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1 - Coordenadas de um Ponto 1.1 – Introdução A observação de corpos celestes com um teodolito e um cronômetro (medidas angulares e de tempo) possibilita a determinação da posição geográfica, ou seja, das coordenadas de um ponto da superfície terrestre: Latitude e Longitude. Além de tais coordenadas, ditas geográficas, astronômicas ou naturais, também podem ser determinadas direções que ligam a estação onde se processam as observações a outras estações terrestres. Quando tais determinações se caracterizam por uma precisão de aproximadamente um décimo de segundo de arco (0,1" ), classificam-se como de primeira ordem e são objeto da chamada Astronomia Geodésica. Quando a precisão diminue para um segundo de arco (1") as determinações são ditas de segunda ordem e constituem o objeto da tradicionalmente chamada Astronomia de Campo. Convém salientar que a Astronomia de Campo, também chamada de Astronomia de Posição ou de Astronomia Esférica é de fundamental importância… para o engenheiro, mesmo que ele não se dedique a utilizar as técnicas astronômicas para a determinação da posição geográfica. 1.2 – Forma da Terra: Modelos Em uma primeira aproximação as irregularidades da superfície terrestre podem ser negligenciadas, reduzindo-se o problema da determinação da forma da Terra à determinação das dimensões de um modelo que substitue a Terra verdadeira. Em alguns casos pode-se adotar o modelo esférico; noutros, quando os requisitos de precisão são mais rigorosos, usamos o modelo elipsoidal. Para os dois modelos admite-se uma Terra fictícia com homogênea distribuição de massas, o que não ocorre com a Terra real. 1.3 – Coordenadas de um Ponto Sobre o Modelo Esférico. 1.3.1 – Hipóteses Simplificativas A adoção de um modelo já implica no sacrifício da precisão. Isto justifica a adoção de outras hipóteses simplificativas. Assim, o modelo esférico, como a Terra real, gira de oeste para leste completando uma rotação em 24 horas siderais; mas admitiremos que sua velocidade angular seja constante e que o eixo seja fixo no corpo do modelo. hemisférios. Uma circunferência menor cujo plano é normal ao eixo denomina-se paralelo e as semicircunferências máximas que vão de polo a polo recebem o nome de meridianos. 1.3.2 – Definições Os extremos do eixo de rotação são os polos terrestres. A circunferência máxima cujo plano é normal ao eixo é o equador, o qual define dois 1.3.3 – Coordenadas Esféricas Por um ponto S do modelo esférico passam apenas um paralelo e um meridiano; determinadas estas duas linhas, a sua interseção define a posição do ponto S. Um paralelo será individualizado pela sua latitude, e um meridiano por sua longitude. Logo, a latitude e a longitude (aqui chamadas esféricas) são as coordenadas do ponto S. LATITUDE (') de um ponto S sobre o modelo esférico é o ângulo que o raio que passa por S forma com sua projeção equatorial; é medida a partir do equador, em graus e submúltiplos, positivamente no hemisfério norte. O número que exprime a latitude deve ser precedido do sinal (+) ou (-) ou seguido das letra (N) ou (S). LONGITUDE (') de um ponto S sobre o modelo esférico é o ângulo que mede o diedro formado pelo plano do meridiano origem (Greenwich) e pelo plano do meridiano do ponto; é medida sobre o equador, a partir do meridiano de origem, positivamente por leste. O número que exprime a longitude deve ser precedido do sinal (+) ou (-) ou seguido da letra (E) ou (W). A longitude varia desde 0º até 180º a leste de Greenwich e de 0º até -180º a oeste de Greenwich. Exemplos: ' = -5º03'14,56" ou ' = 5º03'14,56" S ' = -42º47'34,28" ou ' = 42º47'34,28" W 1.4 – Ortodrômica Ortodômica é a linha mais curta ligando dois pontos da superfície da Terra. No modelo esférico a ortodômica é o menor arco de circunferência máxima ligando os dois pontos. No modelo elipsoidal a ortodrômica é uma linha não coplanar. 1.5 – Azimute Esférico Chama-se de azimute da direção SS' ao ângulo A medido a partir do meridiano de S (lado sul), por oeste, até o arco de ortodrômica SS'. Na figura, A' é o azimute da direção S'S ou contra- azimute de SS'. 1.6 – Coordenadas de um Ponto Sobre a Superfície Terrestre. 1.6.1- Potencial e Vertical Para definirmos as coordenadas de um ponto da superfície da Terra precisamos recorrer ao conceito de vertical e, para conceituarmos vertical convém recordar algo sobre o campo da gravidade. Todos os corpos vinculados ao nosso planeta acham-se sujeitos à chamada força da gravidade, que é a resultante da força de atração exercida pelas massas terrestres (força gravitacional) e da força centrífuga decorrente do movimento de rotação da Terra. • O campo gravitacional é um campo conservativo isto é, dotado de potencial. • O lugar geométrico dos pontos de mesmo potencial é uma superfície fechada denominada equipotencial. • No caso de um modelo esférico não rotante, as superfícies equipotenciais seriam superfícies esféricas concêntricas ao modelo. O movimento de rotação “perturba” essas superfícies esféricas, fazendo com que elas deixem de ser concêntricas. • O mesmo ocorre com o modelo elipsoidal, cujas superfícies equipotenciais são superfícies elipsóidicas “não paralelas entre si”. • No caso da Terra real temos que considerar ainda a heterogeneidade do material que a compõe. • As superfícies equipotenciais, neste caso denominadas geopes, são suavemente irregulares e perpendiculares em todos os seus pontos às linhas de força. • Tais linhas de força do campo da gravidade são genericamente denominadas verticais e é fácil compreender que não são coplanares. • A vertical em um ponto S é a tangente à linha de força neste ponto. Representa a direção do vetor gravidade e pode ser materializada através de um fio de prumo ou do eixo principal de um teodolito. • Verticais são as linhas de força da gravidade. • Geopes são as superfícies equipotenciais. • Vertical em um ponto é a tangente à linha de força neste ponto. 1.6.1 - Coordenadas Astronômicas ou Naturais • Latitude astronômica ou natural () de um ponto da superfície terrestre é o ângulo que a vertical nesse ponto forma com a sua projeção equatorial (equador instatâneo). Aqui são importantes algumas observações: • Em virtude do chamado movimento do polo a posição do eixo de rotação varia com o tempo, podendo-se falar em eixo instantâneo (eixo no momento da observação) e, consequentemente, em equador instantâneo. • Devido à irregular distribuição das massas terrestres a vertical em cada ponto equatorial não pertence necessariamente ao plano equatorial; isso significa que o equador da Terra real não é o lugar geométrico dos pontos de latitude nula, nem um paralelo é o lugar geométrico dos pontos de latitude constante. • Também para conceituar longitudenatural necessitamos de algumas precauções adicionais. O diedro definidor da longitude esférica admitia como aresta o eixo de rotação, o que não sucede com a Terra real. A vertical de um ponto – conceito físico e não geométrico – é sensível às variações de densidade e ao posicionamento das massas mais próximas; resulta que a vertical e o eixo de rotação não são necessariamente coplanares. Em tais condições o meridiano natural ou astronômico de um ponto é determinado pelas retas: a vertical do ponto e uma paralela ao eixo instantâneo de rotação passando pelo ponto. Longitude astronômica ou natural () é o ângulo que mede o diedro formado pelo meridiano astronômico instantâneo e pelo meridiano astronômico origem (greenwich), contada a partir deste, positivamente por leste. Variação das coordenadas naturais: A latitude varia de 0º a 90º no hemisfério norte e de 0º a -90º no hemisfério sul. A longitude varia de 0º a 180º a leste de Greenwich e de 0º a -180º a oeste de Greenwich. Estas coordenadas, também chamadas de coordenadas geográficas, podem ser obtidas através de técnicas astronômicas. 1.7 – Cálculo da Distância Entre Dois Pontos em Função de Suas Coordenadas. (graus) pontos dois os entre distância d Terra) da (raio km 6370 R (km) pontos dois os entre distância D sendo, 180º coscoscoscos cos)º90()º90( )º90(cos)º90(coscos dRD sensend sensen d baba ba ba ab 766,1313 º180 "61.00'49º116370D º180 "61.00'49º11 )"40'07º5cos()"48'46º15cos()"22'05º5cos()"48'46º15()"22'05º5(cos coscoscoscos "40'07º5)"05'48º42("45'55º47 :SOLUÇÃO Brasília Teresina :cidades duas destas sgeográfica scoordenada as conhecendo e km 6370 R raio com esférica Terra a supondo Brasília, e Teresina entre distância aCalcular :EXERCÍCIO "48'46º15 "45'55º47 "22'05º5 "05'48º42 kmD RdD d sensend sensend baba ab Sb Wb Sa Wa 2 – Sistemas de Coordenadas Celestes 2.1 – Astros Astro é todo corpo luminoso ou não situado no espaço. Os astros podem ser fixos ou errantes. • Astros fixos são as estrelas com exceção do Sol. Características dos astros fixos: a) Distância angular constante. b) Cintilação cromática (variação na cor) e dinâmica (variação na luminosidade). c) Aparecem como pontos mesmo no telescópio. d) Espectro luminoso próprio. • Astros errantes são o sol, lua, planetas, satélites, e cometas. Características dos astros errantes: a) Distância angular não fixa. b) Luz fixa. c) Não possuem espectro luminoso próprio. d) Aparecem como disco ao telescópio. 3.1.1 – Magnitude e Brilho Absoluto Chama-se magnitude ou grandeza aparente de uma estrela ao brilho com que este astro se mostra aos nossos olhos ou instrumentos óticos. Quanto à sua magnitude as estrelas podem ser classificadas em: • 1a grandeza: as 20 estrelas mais brilhantes. • 2a a 6a grandeza: aproximadamente 5000 vistas a olho nu. • Menor que 6a grandeza: vistas com telescópio. • Até 22a grandeza: vistas em fotografias celestes Brilho absoluto é o brilho aparente que apresentaria um astro se estivesse colocado a uma distância de 10 parsecs, ou seja, 32.6 anos-luz. A chamada Lei de Pogson relaciona as magnitudes M e m de dois astros: log n = 0,4 (M-m) sendo n a razão entre as intensidades do brilho aparente dos dois astros. Exemplo: A crucis é a estrela mais brilhante do cruzeiro do sul: tem magnitude de 1,05. A sírius é a estrela mais brilhante do firmamento e tem magnitude de -1,58. Aplicando a equação teremos: log n = 0,4(1,05+1,58) =1,052 → n =11,27. Portanto a estrela sírius é cerca de 11 vezes mais brilhante que a crucis . 3.1.2 – Constelação Constelações são agrupamentos de estrelas batizados com os mais variados nomes, desde os mitológicos aos de animais e coisas. As constelações são designadas pelo seu nome latino, abreviado com três letras. As estrelas são designadas pelas letras do alfabeto grego (as primeiras letras representam as estrelas mais brilhantes) seguido do nome da constelação no genitivo. Assim, a estrela da constelação CRUX (cruzeiro do sul) será representada por CRUCIS. 2.1.3 – Sistema Solar Chama-se de sistema solar ao conjunto dos corpos celestes sujeitos à atração gravitacional do sol (planetas, satélites, asteróides e cometas). 2.2 – Esfera Celeste Os problemas de Astronomia de Campo não envolvem a consideração da distância dos astros; ao engenheiro interessa apenas a direção segundo a qual os mesmos são vistos. Nada nos impede, portanto, de supô-los a igual distância da Terra, ou seja, projetados sobre a superfície de uma esfera de raio arbitrário, cujo centro coincida com o centro da Terra. Tal esfera é chamada de esfera celeste. Esfera celeste (EC) é a esfera ideal de raio arbitrário cujo centro é o centro da Terra e sobre a superfície da qual supomos projetados todos os astros; com um movimento aparente (decorrência do movimento de rotação da Terra) gira de leste para oeste arrastando consigo todos os corpos celestes. Pura criação da imaginação humana, temos dela uma impressão quase real quando, nas noites estreladas, assistimos ao espetáculo deslumbrante de uma abóbada negra, salpicada de pontos brilhantes, deslocar-se, como um todo, do nascente para o poente. 2.2.1 – Elementos da Esfera Celeste • Eixo do mundo (PnPs) é o prolongamento do eixo de rotação da Terra até encontrar a esfera celeste. • Polos celestes (Pn e Ps) são os dois pontos da EC, diametralmente opostos, determinados pelo eixo do mundo; um é o polo norte (Pn) e o outro é o polo sul (Ps). • Equador celeste é a circunferência máxima (Q'Q), cujo plano é normal ao eixo do mundo; divide a EC em dois hemisférios que levam o nome de polo que contém. • Paralelos celestes são circunferências menores da EC (M'M), cujos planos são normais ao eixo do mundo (são portanto, paralelos ao equador). • A vertical de um observador encontra a EC em dois pontos diametralmente opostos denominados zênite (Z) e nadir (N), ficando o zênite na cabeça do observador. • Círculo vertical é todo circulo da EC que contém a vertical do lugar. Há uma infinidade de círculos verticais em cada local, pois uma reta não individu aliza um plano.. • Vertical de um astro é o círculo vertical que contém o astro. • Horizonte celeste é o círculo máximo (HnHs) polar do zênite e do nadir; em outras palavras, é o círculo máximo da EC normal à vertical do lugar. O horizonte divide a EC em dois hemisférios: o visível (que contém o zênite) e o invisível (que contém o nadir). Observação: O plano normal à vertical do lugar e tangente à superfície da Terra é o horizonte sensível ou aparente.O horizonte anteriormente definido é o horizonte astronômico, racional ou geocêntrico. Quando reduzimos a Terra a um ponto, centro da esfera celeste, os dois horizontes se confundem. • Almicantarado ou círculo de igual altura (A'A) são círculos menores paralelos ao horizonte. • Meridianos celestes (PnBPs) são circunferências máximas cujos planos contêm o eixo do mundo. • Meridiano celeste do observador (PnZPsN) é a circunferencia máxima da EC cujo plano é definido pelo eixo de rotação e pela vertical do observador, ou simplesmente, o meridiano celeste que contém o zênite e o nadir do observador. • O eixo do mundo divide-o em duas partes: a que contém o zênite chama-se semi-meridiano superior (SMS) e a que contém o nadir chama-se semi-meridiano inferior (SMI). • Meridiana ou linha norte-sul é a interseção (HnHs) do meridiano local com o horizonte local; as extremidades desta linha são os pontos cardeais ponto norte (Hn) e ponto sul (Hs). • Linha leste-oeste é a interseção (EW) do equador com o horizonte local; as extremidades desta linha são os pontos cardeais: ponto leste (E) e ponto oeste (W). Vale observar que os pontos cardeais Hn e Hs são as projeções no horizonte, segundo o meridiano local, dos respectivos polos celestes Pn e Ps. 2.3 – Sistema de Coordenadas Horizontais Consideremos um terno cartesiano como mostrado na figura abaixo: 1) Geocêntrico. 2) Eixo OX3 coincidindo com a vertical do observador, sentido positivo para o zênite. 3) Eixo OX1 coincidindo com a meridiana, sentido positivo para o ponto sul. 4) Orientação: levógiro (retrógrado). Nessas condições os planos coordenados tem o seguinte significado: X1X2 : plano do horizonte do observador (é o plano fundamental do sistema, origem das ordenadas esféricas). X1X3 : plano do meridiano celeste do observador, origem das abcissas esféricas. X2X3 : 1º vertical (plano vertical que forma com o meridiano celeste do observador um ângulo reto. O sistema assim definido recebe o nome de sistema de coordenadas celestes horizontais. Um astro E possue coordenadas celestes horizontais: A = azimute e h = altura. • Azimute de um astro E é o arco A = HsB medido sobre o horizonte desde o pontos sul até o vertical do astro no sentido retrógrado (por oeste); varia de 0º a 360º. Muitas vezes há conveniência em fazer o azimute variar de 0º a 180º, atribuindo-se o sinal positivo aos azimutes contados por oeste e o sinal negativo aos contados por leste. • Altura de um astro E é o arco h=BE medido do horizonte até o astro sobre o seu vertical. A altura pode variar de 0º (astro no horizonte) até 90º (astro no zênite ou no nadir); as alturas negativas correspondem a astros situados abaixo do horizonte e, portanto, invisíveis ao observador. Em muitos problemas usa-se, em lugar da altura, a distância zenital z, que é o ângulo medido do zênite ao astro sobre o seu vertical; pode variar de 0º (no zênite) até 180º (no nadir). Verifica-se que: h + z = 90º • Variação no tempo e no espaço. O sistema de coordenadas horizontais é tipicamente local, isto é, o azimute e a altura de um astro num mesmo instante variam de um local para outro, uma vez que o horizonte e o meridiano dependem do observador. É óbvio também que as coordenadas horizontais no mesmo local variam com o tempo devido ao movimento da EC. Uma das vantagens deste sistema reside na facilidade com que as coordenadas podem ser medidas com um teodolito. Com efeito, uma vez nivelado, o goniômetro tem o seu limbo paralelo ao horizonte e seu eixo principal verticalizado. Se for possível orientá-lo (linha 0º - 180º do círculo horizontal coincidindo com a meridiana), basta apontar a luneta para o astro e ler no limbo vertical a altura (ou distância zenital) e no limbo horizontal o azimute. As leituras mencionadas no slide anterior referem-se ao horizonte aparente, isto é, são topocêntricas. Para os astros fixos o horizonte aparente se confunde com o horizonte astronômico, pois o raio da Terra é desprezível face às distâncias estelares. Para o Sol, face à sua relativa proximidade, a transformação de coordenadas topocêntricas em geocêntricas é indispensável. 2.3 – Sistema de Coordenadas Horárias Consideremos um terno cartesiano: 1) Geocêntrico. 2) Eixo OY3 coincidindo com o eixo do mundo, sentido positivo para o polo norte. 3) Eixo OY1 coincidindo com a interseção do plano do equador com o plano do meridiano celeste do observador, sentido positivo para o SMS. 4) Orientação: levógiro. Planos coordenados: Y1Y2 : plano do equador celeste (é o plano fundamental do sistema, origem das ordenadas esféricas). Y1Y3 : plano do meridiano celeste do observador, origem das abcissas esféricas. Y2Y3 : círculo das 6 horas (meridiano celeste que forma com o meridiano celeste do observador um ângulo reto. O sistema assim definido recebe o nome de sistema de coordenadas horárias. Um astro E possue coordenadas horárias: H = ângulo horário e = declinação. • Ângulo horário de um astro E é o arco H = QB medido sobre o equador desde o SMS até o meridiano celeste do astro no sentido retrógrado (por oeste); varia de 0º a 360º, assumindo o valor nulo no SMS e 180º no SMI. Mas comumente, em virtude de sua vinculação com problemas horários, é expresso em tempo, variando então de 0h a 24h. Em certos problemas do movimento diurno é conveniente contar o ângulo horário de 0º a 180º (0h a 12h) adotando-se o sinal positivo a oeste. • Declinação de um astro E é o arco =BE medido do equador até o astro sobre o seu meridiano. Varia de 0º (equador) até 90º (polos celestes), sendo positivas as declinações do hemisfério norte. • Variação no tempo e no espaço. É fácil compreender que o ângulo horário, por ter origem no SMS é uma coordenada local, o que não ocorre com a declinação que independe do observador por estar ligada apenas ao equador e ao meridiano celeste do astro. Quanto a variação com o tempo, também se percebe imediatamente que o ângulo horário varia continuamente,assumindo todos os valores de 0h a 24h durante uma rotação da EC. Se considerássemos apenas o movimento de rotação da EC a declinação de um astro fixo não sofreria variação com o tempo, entretanto outros movimentos (paralaxe anual, precessão, etc) fazem com que a ela sofra uma variação da ordem de dezenas de segundos por ano. Já a declinação dos astros errantes sofre uma variação bem maior, particularmente quando se trata do sol e da lua. 2.4 – Eclíptica O sol apresenta em relação à Terra um movimento aparente, descrevendo sobre a EC, no decurso de um ano, uma circunferência máxima denominada eclíptica. O plano dessa órbita aparente forma com o plano do equador um ângulo () de aproximadamente 23º27’ que recebe o nome de obliquidade da eclítica. A obliquidade da eclíptica vem tabelada na seção F do Anuário do Observatório Nacional. • O diâmetro da EC perpendicular à eclíptica é o eixo da eclíptica (ns) e os pontos extremos são os polos da eclíptica. • A interseção do plano da eclíptica com o plano do equador é a linha dos equinócios ou linha equinocial (), cujas extremidades são os pontos equinociais: – ponto vernal ou áries () – ponto libra ou balança (). • Ponto vernal () é o ponto em que o sol cruza o equador, passando do hemisfério sul para o hemisfério norte. O sol passa pelo ponto vernal no dia 21/03, dando início à estação do outono no hemisfério sul. • Ponto libra () é o ponto em que o sol cruza o equador, passando do hemisfério norte para o hemisfério sul. O sol passa pelo ponto libra no dia 23/09, dando início à estação da primavera no hemisfério sul. • Os pontos da eclíptica e ' de declinação máxima ( = ) e mínima ( = - ) respectiva- mente são chamados de pontos solsticiais: solstício de inverno () e solstício de verão ('). O sol passa pelo solstício de inverno no dia 22/06, dando início à estação do inverno no hemisfério sul. O sol passa pelo solstício de verão em 22/12, dando início à estação do verão no hemisferio sul. 2.5 – Sistema de Coordenadas Uranográficas Consideremos um terno cartesiano: 1) Geocêntrico. 2) Eixo OZ3 coincidindo com o eixo do mundo, sentido positivo para o polo norte. 3) Eixo OZ1 coincidindo com a linha equinocial, sentido positivo para o ponto vernal. 4) Orientação: dextrógiro. Planos coordenados: Z1Z2 : plano do equador celeste (coincide com o plano fundamental do sistema do sistema de coordenadas horárias). Z1Z3 : plano do meridiano celeste que contém os pontos equinociais, origem das abcissas esféricas. Z2Z3 : plano do meridiano celeste que contém os pontos solsticiais. O sistema assim definido recebe o nome de sistema de coordenadas uranográficas. Um astro E possue coordenadas uranográficas: = ascensão reta e = declinação. • Ascensão reta de um astro E é o arco = B medido sobre o equador desde o ponto vernal até o meridiano celeste do astro no sentido dextrógiro; varia de 0h a 24h. • Variação no tempo e no espaço. Já vimos que a declinação independe do observador. Também podemos verificar que a ascensão reta independe do observador, tendo em vista que a mesma está ligada apenas ao equador e ao ponto vernal. Quanto à variação com o tempo, tudo o que foi dito para a declinação também vale para a ascensão reta. 2.6 – Efemérides Nos problemas práticos de Astronomia de Campo, quando procuramos determinar a latitude e a longitude de um ponto, através da observação de um astro, as coordenadas uranográficas desse astro são supostas conhecidas. Em nossos cálculos precisamos conhecer a declinação ao décimo de segundo de arco (0,1") e a ascensão reta ao centésimo de segundo de tempo (0,01s). Já vimos que as coordenadas uranogáficas de uma estrela sofre uma variação relativamente pequena, o que permite que elas sejam tabeladas de 10 em 10 dias. Para o sol, tendo em vista uma maior variação, elas devem ser tabeladas diáriamente. Uma tabela que contenha a posição de astros em função do tempo recebe a denominação de efeméride. Assim, na Seção C, do Anuário do Observatório Nacional são encontradas as efemérides do sol. Para baixar estas efemérides entre na página www.on.br e clique na aba serviços. Parte da página 8C do Anuário do Observatório Nacional "4,53'18º23 42,6))3(453015("6,54'16º23 )( )declinação da horária (variação 42,6 24 "6,54'16º23"7,28'19º23 24 ' 16/06) dia do (TU)0 a o(declinaçã "7,28'19º23' 15/06) dia do (TU)0 a o(declinaçã "6,54'16º23 :obtemos 2011, - Nacional ioObservatór do Anuário Do 3 453015 :SOLUÇÃO .15/06/2011 dia do )3 fuso do legal (hora 453015 as para Sol do declinação a Interpolar :EXERCÍCIO /" /" h h smh hhsmh L h hh hsmh L h FH FH F 2.7 – Definição Astronômica da Latitude Geográfica () =QZ (declinação do zênite) HnPn = 90º - PnZ QZ = 90º - PnZ HnPn = QZ HnPn = = hp (altura do polo elevado) Em Teresina ( = 5º03'10"S) por exemplo, o polo sul celeste apresenta-se 5º03'10" acima do horizonte astronômico. 2.8 – Triângulo de Posição O meridiano do observador, o vertical do astro e o meridiano do astro interceptam-se dois a dois formando um triângulo esférico PnZE. Esse triângulo fundamental em nosso estudo é chamado de triângulo de posição, porque depende da posição do astro. Com efeito, enquanto o astro percorre o seu paralelo, o triângulo deforma-se continuamente degenerando em um arco por duas vezes: quando o astro atinge o SMS e o SMI. 2.9 – Transformação de Coordenadas Horizontais em Horárias e Vice-Versa Este problema, bem como os demais do mesmogênero pode ser solucionado: a) diretamente da Trigonometria Esférica, resolvendo o triângulo de posição. b) através de matrizes ortogonais, por rotação de eixos: as coordenadas esféricas são transforma- das em retilíneas e depois da rotação as “novas” retilíneas são convertidas nas esféricas procuradas. No nosso curso nos deteremos apenas no primeiro caso, ou seja por Trigonometria Esférica. Ahsensensen Ahsensen h coscoshcos º180cosº90º90 º90cosº90cosº90cos A fórmula dos quatro elementos, aplicada ao triângulo de posição, proporciona diretamente a declinação: Asentgh senAtgH Aºº gHAsenhgsen coscos 180cos90cos cotº180º90cotº90 Escolhendo convenientemente uma das fórmulas das cotangentes: senc cotg a = sen B cotg A + cos c cosB Substituindo o triângulo genérico pelo triângulo de posição: Problema inverso: calcular as coordenadas horizontais, conhecidas as coordenadas horárias e a latitude local. A fórmula dos quatro elementos, aplicada ao triângulo de posição, permite obter a altura: Hsensenhsen Hsensen h coscoscos cosº90º90 º90cosº90cosº90cos tgHsen senHtgA Hº AgsenHgsen coscos cos90cos º180cotº90cotº90 Escolhendo convenientemente uma das fórmulas das cotangentes: senc cotg b = sen A cotg B + cos c cosA Substituindo o triângulo genérico ABC pelo triângulo de posição: 2.10 – Transformação de Coordenadas Horárias em Coordenadas Uranográficas Vice-Versa a) Primeira Noção de Tempo Sideral A medida do tempo fundamenta-se no movimento de rotação da Terra. Se escolhermos como referência um astro fixo, a rotação se cumpre em um intervalo de tempo denominado dia sideral. Como o ponto vernal, exceção de pequenos movimentos que lhe são peculiares e aos quais se subtraem as estrelas, é arrastado pela esfera celeste qual um astro fixo, convencionou-se elegê-lo como regulador do tempo sideral. Assim: Dia sideral é o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens consecutivas do ponto vernal pelo mesmo semi-meridiano. O dia sideral tem início, num dado local, quando o ponto vernal atinge SMS; daí por diante, a todo instante, o ângulo horário do ponto vernal (H) medirá a hora sideral (S) local : S = H Na figura, o astro E está referido simultâneamente aos sistemas horário e uranográfico que admitem a mesma ordenada esférica ; o problema de transformação de coordenadas resume-se em relacionar o ângulo horário de um astro com a sua ascensão reta. Com efeito, a figura proporciona: Q = H = S S = H + Portanto, a hora sideral num determinado instante é dada: 1) pelo ângulo horário do ponto vernal 2) pela ascensão reta do zênite 3) pela soma da ascensão reta com o ângulo horário de um mesmo astro. "30'28º310cos"40'26º62cos)"14'03º5cos( "40'26º62)"14'03º5( coscoshcos :Solução estrela. dessa casuranográfi scoordenada ascalcular sePede ".40'26º62"30'28310 :shorizontai scoordenada suas as se-obtendo ,"14'03º5 latitude de local um em sideral), (hora 30465 às estrela uma se-Observou Exercício sensensen Ahsensensen heºA S smh 0.A que mesmo o é 180ºA azimute um quelembrar Vale negativos. ambosou positivos ambos los- tornápara H de valor ao 180ºsubtrair ou somar devemos então ,A azimute do diferente sinal tiver H horário ângulo o Se :Observação 67,49157 )67,19291(30465 67,19291 15,por dividindo e, "03,55'19º2251781410,0 "30'28º310cos)"14'03º5("40'26º62)"14'03º5cos( "30'28º310 coscos "47,41'09º22 )887218377,0( 887218377,0 1 smh smhsmh smh HSHSH HtgH sentg sentgH Asentgh Asen tgH sen sen )1551922cos()"5,41'09º22cos()"14'03º5cos( )"5,41'09º22()"14'03º5( coscoscos 1551922 15,por ndoMultiplica 67,1929167,4915730465 :Solução ".5,41'09º2267,49157 :casuranográfi scoordenada suas se-conhecendo ,"14'03º5 latitude de local um em sideral), (hora 30465 às estrela uma de shorizontai scoordenada asCalcular Exercício ",'º- sensenhsen Hsensenhsen ",'º-H smhsmhsmhH SHHS esmh S smh tgHsen Hsen tgA h senh hsen coscos "9,39'26º62 )533562886,0(1 533562886,0 negativos. ambosou positivos ambos los- tornápara ,A de valor ao 180ºsubtrair ou somar devemos H horário ângulo do diferente sinal tiver A azimute o Se :Observação "30'31º49 )998884171,1( 998884171,1 1 A tgA tgA )"1,41'09º22()"14'03º5cos()"1,55'19º22cos()"14'03º5( )"1,55'19º22( tgsen sen tgA 3 – Movimento Diurno 3.1- Introdução Observando à noite a esfera celeste "vemos" que ela se move, acompanhada de todos os astros, de leste para oeste. Esse movimento coletivo, que congrega a totalidade dos corpos celestes, constitue o chamado movimento diurno. Podemos nos socorrer de duas hipóteses para explicá-lo: 1) Na primeira, admitimos a Terra imóvel enquanto a esfera celeste, arrastando os demais corpos celestes, gira em torno do seu eixo, de leste para oeste, em 24 horas siderais; foi a hipótese adotada pelos astrônomos anteriores a COPÉRNICO, por parecer "coerente com o que mostram os sentidos". 2) Na segunda, imobilizamos a esfera celeste e conferimos movimento de rotação à Terra, no mesmo intervalo de 24 horas siderais, porém de oeste para leste. De acordo com esta hipótese o movimento diurno é aparente: simples ilusão de nossos sentidos, decorrente da rotação terrestre. As duas hipóteses, desde que encaradas por um prisma puramente cinemático são equivalentes, o que justifica o fato de utilizarmos ora uma ora outra, de acordo com as conveniências didáticas do momento. Mas da equivalência cinemática das duas hipóteses decorre que elas são mutuamente exclusivas; resta-nos pois, dentre ambas, escolher a mais coerente com os conhecimentos atuais. A hipótese de uma esfera celeste rotante pode ser refutada, pois a mesma nos levaria ao absurdo: a estrela "Próxima do Centauro" deveria, em 24 horas siderais, descrever uma ... circunferência com perímetro da ordem de 1,249 x 1014 km, o que implicaria numa velocidade 200 vezes a velocidade da luz! Em consequência do movimento diurno os astros, sem excessão, giram em torno da Terra de leste para oeste. A grande maioria parecem levantar-se no nascente, ganhar altura até a culminação e depois, descer para o poente, acabando por desaparecer no horizonte. Outros, ditos circumpolares, permanecem constantemente acima do horizonte, girando em torno de um dos polos celestes. Os arcos diurnos (arcos acima do horizonte) de um astro variam com a declinação do astro e com a latitude do observador. Quanto valem as coordenadas horizontais de um astro em umdado instante? Este e outros fenômenos semelhantes que iremos abordar nos slides seguintes podem ser estudados por um prisma analítico através do triângulo de posição, que será a chave da maiorias de nossos problemas. 3.2 – Posição de um Astro num Dado Instante Quais as coordenadas horizontais de astro de coordenadas uranográficas e num local de latitude , às S horas siderais? coshcos cos )º180cos()º90()º90( )º90cos()º90cos()º90cos( coscoscos cos)º90()º90( )º90cos()º90cos()º90cos( senhsensen A Ahsensen h Hsensenhsen Hsensen h SH 3.3 – Passagem Meridiana Superior A figura abaixo mostra o paralelo M 'M de um astro E de declinação , passando no ponto M pelo SMS de um observador de latitude . Da fórmula dos quatro elementos: cos z = cos(90º- ) cos(90º - ) + sen(90º- ) sen(90º - ) cos H cos z = sen sen + cos cos cosH Vemos que, quando o astro passa no SMS o seu meridiano PnEPs passa a ser PnQPs e, portanto, seu ângulo horário é nulo. Para H = 0, cos z = sen sen + cos cos cos z = cos ( - ) z = ( - ) Dos dois sinais da fórmula z = ( - ), escolhe-se aquele que torna ou conserva positiva a quantidade entre parênteses uma vez que a distância zenital é sempre positiva. O sinal de ( - ), convém somente à interpretação do fenômeno, conforme veremos depois. Logicamente a altura h pode ser obtida por, h = 90º - z e a hora sideral da passagem´por, S = tendo em vista que H = 0. Na passagem meridiana superior de um astro E de declinação em um local de latitude temos duas hipóteses a considerar: 1ª) Passagem ao norte do zênite: o astro passa no meridiano no ponto M que está ao norte do ponto Z, conforme mostra a figura. Vemos que, quando o astro está M o seu vertical ZEN passa a ser ZHnN e, portanto, seu azimute será: A = HsHn = 180º. Também podemos ver que, (QZ QM) < 0 Mas, QZ = e QM = Portanto, ( ) < 0. 2ª) Passagem ao sul do zênite: o astro passa no meridiano no ponto M que está ao sul do ponto Z, conforme mostra a figura. Vemos que, quando o astro está em M, o seu vertical ZEN passa a ser ZHsN e, portanto, seu azimute será A = 0º. Também podemos ver que, (QZ QM) > 0 Mas, QZ = e QM = Portanto, ( ) > 0. Resumindo: 3.3.1 – Casos Particulares a) = 0 z = | | Se o astro for do hemisfério sul a passagem será ao sul do zênite, se for do hemisfério norte passará ao norte do zênite. b) | | = | | Neste caso a distância zenital meridiana é nula se e forem de mesmo sinal, e igual ao dobro da declinação se os sinais forem contrários. c) O sol somente cruza o meridiano no zênite para observadores da zona tórrida (entre os trópicos de câncer e capricórnio) e o faz duas vezes por ano. d) Nos equinócios ( = 0) o sol cruza o SMS com distância zenital igual ao módulo da latitude local. e) | | > 90º O astro é circumpolar eternamente invisível. 3.4 – Passagem Meridiana Inferior cos z = sen sen + cos cos cos H H = 180º → cos z = sen sen cos cos cos z = (cos cos sen sen) cos z = cos ( + ) z = 180( + ) Do duplo sinal, usa -se o que torna z < 180º 3.5 – Culminação Dizemos que um astro culmina quando atinge a sua altura máxima (distância zenital mínima). dHHsen dHsensendzzsen Hdsen dHHsendsendzzsen Hsensen coscos )coscoscos( coscos coscoscos ,coscoscoszcos :constante latitude a doconsideran abaixo, equação a Derivemos SMS. no ocorre fixo astro um de culminação a Portanto 00 coscos coscos coscos :se-ornaanterior t equação a diurno, movimento no fixo astro um de declinação a constante Admintindo :Fixos Astros .considerar a hipóteses duas Temos H zsen Hsen zsen Hsen dH dz dHHsendzzsen zsen Hsen dH d zsen Hsensen dH dz dHHsen dHsensendzzsen coscos coscoscos coscos )coscoscos( nulo). não mas pequeno, muito horário (ângulo dele próximo muito mas SMS, no ocorre mais não culminação a variação sensível apresenta declinação que em caso Neste :Errantes Astros dH d sen tgtgsH tempodesegundosemoExpressand dH d sen tgtg H sensívelerrosemou dH dHtgtgHsen dH dHsensenHsen dH dz 115 , 1 :,)cos( coscos coscoscos : teremosacima expressão na 0 Fazendo )(655254,0 00054115 )( ,tan ./d de oaproximaçã uma seja mesma a queadmitir e 000,54por a-dividindo seja, ou 600,3por e 15por entesucessivam a-dividindo segundopor tempode segundos em exprimir podemos hora);por arco de (segundos/h em esta ),( horária variaçãorespectiva a e declinação a emsolar traz sistema do astros dos efemérides As tgtgsH sen tgtgsH toPor dH nos mostra que em lugares de latitude alta a velocidade zenital é pequena e, portanto, os dias são mais longos. Também podemos ver que os dias são mais longos próximo aos solstícios, pois nestes períodos do ano o ângulo horario do Sol ao nascer (ocultar) é mais distante de 270º (90º). z senH dH d zsen Hsensen dH dz cos coscos ) coscoscos ( expressãoA O valor da velocidade zenital do Sol no início ou final do dia, por exemplo, determina a duração daquela fase do dia em que nem é dia claro nem escuridão total, o que comumente denominamos de crepúsculo. Quanto menor o valor de dz/dH, mais longo é o crepúsculo. 3.6 – Passagem por um Almicantarado Já sabemos que um almicantarado é uma circunferência menor paralela ao horizonte do observador, ou seja uma "circunferência de igual altura". Um astro descrevendo o seu paralelo diário pode atingir um almicantarado em dois pontos A e B (conforme mostra a figura), o primeiro a leste e o segundo a oeste do meridiano, posições nas quais a sua altura é a mesma. h sensenhsen A coscos cos coscos sensen-hsen H cos :por obtidosser podem passagem da azimute o e horário ângulo O 3.7 – Passagem pelo Horizonte Um astro está nascendo ou se ocultando quando cruza (no caso de astro errante, o centro do disco aparente) o horizonte do observador respectivamentea leste ou a oeste. Nestas condições, não considerando a refração atmosférica, a sua altura é nula (h = 0), resultando retilátero o triângulo de posição. cos coscoscos cosº90cos90cos )º180cos(º90)º90( º90cos)º90cos()º90cos( Azimute3.7.1 senAAsen Asenºsensen Asensen )( )( )(|| )(|| coscoscoscos0 cos)º90()º90( )º90cos()º90cos(º90cos 2.7.3 )|| )|| nascerdosideralhoraeHeS ocultardosideralhorawHwS nascerdohorárioânguloHHe ocultardohorárioânguloHwH tgtgHHsensen Hsensen SideralHora nascerdo(azimuteAeA ocultardo(azimuteAwA 3.7.3Condição para que um Astro Passe no Horizonte Na figura abaixo mostramos o paralelo de um astro E que nasce no ponto 1 e se oculta no ponto 2. Observando a figura, podemos verificar que nem todo astro passa no horizonte. Com efeito, para que o fenômeno ocorra é preciso que o arco Q' M ' seja menor que o arco Q' Hn (Q' M' < Q' Hn). Mas, Q' M' = e Q' Hn = 90º HnPn =90º então, < 90º Generalizando para os 2 hemisférios: | | < 90º | | • Caso um astro não atenda a inequação | | < 90º | | ele é circumpolar, eternamente invisível se pertencer ao hemisfério oposto ao do observador. 3.7.4Arco Diurno Sendo H contado a partir do SMS e proporcional ao tempo é facil concluir que o valor do ângulo horário de um astro num dado ponto do seu paralelo mede o tempo que o astro gasta para ir do SMS a esse ponto (ou gastará para ir desse ponto ao SMS se H for negativo). Então, 2·| H | mede o arco diurno do astro, ou seja, o tempo que o mesmo permanece acima do horizonte. O arco noturno é dado por 24h 2·| H | 3.7.5 Crepúsculo Chama-se de crepúsculo à luminosidade, de intensidade crescente ao amanhecer (crepúsculo matutino) e decrescente ao anoitecer (crepúsculo vespertino), proveniente da iluminação das camadas superiores da atmosfera pelo Sol. Temos três tipos de crepúsculo: • Crepúsculo Civil É aquele que vai desde o instante em que o Sol atinge a altura h = 6º até o intante do nascer, e desde o intante do ocultar até atingir a altura h = 6º. • Crepúsculo Náutico Ídem, h = 12º. • Crepúsculo Astronômico Ídem, h = 18º. Observações: 1) Para os astros errantes (sol por exemplo), os ângulos horários do ocultar e do nascer (Hw e He) não são exatamente iguais em módulo, tendo em vista a variação da declinação no movimento diurno. Entretanto, podemos negligenciar este fato sem grande erro. 2) Se e são de mesmo sinal (astro e observador no mesmo hemisfério), teremos: cos H < 0 | H | > 90º (6h) 2·| H | > 12h resultando o arco diurno maior que o noturno; é o ocorre para nós do hemisfério sul na primavera e no verão (quando os dia são maiores que as noites). Nos slides seguintes apresentamos tabelas com a hora do início do crepúsculo matutino, hora do nascer, hora do ocultar, hora do final do crepúsculo vespertino, arco diurno, arco noturno e crepúsculo para o ano de 2017, em Qaasuitsup-Groenlândia (latitude = 75º08´ N e longitude λ = 48º30´ W). As tabelas foram calculadas para o crepúsculo civil, dividido em dois intervalos: 1) Crepúsculo matutino, que vai desde o instante em que o centro do Sol atinge a altura h = 5º até o instante em que ele atinge a altura h = 50’ . 2) Crepúsculo vespertino, que vai desde o instante em que o centro do Sol atinge a altura h = 50’ até o instante em que ele atinge a altura h = 5º. Observe que estamos admitindo que o sol nasce e se oculta quando o seu bordo superior tangencia o horizonte celeste, o que ocorre com uma altura h = 50´ (34´ devido à refração e 16 ´ devido ao semi-diâmetro). Para entendimento das tabelas, vejamos alguns exemplos: Dia 16/01: Arco Diurno: não existe. Arco noturno = (11h52m38s - 0h) + (24h - 12h32m12s) = 23h20m26s Crepúsculo= 12h32m12s - 11h52m38s = 0h39m34s Dia 06/02: Arco Diurno: 13h02m19s - 11h31m59s = 1h30m20s (foi tabelado 1h30m21s) Arco noturno = (8h49m34s - 0h) + (24h - 15h44m55s) = 17h04m39s Crepúsculo = (11h31m59s - 8h49m34s) + (15h44m55s - 13h02m19s) = 5h25m01s (foi tabelado 5h25m00s) 3.8 – Passagem pelo Primeiro Vertical O primeiro vertical para um determinado observador é o círculo vertical normal ao meridiano local; portanto, intercepta o horizonte segundo a linha leste-oeste. 3.8.1Azimute no Primeiro vertical Quando um astro atinge o primeiro vertical, o faz em dois pontos, um a leste e outro a oeste do meridiano assumindo o seu azimute os valores: Aw = 90º e Ae = -90º (ou Ae = 270º) e o triângulo de posição se torna retângulo no zênite. )(|| )(|| cos)]º90(º90[cot)º90(cotcos :escrever permiteMauduit de regraA Vertical Primeiro no Horário Ângulo3.8.3 horizonte. do acima ocorra ele que para sinal mesmo de sejam e que onescessári é que e || || :se ocorrerá só fenômeno o que indica nos acima expressãoA º90cos)º90()º90( )90cos()º90cos()º90cos( Vertical Primeiro no Altura2.8.3 lesteapassagemdahorárioânguloHH oesteapassagemdahorárioânguloHH tg tg HggH sen sen hsensenhsensen hsensen h e w | | || :shemisfério dois os para ndo,Generaliza ter,devemos Então (latitude) QZ e o)(declinaçã QM Mas, QZ. arco o quemenor é QM arco o porque ocorre só isto que ver Podemos 2. e 1 pontos nos verticalprimeiro o cruzando astro um de M´M paralelo o mostra que abaixo, figura da da através é verticalprimeiro no passe astro um que para condição aobter de maneira outra Uma Ocorra Fenômeno o Que Para Condição3.8.5 leste) a passagem da (hora || oeste) a passagem da (hora || Passagem da sideral Hora3.8.4 HS HS e w 3.9 – Passagem no Círculo das 6 Horas Círculo das 6 horas para um determinado observador é o meridiano celeste cujo plano é normal ao meridiano local; portanto, intercepta o horizonte segundo a linha leste-oeste. 3.9.1Ângulo Horário Um astro atinge o círculo das 6 horas em dois pontos, um a leste e outro a oeste do meridiano local, assumindo o seu ângulo horário os valores: Hw = 6h = 90º e He = 6h = 90º (ou He = 18h = 270º) e o triângulo de posição se torna retângulo no polo. )(|| )(|| coscotcotcotcos )]º90(º90[cot)º180(cot)]º90(º90cos[ Horas 6 das Círculo no Azimute4.9.3 º90cos)º90()º90( )90cos()º90cos()º90cos( Horas 6 das Círculo no Altura3.9.3 leste) a passagem da (hora || oeste) a passagem da (hora || Passagem da Sideral Hora2.9.3 lesteapassagemdaazimuteAA oesteapassagemdaazimuteAA tggAggA gAg sensensenh sensen h HS HS e we w 3.9.5Condição para que o Fenômeno Ocorra A figura abaixo mostra o paralelo (M' M) de um astro passando no círculo das 6 horas nos pontos 1 e 2. Vemos facilmente que todo astro passa no círculo das 6 horas, já que um paralelo sempre intercepta um meridiano. Ângulo horário das duas passagens: Hw = QW (ângulo horário a oeste) He = QL (ângulo horário a leste) 3.10 – Elongação Na análise da variação do azimute de um astro temos três hipóteses a considerar: 1ª Hipótese: > 0 | | < QZ (latitude) = QM (declinação) QM < QZ < Generalizando, | | < A Figura nos mostra que o azimute cresce desde 0º até 360º entre 2 passagens no SMS. 2ª Hipótese: < 0 | | < | | QZ = | | (módulo da latitude) QM | | (módulo da declinação) QM < QZ → | | < | | A Figura nos mostra que o azimute decresce desde 360º até 0º entre 2 passagens no SMI. 3ª Hipótese: | | > | | QZ = | | (módulo da latitude) QM | | (módulo da declinação) QM > QZ → | | > | | A Figura nos mostra que o azimute varia desde um valor mínimo HSB até um valor máximo HSC. O astro elonga a leste (ponto 1) com azimute máximo A=HSC e a oeste (ponto 2) com azimute mínimo A=HSB 3.10.1Ângulo Paralático na Elongação Um astro está em elongação quando o seu azimute passa por um máximo ou por um mínimo; em outras palavras: quando a velocidade azimutal (derivada do azimute em relação ao tempo) é nula. Aplicando a fórmula das cotangentes ao triângulo ABC: senc cotgb = senA cotgB + cosc cosA e, substituindo o triângulo ABC pelo triângulo PnZE, tgHsensenHgA HsengAsenHtg HAgsenH gsen coscoscot coscotcos cos)º90cos()º180(cot )º90(cot)º90( Q HsenA AsenH AHsenHsenAsenQ ouAsenHsenAH AHsenHsenAsen HsenA AsenH H senA HgAHsenHsenA Asen senH HsenHsenA Asen senHHHgA tgHsensenHgA cos Portanto, (1). expressão da membro membro segundo com coincide que expressão coscoscos ,)º90(cos)º180()º180(coscos Q cos :posição de triânguloao elementos quatro dos fórmula a Aplicando (1) coscos :por acima expressão a ndoMultiplica )cotcos( 2 2 coscot :H e A a relação em ndoDiferencia coscoscot .astro no retângulo é posição de triângulo o elongando, está astro um quando Então, º900cos0 para zero, de diferentes z e Sendo coscos (2), em (3) dosubstituin e, (3) cos Hsen Asencos Hsen zsen )º180( )º90( Hsen zsen posição, de triânguloao senos dos analogia a Aplicando .azimutal velocidade da expressão a é que (2) cos cos QQ H A zsen Q H A zsenAsenAsen sen Hsen AsenQ H AQ HsenA AsenH leste) a elongação da (hora || oeste) a elongação da (hora || Sideral Hora3.10.4 leste) (a || oeste) (a || cos)]º90(º90[cot)º90(cotcos :Mauduit de regra a Aplicando Horário Ângulo3.10.3 º90cos)º90()º90( )º90(cos)º90cos()90cos( :elementos quatro dos fórmula a Aplicando Altura3.10.2 HeS HwS HeH HwH tg tg HggH sen sen hsenhsensensen hsensen h leste) a elongação da (azimute ||A oeste) a elongação da (azimute || º90º90)º180(º90)º90(º0 Se º90º90)º180(º90)º90(º0 Se :efeito Com .quadrante" mesmo do são oposto ângulo e cateto retângulo, triânguloum em" que lembrarmos se eliminada ser pode ,entretanto que o,indefiniçã uma a leva nos princípio a que o raízes, duas possue seno funçãoA :Observação cos cos coscos º90 )º90( (180º-A)sen )(90º-sen :senos dos analogia a Aplicando Azimute3.10.5 e A AA AA AA senA senAsen sen w Exercício Pede-se as coordenadas horizontais e a hora sideral em que a estrela ORIONIS, no dia 02/07/2011, atingirá, em um local de latitude = 5º03'30" S: a) O semi-meridiano superior b) O primeiro vertical c) O círculo das 6 horas d) O horizonte e) Elongação Dados: = 5h32m35,59s = 0º17'28,9" OK SS A hhzh zz zz smh |"30'03º5||"9,28'17º0||||| ocorra fenômeno o que para Condição b1) verticalprimeiro pelo Passagem b) 59,35325 sideral Hora a3) º180zênite do norte ao passagem0)( Azimute a2) "9,58'13º85"1,01'46º4º90º90 "1,01'46º4)1,01'46º4( ))"9,28'17º0("30'03º5()( Altura a1) superior meridiana Passagem a) :Solução oeste) a passagem da (hora 15,251911 59,353255649465|| sideral Hora b5) 49,56m46h5|H| 15,por dividindo"35,23'42º86|| 988450057,0cos )"30'03º5( )"9,28'17º0( coscos horário Ângulo b4) leste) a (passagem º90 oeste) a (passagem º90 Azimute b3) "9,22'18º3863674057,0 )"30'03º5( )"9,28'17º0( verticalprimeiro no Altura b2) smhwS smhs,mhwSHwS sH H tg tg H tg tg H eA wA hsenh sen sen senh sen sensenh valor.este a 180ºsomar devemos então ,A azimute o para negativo valorum encontradofor te,arcotangen ocalcular ao Se, :Observação leste) a passagem da (azimute "2,35'42º89 oeste) a passagem da (azimute "2,35'42º89 "2,35'42º89||7836415,197 ))"9,28'17º0()"30'03º5(cos(1coscot Azimute c2) "5,32'01º09748360448000,0 )"9,28'17º0()"30'03º5( Altura c1) horas 6 das círculo pelo Passagem c) leste) a passagem da (hora 03,464523 ,24 somamos negativoresultou como 97,13140 59,353255649465|| ão)(continuaç verticalprimeiro no sideral Hora b5) h e w smhsmh A A AAtg tgAtgtggA hhsen sensenhsensensenhsen smhSe smhSe ,SeHSe º0 d2)Altura "30'56º84"9,28'17º0 |"30'03º5|º90|"9,28'17º0|||º90|| ocorra fenômeno o que para Condição d1) horizonte pelo Passagem d) leste) a passagem da (hora 59,353223 ,h24 somamosnegativoresultou como 11,24270 59,3532566 oeste) a passagem da (hora 59,353211 59,3532566 horas 6 das círculo no sideral Hora c3) h OK smheS smheS smhheSheS smhwS smhhwShwS smhsmhwSHwS smhHH H tgtgHtgtgH eA wA AA sen AsenA 59,3532519,6006|| sideral Hora d5) 19,6006|| 15,por dividindo "84,32'01º90|| 3560119450000,0cos )"9,28'17º0()"30'3º5(coscos horário Ângulo d4) nascer) do (azimute "27'42º89 ocultar) do (azimute "27'42º89 "27'42º89||749070105005,0cos )"30'03º5cos( )"9,28'17º0( cos cos cos horizonte no Azimute d3) ocorre. não fenômeno o então |"30'03º5||"9,28'17º0| temosComo |||| ocorra fenômeno o que para Condição e1) Elongação e) nascer) do (hora 40,293223 ,h24 somamos negativo,resultou como 60,30270 59,3532519,6006|| ocultar) do (hora 78,413211 ão)(continuaç horizonte no sideral Hora d5) smheS smheS smhsmheSHeS smhwS Exercício Pede-se as coordenadas horizontais e a hora sideral da elongação da estrela ERIDANI, no dia 02/07/2011, em um local de latitude = 5º03'30" S: Dados: = 1h38m08,51s = 57º10'43,9" ocorre fenômeno o então |-5º03'30"||4"-57º10'43,| temosComo |||| ocorra fenômeno o que para Condição a) :Solução leste) a elongação da (azimute "2,57'57º32 oeste) a elongação da (azimute "2,57'57º32 "2,57'57º32|| Portanto, 0º. porque primeira, a escolhemos tricas trigonomésoluções duas Das "8,02'02º14711802 "2,57'57º321 511139544,0 )"30'03º5(cos )"4,43'10º57(cos cos cos Azimute c) "9,20'01º6 568918104,0 )"4,43'10º57( )"30'03º5( elongação na Altura b) eA wA A AA A AsenAsenAsen h hsen sen sen hsen sen sen hsen leste) a elongação da (hora 99,135119 :h24somar devemos negativoresultou como 01,46084 51,0838152,54465|| oeste) a elongação da (hora 03,03257 51,0838152,54465|| sideral Hora e) 52,54465 : teremos15,por dividindo e "87,37'43º86|| 338090057,0cos )"4,43'10º57( )"30'03º5( coscos elongação na horário Ângulo d) smheS smheS smhsmhHeS smhwS smhsmhHwS smh|H| H H tg tg H tg tg H 4 – Tempo em Astronomia 4.1 – Introdução Antes de abordar os diversos sistemas de tempo é necessário distinguir intervalo e instante. Intervalo é a quantidade de tempo decorrido entre dois acontecimentos. Por exemplo, se uma aula durou 2 horas, então 2 horas é o intervalo de tempo decorrido entre o início e o fim da aula. Instante ou, traduzido literalmente do inglês (epoch) época, é o intervalo de tempo decorrido desde uma origem até um certo momento. Por exemplo, quando dizemos que são 9 horas queremos dizer que decorreram 9 horas desde o início do dia até o presente momento. 4.2 Sistemas de Tempo Podemos dividir os sistemas de tempo em duas grandes categorias: Tempo atômico Tempo astronômico 4.2.1 Tempo Atômico O Tempo Atômico é uma escala de tempo uniforme e de alta acurácia (10-13 a 10-15 segundos), regulado pelo número de períodos de radiação de um átomo. A unidade fundamental de tempo atômico é o Segundo Internacional (SI). 4.2.1.1 Segundo Internacional (SI) O Segundo Internacional (SI) é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133. Definição adotada na 13ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, em 1967. 4.2.1.2 Tempo Atômico Internacional (TAI) O Tempo Atômico Internacional (TAI) é a escala de tempo calculada pelo Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), que faz uma média ponderada do tempo obtido em cerca de duzentos relógios atômicos em mais de 50 laboratórios ao redor do mundo. A unidade de medida do TAI é mantida o mais próximo possível do Segundo Internacional (SI), usando informações dos laboratórios que mantém os melhores padrões primários de césio. O TAI é uma escala uniforme e estável que, por consequência, não se mantém em sincronia com a rotação ligeiramente irregular da Terra. 4.2.2 Tempo Astronômico Tempo astronômico é o tempo regulado pelo movimento dos astros. O tempo astronômico pode ser subdividido em: Tempo Terrestre Tempo Rotacional Antes de definir o Tempo Terrestre (TT) precisamos conceituar: Tempo Dinâmico (TD) e Tempo Dinâmico Baricêntrico (TDB) . O Tempo Dinâmico (TD) é uma escala de tempo derivada dos movimentos planetários no sistema solar e sua duração é baseada nos movimentos orbitais da Terra, Lua e planetas. O Tempo Dinâmico Baricêntrico (TDB) refere-se a um sistema de tempo inercial, referenciado no baricentro do sistema solar. O Tempo Terrestre (TT)*: Apresenta, por definição, frequência igual à de um relógio atômico sobre a Terra (geóide). Mostra as variações periódicas com relação ao TDB, devidas ao movimento da Terra no campo gravitacional do Sol. Mantém uma escala de tempo uniforme para movimento sujeito ao campo gravitacional da Terra, podendo ser considerado inercial localmente. Podemos usar o TT para descrever, por exemplo, o movimento de um satélite artificial. Como outro exemplo temos o Anuário do Observatório Nacional, que usa o TT para as efemérides do Sol, Lua e planetas. * Até 1984 o TT era chamado de Tempo das Efemérides (TE). De 1984 até 2001 ele foi chamado de Tempo Dinâmico Terrestre (TDT). Podemos relacionar o Tempo Terrestre (TT) com o Tempo Atômico Internacional (TAI) através da expressão: TT = TAI+32,184s Tempo Rotacional é o tempo regulado pelas rotações da Terra. O tempo rotacional pode ser subdividido em: Tempo sideral Tempo solar Tempo sideral é aquele que usa o ponto vernal como ponto de referência para a sua determinação. Tempo solar é aquele que usa o centro do sol como ponto de referência para a sua determinação. 4.3 Tempo Sideral Intervalo O intervalo fundamental de tempo sideral é o dia sideral. Dia sideral é o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens consecutivas do ponto vernal pelo mesmo semi-meridiano. O dia sideral tem início, em um certo local, quando o ponto vernal passa pelo semi-meridiano superior deste local. Aqui abrimos um parêntese para apresentar alguns conceitos indispensáveis ao estudo de tempo. Devido à atração do Sol e da Lua sobre a protuberância equatorial, a Terra possui um movimento que a leva a balancear-se no espaço como um pião: o eixo de rotação descreve um cone de duas folhas, vértice geocêntrico, abertura da ordem de 47º. Este movimento é chamado de movimento precessional ou, simplesmente precessão.Na figura do slide anterior cogitamos apenas de um astro perturbador, mas é claro que devemos considerar a ação atrativa de ambos: Sol e Lua. Tal força atrativa entretanto não é constante, sofrendo variações complexas em função da posição relativas dos três astros; é fácil concluir, portanto, que o consequente movimento cônico do eixo do mundo não é regular podendo ser desdobrado em uma componente uniforme e outra periódica. À parte uniforme dá-se o nome de precessão luni-solar e à periódica dá-se o nome de nutação. O eixo de rotação quando sujeito exclusivamente à precessão luni-solar é designado por eixo médio e o correspondente equador por equador médio. Convém deixar claro que no movimento precessional a posição da eclíptica não varia no espaço, o que varia é o equador celeste. Através do movimento de precessão luni- solar os polos celestes médios deslocam-se sobre a esfera celeste, em torno dos correspondentes polos da eclíptica descrevendo anualmente arcos de 50,3", ou seja, completando uma circunferência completa num período aproximado de 26000 anos. Como o equador celeste é sempre normal ao eixo do mundo, este movimento implica num balanço do equador, fazendo com que o ponto vernal se desloque sobre a eclíptica também de 50,3" por ano. A nutação astronômica possue expressão matemática complexa e é formada por termos periódicos que podem ser separados em dois grupos: os de longo período (até 18,6 anos) e os de curto período (menos de 35 dias). A nutação expressa apenas pelos termos de longo período é responsável por um movimento do eixo celeste (agora dito verdadeiro) em torno do eixo médio, gerando uma superfície cônica de bases elípticas num período de 18,6 anos. As elípses que os polos verdadeiros desenham sobre a esfera celeste são muito pequenas: eixo maior = 18" e eixo menor = 13". Definido o que seja equador médio e equador verdadeiro a noção de ponto vernal médio e ponto vernal verdadeiro fica também implícita; agora podemos retornar ao estudo do tempo. Teremos então dia sideral médio e dia sideral aparente (ou verdadeiro) conforme a medida tenha sido feita com o ponto vernal médio ou aparente (verdadeiro) respectivamente. Apenas o dia sideral médio é utilizado devido às variações que ocorrem com o ponto vernal verdadeiro. 4.4 Tempo Sideral Instante Na figura abaixo representamos o hemisfério norte projetado no plano do equador. PnA representa o semi-meridiano superior de um observador cujo zênite está representado por Z. Um dia sideral será então a quantidade de tempo decorrido entre duas passagens do ponto vernal pelo ponto A. Antes de completar uma volta o ponto vernal irá passar por W, B e L. No instante em que passar por W terá decorrido ¼ do dia sideral. Por B e por L teremos respectivamente ½ e ¾ do dia sideral. Portanto em W serão 6h(S), em B 12h(S) e em L 18h(S), o que corresponde ao arco de equador desde A até W, B e L respectivamente. Então, no momento em que o ponto vernal passar por um ponto C, a hora sideral (instante) será o arco AC expresso em horas, minutos e segundos. Porém o arco AC nada mais é que o ângulo horário do ponto vernal (Hγ). Podemos então dizer que a hora sideral num determinado instante é igual ao ângulo horário do ponto vernal neste mesmo instante. Então: S = Hγ Conforme o ponto vernal seja médio ou aparente (verdadeiro) teremos a hora sideral média ou aparente (verdadeira). Então: SM = HγM e SA = HγA A diferença entre as duas horas nos dá a chamada equação dos equinócios: EE = SA - SM A equação dos equinócios representa a componente da nutação em ascensão reta e vem tabelada na seção F do Anuário do Observatório Nacional. 4.5 Tempo Solar Verdadeiro Intervalo O intervalo fundamental de tempo solar verdadeiro é o dia solar verdadeiro. Dia solar verdadeiro (ou simplesmente dia verdadeiro) é a quantidade de tempo decorrido entre duas passagens do centro do Sol pelo mesmo semi-meridiano. O dia verdadeiro tem início em um determinado local quando o centro do Sol passa pelo semi-meridiano inferior deste local. Pela 2ª Lei de Keppler sabemos que a velocidade areal descrita pelo raio vetor que liga o Sol a um planeta é constante; portanto o raio vetor Terra-Sol varre áreas iguais em tempos iguais. Invertendo o raciocínio, isto é, colocando a Terra em um dos focos da órbita elíptica e o Sol girando, para que as áreas S1TS2 e S3TS4 sejam iguais elas deverão ser descritas no mesmo intervalo de tempo t. Da figura concluimos que no trecho S1S2 a velocidade linear é maior que no trecho S3S4. Daí podemos dizer que a velocidade linear do Sol é variável, sendo máxima no perigeo (03/01) e mínima no apogeu (05/07). Devido a este fato e ainda ao fato de o Sol não percorrer o equador, mas sim a eclíptica o dia solar verdadeiro não é constante, o que torna impossível o seu uso na vida prática. 4.6 Tempo Solar Verdadeiro Instante Hora solar verdadeira (ou simplesmente hora verdadeira) é o ângulo horário do centro do Sol acrescido de 12 horas. Portanto: V = HS+ 12h Sendo , HS = ângulo horário do centro do Sol V = hora verdadeira Exemplo: V = 15h16m40,56s 4.7 Tempo Solar Médio Para contornar as dificuldades devidas às irregularidades na velocidade do Sol foi criado um Sol fictício denominado sol médio. Por definição o sol médio é um sol fícticio que percorre o equador com velocidade constante durante o mesmo período em que o sol verdadeiro percorre a eclíptica. O tempo solar médio é o tempo regulado por este astro imaginário. 4.7.1 Tempo Solar Médio Intervalo O intervalo fundamental de tempo solar médio é o dia solar médio. Dia solar médio (ou simplesmente dia médio) é a quantidade de tempo decorrido entre duas passagens consecutivas do sol médio pelo mesmo semi-meridiano. O dia médio tem início em determinado local quando o sol médio passa pelo semi-meridiano inferior deste local. Submúltiplos: 1h(M) = 1d(M)/24 1m(M) = 1h(M)/60 1s(M) = 1m(M)/60 4.7.2 Tempo Solar Médio Instante Hora solar média (ou simplesmente hora média) é o ângulo horário do sol médio acrescido de 12 horas. Portanto: M = HM + 12h Sendo , HM = ângulo horário do sol médio M = hora média Exemplo: M = 15h16m40,56s 4.8 – Tempo Universal Chama-se de Tempo Universal (TU) à hora média do meridiano médio de Greenwich. O Tempo Universal , também chamado de Greenwich Mean Time (GMT) ou de Universal Time (UT), é obtido formalmente através de determinações astronômicas, embora atualmente sejam utilizados satélites GPS na sua determinação. Existe três diferentes designações do Tempo Universal, muito embora a diferença entre elas não ultrapasse 0,03 segundos: - TU0: é o TU não corrigido - TU1: é o TU corrigido da influência do movimento do polo sobre a longitude. - TU2: é o TU1 corrigido
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