................... 14 
5.4 FORMA DIMORFA .............................................................................................. 14 
5.5 CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL .......................................................................... 15 
6. TRATAMENTO ............................................................................... 16 
6.1 ESQUEMAS TERAPÊUTICOS PAUCIBACILAR - PB: ................................................ 16 
6.2 ESQUEMAS TERAPÊUTICOS MULTIBACILAR - MB: .................................................. 17 
7. IMUNIZAÇÃO ................................................................................. 19 
8. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS .................................................. 20 
 
9. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ................................................... 21 
9.1 DEFINIÇÃO DE CASO .......................................................................................... 22 
9.1.1 Descoberta de casos ................................................................................ 22 
9.2 SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA ............................................. 23 
10. ESTIGMÁTICA - FATORES SOCIAIS E HISTÓRICOS ................. 24 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 26 
 
 
6 
1. INTRODUÇÃO – DEFINIÇÃO DA HANSENÍASE 
É uma doença infecto-contagiosa, de evolução lenta, que se manifesta 
principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e 
nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. O comprometimento 
dos nervos periféricos é a característica principal da doença, dando-lhe um grande 
potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para 
deformidades. Estas incapacidades e deformidades podem acarretar alguns 
problemas, tais como diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social 
e problemas psicológicos. São responsáveis, também, pelo estigma e preconceito 
contra a doença. Por isso mesmo ratifica-se que a hanseníase é doença curável, e 
quanto mais precocemente diagnostica e tratada mais rapidamente se cura o 
paciente. 
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de 
Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células 
cutâneas e por células dos nervos periféricos, que se instala no organismo da 
pessoa infectada, podendo se multiplicar. O tempo de multiplicação do bacilo é 
lento, podendo durar, em média, de 11 a 16 dias. O M.leprae tem alta infectividade e 
baixa patogenicidade, isto é infecta muitas pessoas no entanto só poucas adoecem. 
O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), 
embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados. 
7 
2. CONTÁGIO 
A Hanseníase é uma doença que causa lesões na pele mas ela não é 
transmitida pelo contato com a pele do doente, a forma de transmissão dessa 
doença é pela respiração, as vias áreas superiores são o principal meio de contágio. 
Quando o doente fala ou espirra saem gotículas de saliva que contém o 
microrganismo que causa a doença, e o indivíduo que respira essas gotículas pode 
contrair a doença, porém, é difícil que em um primeiro contato com o microrganismo 
a pessoa possa desenvolver Hanseníase, o risco de contágio é maior se a pessoa 
tiver uma maior probabilidade de adoecer e por um contato prolongado com o 
doente sem o tratamento adequado. A hanseníase apresenta um período de 
incubação em média, de 2 a 7 anos, ou seja, a doença pode demorar para se 
manifestar, isso também depende da relação entre o parasita com o hospedeiro. 
8 
3. SINTOMAS 
3.1 SINAIS E SINTOMAS DERMATOLÓGICOS: 
Infiltração: aumento da espessura e consistência da pele, com menor 
evidência dos sulcos, limites imprecisos, acompanhando se, às vezes, de eritema 
discreto. Pela vitropressão, surge fundo de cor café com leite. Resulta da presença 
na derme de infiltrado celular, às vezes com edema e vasodilatação. 
Tubérculo: designação em desuso, significava pápula ou nódulo que 
evolui deixandocicatriz. 
Nódulo: lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de 1 a 3 cm de 
tamanho. É processo patológico que localiza-se na epiderme, derme e/ou 
hipoderme. Pode ser lesão mais palpável que visível. Essas lesões podem estar 
localizadas em qualquer região do corpo e podem, também, acometer a mucosa 
nasal e a cavidade oral. Ocorrem, porém, com maior frequência, na face, orelhas, 
nádegas, braços, pernase costas. 
9 
3.2 SINAIS E SINTOMAS NEUROLÓGICOS: 
A hanseníase manifesta-se, além de lesões na pele, através de lesões 
nos nervos periféricos. Essas lesões são decorrentes de processos inflamatórios dos 
nervos periféricos (neurites) e podem ser causados tanto pela ação do bacilo 
nosnervos como pela reação do organismo ao bacilo ou por ambas. Elas 
manifestamse através de: 
• dor e espessamento dos nervos periféricos; 
• perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses 
nervos, principalmente nos olhos, mãos e pés; 
• perda de força nos músculos inervados por esses nervos 
principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e 
inferiores. 
 
 
 
. 
10 
4. DIAGNÓSTICO 
As manifestações mais características da hanseníase são aquelas 
relacionadas ao comprometimento do sistema neurológico. As lesões cutâneas, 
podem ser confundidas com qualquer outra dermatose (doenças de pele, cujos 
sintomas de uma forma geral são formação de bolhas, coceiras, inflamações e 
escamação da pele) como a, Pitiríase versicolor, Pitiríase alba, Vitiligo, entre outras. 
O diagnóstico da hanseníase é feito desde que se comprove, há 
existência de distúrbios de sensibilidade, presente em pequenos ramos de pele, ou 
quando há presença de manchas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos, 
sendo elas: Claras, vermelhas ou mais escuras. 
Os exames são realizados por meio da análise da história e coleta de 
dados sobre as condições de vida do paciente (Anamnese), possibilitando uma 
identificação mais clara de lesões, ou áreas de pele com alterações de sensibilidade, 
sendo em alguns casos, presente o comprometimento do Sistema nervoso 
periférico. 
O Diagnóstico Laboratorial é realizado por meio da baciloscopia, que 
consiste na raspagem da região dérmica, de pacientes com suspeita clínica de 
hanseníase, é um procedimento laboratorial rápido, de baixo custo, menos invasivo 
e que não necessita de tecnologia avançada. Apresenta uma especificidade de 
100% quando um resultado positivo for analisado em conjunto com outros sinais da 
11 
doença. A sensibilidade é baixa, pois menos de 50% dos esfregaços de indivíduos 
doentes são positivos. 
4.1 EXAME FÍSICO 
A hanseníase manifesta-se, além de lesões na pele, através de lesões 
nos nervos periféricos. Essas lesões são decorrentes de processos inflamatórios dos 
nervos periféricos (neurites) e podem ser causados tanto pela ação do bacilo nos 
nervos como pela reação do organismo ao bacilo ou por ambas. Elas manifestam-se 
através de: 
• dor e espessamento dos nervos periféricos; 
• perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, 
principalmente nos olhos, mãos e pés; 
• perda de força nos músculos inervados por esses nervos principalmente 
nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores. A neurite, geralmente, 
manifesta-se através de um processo agudo, acompanhado de dor intensa e edema. 
No início, não há evidência de comprometimento funcional do nervo, mas, 
frequentemente, a neurite torna-se crônica e passa a evidenciar esse 
comprometimento, através da perda da capacidade de suar, causando 
ressecamento na pele. Há perda de sensibilidade, causando dormência e há perda 
da força muscular, causando paralisia nas áreas inervadas pelos nervos 
comprometidos. Quando o acometimento neural não é tratado pode provocar 
incapacidades e deformidades pela alteração de sensibilidade nas áreas inervadas 
pelos nervos comprometidos. 
4.1.1 Propedêutica-m Palpação dos Nervos 
Técnica: 
1. Explicar ao paciente o exame que vai ser realizado. 
2. Avaliador de frente para o paciente. 
12 
3. Paciente com braço ou perna a ser examinado relaxado e posicionado de 
acordo com a descrição específica de cada nervo. Local da palpação: 
observar e seguir as orientações para cada nervo. 
4. Acompanhar o trajeto do nervo acima e abaixo da área inicialmente palpada. 
 
Verificar: 
1. queixa de dor espontânea no trajeto do nervo. 
2. queixa de choque ou dor à palpação no trajeto do nervo. 
3. simetria (comparar sempre o lado direito com o esquerdo). 
4. tamanho. 
5. forma. 
6. consistência. 
7. presença de nódulos. 
 
Quando o paciente queixa-se de dor, dormência, formigamento, etc, 
solicite ao paciente localizar a área, para que você possa palpar os nervos ali 
existentes, além dos nervos palpados rotineiramente. 
13 
5. ETIOPATOGÊNESE 
As manifestações da Hanseníase estão diretamente ligadas ao tipo de 
resposta imunológica ao M. leprae. São, então, as seguintes formas clínicas: 
5.1 FORMA TUBERCULÓIDE 
É um polo benigno com cura espontânea ou terapêutica. Esta forma 
poderá ter surtos reacionais em que as lesões se edemaciam e se tornam dolorosas. 
As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e 
com ausência de sensibilidade. A clínica é caracterizada por lesões papulosas ou 
nodulares, únicas ou em pequeno número, principalmente na face. Há casos raros 
em que a Forma Tuberculóide poderá evoluir para o polo maligno. 
5.2 FORMA VIRCHOWIANA 
O polo maligno, conhecido também como Forma Virchowiana, não possui 
resposta tecidual e o bacilo apresenta grande agressividade, tem má evolução, 
tendência invasora e atinge os órgãos internos. As lesões cutâneas caracterizam-se 
por placas infiltradas e nódulos, de coloração eritemato-acastanhada ou ferruginosa 
14 
que podem se instalar também na mucosa oral. Nesta forma surgem constantes 
surtos reacionais, com grande desgaste do estado geral do paciente, ocasionando a 
formação de eritema nodoso e/ou eritema polimorfo. 
5.3 FORMA INDETERMINADA 
É a forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos 
casos ou evolui para as chamadas formas polarizadas em cerca de 25% dos casos, 
o que pode ocorrer em 3 a 5 anos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de 
cor mais clara do que a pele, com distúrbio de sensibilidade, podendo ser 
acompanhadas de alopécia e/ou anidrose. Mais comum em crianças. 
5.4 FORMA DIMORFA 
É a forma intermediária, que é resultado de uma imunidade também 
intermediária, com características clínicas e laboratoriais que podem se aproximar 
do polo tuberculoide ou virchowiano. O número de lesões cutâneas é maior e 
apresentam-se como placas, nódulos eritemato acastanhadas, em grande número, 
com tendência à simetria. As lesões mais características nesta forma clínica são 
denominadas lesões pré foveolares ou foveolares, elevadas ou não, com áreas 
centrais deprimidas e aspecto de pele normal, com limites internos nítidos e externos 
difusos. O acometimento dos nervos é mais extenso podendo ocorrer neurites 
agudas de grave prognóstico. 
 
15 
5.5 CLASSIFICAÇÃO OPERACIONAL 
A classificação operacional do caso de hanseníase, visando o tratamento 
com poliquimioterapia é baseada no número de lesões cutâneas de acordo com os 
seguintes critérios: 
* Paucibacilar (PB) – casos com até 5 lesões de pele. São do tipo 
Paucibaciliar: Indeterminada e Tuberculóide. 
* Multibacilar (MB) – casos com mais de 5 lesões de pele. São do tipo 
Multibaciliar: Virchowiana e Dimorfa. 
 
16 
6. TRATAMENTO 
O tratamento da hanseníase é feito por POLIQUIMIOTERAPIA – PQT; 
esse tratamento é recomendado pela OMS. É disponibilizado gratuitamenteno posto 
de saúde ou no centro de tratamento de referência, uma vez por mês e deve ter 
inicio a partir do surgimento da primeira ferida por ser um tratamento demorado. 
PQT é uma associação de Rifampicina, Dapsona e Clofazimina na 
apresentação de blíster (cartelas). Essa associação diminui a resistência 
medicamentosa do bacilo que ocorre, com frequência, quando se utiliza apenas um 
medicamento. É administrada através de esquema padrão, de acordo com a 
classificação operacional do doente: PB ou MB. 
Casos PB – 6 cartelas (1 cartela = 1 dose supervisionada / mês). O 
tratamento completo de casos PB deve ser feito com 6 doses supervisionadas em 
até 9 meses. 
Casos MB – 12 cartelas (1 cartela = 1 dose supervisionada / mês). O 
tratamento completo de casos MB compreende 12 doses em até 18 meses. 
6.1 ESQUEMAS TERAPÊUTICOS PAUCIBACILAR - PB: 
• Adulto: 
* Rifampicina: dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg) com 
administração supervisionada. 
* Dapsona: dose mensal de 100mg supervisionada e dose diária de 
100mg auto administrada 
• Criança: 
17 
* Rifampicina: dose mensal de 450mg (1 cápsula de 150mg e 1 cápsula 
de 300mg) com administração supervisionada. 
* Dapsona: dose mensal de 50mg supervisionada e dose diária de 50mg 
auto administrada. 
6.2 ESQUEMAS TERAPÊUTICOS MULTIBACILAR - MB: 
• Adulto: 
* Rifampicina: dose mensal de 600mg (2 cápsulas de 300mg) com 
administração supervisionada. 
* Dapsona: dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária de 
100mg auto administrada. 
* Clofazimina: dose mensal de 300mg (3 cápsulas de 100mg) com 
administração supervisionada e uma dose diária de 50mg auto administrada. 
 
• Criança: 
* Rifampicina: dose mensal de 450mg ( 1 cápsula de 150mg e 1 cápsula 
de 300mg) com administração supervisionada. 
* Dapsona: dose mensal de 50mg supervisionada e uma dose diária de 
50mg auto administrada. 
* Cloazimina: dose mensal de 150mg ( 3 cápsulas de 50mg) com 
administração supervisionada e uma dose de 50mg auto administrada em dias 
alternados. 
Pessoas com lesões únicas sem comprometimento do nervo e que não 
podem tomar dapsona, podem tomar a combinação de Rifampicina, Minociclina e 
Ofloxacina, nos centros de tratamento específicos. O tratamento da hanseníase na 
gravidez ou amamentação pode ser feito com os mesmos antibióticos, porque eles 
não prejudicam o bebê. 
É importante diferenciar um quadro de estado reacional de um caso de 
recidiva. No caso de estados reacionais a pessoa deverá receber tratamento 
antirracional, sem reiniciar, porém, o tratamento PQT. No caso de recidiva, o 
tratamento PQT deve ser reiniciado. Somente os casos graves, graves, assim como 
18 
os que apresentarem reações reversas graves, deverão ser encaminhados para 
hospitalização. É considerado um caso de recidiva, aquele que completar com êxito 
o tratamento PQT, e que depois de curado venha eventualmente desenvolver novos 
sinais e sintomas da doença. A maior causa de recidivas é o tratamento PQT 
inadequado ou incorreto. 
19 
7. IMUNIZAÇÃO 
A única vacina contra a hanseníase já aprovada para uso humano é o uso de 
Mycobacterium bovis BCG, utilizada primariamente contra a tuberculose. Entretanto, 
a eficácia desta vacina contra a hanseníase ébastante variável na literatura 
científica. 
Nos estudos realizados no Brasil e em outros países para verificar o efeito 
protetor da BCG na hanseníase, o nível de proteção variou de 20 a 80%, e sugeriu 
uma maior proteção para as formas multibacilares da doença. Recomendações: A 
aplicação de duas doses da vacina BCG-ID a todos os contatos intradomiciliares dos 
casos de hanseníase; serão aplicadas 2 doses ID, na inserção do deltóide D. 
As pessoas que residem ou residiram com os pacientes nos últimos 5 
anos e que não tiverem lesões ouáreas sugestivas de hanseníase deve receber uma 
dose de vacina BCG. As pessoas que apresentarem duascicatrizes vacinais de BCG 
não precisam ser vacinadas. Quem possuir apenas uma cicatriz deve receber uma 
segunda dose, independentemente da idade. 
20 
8. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS 
 
A hanseníase é doença de notificação compulsória em todo o território nacional, 
sendo objeto de atuação na saúde pública devido à sua magnitude, e potencial 
incapacitante e por acometer a faixa etária economicamente ativa. No Brasil, apesar 
da redução na taxa de prevalência observada, de 19 para 4,52 doentes em cada 10 
mil habitantes, no período de 1985 a 2003, a hanseníase ainda constitui problema 
de saúde pública que exige uma vigilância resolutiva. Desde 1985, o país vem 
reestruturando suas ações voltadas para este problema. Em 1999, ratificou o 
compromisso de eliminar a hanseníase até 2005, quando se objetiva alcançar o 
índice nacional de menos de um doente em cada 10 mil habitantes e, até 2010, 
sustentar os níveis de eliminação nos estados e conquistá-los em cada município. 
Em que pesem todos os esforços realizados para se alcançar a eliminação da 
hanseníase ainda é necessário buscar impactar sua transmissão. 
 
21 
9. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 Tem como objetivos: 
 
1. Detectar e tratar precocemente os casos novos, para interromper a cadeia de 
transmissão e prevenir as incapacidades físicas. 
2. Realizar exames dermatoneurológicos de todos os contatos de casos de 
hanseníase com o objetivo de detectar novos casos e iniciar o tratamento o 
mais precocemente possível, evitando a ocorrência de novos casos. 
3. Reduzir a morbidade da doença para menos de 1 doente por 10 mil 
habitantes – meta de eliminação proposta pela OMS. 
 
Já os objetivos do Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase são: 
 
1. Eliminar a hanseníase como problema de saúde pública, descentralizando os 
serviços de diagnóstico e tratamento para a rede básica de saúde, ampliando 
o acesso e promovendo a universalização da cura. 
2. Ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento nos municípios de maior 
endemicidade, para acelerar o processo de eliminação da hanseníase. 
3. Promover e apoiar o processo de educação permanente, habilitando os 
profissionais de saúde para as ações de diagnóstico, tratamento e 
acompanhamento da hanseníase. 
4. Mobilizar a sociedade civil para a promoção do conhecimento sobre os sinais 
iniciais da hanseníase e dos locais de acesso ao diagnóstico e tratamento 
5. Assegurar, nas unidades de saúde, tratamento completo para as formas 
paucibacilares e multibacilares. 
22 
6. Ampliar a oferta de procedimentos de reabilitação física aos pacientes 
portadores de incapacidades/deformidades decorrentes da doença. 
9.1 DEFINIÇÃO DE CASO 
Uma pessoa que apresente uma ou mais de uma das seguintes 
características e que requer poliquimioterapia: 
 
a. Lesão(ões) de pele, com alteração de sensibilidade; 
b. Acometimento de nervo(s) com espessamento neural; 
c. Baciloscopia positiva. 
9.1.1 Descoberta de casos 
A descoberta de casos de hanseníase pode ocorrer por detecção passiva ou 
ativa. Há duas situações onde pode ocorrer a detecção passiva: na demanda 
espontânea da população para os serviços da unidade de saúde, em que poderá 
haver casos com sinais e sintomas dermatológicos e/ou neurológicos, e nos 
encaminhamentos feitos por outras unidades de saúde, para confirmação 
diagnóstica da doença. Nestas situações é realizado o exame dermatoneurológico, 
para confirmar ou não o diagnóstico de hanseníase. 
A descoberta de casos novos implica o cumprimento dos seguintes passos: 
suspeição diagnóstica da hanseníase, confirmação diagnóstica, tratamento 
poliquimioterápico do caso e investigação epidemiológica (exame de contatos) do 
caso identificado. 
23 
9.2 SISTEMA DE NOTIFICAÇÃOCOMPULSÓRIA 
A descoberta de casos novos implica o cumprimento dos seguintes 
passos: suspeição diagnóstica da hanseníase, confirmação diagnóstica, tratamento 
poliquimioterápico do caso e investigação epidemiológica (exame de contatos) do 
caso identificado. O SINAN estabelece a Ficha Individual de Notificação (FIN) como 
sendo instrumento necessário de preenchimento quando da suspeita da ocorrência 
de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, 
estadual ou municipal. Caso o banco de dados do Sinan não seja alimentado por 
dois meses consecutivos suspende-se os recursos da Atenção Básica e Vigilância 
em Saúde A Hanseníase é Doença de Notificação Compulsória em todo o Território 
Nacional. 
Considera-se como contato intradomiciliar toda e qualquer pessoa que 
resida ou tenha residido com o doente, nos últimos cinco anos. A vigilância de 
contatos, portanto, compreende a busca sistemática de novos casos de hanseníase 
entre as pessoas que convivem com o doente, a fim de que sejam adotadas 
medidas de prevenção em relação às mesmas: o diagnóstico e o tratamento 
precoces. 
24 
10. ESTIGMÁTICA - FATORES SOCIAIS E HISTÓRICOS 
A exclusão social dos acometidos foi até mesmo reforçada pela teoria de 
que o confinamento dos doentes era o caminho para a extinção do mal 
“pecaminoso” pois havia o desconhecimento nas formas de transmissão e 
mecanismos de controle, o primeiro ato foi a proibição do contato do paciente com o 
não paciente. 
No Brasil, até meados do século XX, os doentes eram obrigados a se 
isolar em leprosários e tinham seus pertences queimados, uma política que visava 
muito mais ao afastamento dos portadores do que a um tratamento efetivo. 
A regulamentação dos leprosários aconteceu na década de 1920, com a 
criação da Inspetoria de Profilaxiame Combate à Lepra e Doenças Venéreas. Estes 
espaços passaram a ser organizados como uma cidade, com escolas, praças, 
dormitórios, refeitórios e até delegacias, prisões e cemitérios. Chegaram a existir 
cerca de 40 leprosários em todo o Brasil. 
Em 1949, o isolamento forçado dos hansenianos em leprosários virou lei 
federal, que vigorou até 1986. A legislação permitia separar os filhos dos pacientes 
que engravidassem dentro das colônias. Ainda bebês, eram enviados em cestos à 
educandários e preventórios, espécie de creches de filhos considerados órfãos, 
mesmo tendo pais vivos. 
A cura da hanseníase no mundo foi descoberta na década de 1940. "Mas 
obviamente que essa cura é muito controversa: havia casos de recidiva, a potência 
destes medicamentos não era tão precisa e seus efeitos também eram 
controversos. 
A mudança no tratamento do hanseniano, na forma ambulatorial 
empregada até hoje, somente se daria no Brasil na década de 1980, quando 
passou a empregar a poliquimioterapia. 
25 
Estigmatizados, inclusive pela família, os portadores do bacilo da 
hanseníase não buscam tratamento, ou o abandonam. Portanto, se faz necessária 
a presença constante de programas de educação em saúde que tornem a 
prevenção e a superação do estigma pontos centrais nas campanhas 
 
 
 
26 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. MINELLI, Lorivaldo. Etiopatogenia da Hanseníase. Disponível em: 
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminasoc/article/view/7401/6532>. 
Acesso em: 20 de novembro de 2018. 
 
2. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE - • Guia de Hanseníase- Ministério da 
Saúde. .Disponível em www.portalms.saude.gov.br> tratamento-
hanseníase/ministeriodasaude. Acesso em: 20 de novembro de 2018. 
 
3. MODELLI,Laís - Os brasileiros que foram separados à força de pais com lepra 
e lutam por reparação - BBC Brasil - 24 julho 2016.Disponível em 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-36800589. Acesso em: 20 de 
novembro de 2018. 
 
4. OPROMOLLA, Diltor Vladimir Araújo. DIAGNÓSTICO DE HANSENÍASE. 
Disponível em 
http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/OPROMOLLA_DILTOR_nocoes/PDF/ 
diag_hans en.pdf> Acesso em: 23 de novembro de 2018.

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