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1 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CAMPUS ANCHIETA “Os 30 anos da Constituição da República Federativa Brasileira.” SÃO PAULO 2018 2 Trabalho de Direito Constitucional, referente à APS (Atividade de Práticas Supervisionada) supervisionado ao querido Prof. Marcelo Grimone. Alexandre Romano – Ra: C652709 Fabiano Rosa Nobre – Ra:C30AAJ2 Gisele da Silva – Ra: A427198 Sara Ferreira da Silva – Ra: C289051 Sunamita Martins M. Damasceno – Ra: T103452 SÃO PAULO 2018 3 AGRADECIMENTOS Agradecemos em primeiro lugar a Deus por ser à base das nossas conquistas; As nossas famílias, por acreditar em nós, apoiando-nos e esforçando-se junto a nós, para que alcancemos todas as nossas escolhas; São Paulo 2018 4 RESUMO A presente APS, cujo tema é os 30 anos da nossa constituição federal de 1998 e tem como objetivo esclarecimento da proposta de realização de comissão de notáveis para a realização de uma nova constituição e depois submetê-la a plebiscito, analisar se juridicamente possível e quais os fundamentos utilizados para definir se essa proposta é possível ou não. São Paulo 2018 5 ABSTRACT The present on the year of 1.998 the year was the public of the capacity of notable for embedded of in embedded annual report in 1.998 and year after the plebiscito, analysis for juridically possable and which os fundamentos for this choice is possible or non consistent. São Paulo 2018 6 SUMÁRIO 1 Introdução.............................................................................................................7 2 Análise de uma nova Constituinte ........................................................................8 3. Entrevista com os professores ............................................................................10 4. Possibilidades e fundamentos para uma nova Constituição Federal..................15 5. Conclusão .............................................................................. ...........................18 6. Bibliografia / Fontes pesquisadas........................................................................18 7 INTRODUÇÃO No dia 05 de outubro deste ano de 2018 a Constituição Federal celebrou aniversario de 30 anos de sua promulgação desde 1998, livro este que foi apelidado de Constituição Cidadã, a mais acessível e blindada perante os direitos e garantias em favor do povo. Classificadas pelos doutrinadores constitucionalistas como super-rígida, determinando assim que alguns direitos e determinações da mesma não poderiam ser retirados jamais do ordenamento jurídico, uma vez que em regra poderá ser alterada por um processo legislativo diferenciado, mas, excepcionalmente, em alguns pontos é imutável. Há, no entanto uma a proposta de realização de comissão de notáveis para elaborar uma nova constituição e depois submetê-la a plebiscito. Neste sentido e respeitando os princípios da nossa atual Constituição, a convocação para nova assembleia constituinte só poderá o correr por meio de emenda constitucional, democracia. 8 1. Analisar à luz da Constituição em vigor se é possível elaborar uma nova constituição com um texto redigido por notáveis e submetido a plebiscito. Fazer uma Constituição, não é uma coisa assim tão simples, é como fazer um estatuto de uma sociedade beneficente, basta copiar o que está escrito nos estatutos já existentes, ou seja, não terá trabalho nem para os 10 meses previstos. Considera-se de que, ao contrário do que muitos imaginam, estes trabalhos poderão ser acelerados, uma vez que 70% (setenta por cento) do texto constitucional já está escrito e será apenas copiado. A Constituição só será inovada em alguns tópicos, capítulos polémicos, porém, dependerá de sua aprovação por várias comissões. A Constituição da República Federal de 1988 pode ser classificada, como muito rígida, uma vez que em regra poderá ser alterada apenas por um processo legislativo diferenciado, mas no entanto, excepcionalmente em alguns pontos é imutável (CF/88 - art. 60 , § 4º-cláusulas pétreas).". O poder constituinte originário que elaborou a nossa atual Constituição brasileira decidiu que alguns direitos e determinações da mesma não poderiam ser retirados de forma alguma de nosso ordenamento jurídico, tendo em vista, uma vez que garantem um marco civilizatório à sociedade. A Assembleia Nacional Constituinte no ano de 1987 teve o condão de a superação de todos os problemas que afetam a estrutura do país, tais como a fome e a miséria, entre outros e também iniciar um momento histórico completamente diferente do que havia sido o Regime Militar que teve inicío no ano de 1964, nesse espírito de evolução social que não admitiria retrocessos foi decidido proibir o poder constituinte derivado de ter a possibilidade de revogar um núcleo legal considerado um grande avanço civilizatório. O PROBLEMA DAS CLÁUSULAS PÉTREAS: A conservação das cláusulas pétreas é opção antidemocrática, pois impede que o povo (titular da soberania), diretamente ou por seus representantes, possa fazer periodicamente algumas correções legislativas necessárias para a construção de uma sociedade mais justa. Ainda, há o perigo das cláusulas pétreas induzirem à abstração de outros valores protegidos pela Constituição que, em determinado momento histórico, devem ter prevalência." 9 De acordo LEIRIA, Cláudio da Silva. (Pena de morte: cláusula pétrea?. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 12, n. 1563, 12 out. 2007), o direito é algo conquistado pela sociedade: “O Direito é fruto colhido pela sociedade e sendo assim não pode ser estático, pois a sociedade é dinâmica e em uma democracia todo poder emana do povo e o povo deve ter o seu direito respeitado, direito de legislar sobre a ótica de seus momentos históricos, mas as cláusulas pétreas tornam o povo de um tempo anterior ditadores em relação ao povo do tempo presente, ignorando as mudanças de valores sociais. É de um espírito cesarista impor a visão de retrocesso de uma sociedade sobre as próximas gerações que certamente vivem uma nova realidade de mundo, tendo em vista as várias mudanças e implantações de novos sistemas”. A POSSIBILIDADE DE UMA NOVA CONSTITUINTE: Sendo a nossa atual Constituição super-rígida e havendo o entendimento majoritário de que suas cláusulas pétreas devem ser respeitadas a única maneira de superação de normas imutáveis indesejadas pela sociedade do tempo presente é a declaração de uma nova Assembleia Nacional Constituinte. Mas uma tese defendida por alguns juristas discorda, essa tese consiste na afirmação de que uma nova constituição elaborada democraticamente somente poderia expandir os direitos e garantias individuais, e não reduzi-los. Isso porque uma nova constituinte éconvocada através de uma emenda à constituição. Como essa convocação é feita dentro da constituição vigente, seria uma cláusula pétrea presumida que a nova constituição não pode diminuir os direitos e garantias individuais da anterior. O problema desse raciocínio em primeiro lugar é a afirmação de que uma nova constituinte é feita por emenda constitucional, de fato a última assembleia nacional constituinte do país foi convocada por esse meio, mas nada na CF/88 positiva o processo para um novo poder originário, podendo esse, por exemplo, ser constituído por meio de plebiscito. No caso de a convocação ocorrer por meio de PEC, não precede o argumento de que uma nova lei maior é condicionada a anterior, pois entende-se que o poder originário é incondicionado e ilimitado, quando uma nova constituição é promulgada tudo se faz novo, fundamenta-se esse raciocínio no fato de o poder constituinte originário pertencer ao povo de onde emana todo o poder, a constituição não é, numa democracia, maior que o povo sobre o qual ela recai. CONCLUSÃO: Pode-se conceber no mínimo duas formas de convocação de uma nova assembleia nacional constituinte, por meio de emenda constitucional ou por meio de plebiscito, em ambas as formas o poder originário pertence ao povo que o delega a seus representantes eleitos. O povo é dono de sua própria vontade e seus representantes são, ou teriam de ser condicionados exclusivamente à vontade soberana do povo na hipótese de constituinte 10 democrática, ou seja, a lei maior que perde vigência com uma nova constituição não mantem nenhum poder sobre sua substituta. 2. Entrevistar dois professores de Direito Constitucional para saber o que eles pensam sobre isso. ENTREVISTA DO PROFESSOR MARCELO GRIMONE Assunto: Alteração do texto Constitucional. “ Em que pese as críticas à Constituição, eu posso afirmar que a nossa Constituição é uma obra importante, ela sintetiza um processo de democratização do país, ela é a síntese das várias correntes ideológicas, assim hoje é, em conflito principalmente à Direita e à Esquerda, por que ela estabelece que o Brasil é um Estado democrático de direito. A Expressão Estado Democrático de Direito, significa que: Estado Democrático – significa o Estado preocupado com as questões sociais. (Defendidos pelos partidos de Esquerda); Estado de Direito – significa o Estado com base na legalidade. (Defendidos pelos partidos de Direita); A Constituição Federal de 1988, sintetiza esses dois pensamentos e o texto constitucional, ele não traz nenhuma previsão da sua revogação, como ele pode ser revogado? A Constituição é a estrutura de um Estado, como você revoga o Estado? O que é o texto constitucional, senão a organização do Estado e os direitos fundamentais, então na verdade a Constituição apresenta principalmente os Direitos Fundamentais e a organização desse Estado. Se o Estado não traz nenhuma previsão de revogação do seu Status, como que você revogaria uma Constituição? A Constituição só poderá ser revogada, se nós tivermos aqui no Brasil um golpe, na quebra do pacto como previa Hevell, o pacto entre a Sociedade Civil e o Estado, esse pacto não poderá e não poderia ser quebrado. O Texto constitucional, na minha opinião, é um texto eternizado, como a maioria das Constituições dos Países Ocidentais, agora, a pergunta é essa: A Constituição poderia ser revogada e ser recriada por um grupo de notáveis? A Constituição na minha opinião, não pode então ser revogada, esse grupo de notáveis também não teriam a legitimidade para construir um novo texto constitucional, por que o texto constitucional, a origem do texto Constitucional é o Poder Constituinte Originário e esse Poder Constituinte Originário, deriva da sociedade, somos nós, que teríamos o papel de construir um texto ainda que se fosse possível e não um grupo de notáveis. 11 A Constituição é um fruto de um processo de debates com a população, o que falta aqui no Brasil na verdade é a efetivação do texto constitucional e o texto constitucional é um texto contemporâneo, é um texto moderno, que ainda não foi efetivado, que é a construção de um país democrático, onde há a democrática participativa, ela chama a população a participar a construir este texto constitucional juntos e a nossa Constituição tem a previsão das cláusulas pétreas que jamais poderão ser mudadas. Uma nova Constituição poderá mudar as Cláusulas pétreas? Na minha opinião, nenhuma nova Constituição poderia mudar as cláusulas pétreas, por que nós somos parte de um Sistema Internacional e a Constituição nossa ao contrário daqueles que criticam, a nossa Constituição abriu o Brasil para o mundo. É a partir da Constituição de 1988 que o Brasil se abre (o Brasil sempre foi um país muito fechado), se abre através do Tratado Internacional dos Direitos Humanos, através dos Tratados Comerciais, através do próprio Mercosul. Então, em que pese a crítica tanto do pessoal da dita “Direita” e da “Esquerda” para a convocação de uma nova constituinte, eu entendo isso impossível, por que o texto Constitucional não permite e não permitirá e defendo ainda que as cláusulas pétreas não poderão ser alteradas / diminuídas, o que pode acontecer aqui no Brasil, é a ampliação dos Direitos Fundamentais, isso sim, mas nunca a sua restrição e quando eu falo em direitos fundamentais eu defendo inclusive os direitos sociais como direitos fundamentais por que o STF assim decidiu que os direitos, cláusulas pétreas não são compostos apenas de direitos individuais, são compostos também de direitos sociais. Então, em que pese algumas reformas que querem propor; a redução de direitos sociais, esses direitos sociais não poderia serem tirados da sociedade por que são cláusulas pétreas, na minha opinião, inclusive eu escrevi uma dissertação de Mestrado sinalizando que os direitos à liberdade e os direitos a igualdade tem a mesma origem histórica, sendo assim, eles não podem ser restringidos, não podem serem mitigados, a sociedade é composta por direitos relacionados à direito à liberdade e a igualdade, você não pode mitigar, é como se mitigassem a liberdade. É possível mitigar a liberdade? Não, também não é possível mitigar a igualdade, essa é a minha dissertação de Mestrado. É por isso que eu defendo a ampliação desses dois direitos e não a sua redução, agora, o que nós precisamos e conhecer o texto constitucional, por que a sociedade brasileira não conhece o texto constitucional, se conhecesse, defenderiam a Constituição de 1988, por que ele permitiu o processo de democratização, permitiu um processo de desenvolvimento social e econômico aqui no Brasil, não faz sentido culpar o texto constitucional, o mesmo promoveu sim o desenvolvimento do país, vide Brasil antes de 1988, vide Brasil após 1988, estabeleceu direitos e garantias, fortaleceu o Ministério Público, fortaleceu a Magistratura, fortaleceu as 12 Defensorias, criou a Advocacia Geral da União, não sei se vocês tem conhecimentos, mas ante de 1988 a Procuradoria da República fazia o papel do Ministério Público e fazia o papel da Defesa da União, como um país pode ter o mesmo órgão defendendo e acusando? Para vocês entenderem o que era o Brasil antes de 1988, por isso até hoje é chamada de Procuradoria da República e que deveria ser Ministério Público apenas. A Constituição de 1988 permitiu o fortalecimento do Ministério Público e graças a isso hoje nós temos essas investigações, por que o Ministério Público tem independência, por que sem independência ele não faria essas investigações, por que vocês sabem que todo tipo de pressão sofrem o Promotor e o Procurador e eu tenho isso na minhafamília por que meu irmão é Procurador da República e em várias situações ele foi ameaçado por traficantes, por corruptos, por deputados, mas ele se manteve como aquele que cuida da denúncia, da investigação, por que ele sabe das garantias que ele tem e das garantias do Estado Democrático de Direito e isso graças a Constituição de 1988. Antes de 1988, nós não tínhamos essa proteção, se vocês quiserem pesquisar, vide escândalo da mandioca que ocorreu na época anterior à Constituição, no regime militar, onde o Procurador da República foi morto por que investigou um esquema em que a SUDENE subsidiava o plantio da com grandes agricultores do nordeste, pegava aquele dinheiro e não plantava mandioca, era o escândalo da mandioca, esse escândalo nunca foi apurado no Brasil, apesar da morte do Procurado de República, que aqui consegui levantar isso na década de 70. Corrupção sempre existiu aqui, sempre irá existir, o que nós precisamos é de órgãos independentes para o combate-los, e isso a Constituição de 1988 garante. Então, aqueles que se voltam contra a Constituição de 1988, são aqueles que não tem o espírito democrático, são aqueles que não desejam um país que lute pela democracia, pelo desenvolvimento e enfim, que tenha aí a possibilidade de permitir a todos nós, alcançarmos os nossos objetivos. Eu deixo como mensagem, é que eu como professor, tenho o desejo que vocês continuem esse meu pensamento de defesa do direito de defesa da Constituição de 1988 e defesa da Justiça, por que o papel do Advogado não é só advogar e não é simplesmente receber os honorários, o papel do Advogado, do Juiz, do Promotor é lutar pela justiça e vocês tem esse papel, vocês passar a se integrar à elite desse país, o que é a Elite? São poucos aqueles que tem o diploma de Direito no país, são poucos aqueles que tem o conhecimento, por que o diploma na verdade é um simples papel, o que vale é o peso do conhecimento, aí eu tenho a certeza que eu passei um pouco desse conhecimento para vocês e vocês tem a responsabilidade de usar esse conhecimento para lutar por um país melhor, por que não há uma outra alternativa, a alternativa é esse país.” ENTREVISTA DO PROFESSOR JOSÉ LUÍS 13 Assunto: 30 anos da vigência Constitucional. ”Primeiro, grupo de notáveis para elaboração de Constituição é absurdo, pois nossa Constituição é excepcional, ela recebeu o nome de Constituição Cidadã, não foi por outro motivo e sim pela grande proteção dos direitos fundamentais, que estão constantes na Constituição justamente pra romper com sistema anterior que era de constante desrespeito aos Direitos Fundamentais. Para se ter ideia, há 50 anos atrás a “AI5”, proibia uma serie de Direitos Fundamentais, extinguiu, livre manifestação de pensamento, manifesto partidário, fechou o Congresso Nacional, proibiu o Habeas Corpus, era um total desrespeito aos Direitos Humanos. A Constituição de 1988, veio romper com tudo isso e ela tem apenas 30 anos, quem fala em reformar a Constituição em uma nova Constituinte, o faz único e exclusivamente para diminuir os Direitos Fundamentais e os Direitos Humanos, porque? O constituinte de 1988 sabendo disso, tornou as proteções dos Direitos Fundamentais, cláusulas pétreas, então este núcleo da constituição é intangível, não podendo ser desfeito nem por emenda constitucional. Quer dizer, você tem a possibilidade de emendar totalmente sua constituição, menos naquilo que tange a uma proteção especial, prevista em 1988 que é o artigo 60 parágrafo 4º, dentre eles o princípio federativo, voto direito/secreto e os direitos fundamentais, quem fala em uma nova constituinte fala justamente, por aquilo que é protegido por cláusulas pétreas. É que o sistema é o sistema democrático, princípio federativo/ republicano e os direitos fundamentais. Então é evidente que isso sim é um golpe de estado, tentativa de golpe, tentativa de diminuir a proteção jurídica constitucional. Não existe outro motivo de quem fala uma coisa dessas, a diminuição o sistema democrático, sistema protetivo dos direitos fundamentais, sistema federativo só isso. Que foi o que o constituinte a 30 anos elegeu como sacro santo, como aquilo que deveria ter uma proteção tal que não permitiu que o legislador do futuro alterasse a constituição nesses valores que ele teve como normas fundamentais. Então, qualquer reforma, repito não é possível nenhuma reforma que diminua esses direitos, você falar que a constituição é muito grande, que tinha que ser igual à dos Estados Unidos, isso é uma balela, porque não somos os Estados Unidos, nossas instituições não são fortes como as dos direitos norte americano, é por isso que temos que ter uma constituição prolixa, analítica, uma constituição extremamente protetiva porque não temos as instituições fortes como os Estados Unidos tem. E vir com essa ideia de fazer um grupo de notáveis, isso não é democracia e sim aristocracia, certo? E Porque? A constituição é a vontade do povo, a gente começa a constituição dizendo que todo pode emana do povo, e essa constituição foi feita de forma democrática, por representantes eleitos pelo povo, você falar que qualquer constituição venha a ser outorgada, que dizer dada para ser referendada isso é absolutamente 14 antidemocrático é isso que mais temo em qualquer desses partidos que estão lutando pelo poder. E esse discurso de rompimento jurídico constitucional, os dois vem com esse papo furado, os dois estão querendo na verdade qualquer coisa, menos a proteção do povo brasileiro. Isso é patente. Porque? Aquilo que é de mais valioso no texto constitucional está pelas cláusulas pétreas. Todo o resto é possível de reforma tributária, reforma política, tudo isso é possível a gente fazer com emenda constituição é só o presidente de república ter realmente o apoio da população, que ele irá fazer a reforma que ele bem entender desde que de não altere aquilo que é essencial, apontado como essencial desde lá em 1988. Portanto, sou absolutamente contrário e acho que é um atentado e deve ser extremamente rechaçado que não tem ninguém em sã consciência, que tenha boa vontade e esteja propondo uma coisa dessas. Sinceramente, eu não vejo bondade a não ser dolo e maldade em quem alardeia esse tipo de coisa, não vejo a não ser outra coisa em atendado aos Direitos Fundamentais, ao sistema democrático e ao princípio federativo. Pergunta: Seria inconstitucional mesmo, a constituição permite isso? Resposta: Não, porque uma constituição prevê a sua mutação, ela prevê a possibilidade de sua alteração, até porque a constituição é um produto humano, e todo produto humano, é passível de falhas. Por isso, o próprio constituinte prevê nas emendas constitucionais, um instrumento para que o constituinte futuro, o reformador faça as alterações que sejam necessárias, mas veja, o direito brasileiro, o constituinte já sabendo que nós sofreríamos atentados a essa constituição ele já previu a proteção das cláusulas pétreas, veja, nenhuma constituição prevê a sua auto extinção. Para que haja uma nova constituição deverá haver um golpe de estado, ou convocação de assembleia nacional constituinte como houve em 1985, mas o que aconteceu em 1985 e que houve todo o glamour para uma nova constituição, porque nós estávamos saindo de mais de 20 anos de ditadura militar isso não está acontecendo agora, não estamos chamando por um nova constituição muito pelo contrário, que está falando em uma nova constituição, está querendo impor ao povo uma nova constituição, está querendo impor um sistema absolutamente antidemocrático e o mesmo aconteceu na Venezuela em outros países aqui da américa latina em que foram realizadas as constituições chamadas cesaristas.O legislador faz a constituição impondo se quiser é essa, senão quiser não terá nenhuma, coloca a constituição para ser referendada. É absurdo, tanto que só temos 30 anos de constituição, essa constituição, essa constituição prevê instituições jurídicas, instituições de estado que podem ser e que podem exercer esse poder constituinte de reforma, que pode adaptar a constituição a todas as necessidades, que por ventura vier certo? Só não diminua os direitos ou extintos. Ninguém irá fazer diminuir seus direitos. Então, não há que se falar em glamour popular e sim um absurdo é fazer o povo imbecil e nós como estudantes de direito, construtores do direito temos que ser veementemente contra qualquer absurdo que atende a 15 constituição como esses alardeados, sejam eles por quem forem alardeados, qualquer um desses que fale isso é de má fé, dolo, desrespeito à constituição e aos direitos fundamentais, se alguém quiser fazer uma nova constituição será somente para diminuir os direitos fundamentais e a gente não precisa disso muito pelo contrário.” 3. Escrever um texto de até 80 linhas para esclarecer se a proposta de realização de comissão de notáveis para elaborar uma nova constituição e depois submetê-la a plebiscito é juridicamente possível, e quais os fundamentos utilizados para definir se essa proposta é possível ou não. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB88) é fruto da evolução histórica e política de nosso país, representando um marco de rompimento com o modelo político-constitucional ditatorial anterior, iniciado com o Golpe Militar de 1964 e constitucionalizado, em um primeiro momento, na Constituição Federal de 1967 e, posteriormente, radicalizado através da emenda constitucional (EC) 1/69, considerada uma nova Constituição, diversa daquela, e ainda mais autoritária. Atendendo a essa necessidade de democratização das instituições e do ordenamento jurídico, a CRFB88 inovou em nossa tradição jurídica, dando um passo à frente da clássica ideia de democracia representativa simples. Na qual previa expressamente, institutos de soberania popular, a ser exercida diretamente pelo povo, conforme consta do art. 1º, parágrafo único da CRFB/88. A previsão de exercício de poder direto pela população caracteriza típica manifestação da democracia direta, expondo o caráter híbrido do modelo democrático inaugurado pela Constituição Federal de 1988, com previsão conjunta de institutos da Teoria Representativa e da Teoria Direta da democracia, o que levou muitos autores a defenderem que a nossa Lei Maior adotou um modelo semi-participativo ou participativo, expressões que serão utilizadas como sinônimas neste estudo. Estas expressões podem ser conceituadas como “o regime democrático em que existe uma mescla entre a representação política e o exercício direto da soberania popular”. Em vistas a uma melhor compreensão acerca do tema, é necessário tecer alguns breves comentários a respeito da evolução constitucional pátria, abordando o longo caminho que foi feito para a consolidação da participação popular direta no âmbito constitucional. Inicialmente, ressalte-se que o conceito de democracia direta é defendido neste artigo como a forma de participação direta dos cidadãos na formação de vontade do Estado, sem intermédio de representantes eleitos para este fim. Por sua vez, a contrário senso, a democracia representativa define-se como o modo de participação indireto dos cidadãos na formação da vontade do Estado, em que as aspirações da população são manifestadas por representantes eleitos para este fim. A primeira Constituição brasileira a prever algum mecanismo de democracia direta foi a de 1937, outorgada e conhecida também como “Constituição Polaca”, 16 que previu 4 hipóteses de plebiscitos em seu texto – nos artigos 5º, 63, 174 e 186[3]. A Carta de 1946, por sua vez, não obstante tenha sigo promulgada e surgida em um contexto democrático, previu apenas uma forma de plebiscito, em seu artigo 2ª[4]. A Constituição de 1967 e a EC 1/69, considerada pela maioria da doutrina uma nova Constituição, não estabeleceram nenhum mecanismo de democracia direta em seu texto. Diante desse histórico das Constituições, que evidencia a timidez dos institutos de democracia direta em comparação aos de democracia representativa, no que tange aos meios de participação popular, é importante perceber os avanços advindos com a promulgação da chamada “Constituição Cidadã”, que, em seu artigo 14, trouxe três formas de participação direta da população, duas delas inéditas no contexto constitucional pátrio até então: referendo e iniciativa popular. “Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular.” Com esses novos mecanismos, o legislador constituinte buscou dar um passo além da mera consulta prévia à população, característica que define os plebiscitos, instituindo o referendo – consulta posterior a aprovação de um ato normativo de interesse público já previamente escolhido pelo legislador, para que os representados decidam “sim” ou “não” – e a iniciativa popular, instituto objeto deste estudo e prevista no caput do artigo 61 da Constituição, que legitima os cidadãos a iniciarem o processo de tramitação de leis. Todavia, mesmo com essa nova posição incorporada pelos instrumentos de democracia direta, a iniciativa popular só é unanimemente aceita para elaboração de leis. Quanto ao processo legislativo de tramitação de propostas de emenda à Constituição (PEC), a CRFB/88, em seu artigo 60, nada prevê a respeito da capacidade de apresentação destas por meio de iniciativa popular, elencando um rol bem mais restrito de legitimados, sendo estes: o Presidente da República, um terço dos membros da Câmara Federal ou um terço dos membros do Senado Federal e de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa dos seus membros. De acordo com o entendimento da Professora e Doutora Wérika Lopes em aula ministrada no Saber Direito, conforme podemos observar abaixo: “sim, é possível elaborar uma nova Constituição e submetê-la a plebiscito, mas nesses quase 20 anos, tramitaram no Senado 1.057 propostas para mudar a Constituição. Na Câmara, foram 2.311 projetos. Desse total, no entanto, apenas 62 conseguiram o voto de três quintos (60%) dos deputados e senadores e foram promulgados. Detalhe: uma proposta de emenda que chega à votação final às vezes engloba dezenas de proposições que tratam do mesmo assunto”. 17 Mudar a Constituição não é fácil. Uma proposta de emenda à Constituição tem de passar por várias comissões da Câmara e do Senado, a começar pelas Comissões de Constituição e Justiça. Se não contar com apoio expressivo de parlamentares, ela pode ficar anos para ser analisada nas comissões, dificilmente chegando aos Plenários. Pelo caminho, ela enfrenta um regimento que prevê prazos de exame e pedidos de vista em várias ocasiões. Fora isso, se seu conteúdo for polêmico, podem ser apresentados requerimentos para que ela seja examinada pelo maior número possível de comissões - o Senado tem 11 comissões permanentes. Depois de passar pelas comissões, uma PEC tem de receber os votos favoráveis de 49 senadores e 308 deputados, em duas votações. Quando ela passa pelo plenário de uma das Casas, segue para exame e votação na outra. É comum uma emenda aprovada pelo Senado ser modificada pela Câmara, e vice-versa. Quando isso acontece, ela retorna à Casa original, onde percorrerá novamente todos oscaminhos antes de chegar outra vez ao plenário. A Emenda Constitucional 32/01, por exemplo, foi votada quatro vezes no Senado e na Câmara antes de sua promulgação. A EC 32 fez alterações nos prazos de validade e na forma de votação das medidas provisórias. Destarte, precisamos analisar todos os pontos basilares que fundamentam a não modificação da CF, é importante refletir a respeito dos avanços obtidos tanto no que se refere aos direitos e garantias fundamentais quanto em relação aos direitos coletivos que passaram a fazer parte dos objetivos programáticos do Estado Brasileiro pela sua inclusão no ordenamento constitucional. Mediante um movimento nacionalmente abrangente, em que se observou a intensa e diversificada participação social, dispositivos legais, inovadores até então, foram propostos e inseridos no texto constitucional, incorporando as conquistas democráticas obtidas e apontando novos desdobramentos em termos da elaboração de leis e de políticas públicas específicas com vistas a traduzir, para essa legislação nacional, os anseios de todo o povo brasileiro. Nesse sentido, é interessante observar que a consolidação da Assembleia Constituinte responsável pela elaboração da Constituição Federal de 1988 deu-se de forma abrangente com a participação maciça das mais variadas classes sociais e setores produtivos, retomando um modelo político-jurídico focado na democracia e nos pressupostos de liberdade e igualdade que também fundamentam o Estado Democrático de Direito e os anseios, do povo brasileiro. Essa é a importância que a chamada Constituição Cidadã teve e tem para a retomada das ações e políticas públicas voltadas à construção do chamado Estado Social – na medida em que promoveu a ampliação das liberdades civis e dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. 18 CONCLUSÃO: A realidade de hoje, vem revelando, um país diferente daquele que se originou no processo constituinte. Não que as dificuldades socioeconômicas tenham sido todas sanadas, ou, ainda, que as políticas públicas atendam, completa e satisfatoriamente, à população. Porém, tem muito o que melhorar, e longo é o caminho a ser percorrido pelo Estado a fim de fazer do país uma “nação-cidadã”. Mas é nítido e notório que as diferenças percebidas são positivas e se apresentam não somente em termos sociais, mas também em termos econômicos e políticos. Nesse sentido, podemos destacar a grande produção legislativa recente – decorrente dessa legislação constitucional – voltada para a proteção e o desenvolvimento de tratamento mais apropriado para os setores antes marginalizados ou carentes. Por exemplo, estão em vigor estatutos como o da Criança e do Adolescente, o do Idoso, além das leis especiais referentes aos deficientes físicos e à cota eleitoral que incentiva a inclusão de mulheres no Legislativo. Além disso, as políticas públicas desenvolvidas para tratar das questões de gênero, da população indígena, da igualdade racial, do meio ambiente, entre outras. Desse modo, observa-se o quanto foi fundamental a elaboração da atual Constituição Federal para a organização e implementação dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. A Constituição Cidadã representou um grande avanço rumo à consecução dos objetivos sociais do Estado, sendo assim devemos defender a Constituição, não criar outra Constituição. FONTES CONSULTADAS: Pesquisas realizadas através dos links abaixos: http://www.stf.jus.br/repositorio/cms/portalTvJustica/portalTvJusticaNoticia/anexo/Direito_Con stitucional__Werika_Lopes_parte_I.doc; http://portal.faionline.edu.br/noticia/fai-realiza-palestras-em-comemoracao-aos-30-anos-da- constituicao-federal; https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_14_.asp; http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-iniciativa-popular-de-propostas-de-emenda-a- constituicao-e-sua-adequacao-ao-ordenamento-juridico-brasileiro,589547.html; http://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da- eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-6-ano-2/a-importancia-da-constituicao-de-1988-para-a- efetivacao-de-direitos; https://jus.com.br/artigos/67002/uma-nova-constituicao-democratica-seria-totalmente- independente-da-cf-88.
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