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Brasil tem maior 'recife de algas' do mundo
Recifes biogênicos são estruturas de carbonato de cálcio que se formam a partir da bioconstrução por algas e corais. Entretanto, pouco se fala dos recifes de algas, os recifes de corais são o braço mais famoso desse importante ecossistema. Recifes de algas coexistem com os recifes de corais e apresentam grande importância na manutenção dos recifes de corais, além de uma ecologia semelhante aos recifes de corais. Os recifes de algas incrustantes, como a Porolithon e a Lithothamnion, crescem sobre as superfícies duras dos recifes e depositam quantidades de CaCO3 até maiores que os corais contribuindo para a construção dos recifes. Possuem uma resistência maior ao impacto de ondas na porção externa do recife, o que cria um cinturão de proteção, e crescem em espaços vazios entre os corais diminuindo a taxa de sedimentação sobre os corais. 
Uma pesquisa mapeou a Plataforma de Abrolhos e revelou que a região tem a maior extensão conhecida de recifes de algas calcárias, altamente vulneráveis à acidificação do oceano. A Plataforma de Abrolhos, na costa da Bahia, possui a maior área coberta por rodolitos em todo o mundo, de acordo com um estudo liderado por pesquisadores brasileiros. Os rodolitos são algas que formam estruturas semelhantes a recifes de corais. O levantamento concluiu que os recifes de rodolitos em Abrolhos cobrem uma extensão de mais de 20 mil quilômetros quadrados, comparável à área do estado de Sergipe. A pesquisa revela também que esses recifes, que produzem anualmente cerca de 25 milhões de toneladas de carbonato de cálcio, enfrentam diversas ameaças e são especialmente vulneráveis à acidificação do oceano. 
Os rodolitos ocupam quase metade da área total do banco de Abrolhos, que tem cerca de 46 mil quilômetros quadrados. Considerando essas dimensões, o estudo alerta para a necessidade de políticas de conservação ambiental. Eles são uma verdadeira fábrica de carbonato de cálcio e sua degradação poderia liberar quantidades gigantescas de carbono para o meio ambiente. Por sua enorme extensão de recifes de rodolitos, o banco de Abrolhos pode ter um papel ambiental importante no clima global. Ao produzir o carbonato de cálcio em sua estrutura, essas algas sequestram carbono da atmosfera. Como são compostos por um material calcário, os rodolitos são muito sujeitos à acidificação marinha. Essa degradação poderia colocar todo esse carbono de volta no ambiente marinho. Ao jogar mais carbono na água, o processo tende a aumentar o desequilíbrio químico do oceano, aumentando ainda mais o efeito de acidificação, em um círculo vicioso de proporções desastrosas. 
Outro fator que enfatiza a necessidade de políticas de conservação no banco de Abrolhos é a rica biodiversidade presente na área de rodolitos, que forma um ambiente complexo e heterogêneo, repleto de nichos ecológicos. Além de sumidouro de carbono, os rodolitos são importantes agregadores de biodiversidade, assim como os recifes de corais. É uma área crítica para preservação. Quando essas estruturas são degradadas, o ecossistema é simplificado e algumas espécies oportunistas, adaptadas a hábitats mais homogêneos, acabam sendo favorecidas. O resultado é um empobrecimento dramático da biodiversidade local.

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