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treinamento resistido - Periodização

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9/13/2018
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Princípios do 
Treinamento Resistido
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA / UNESP
PROF. LUÍS GOBBO
2018
Princípios do Treinamento Resistido
VARIEDADE
Todos os princípios até o momento, em algum ponto, destacaram a importância da 
alternância entre estímulo e repouso, ou a manipulação da intensidade de modo que 
diferentes níveis de estresse sejam provocados no organismo ao longo do tempo.
O princípio da variedade indica a necessidade da alteração sistemática das variáveis 
do treinamento. Diversos estudos vêm, ao longo da história, demonstrando que a 
alteração sistemática no volume e na intensidade é uma estratégia eficiente em 
programas de treinamento de longo prazo.
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Princípios do Treinamento Resistido
VARIEDADE
Assim, por mais eficiente que um determinado programa de treinamento seja, ele só 
poderá ser executado por um curto período de tempo, uma vez que, ao ser mantido, 
certamente a magnitude das adaptações promovidas reduzirá ao longo do tempo e 
um novo estímulo deverá ser aplicado, caso contrário ocorrerá o que chamamos de 
acomodação ou estagnação dos processos adaptativos.
A variação sistemática das variáveis do treinamento, além de evitar a acomodação e 
potencializar os resultados, também evita a monotonia do treinamento, principal 
motivo de evasão e desistência de programas de exercícios físicos, principalmente em 
academias de ginástica e treinamento individualizado.
Princípios do Treinamento Resistido
VARIEDADE
Especialmente em relação ao treinamento de força, são indicadas variações 
frequentes na ordem e tipo (livres ou guiados) dos exercícios; nos sistemas de 
treinamento; na quantidade de séries; nas ações musculares (isto é, concêntrica, 
excêntrica ou isométrica); na velocidade e na amplitude dos movimentos; e, por fim, 
nos modelos de periodização.
Contudo, de nada vale a alteração sistemática das variáveis do treinamento se elas 
forem realizadas aleatoriamente, sem intenção ou especificidade em relação aos 
objetivos de curto, médio e longo prazo propostos no início do programa de 
treinamento. 
Para tal, prestam-se os fundamentos da periodização do treinamento para cada 
indivíduo.
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Mesociclo
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Microciclo
Sessão de Treino
Descrição completa da sessão de treino - Segunda-Feira 
Parte inicial: Alongamento, Treino Aerobio no periodo da manhã de 40 minutos sendo 
que (Freq Max – 40%, 60% e 80%), Periodo da tarde – Pré aquecimento (nos 
aparelhos).
Parte Principal: ORDINÁRIO 85% - 1h/ Descanso de 40 segundos 
Treino Anaerobio (Piramide) - Peito/Triceps/Abdomen (4X – 10/8/6/6)
Peito: Flexão (2x – 20) - Supino reto – Cross Over – Crucifixo 
Triceps: Pulley + Inverso – Pulley Corda (unilateral)+ Coice 
Abdomen: Supra – Infra (3X – 20)
Parte final: Alongamento Estático (40 para cada grupo muscular)
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Princípios do Treinamento Resistido
Enfim, os princípios do treinamento aqui destacados fornecem a direção 
a que todo e qualquer programa de treinamento deve seguir, 
independentemente do nível de aptidão ou objetivo do praticante.
O respeito a tais princípios permite que a aplicação das variáveis do 
treinamento e dos fundamentos da periodização ocorra de modo a 
potencializar as adaptações induzidas pelo treinamento de força.
Periodização no Treinamento Esportivo
O processo fisiológico pelo qual o corpo responde ao exercício é 
chamado de adaptação. 
As principais adaptações induzidas pelo treinamento de força são 
denominadas de adaptações neurais e hipertróficas. 
Assim, desvendar os mecanismos associados a tais adaptações 
parece ser fundamental para otimização das respostas ao estímulo 
provocado pelo programa de treinamento empregado.
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Periodização no Treinamento Resistido
 A periodização do TR é uma estratégia utilizada na tentativa de se 
manter um estímulo efetivo durante todo o programa de 
treinamento, com a perspectiva de se evitar o platô adaptativo.
Periodização no Treinamento Resistido
Esse pressuposto é sustentado por três teorias que compõem as 
bases fisiológicas da periodização e têm como objetivo otimizar o 
desempenho físico e a recuperação, a saber:
i) teoria da síndrome da adaptação geral; 
ii) teoria do estímulo-fadiga-recuperação-adaptação e 
iii) teoria do desempenho-fadiga. 
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Periodização no Treinamento Resistido
Essas três teorias de adaptação sustentam a razão para a aplicação 
da periodização nos programas de treinamento. 
Desse modo, se o estímulo aplicado durante o treinamento se 
mantém na mesma magnitude (volume e intensidade) o sistema 
orgânico irá sofrer um processo de acomodação, o que provocará 
estabilização do desempenho.
Periodização no Treinamento Resistido
 Considerando que o corpo humano se adapta rapidamente a 
programas de TR, a variação (periodização) se torna necessária para 
que a evolução ocorra. 
 Essa variação pode ser realizada pela manipulação de diferentes 
variáveis de treinamento (volume e intensidade), porém, ela é 
comumente realizada através de modificações no volume e na 
intensidade, as quais podem ser organizados a partir de diferentes 
modelos existentes na literatura.
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Periodização no Treinamento Resistido
A periodização do TR tem como base os modelos de periodização 
utilizados no treinamento esportivo. 
Há relatos de que essa concepção é utilizada desde a Grécia antiga, 
no treinamento para atividades militares ou olímpicas. 
Os gregos realizavam ciclos de treinamento com variação entre 
cargas leves e intensas até o período próximo das competições.
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Periodização no Treinamento Resistido
Apesar do treinamento esportivo ser historicamente antigo, seu 
corpo de conhecimento começou a ser sistematizado apenas no final 
do século XIX e início do século XX. 
A partir daí, diversos pesquisadores passaram a investigar a evolução 
de estudos relacionados ao planejamento do treinamento, no qual 
diversos paradigmas foram superados e tantos outros foram 
desenvolvidos.
Periodização no Treinamento Resistido
 Alguns autores como Murphy, em 1913, propuseram uma preparação de 
oito a 10 semanas de treinamento, alegando que nenhum atleta deveria 
se expor a um treinamento intenso por muito tempo. 
 Em 1916, Kotov criticou essa metodologia e propôs uma metodologia de 
treinamento ininterrupta, com uma divisão de preparação em três ciclos, 
denominados de geral, preparatório e específico. 
 No entanto, sua proposta era a favor do esporte polivalente, o que 
refutava toda e qualquer ideia de especialização em uma modalidade.
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Periodização no Treinamento Resistido
Entre os anos de 1920 e 1930 autores como Pikala trouxeram à tona a 
concepção da alternância do ritmo de treinamento, além da ideia da 
preparação em ciclos, como a melhor estratégia para prevenir o 
overtraining, por meio da alternância entre trabalho e recuperação. 
Em 1939, Gratyn introduziu a necessidade do período de recuperação ser 
reduzido e o atribui a característica de período de transição. 
Já em 1949, Oslin complementa que o período de transição deve ser 
realizado por uma “recuperação ativa” e propõe que as etapas do 
treinamento deveriam ser direcionadas pelo calendário competitivo. 
Em 1950, Letunov em contrapartida a proposta de Oslin, defende que os 
ciclos de treinamento devem considerar o fenômeno biológico da 
progressão do nível de treinamento atingido por cada atleta.
Periodização no Treinamento Resistido
Embora as discussões sobre as propostas de planejamento do 
treinamento tenham sido amplamente abordadas, somente em 
1965, Matveyev introduz de fato a concepção de periodização, 
baseado na teoria da síndrome geral da adaptação proposta por Han
Seley, em 1936, e nas análises estatísticas de rendimento de seus 
atletas, tornando públicoo seu modelo de periodização tradicional. 
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Periodização no Treinamento Resistido
 Ele definiu o modelo como conjunto de leis e objetivos que 
governam o processo de treinamento, e não um simples 
planejamento instintivo. 
 Assim, o modelo tradicional ou linear, proposto por Matveyev visa o 
desempenho máximo do atleta e é dividido em três períodos, a 
saber: 
Periodização no Treinamento Resistido
1) período preparatório: no qual é utilizado maior volume e 
exercícios diversos para o desenvolvimento das habilidades físicas e 
técnicas gerais; 
2) período competitivo: no qual o volume de treinamento é 
reduzido para o desenvolvimento de atividades específicas de maior 
intensidade; 
3) período de transição: período relativamente curto para 
proporcionar recuperação ativa e a reabilitação.
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Periodização no Treinamento Resistido
Ainda que o ciclo completo proposto por Matveyev possa ter 
duração anual ou semestral, com o aumento da quantidade de 
competições durante o ano na maioria das modalidades esportivas, 
essa proposta já não mais conseguia atender às necessidades, 
passando a receber muitas críticas. 
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Periodização no Treinamento Resistido
 A partir daí surgem novas propostas de modelos periodização com 
destaque para o modelo pendular, proposto por Ariosev, na década 
70 do século passado. 
 Essa proposta se baseia em dois ciclos, caracterizados pela 
alternância sistemática entre cargas gerais e específicas (modelo 
pendular). 
 Com a aproximação da competição há a diminuição da carga geral 
(volume) e aumento da carga específica (intensidade), o que 
possibilita aos atletas conseguirem vários picos de alto desempenho 
durante o ano.
Periodização no Treinamento Resistido
No início dos anos 80 do século passado, Verkoshansky propõe 
grandes alterações na periodização do treinamento, com uma nova 
proposta chamada de estruturação do treinamento em bloco, 
composta por dois blocos, no qual no primeiro bloco se trabalha as 
capacidades físicas com ênfase na força e no segundo bloco as 
questões técnicas e táticas.
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Periodização no Treinamento Resistido
A concepção de periodização do TR surge como parte do 
treinamento de atletas, principalmente na busca em se otimizar as 
capacidades de força e potência, exigidas em diversas modalidades.
Entretanto, atualmente é empregada em programas de treinamento 
fora do âmbito esportivo, visando saúde e estética. 
Nesse contexto, a periodização é definida como planejamento 
sistematizado e estruturado das variáveis de treino (manipulação 
do volume, intensidade e descanso) para permitir que um estímulo 
efetivo possa perdurar por mais tempo.
PERIODIZAÇÃO NO TR
 A periodização é definida como planejamento 
sistematizado e estruturado das variáveis de treino 
(manipulação do volume, intensidade e descanso) 
para permitir que um estímulo efetivo possa 
perdurar por mais tempo.
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Periodização no Treinamento Resistido
Entre os principais modelos de periodização do TP descritos na 
literatura estão os modelos denominados de periodização LIN e 
OND. 
Os sistemas lineares são baseados na concepção do modelo 
tradicional proposto por Matveyev e foram empregados no TP, bem 
como divulgados por Stone, nos anos de 1981 e 1982.
Periodização Linear
Em termos gerais, a periodização LIN se inicia com um alto 
volume e uma baixa intensidade de treinamento e progride 
de maneira gradual para o aumento intensidade com 
simultânea redução do volume ao longo do ciclo.
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Periodização Linear Invertida
 A periodização linear invertida apresenta a ordem de 
execução inverƟda, se comparada à ordem da periodização 
clássica de força e potência. 
 Enquanto o objetivo desta última é maximizar a força e a 
potência do atleta, o objeƟvo do modelo linear inverƟdo é 
maximizar a hipertrofia muscular ou a força resistente 
conforme o número de repeƟções utilizado no programa (8 
a 12 para hipertrofia e 20 a 30 para resistência muscular).
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Periodização Linear Invertida
 Pesquisas mostram que esse tipo de periodização é mais efetivo no 
aumento da força resistente do que o modelo clássico (Rhea et al., 
2003).
 Normalmente, o modelo linear invertido começa com a fase de 
potência, na qual a intensidade é muito alta (2 ou 3 repeƟções por 
série) e o volume é baixo (três séries por exercício). 
 A fase de pico, em geral, é eliminada, porque o atleta não está se 
preparando para uma compeƟção em que a força ou a potência 
sejam relevantes. 
Periodização Linear Invertida
 Após a fase de potência, que se estenderá por algumas semanas, 
inicia-se a fase de força. 
 Esta utiliza intensidades moderadas e elevadas (2 a 6 repeƟções por 
série) e um volume um pouco maior que o da fase anterior (3 ou 4 
séries por exercício). 
 O objeƟvo dessas duas primeiras fases é aumentar a força e a 
potência, visando otimizar ganhos de massa muscular ou de força 
resistente.
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Periodização Linear Invertida
 Durante a fase de hipertrofia, estar apto a levantar cargas mais 
pesadas em determinado número de repe Ɵções pode resultar em 
ganhos significativos de massa muscular e de força resistente. 
 Essa fase é a última do programa e envolve intensidade mais baixa (8 
a 12 repeƟções por série), assim como alto volume. 
 Essa é a melhor prescrição para o incremento da massa muscular, o 
que faz desse modelo periodizado uma opção inteligente para 
fisiculturistas.
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Periodização Ondulada
 Já o modelo de periodização OND, defendido por Poliquim, em 
1988, é caracterizado pela alternância de estímulos de volume e 
intensidade diariamente ou semanalmente. Considerando que a 
modificação no estímulo de treinamento é necessária, se essa 
modificação ocorrer sempre da mesma forma sua eficiência 
diminuirá. 
 Nesse sentido, Poliquim propõe uma variação do treinamento em 
fases menores, na tentativa de proporcionar uma maior variação 
dos estímulos o que contribuirá para maiores ganhos de força e 
potência.
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Exemplos de Microciclos
Janelas de Repetição
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Estudos de Comparação
Periodização Linear
Periodização Ondulatória
Não-periodizado
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Periodização
 Periodização do treinamento físico refere-se à manipulação das variáveis 
metodológicas do treinamento físico divididas em fases lógicas, e tem por objetivo 
realizar ajustes específicos para o aumento do desempenho físico e prevenir o 
excesso de treinamento
 A utilização da periodização no treinamento resistido (TR) ganhou considerável 
popularidade nos últimos anos. Atualmente, atletas de elite, fisiculturistas e 
frequentadores de academias de ginástica utilizam a periodização do treinamento 
físico no TR, com o objetivo de melhorar o desempenho
 
Periodização
No que se refere ao aumento da força muscular, ao comparar programas de TR com 
periodização linear (PL, que realiza variações no volume e na intensidade do 
treinamento em períodos mensais) e programas não periodizados (que não 
apresentam variações de intensidade, número de séries e repetições e intervalo de 
recuperação entre séries e exercícios) foram observados maiores ganhos de força 
após a realização de programas de TR realizados com PL, quando comparados a 
programas não periodizados
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Periodização
Além da comparação da PL e programas não periodizados, outros autores avaliaram novas 
formas de alternar as variáveis do TR com um modelo de periodização que foi denominado 
periodização ondulatória (PO). A hipótese da PO é que amaior frequência de alternância de 
volume e intensidade (realizada a cada sessão) proporciona mudanças de estímulos mais 
frequentes, fazendo que o sistema neuromuscular se adapte a cada sessão de treinamento e 
evite a estagnação do incremento da força muscular
Alguns estudos que compararam os efeitos da PL e PO demonstraram maiores ganhos de força, 
potência muscular e resistência muscular localizada, em programas de PO quando comparados a 
programas de PL ; porém, outros estudos não demonstraram diferenças significativas entre os 
dois sistemas
Periodização
 Os maiores ganhos de força máxima encontrados em programas com PO são atribuídos à maior 
manipulação do volume e intensidade do treinamento, que permite uma melhor relação 
estímulo/recuperação e prevenção de excesso de treinamento físico, que pode ser ocasionado 
pelo aumento linear da intensidade do treinamento utilizado na PL
 Já os estudos que não encontraram diferenças entre a PL e a PO atribuem os ganhos de força ao 
volume total de treinamento físico e sugerem que a PL seja utilizada em programas de 
treinamento que tenham como objetivo um pico de desempenho físico
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Objetivo
O objetivo do presente estudo foi comparar o efeito da PO e PL sobre a força máxima e 
hipertrofia muscular em uma sequência de execução dos exercícios dos menores para os 
maiores grupamentos musculares. Nossa hipótese é que a PO será mais eficiente que a PL para a 
melhora das variáveis dependentes analisadas
Amostra
Trinta e dois homens, alunos do curso de formação de sargento da Marinha do Brasil, foram 
aleatoriamente distribuídos em três grupos. Todos eram fisicamente ativos e realizavam 
exercícios físicos de calistenia e aeróbicos. Todos os indivíduos relataram não ter experiência em 
TR. 
O fato dos indivíduos estarem participando do curso de formação de sargentos da Marinha do 
Brasil foi importante para que os indivíduos tivessem uma rotina diária semelhante durante o 
período de estudo.
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Amostra
O primeiro grupo (PO, n = 10) treinou utilizando PO com variação diária da sobrecarga e do 
número de repetições máximas (RM). 
O segundo grupo (PL, n = 13) utilizou a PL, começando entre 12 e 15 RM nas primeiras semanas 
de treinamento e terminando com 3 a 5 RM nas últimas quatro semanas. 
O terceiro foi o grupo controle (GC, n = 9) que continuou executando o programa de atividade 
física militar regular durante o período de 12 semanas, mas não realizou o programa de TR. A 
comparação dos resultados do GC foi importante para verificar se o treinamento físico militar 
interferiu de forma significativa na força máxima e hipertrofia muscular.
Amostra
Os critérios de inclusão do estudo foram: a) ser fisicamente ativo, mas não possuir experiência 
em TR; b) ser militar e aluno do curso de formação de sargento durante o protocolo 
experimental; c) não executar nenhum tipo de atividade física regular durante o período de 
estudo, com exceção do TR prescrito e o treinamento físico militar; d) não ter nenhuma 
limitação funcional para o TR ou para execução do teste de 1RM; e) não apresentar nenhuma 
condição médica que pudesse influenciar no programa de treinamento físico; f) não usar 
nenhuma suplementação nutricional durante o período de estudo
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Amostra
Todos os participantes assinaram um termo de consentimento para participação em pesquisa e 
foram informados dos procedimentos dos testes e do protocolo de treinamento a ser executado 
durante o período de estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital 
Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, com protocolo 
número 014/018
Teste de 1RM
Após duas semanas de familiarização com os exercícios da sessão de TR, o que totalizou quatro 
sessões, todos os participantes realizaram duas sessões de teste de 1RM com intervalo de 48 a 
72 horas entre as sessões. Os testes de 1RM foram executados para todos os exercícios usando 
uma ordem alternada.
Os exercícios avaliados foram os mesmos utilizados no programa de treinamento: 
◦ rosca bíceps em pé com barra reta (RB), 
◦ rosca tríceps em pé na polia alta (RT), 
◦ puxada aberta pela frente na polia alta (PA) e 
◦ supino reto (SR). 
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Teste de 1RM
No primeiro dia foram executados os testes de 1RM e 48 a 72 horas após os testes foram 
repetidos para determinar a reprodutibilidade das cargas. A maior carga obtida nos testes foi 
utilizada para a análise estatística. Com o objetivo de não interferir nos resultados, nenhum 
exercício foi realizado entre os testes de 1RM.
Para minimizar os erros durante os testes de 1RM, as seguintes estratégias foram adotadas:
◦ a) instruções padronizadas sobre os procedimentos de teste foram fornecidas aos participantes;
◦ b) os participantes receberam instruções sobre a técnica de execução dos exercícios;
◦ c) todos os indivíduos receberam estímulos verbais durante os testes;
◦ d) o peso de todas as anilhas, placas e barras utilizadas foram verificados em uma balança de precisão.
Teste de 1RM
A carga de 1RM foi determinada através de, no máximo, cinco 
tentativas para cada exercício, com um intervalo de cinco minutos 
entre as tentativas e 10 minutos entre os exercícios. Após as 12 
semanas de treinamento, o teste de 1RM foi conduzido de forma 
similar ao momento pré-treinamento com objetivo de comparar com 
as cargas obtidas no pré-teste
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Contração Isométrica Voluntária Máxima
Foi utilizado um teste isométrico de carga máxima para os flexores do cotovelo 
(FC) e extensores de cotovelo (EC). Para os FC, os indivíduos permaneciam 
sentados com o cotovelo direito flexionado a 90 graus. Já para os EC, o indivíduo 
ficava em decúbito dorsal com o ombro e cotovelo direito flexionado a 90 graus. 
Após comando verbal, o indivíduo realizava a CIVM por um período de oito 
segundos. A carga máxima considerada foi o valor máximo obtido no teste, 
medido em quilogramas-força. O punho estava envolto por uma cinta fixa presa 
a um cabo rígido e inextensível, conectado ao transdutor de força fixo no chão
Medidas de Espessura Muscular
Para avaliação da espessura muscular (EM) foi utilizado um aparelho de ultrassonografia (US) 
modelo EUB-405, com transdutor linear e matriz de 512 elementos, com frequência de excitação 
de 7,5 MHz, resolução de profundidade de 65 mm e resolução lateral de 80,3 mm. Foi utilizado 
gel para o acoplamento acústico e para evitar a depressão da superfície da pele. Com os 
indivíduos em pé e com os braços relaxados ao longo do corpo, foi medida a circunferência do 
braço direito (CIR), a 60% do comprimento do braço (L), definido como a distância entre o 
processo do acrômio da escápula e o epicôndilo lateral do úmero. O transdutor foi acoplado 
transversalmente ao segmento para medir as espessuras dos flexores e extensores primários do 
braço anterior e posterior, respectivamente . A EM foi considerada como a distância entre as 
interfaces do tecido muscular com o tecido ósseo e adiposo, calculada com recursos do 
aparelho, condicionada à escolha da imagem com a melhor visualização. A medida da EM foi 
feita duas vezes consecutivas e a média foi utilizada para análise de dados.
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Protocolo de Treinamento
Após a obtenção das cargas em 1RM nos exercícios RB, RT, PA e SR, os sujeitos foram divididos 
aleatoriamente em um dos três grupos (PO, PL ou GC). Cada um dos grupos treinados (PO e PL) 
foi caracterizado pela forma de variação do volume e da intensidade do treinamento
Um professor de educação física com experiência em TR supervisionou todas as sessões de 
treinamento. A frequência do programa de treinamento foi de duas sessões semanais com um 
intervalo de 72 horas entre as sessões, sendo totalizadas 24 sessões durante um período de 12 
semanas, todas ocorrendo entre sete e oito horas da manhã. A análise dosdados foi realizada 
somente dos indivíduos que completaram as 24 sessões de treinamento.
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Protocolo de Treinamento
Durante o programa de treinamento foram utilizados os mesmos exercícios executados na 
seguinte ordem para ambos os grupos: RB, RT, PA e SR. 
Os modelos de periodização sugeridos para o estudo foram aplicados a todos os exercícios. 
Sempre que os indivíduos realizavam mais repetições que as previstas para as séries de um 
exercício, a carga era incrementada para aquele exercício específico. 
Antes de cada sessão de treinamento, os sujeitos realizavam um aquecimento específico, 
incluindo 20 repetições com uma carga de 50% da utilizada no primeiro exercício da sessão.
Protocolo de Treinamento
A velocidade de execução da repetição não foi controlada, mas os participantes foram 
orientados a manter uma velocidade em que a técnica de execução não fosse modificada. A 
adesão ao programa de treinamento foi de 100%. Porém, apenas 90,1% participaram de todas 
as avaliações. Dos que não participaram, dois indivíduos pertenciam ao grupo PL e dois 
indivíduos pertenciam ao GC
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Estatística
A reprodutibilidade dos testes de 1RM foi determinada pelo coeficiente de correlação 
intraclasse (CCI). A análise estatística foi inicialmente feita pelo teste de normalidade de 
Shapiro-Wilk e pelo teste de Bartlett para verificar a homocedasticidade dos grupos. 
Todas as variáveis apresentaram distribuição normal e homocedasticidade. 
Em seguida, uma ANOVA de dois caminhos com medidas repetidas 2 x 3 (pré-pós x 
grupos) (tempo [pré-treino versus 12 semanas de treinamento] x grupos [PO versus PL 
versusGC]) foi utilizada para verificar se houve diferença entre pré- e pós-treinamento 
sobre os testes de 1RM, CIVM e EM entre grupos. 
Quando necessário, as análises foram executadas usando o teste post-hoc Fisher’s
protected test for least significant differences(LSD). 
O teste t foi utilizado para analisar diferenças entre a carga total mobilizada (repetições 
x carga) e o número de repetições total (séries x repetições) em ambos os programas de 
treinamento. 
Em todos os casos adotou-se como nível de significância p < 0,05. Os dados foram 
analisados no software Statistica versão 7.0 (Statasoft, Inc., Tulsa, OK)
Resultados
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Resultados
Resultados
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Resultados
Resultados
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Resultados
Discussão
Os maiores achados deste estudo foram que a PO foi mais efetiva para promover melhoras 
sobre a força dinâmica máxima nos exercícios que iniciavam a sessão e sobre a hipertrofia 
muscular do EC e FC. Adicionalmente, ambos os modelos de periodização do treinamento físico 
adotados foram eficientes para promover incrementos sobre a força máxima e que o 
treinamento físico militar executado pelo GC sem adição do TR não promoveu modificações 
sobre os parâmetros analisados.
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Discussão
Os resultados indicam que os exercícios que finalizaram a sessão de treinamento (SR e PA), por 
estarem alocados no fim da sequência, foram executados sob fadiga prévia, promovida pelos 
músculos acessórios já acionados durante a execução de RB e RT, e consequentemente foram 
menos sensíveis aos incrementos de força máxima, o que indica que o SR e PA, além de 
apresentar menores incrementos de força, também não foram influenciados pelo modelo de 
periodização adotado. 
Dessa forma, observa-se uma maior eficiência da PO na evolução da força dinâmica máxima na 
fase inicial do treinamento para os exercícios que iniciam a sessão e na hipertrofia muscular dos 
EC e FC, porém os mesmos resultados não foram encontrados em relação ao aumento da CIVM.
Discussão
Outro aspecto importante a ser analisado é o somatório do peso mobilizado e volume de 
repetições executadas por cada grupo de treinamento ao longo das sessões. Não foram 
observadas diferenças significativas tanto para o volume de repetições quanto para a carga 
mobilizada. Tal fato demonstra que o método de zona de repetições, o qual propicia o 
treinamento por repetições máximas, não influenciou no volume e na carga de trabalho. Desta 
forma, podemos afirmar que as diferenças encontradas entre os grupos de treinamento foram 
em decorrência do modelo de periodização adotado
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Discussão
O presente estudo possui limitações. Dentre as mais importantes podemos citar o tempo de 
duração do experimento (12 semanas), que pode não ter sido suficiente para promover 
respostas ótimas sobre a hipertrofia muscular. 
Adicionalmente, uma maior frequência semanal, assim como um maior volume de exercícios 
por grupo muscular, poderia ter induzido maiores repostas sobre as variáveis dependentes 
analisadas.
Conclusão
Os modelos de PO e PL no TR foram eficientes para promover melhorias sobre as variáveis 
analisadas ao longo das 12 semanas, porém a PL só obteve melhores respostas que o GC sobre o 
teste de 1RM do exercício RT e CIVM dos FC, e não promoveu melhora na EM dos FC, ao passo 
que, em alguns parâmetros analisados, a PO foi mais eficaz quando comparada à PL. 
Adicionalmente, com base nos dados do TE, a PO foi mais efetiva para promover aumentos nas 
cargas de 1RM dos exercícios que iniciaram a sessão e na EM dos FC e EC. 
Baseados em tais resultados, confirmamos a hipótese inicial, de que a PO é mais efetiva no 
aumento dos níveis de força dos exercícios que iniciam a sessão e sobre a hipertrofia muscular 
na fase inicial do treinamento quando comparada à PL

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