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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - Resumo
Fonte: Universidade Estácio de Sá - Campus Menezes Cortês 
Obrigação: É uma relação jurídica transitória existente entre sujeito ativo (credor – accipiens) e sujeito passivo (devedor – solvens), cujo objeto consiste em uma prestação situada no âmbito dos direitos pessoais, positiva (dar ou fazer) ou negativa (não fazer). Havendo o inadimplemento obrigacional, poderá o credor satisfazer-se com o patrimônio do devedor. Sua regulamentação encontra-se nos arts. 233 a 420, CC.
Elementos de uma obrigação:
Elementos subjetivos: Credor e Devedor;
Elemento objetivo: A prestação;
Elemento imaterial: O vínculo jurídico que possibilita o credor invadir o patrimônio do devedor no caso de inadimplemento.
Importância da obrigação: Para o direito contratual, para a responsabilidade civil e para qualquer outro ramo jurídico em que se visualizem questões patrimoniais. Para Tartuce uma pessoa pode viver toda uma vida sem precisar de vários ramos do direito, mas nunca sem recorrer ao direito obrigacional.
Princípios obrigacionais:
Responsabilidade patrimonial: o credor possui a possibilidade de, no caso de inadimplemento obrigacional, invadir o patrimônio do devedor e expropriar o valor de seu crédito;
Solidariedade: Além da perspectiva tradicional de subordinação do devedor ao credor, existe o bem comum da relação obrigacional, voltado para o adimplemento da forma mais satisfatória ao credor e menos onerosa ao devedor. Assim, a obrigação é considerada como um processo (doutrina alemã), em que existe colaboração contínua e efetiva entre as partes;
Princípio da dignidade da pessoa humana: surge o Direito Civil-Constitucional, considerado uma nova técnica de hermenêutica, que visa à unificação sistemática do ordenamento, a partir da aplicação dos princípios constitucionais às relações privadas. Assim, o Brasil constituiu um sistema aberto, em que a norma é construída de acordo com cada caso concreto, porém sempre tentando alcançar o desiderato constitucional. Decorre, tanto do processo de personalização do direito civil, em sentido contrário à patrimonialização das relações privadas, bem como do processo de humanização do direito, no qual o ser humano passa a ser o destinatário final de todo o sistema.
Boa-fé objetiva e função social das obrigações: decorrentes dos princípios da eticidade e da socialidade: A boa-fé objetiva é considerada uma regra de conduta na visão do homem-médio, com condão psicológico. Assim, examinam-se todas as circunstâncias do caso concreto e a partir daí indaga-se se o homem médio se comportaria do mesmo modo que os contratantes. É um arquétipo ou standart, porém não é universal, e, desta forma, não dispensa uma análise circunstancial. Interpretação + controle (abuso de direito) + integração. Enquanto a função social é considerada uma proteção para a sociedade. Assim, cria deveres das partes em relação a terceiros e vice-versa (+). 
Fontes obrigacionais:
Lei: é a fonte primária das obrigações. Ex.: obrigação de prestar alimentos.
Contratos: são tidos como a fonte principal das obrigações. O conceito de contrato não se confunde com o de obrigação, já que contrato é conceituado como o negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação e extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial. Ex.: contrato de compra e venda.
Atos ilícitos e abuso de direito (arts. 186 e 187): o cometimento dessas figuras jurídicas acarreta a obrigação de indenizar, através do inst. da resp civil.
Atos unilaterais: são as declarações unilaterais de vontade. Ex.: recompensa; gestão de negócios; pagamento indevido (876, CC) e enriquecimento sem causa (884, CC).
Títulos de crédito: são documentos que trazem em seu bojo a existência de uma relação obrigacional de natureza privada. Ex.: cheque.
Direito obrigacional – pessoal e direito real:
Não há, via de regra, prisão civil em nosso ordenamento, excetuando-se a prisão do devedor de alimentos (art. 5º, LXVII). Já não mais existe em nosso ordenamento a prisão civil do depositário infiel (Súmula Vinculante 25 e Pacto de São José da Costa Rica);
História do direito romano;
Obrigação propter rem: é a obrigação que acompanha a coisa onde quer que ela se encontre. Exemplo típico é a obrigação do proprietário do imóvel pagar as despesas de condomínio (art. 1.345, CC). Tal dispositivo relativiza a regra do artigo 502, CC, que determina a responsabilidade do vendedor por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
Obrigação, dever jurídico, responsabilidade, ônus, direito potestativo e estado de sujeição:
Dever Jurídico: trata-se da necessidade de comportar-se de certa maneira. Conceito que se vincula ao de Direito Subjetivo;
Responsabilidade: surge em decorrência do descumprimento do dever;
Ônus: é um encargo, que em caso de descumprimento só gera conseqüências para aquele que o descumpriu;
Direito Potestativo: “é o poder que a pessoa tem de influir na esfera jurídica de outrem, sem que este possa fazer algo que não se sujeitar” (Amaral). Assim, a pessoa encontra-se em Estado de Sujeição.
Diálogo das fontes: é um processo de mitigação dos tradicionais critérios para solucionar o conflito entre regras (cronologia, hierarquia e especialidade) na medida em que o processo de descodificação foi responsável pela criação de duas ou mais regras aplicáveis a mesma situação. Assim, ao invés de afastar uma delas, busca-se uma harmonização. Complementaridade possível entre Código Civil e Código de Defesa do Consumidor, a partir da boa-fé objetiva e da função social do contrato (Enunciado 167 da III Jornada de Direito Civil – CJF/STJ). 
Diálogo Sistemático de Coerência: Havendo aplicação simultânea das duas leis, caso em que uma servirá de base conceitual para a outra. Exemplo: A regulamentação aplicável aos contratos em espécie deve ser utilizada para os contratos de consumo.
Obrigação civil e obrigação natural:
A Obrigação Civil é aquela em que se apresentam os fatores ou elementos fundamentais, quais sejam: elementos subjetivos nas figuras do reus credendi e do reus debendi; a prestação e o vínculo jurídico.
A obrigação civil – completa – deve ser visualizada sob o prisma dual. Assim, inicialmente haverá o débito – shuld, e, caso ocorra o inadimplemento, surgirá a responsabilidade – haftung.
A Obrigação Natural é um tertium genus, ou seja, falta-lhe o elemento jurídico, que possibilite ao credor exigir o seu crédito através de ação competente.
Shuld sem haftung: ocorre na obrigação natural, que mesmo existente não pode ser exigida, pois é uma obrigação incompleta. Exemplo é a dívida prescrita, que pode ser paga (já que existe), mas não pode ser exigida. Tanto isso é verdade que, paga uma dívida prescrita, não caberá ação de repetição de indébito, ou seja, aquele que efetuou o pagamento não poderá reaver o montante (art. 882). Ver o art. 883 e a dívida de jogo.
A obrigação natural comporta duas espécies: a das que sempre existiram como obrigações naturais (por exemplo, as decorrentes de jogo ou aposta – Decreto-Lei 9.215/46 c/c arts. 814/817 do Código Civil) e a das obrigações civis degeneradas, por terem perdido sua força cogente (por exemplo, as dívidas prescritas).
Não devemos confundir obrigação natural – dívida prescrita ou de jogo – com o pagamento indevido. No pagamento indevido caberá ação de repetição de indébito, conforme art. 876. Dentro do direito civil, diante da boa fé daquele que recebeu, não cabe o pagamento em dobro da quantia, mas apenas o seu valor atualizado. Diante da má fé, cabe o pagamento da quantia mais perdas e danos. No direito do consumidor, caberá o pagamento em dobro, de acordo dispõe o parágrafo único do art. 42, CDC.
Haftung sem shuld: ocorre na fiança, que é caracterizada como sendo a garantia pessoal prestada pelo fiador em relação a determinado credor. Assim, o fiador assume uma responsabilidade, mas a dívida é de outrem. O contrato é celebrado entre credor e fiador, tanto que tal instrumento pode ser celebradosem o consentimento do devedor ou, até mesmo, contra a sua vontade (art. 820).
Diferença entre responsabilidade contratual e responsabilidade extracontratual: Não cumprindo o sujeito passivo a prestação, passa a responder pelo valor correspondente ao objeto obrigacional, acrescido das demais perdas e danos, mais juros compensatórios, cláusula penal (se houver), atualização monetária, custas e honorários de advogado. Essa é a regra do art. 389, CC, que trata da responsabilidade civil contratual, do inadimplemento de uma obrigação positiva, de dar ou de fazer. Vale dizer que dentro da concepção civil-constitucional, tratando-se de responsabilidade civil contratual deve-se entender que a expressão “perdas e danos” inclui os danos materiais (danos emergentes e lucros cessantes, nos termos dos arts. 402 a 404, CC), bem como danos morais (art. 5º, V e X da CF). Não confundir com a responsabilidade extracontratual ou aquiliana, cuja fundamentação encontra-se nos arts. 186 e 927, CC.
Classificação das Obrigações:
Obrigação de Dar Coisa Certa e de Restituir Coisa Certa: A obrigação de dar é uma obrigação específica. O sujeito é obrigado a entregar coisa individualizada móvel ou imóvel. As características obrigacionais são acertadas pelas partes por instrumento negocial – contrato. 
No contrato de compra e venda de um imóvel em relação à entrega do imóvel – obrigação de dar coisa certa – o credor é aquele que deve receber a coisa e o devedor é aquele que deve entregar a coisa. No pagamento opera-se o contrário.
Art. 313: O credor pode se recusar a receber coisa diversa da acordada, ainda que mais valiosa. Nemo aliud pro alio invito creditore solvere potest.
Obrigação de Dar Coisa Certa – artigos 233 ao 237
Art. 233: O acessório segue o principal – princípio da gravitação jurídica. Constituem acessórios: os frutos, as benfeitorias, os produtos e as pertenças – art. 92.
Art. 234: Perda da coisa. 
A coisa perece para o dono – res perit domino. Resolver é a mesma coisa que voltar ao status quo ante, ou seja, a situação primitiva.
Na ausência de culpa: Não há o pagamento das perdas e danos, neste caso a perda da coisa decorre de caso fortuito – evento totalmente imprevisível ou de força maior – evento previsível, porém inevitável.
Existem situações em que o devedor responde inclusive diante do caso fortuito ou da força maior: 
Se o devedor estiver em mora, a não ser que prove a total ausência de culpa ou que o fato ocorreria mesmo não havendo mora – art. 399.
Se houver previsão contratual – art. 393.
Se houver previsão legal – art. 583.
Na presença de culpa: Há o pagamento do valor da obrigação mais perdas e danos, sendo a culpa considerada em seu sentido lato senso – dolo = intenção de descumprimento e culpa = imprudência, negligência e imperícia.
Art. 235: Deteriorização da coisa sem culpa.
O credor poderá resolver a obrigação exigindo o pagamento do equivalente ou poderá receber a coisa com abatimento no preço.
Art. 236: Deteriorização da coisa com culpa.
O credor poderá resolver a obrigação exigindo o pagamento do equivalente, mais perdas e danos ou poderá receber a coisa, mais perdas e danos.
Art. 237: Melhoramentos e acréscimos na coisa antes da tradição.
Antes da tradição a coisa pertence ao devedor – res perit domino. Desta forma, se o devedor melhorar ou acrescer a coisa, poderá exigir do credor aumento no preço. Caso o credor não deseje arcar com o aumento, poderá o devedor resolver a obrigação (extinguir o negócio), mas não será possível exigir o pagamento das perdas e danos.
A razão da norma deita origens na manutenção do sinalagma obrigacional e na vedação do enriquecimento sem causa, o que não impede uma análise fática das situações concretas, uma vez que o devedor poderá agir de má fé.
Em relação aos frutos: os percebidos – já colhidos – pertencem ao devedor, já os pendentes – não colhidos – pertencem ao credor. Os frutos estantes e consumidos pertencem ao devedor. Os frutos percipiendos, ou seja, os que deveriam ter sido colhidos, mas não o foram, pertencem ao credor.
Obrigação de restituir coisa certa – artigos 238 ao 242
Art. 238: O devedor tem obrigação de devolver a coisa que não lhe pertence – contrato de locação. No caso de perda da coisa sem culpa do devedor, antes da tradição, aplica-se a regra de que a coisa perece para o dono – res perit domino. Assim, é o credor que suporta o prejuízo, podendo pleitear os direitos que já existiam até o dia da perda.
Ex.: Locação – Incêndio.
Art. 239: Se perda decorrer de culpa do devedor, este responderá pelo equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240: Deteriorização da coisa.
Sem culpa do devedor: O credor deverá recebê-la no estado em que se encontra, sem direito à indenização.
Com culpa do devedor: O devedor responderá pelo equivalente, mais perdas e danos, de acordo com o art. 239.
Pelo Enunciado 15, aplica-se o art. 236 na hipótese do art. 240, ou seja, o credor poderá receber a coisa, mais perdas e danos. O presente enunciado respeita a autonomia privada.
Art. 241: Melhoramento sem despesa ou trabalho do devedor, será incorporado ao patrimônio do credor, em respeito à regra res perit domino.
Art. 242: Melhoramento com despesa ou trabalho do devedor – aplicação das regras dos arts. 1.219 e 1.220.
Devedor de boa fé: Indenização e direito de retenção em relação às benfeitorias necessárias e úteis; podendo levantar as voluptuárias, se isso não implicar na diminuição do valor da coisa.
Devedor de má fé: Só terá o direito à indenização em relação às benfeitorias necessárias, não gozando do direito à retenção. Não possui, também, direito à indenização e à retenção em relação às benfeitorias úteis e voluptuárias.
Obrigação de Dar Coisa Incerta – Art. 243 a 246
Art. 243: É a obrigação de dar coisa indeterminada, sendo somente indicada pelo gênero e pela quantidade, restando uma indicação de sua qualidade posteriormente. A concentração é o ato pelo qual a parte, designada pela lei ou pelo contrato, realiza a escolha, constituindo um ato jurídico unilateral, transformando a obrigação indeterminada em obrigação determinada.
Art. 244: Em relação à escolha: A escolha, no silêncio do contrato, caberá ao devedor.
Em relação à coisa: Aquele que couber escolher, não poderá dar a coisa pior e nem será obrigado a dar a coisa melhor, o que decorre do princípio da equivalência das prestações. Deverá dar, pois, o gênero intermediário. Para a melhor doutrina, trata-se de norma cogente de ordem pública, não podendo ser afastada pela vontade das partes.
Art. 245: Quando couber ao devedor a escolha, este deverá cientificar o credor. Este momento é denominado concentração, no qual a obrigação genérica passa a ser específica, sendo, a partir de agora, regulamentada pelas regras inerentes à obrigação de dar coisa certa.
Art. 246: Antes da escolha, não há que se falar em inadimplemento, pois somente depois da escolha é que a obrigação genérica passa a ser específica. 
Assim, o gênero nunca perece – genus nunquam perit – antes da concentração, mesmo em decorrência de caso fortuito ou força maior.
Dívida genérica limitada: Existem situações em que todos os gêneros são perdidos em decorrência de caso fortuito ou força maior – a perda de todas as ovelhas de um rebanho. A lei não faz menção a esta possibilidade, fazendo com que o devedor arque com o pagamento das perdas e danos. Porém, existe entendimento doutrinário em sentido contrário, fundamentado pelo seguinte texto incorporado ao projeto de lei 6.960/02: “Antes de cientificado da escolha o credor, não poderá o devedor alegar perda ou deteriorização da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito, salvo se tratar de dívida genérica limitada e se extinguir toda a espécie dentro da qual a prestação está compreendida”.
Obrigação de Fazer – artigos 247 ao 249
Conceito: Trata-se da obligatio ad faciendum, ou seja, de uma obrigação positiva, cuja prestação consiste no cumprimento de uma tarefa ou atribuição por parte do devedor.
Classificação:
Obrigaçãode fazer fungível: pode ser realizada por outra pessoa.
Obrigação de fazer infungível: personalíssima ou intuito personae, decorrente do instrumento negocial ou da própria natureza.
Art. 247: Dispõe sobre o inadimplemento da obrigação de fazer infungível. Neste caso, o credor poderá exigir o pagamento das perdas e danos.
O credor poderá: exigir o pagamento do equivalente, mais perdas e danos, no momento em que a obrigação de fazer será convertida em obrigação de dar; ou, exigir o cumprimento da obrigação, através da fixação das astreintes (multa processual aplicada para o fim de fazer cumprir decisão judicial) pelo juiz – arts. 461, CPC e 84, CDC, sem prejuízo das perdas e danos.
Enunciado 22: somente será possível a fixação de astreintes em relação ao devedor originário.
Art. 248: Dispõe sobre o inadimplemento da obrigação de fazer fungível e infungível.
Resolução sem culpa do devedor: Ocorrência de caso fortuito ou força maior, que desoneram o devedor do pagamento das perdas e danos.
Resolução com culpa do devedor: Pagamento das perdas e danos.
Art. 249: Dispõe sobre o inadimplemento da obrigação de fazer fungível, em que existe a possibilidade do credor requerer que um terceiro cumpra a obrigação.
Sintetizando:
O credor poderá exigir o cumprimento da obrigação pelo próprio devedor, com a fixação das astreintes, sem prejuízo das perdas e danos;
O credor poderá exigir o pagamento do equivalente, mais perdas e danos, momento em que a obrigação de fazer será convertida em obrigação de dar;
O credor poderá exigir que um terceiro realize a obrigação a custa do devedor, sem prejuízo das perdas e danos.
Observações:
Em relação às perdas e danos: Mesmo cumprida a obrigação fora do prazo, poderá o credor pleitear perdas e danos, desde que comprovados os prejuízos – dano efetivo, conforme art. 403.
A fixação de astreintes é possível, tanto nas obrigações infungíveis, quanto nas fungíveis.
O credor deverá ajuizar a ação de obrigação de fazer.
Obrigação de Não Fazer – 250/251
Classificação: 
Legal: A lei proíbe a realização de algo, como no caso do proprietário de imóvel, que tem o dever de não construir até certa distância do imóvel vizinho – arts. 1.301/1.303.
Convencional: O contrato proíbe a realização de algo, como no caso do ex-empregado que celebra com a ex-empregadora um contrato de sigilo industrial, por ter sido contratado pelo concorrente – secret agreement.
Art. 250: Ausência de culpa.
Art. 251: Presença de culpa.
Obrigação de não fazer transeunte – irreversível: Só cabe o pagamento das perdas e danos.
Obrigação de não fazer permanente – reversível: O credor poderá exigir o desfazimento, mais perdas e danos.
Pelo parágrafo único do art. 250, tem-se uma espécie de autotutela, pois possibilita que o credor, independentemente de autorização judicial, desfaça ou mande desfazer a obrigação, em caráter de urgência. Tal fato decorre do processo de desjudicialização dos conflitos.
Obrigação de Meio: A obrigação de meio é aquela em que o profissional não se obriga a um objetivo específico e determinado. O que o contrato impõe ao devedor é apenas a realização de certa atividade, rumo a um fim, mas sem o compromisso de atingi-lo.
Obrigação de Resultado: Na obrigação de resultado há o compromisso do contratado com um resultado específico, que é o ápice da própria obrigação, sem o qual não haverá o cumprimento desta. 
Necessidade de definir as responsabilidades do devedor.
Nas Obrigações de Resultado, a execução será considerada atingida quando o devedor cumpre o objetivo final definido pelas partes.
Nas Obrigações de Meio, não há a necessidade de ser atingida a execução daquilo que foi pactuado pelas partes, somente se exige a realização comprometida e diligente do devedor.
Conclui-se que a primeira tem como essência da prestação a obtenção do bem jurídico almejado, enquanto na segunda o devedor se obriga a envidar esforços para atingir certo objetivo, não se comprometendo, no entanto, em obtê-lo.
As obrigações travadas com profissionais liberais tendem a ser de meio, já que a responsabilidade civil destes é subjetiva, necessitando da aferição do elemento culpa, como dispõe o art. 14, parágrafo 4º do CDC.
A mesma leitura é realizada em relação aos profissionais da área de saúde, como estabelece o art. 951, CC.
Porém, a jurisprudência tem entendido que no caso de cirurgia plástica estética, a obrigação do médico deve ser considerada de resultado, em decorrência do comprometimento do médico em alcançar determinado resultado.
Diferente ocorre no caso da cirurgia plástica reparadora, considerada como obrigação de meio.
Obrigação Alternativa – artigos 252 a 256 : na obrigação alternativa o devedor se desonera totalmente satisfazendo uma única obrigação. Aqui, como na obrigação de dar coisa incerta, existe o momento da escolha, denominado concentração.
Diferença entre obrigação de dar coisa incerta e obrigação alternativa: Enquanto na obrigação de dar coisa incerta temos apenas uma coisa, designada pelo gênero e pela quantidade; na obrigação alternativa temos duas coisas, sendo que a escolha recairá sobre uma delas.
Art. 242, caput: A escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipular no contrato.
§ 1º: Existe a necessidade de respeito à identidade física e material das prestações, impossibilitando a fragmentação, o que decorre do art. 313.
§ 2º: Nas obrigações de trato sucessivo a escolha será realizada em cada período, como estipulado no contrato.
§ 3º: Não havendo consenso, diante da pluralidade de optantes, o juiz deverá ser chamado a intervir. Processo denominado de ontognoscologia jurídica – Reale – em que o aplicador do direito é chamado pela lei para preencher lacunas e definir conceitos.
§ 4º: Se a escolha couber a um terceiro e, mais uma vez, não houver tal exercício, o juiz será chamado a intervir
.
Art. 253: Impossibilidade de uma das prestações + escolha cabe ao devedor = entrega da prestação subsistente. Tal artigo expressa a essência das obrigações alternativas.
Art. 254: Culpa do devedor + impossibilidade de todas as prestações + escolha cabe ao devedor = valor da última prestação que se impossibilitou + perdas e danos.
Art. 255: Escolha couber ao credor.
Culpa do devedor + impossibilidade de uma das prestações + escolha cabe ao credor = prestação subsistente + perdas e danos ou valor da prestação que se perdeu + perdas e danos.
Culpa do devedor + impossibilidade de todas as prestações + escolha cabe ao credor = valor de qualquer uma das prestações + perdas e danos.
Art. 256: Ausência de culpa + impossibilidade de todas as prestações = extinção da obrigação sem o pagamento das perdas e danos, com a devolução do equivalente.
Obrigação Facultativa
Não está regulamentada no Código Civil. Para Tartuce, tal obrigação possui apenas uma faculdade a ser cumprida pelo devedor de acordo com o contrato. O credor não pode exigir a prestação facultativa no caso de impossibilidade de cumprimento da obrigação principal, por isso, para Orlando Gomes, trata-se de obrigação simples.
Obrigação Divisível e Indivisível: Tais obrigações só possuem relevância quando houver pluralidade de sujeitos – ex.: obrigação de dar.
Art. 257: Diante de uma obrigação divisível, existe a presunção relativa de que esta seja dividida em partes iguais.
Art. 258: A obrigação indivisível decorre de sua própria natureza, da lei ou do contrato.
É possível ocorrer em relação à obrigação de dar ou de fazer;
Não se confunde com a obrigação solidária passiva – art. 265.
Art. 259: Pluralidade de devedores e responsabilidade.
A regra é de que todos os devedores são responsáveis pela dívida toda – ex.: barco.
Pelo § único do art. 259, o devedor que paga a dívida, sub-rogasse nos direitos do credor. Trata-se, pois, de sub-rogação legal, nos moldes do art. 346, III. 
Art. 260: Pluralidade de credores e exoneração do devedor.
O devedor somente será considerado exonerado, quando:
Entregar a coisa, diante da reunião dos credores;
Entregar a coisa a um dos credores,exigindo deste caução de ratificação. Tal caução é uma garantia, que deve ser celebrada por escrito, datada e assinada pelas partes, devendo ser levantada por aquele que deu, após o repasse devido aos demais cocredores. 
Art. 261: Diante da pluralidade de credores, aquele que recebe a coisa fica responsável pelo pagamento da cota aos demais credores. Tal regra conspira contra a essência da obrigação indivisível, pois se três pessoas se unem para a compra de uma casa de praia, os três tornam-se proprietários da coisa, não assistindo direito a uma parcela monetária. Caso contrário, estar-se-ia diante de uma obrigação de dar, em que o devedor apenas contraiu um empréstimo.
Art. 262: Pluralidade de credores.
Não se trata de descontar a cota do credor remitente, mas sim de reembolsar o devedor das cotas do credor remitente.
Art. 263: Conversão da obrigação indivisível em perdas e danos.
A obrigação indivisível perde a sua qualidade de indivisível, diante da conversão em perdas e danos, transformando-se em divisível. Diferente ocorre com a obrigação solidária ativa, que não perde a sua qualidade – art. 271.
Em relação ao culpado:
Se todos forem culpados, todos responderão pelo equivalente, mais perdas e danos - § 1º;
Se apenas um for culpado - § 2º, apresentam-se duas correntes:
Para Tartuce e Tepedino só o culpado responde pelo equivalente, mais perdas e danos, pois o “equivalente” insere-se no conceito de danos emergentes. A melhor resposta seria a de que todos são credores da coisa e o cancelamento do negócio por culpa de um dos credores prejudicaria os demais;
Para Álvaro Villaça o culpado responde pelas perdas e danos, mas pelo equivalente todos respondem. Com isso, tenta evitar o enriquecimento sem causa. O mesmo entendimento é observado em relação à obrigação solidária passiva – art. 279, em que apenas o culpado é responsável pelas perdas e danos.
Obrigação Solidária:
Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Multiplicidade de sujeitos:
Princípio da operabilidade, no sentido da simplicidade ou da facilitação. A grande característica da obrigação solidária é que qualquer credor pode exigir a obrigação por inteiro (solidariedade ativa) ou a dívida pode ser paga por qualquer um dos devedores (solidariedade passiva).
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Muito importante apontar que a solidariedade prevista no dispositivo é a solidariedade de natureza obrigacional e relacionada com a responsabilidade civil contratual, que não se confunde com a extracontratual ou aquiliana do art. 942, CC.
Interessante notar que fiador e devedor principal não são, em regra, devedores solidários. Isso decorre do benefício de ordem previsto no art. 827, CC (responsabilidade subsidiária). Entretanto, é possível que o fiador fique vinculado como principal pagador ou devedor solidário por força do contrato (art. 828, II, CC). Cumpre lembrar que fiadores de uma mesma dívida são solidários entre si (art. 829, CC).
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
A obrigação solidária pura ou simples é aquela que não contém condição, termo ou encargo. Condicional é aquela cujos efeitos estão subordinados a um evento futuro e incerto. A termo é aquela cujos efeitos estão subordinados a evento futuro e certo.
Possibilidade de ajustar prazo e pagamento distintos decorre do princípio da variabilidade da natureza da obrigação solidária.
Solidariedade Ativa
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
A solidariedade ativa se dá quando, havendo vários credores, cada um tem direito de exigir do devedor comum o cumprimento da prestação por inteiro. Exemplo mais comentado, na doutrina, a respeito dessa solidariedade é o contrato de cofres de segurança ou a solidariedade nos contratos de conta corrente com instituições financeiras. 
A obrigação solidária ativa pode ter origem legal como ocorre com locadores no caso de locação de imóvel urbano (art. 2º da l. 8245/91).
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Desta forma, havendo solidariedade ativa, o devedor comum pode pagar a qualquer um dos credores antes mesmo da propositura da ação judicial. Uma vez proposta a ação, ocorrerá prevenção judicial, podendo a satisfação da obrigação somente ocorrer em relação àquele que promoveu a ação, de acordo com Maria Helena Diniz.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
A dívida será extinta até o limite em que for atingida pela correspondente quitação.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Como os herdeiros sucedem por quinhão, a cada um caberá só a parte da dívida integrada nele, não mais do isso, não a totalidade da dívida.
a entrega do bem a qualquer credor ou herdeiro do credor falecido. Relação com a indivisibilidade e não com a solidariedade.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Mesmo convertendo-se a obrigação em perdas e danos permanece a solidariedade. Nas obrigações indivisíveis a conversão em perdas e danos transforma a obrigação em divisível. Obrigação de dar (pagamento da quantia devida).
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Remissão é perdão da dívida, sendo uma das formas indiretas de pagamento. Assim, o credor que perdoar a dívida responderá aos outros pelo seu valor. O mesmo acontece com aquele que recebe o pagamento. 
A obrigação solidária ativa não é fracionável em relação ao devedor (relação externa), mas sim em relação aos sujeitos ativos da obrigação (relação interna).
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Exceções pessoais: vícios de vontade (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão) ou incapacidades em geral, como a falta de legitimação. Se o devedor for coagido por um credor solidário a celebrar determinado negócio jurídico, a anulabilidade do negócio em questão somente poderá ser oposta em relação a esse credor.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
1ª Parte: não apresenta problemas uma vez que se houver, na obrigação solidária ativa, julgamento contrário a um dos credores, este não atinge os demais, que permanecem com seus direitos incólumes.
2ª Parte: 3 correntes.
Tepedino: se um dos credores vencer a ação, essa decisão atinge os demais, salvo se o devedor tiver em seu favor alguma exceção pessoal passível de ser invocada contra um credor que não participou da ação. Coisa julgada secundum eventum litis (os credores que não participaram do processo apenas podem ser beneficiados com a coisa julgada, jamais prejudicados);
Variação da primeira que chega ao mesmo resultado – Fredie Didier e Barbosa Moreira: A exceção pessoal não existe em favor do credor, mas somente em relação ao devedor. O julgamento favorável ao credor não pode estar fundado em exceção pessoal, pois é uma alegação da defesa. Se tal fato acontece, a decisão será desfavorável, não fazendo sentido a parte final do art. 274 do CC;
Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: b1) se o juiz não acolher a defesa e se esta não for de natureza pessoal, o julgamento beneficiará a todos os credores; b2) se o juiz não acolher a defesa e esta for de natureza pessoal, o julgamentonão interferirá no direito dos demais credores;
Da Solidariedade Passiva:
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Opção de demanda: possibilidade do credor demandar quem ele quiser. Tal regra caí por terra diante da possibilidade do devedor demandado chamar os demais codevedores para integrarem o processo, através do instituto do chamamento ao processo (art. 77, III do CPC).
Pagamento parcial: caso ocorra pagamento parcial da dívida, todos os devedores restantes, após se descontar a parte de quem pagou, continuam responsáveis pela dívida inteira, inclusive aquele que realizou o pagamento parcial (Enunciado 348 do CJF/STJ da IV Jornada de Direito Civil).
Origem legal: locatários de imóvel urbano (art. 2º da L. 8245/91) e dos comodatários (art. 585 CC). 
Origem convencional: Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
O dispositivo afasta a supressio, ou seja, a perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não exercício no tempo.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
No caso de falecimento cessa a solidariedade em relação aos sucessores do de cujus, eis que os herdeiros somente serão responsáveis até os limites da herança e de seus quinhões correspondentes. A regra não se aplica se a obrigação for indivisível.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Remissão (perdão da dívida) diferente da renúncia da solidariedade em relação aos efeitos jurídicos. Nesse caso há o abatimento do valor daquilo que for perdoado.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
O negócio firmado gera efeitos inter partes, pelo princípio da relatividade dos efeitos contratuais.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Mesma regra da obrigação indivisível, segundo a doutrina de Álvaro Villaça.
Culpa em sentido lato: dolo + culpa em sentido estrito.
Caso um imóvel seja locado a dois devedores tenha um débito de 10.000, o locador poderá cobrá-lo de qualquer um. Mas se um dos locatários causou um incêndio no imóvel, gerando prejuízo de 100.000, apenas este responderá, além do valor da dívida. A dívida locatícia, no entanto continua podendo ser cobrada de qualquer um dos dois.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Exceções comuns: pagamento parcial ou total da dívida e prescrição da dívida.
Não pode alegar as exceções pessoais de outro codevedor, pois como o nome já diz são personalíssimas.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Enunciado 350 do CJF/STJ, IV Jornada de Direito Civil: A renúncia à solidariedade diferencia-se da remissão, em que o devedor fica inteiramente liberado do vínculo obrigacional inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual codevedor insolvente, nos termos do art. 284 do CC.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Para a corrente majoritária o credor ao demandar os codevedores remanescentes, deverá abater do débito a quota do devedor que foi liberado da solidariedade, cobrando apenas dele essa quota parte.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Possibilidade de ação de regresso daquele que pagou integralmente a dívida, havendo sub-rogação legal do devedor nos direitos do credor (art. 346, III, CC).
A quota do insolvente, em regra, deve ser divida proporcionalmente entre os codevedores solventes. Presunção relativa – norma de ordem privada. 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Renúncia = exoneração da solidariedade.
Enunciado 350 do CJF/STJ, IV Jornada de Direito Civil: A renúncia à solidariedade diferencia-se da remissão, em que o devedor fica inteiramente liberado do vínculo obrigacional inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual codevedor insolvente, nos termos do art. 284 do CC.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
O interessado direto responde pela integralidade da dívida. Fiador em relação ao devedor principal. Diferente é o caso de fiadores (art. 831 do CC).
Transmissão das Obrigações
Cessão de Crédito: Não há extinção do vínculo obrigacional. Trata-se de um negócio jurídico bilateral, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor transfere a outrem sua posição na relação jurídica obrigacional.
Art. 286: A regra é pela possibilidade da cessão de crédito, pois a impossibilidade deverá ser expressa no negócio jurídico primitivo.
Não pode haver cessão na obrigação de alimentos – art. 1.707 e nos casos envolvendo direitos da personalidade – art. 11.
Art. 287: Princípio da gravitação jurídica.
Art. 288: Para ter eficácia erga omnes, deverão ser respeitados os requisitos do art. 654, § 1º.
Art. 290: O devedor – cedido – não precisa concordar ou participar do negócio, mas precisa ser notificado.
Art. 291: Entrega do título cedido ao último.
Art. 295: Determina a responsabilidade do cedente pela existência da dívida, nas cessões à título oneroso ou nas cessões à título gratuito se tiver procedido de má-fé (cessão de crédito convencional), a fim de evitar o enriquecimento sem causa.
Contrato de Factoring: É aquele segundo o qual o comerciante (faturizado) cede seus créditos relativos às vendas a terceiros, total ou parcialmente, a um outro comerciante ou a uma instituição financeira (faturizador) prestando este àquele serviços de administração de crédito mediante uma remuneração pactuada entre as partes. Contrato atípico regulamentado pelo Código Civil e por resoluções do BACEN e do Conselho Monetário Nacional. 
Art. 296: Determina que, no silêncio do negócio, o cedente não responde pela solvência do cedido (cessão pro soluto). Nada obsta que as partes pactuem em sentido contrário (cessão pro solvendo), devendo arcar o cedente com aquilo que receberia mais as despesas da cessão e da cobrança (art. 297, CC). 
Assunção de Dívida
Art. 299: Possibilita a transferência da dívida a outrem, necessitando, para tanto da anuência do credor, o que não ocorre na cessão de crédito. O silêncio do credor importa em recusa.
Enunciado 16 da I Jornada de Direito Civil: “O art. 299, CC não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da dívida quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis pelo débito com concordância do credor”. 
São modalidades: assunção por expromissão – sem interferência do devedor originário, e assunção por delegação – com interferência do devedor originário.
Art. 300: Determina a extinção das garantias especiais (= prestadas porterceiros), salvo disposição em contrário.
Enunciado 352 da IV Jornada de Direito Civil: “Salvo expressa concordância dos terceiros, as garantias por eles prestadas se extinguem com a assunção da dívida; já as garantias prestadas pelo devedor primitivo somente serão mantidas se este concordar com a assunção (por delegação)”.
Art. 301: Determina que a obrigação primitiva deverá ser restaurada no caso de anulação da assunção de dívida.
As garantias prestadas por terceiros (ex.: fiança) deverão ser restauradas, no caso do terceiro ter ciência do vício.
No caso de insolvência do assuntor desconhecida pelo credor, ao tempo da assunção (art. 299, CC).

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