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QUÍMICA FARMACÊUTICA Prof. Odailson Ementa •Fármacos: histórico. Estrutura química; síntese (de alguns); propriedades físicas e químicas relacionadas com a estrutura; mecanismo de ação relacionado com a estrutura; usos terapêuticos; toxicidade; biotransformação; incompatibilidades químicas e farmacológicas; biodisponibilidade, doses, conservação, doseamento, novos fármacos. Objetivos • Estudar os fármacos de origem mineral, sintética, semi-sintética e microbiana. • Proporcionar os conhecimentos teóricos e práticos relacionados com o planejamento e obtenção de novos fármacos. • Planejar novos agentes potencialmente ativos usando protótipos e matérias primas disponíveis no laboratório • Determinar alguns parâmetros físico-químicos para estudo da relação estrutura-atividade. Conteúdo programático FORMAS DE AVALIAÇÃO • 1ª Prova Bimestral – 10/04 • Prova Teórica – individual e sem consulta (VALOR = 7,0) • Relatório prática (3,0) • 2ª Prova Bimestral – 05/06 • Avaliação colegiada • Avaliação segunda Chamada - contendo todo o conteúdo ministrado – 12/06 • Prova Teórica – individual e sem consulta (VALOR DA PROVA PERDIDA) • Prova final - contendo todo o conteúdo ministrado - 19/06 • Prova Teórica – individual e sem consulta (VALOR = 10,0) BIBLIOGRAFIA Bibliografia Básica: BARREIRA, E.J.; FRAGA, C.A.M. Química medicinal: as bases moleculares de ação dos fármacos. Ed. 3, Porto Alegre: Artmed, 2014. KOROLVKOVAS, A. [et al.]. Química farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. Bibliografia Complementar: ANDREI, C.C. Da química medicinal à química combinatória e modelagem molecular: um curso prático. São Paulo: Manole, 2003. GOODMAN & GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill , 2003. Introdução a Química Farmacêutica Prof. MSc. Odailson Paz Conceitos importantes • Droga – Matéria prima animal, vegetal, mineral • Medicamento – Fármaco na forma farmacêutica • Fármaco – Constituição química definida Conceitos importantes • As drogas são más e os medicamentos são bons? Conceitos importantes • Fármaco ideal – Atuar como previsto • Mecanismo conhecido • Não apresentar efeitos adversos – Seletividade • Ser de fácil obtenção – Baixo custo Existem medicamentos no mercado que satisfazem estes 3 critérios? -Boa atividade -- segura - Não elimina todas as cepas bacterianas - causa reações alérgicas Conceitos importantes • Fármaco e veneno – Venenos podem atuar como fármacos? Penicilina atua como veneno contra bactérias Morfina em ↓ [ ] é analgésico, em ↑ [ ] veneno • Índice terapêutico – Mede a segurança de um fármaco – efeito terapêutico máximo X efeito tóxico (indesejado) "Todas as substâncias são venenos; não existe uma que não seja veneno. A dose certa diferencia um veneno de um remédio“ (Paracelso) Conceitos Importantes Dose máxima Dose efetiva Dose mínima Toxicidade Sem efeito -Se [ ] Tox> [ ] efetiva (erro “inaceitável” na formulação) -Se [ ] Tox>> [ ] efetiva (erro aceitável na formulação) Mecanismo físico-químico dos fármacos • Inespecíficos – Ação depende exclusivamente de suas propriedade físico-química • Lipofilicidade, acidez/basicidade – Ex. anestésicos gerais • Específicos – Ação depende de interações específicas com biomacromoléculas do sistema biológico • Ligações de H, interações eletrostática, • Princípio de Ferguson – Atividade de um fármaco é diretamente proporcional a sua atividade química (concentração) – No equilíbrio – atividade química segue os princípios de termodinâmica • Atividade termodinâmica (AT) – 0,01-1,0 inespecífico – < 0,01 específico [M]ef farmacológico/[M]sol = AT Mecanismo físico-químico dos fármacos • Agentes inespecíficos – Anestésicos • Alteração permeabilidade da membrana – Álcool – Alguns tipos de diuréticos • Efeito osmótico - manitol – Anti-ácidos • Neutraliza pH do estomago – Laxantes • Aumento da motilidade intestinal Mecanismo físico-químico dos fármacos Mecanismo físico-químico dos fármacos A(pentobarbital) – é um anticonvulsivante agonista de GABA B(tiopental) – é um anestésico inespecífico Que propriedade mudou? Mecanismo físico-químico dos fármacos • Fármacos específicos – Principais alvos terapêuticos • Proteínas – Enzimas – Receptores – Canais iônicos • Carboidratos • Lipídeos • Ácidos nucléico Estrutura das proteínas Apolares Polares BásicoÁcidos Estrutura das proteínas Estrutura das proteínas Modelos de interação • Chave-fechadura – Esse modelo não é correto. Por que não pode ser correto? Modelos de interação • Encaixe induzido Mecanismo de ação • Agonista – provoca o mesmo efeito da molécula endógena (substrato) • Antagonista – bloqueia o efeito da molécula endógena (inibidor) Modelos de interação • Teoria dos dois estados Qual a diferença com o modelo de encaixe induzido? Mecanismo de ação • Curva dose x resposta • Em estudo in vivo, costuma-se utilizar log[dose] – Gráfico para agonista Mecanismo de ação • Geralmente se reporta a [ ] do fármaco que provoca 50% da resposta máxima – Ex. IC50, LD50, ED50 Atividade de um fármaco depende da sua afinidade e da sua eficácia Em estudos biológicos é preciso que os resultados sejam estatisticamente significantes Alvos moleculares • Enzimas – Age como catalisadores – alteram substrato em produto – Inibidores • Bloqueiam atividade Como os fármacos atuam? Catálise enzimática Mecanismo de inibição • Inibição enzimática Forças relevantes para interção • Força iônica – ≈5,0Kcal/mol Quím. Nova vol.34 no.10 São Paulo 2011 Forças relevantes para interação • Interações hidrofóbicas – ≈1,0Kcal/mol – Contribuição entrópica • Ligação de hidrogênio – ≈ 5,0 – 10,0 Kcal/mol – F, O, N, Cl Forças relevantes para interação • Ligação covalente – ≈ 80,0 Kcal/mol – irreversível na temperatura do sistema biológico – Formação de ligação sigma entre grupos eletrofilicos e nucleofílicos. Forças relevantes para interação Planejando um agonista • Interação com receptor • Orientação no sítio ativo • Similaridade estrutural com o agonista Interação com receptor Posicionamento no sítio Planejamento de antagonista • Não há necessidade de semelhança com o agonista endógeno. Tem afinidade pelo receptor mas não promove resposta Planejamento de antagonista • Antagonista competitivo Planejamento de antagonista • Antagonista não competitivo Planejamento de antagonista • Antagonista irreversível Propriedades físico-químicas Fase farmacocinética desagregação solubilidade Fármacos são ácidos ou bases fracas Propriedade físico-química • Ácido/base – Soluções diluídas • Teoria de Brönsted-Lowry – Condições biológicas • Ácido – substância capaz de doar H+ • Base – substância capaz de receber H+ Propriedade físico-química • Identifique os grupos ácidos e básicos de cada molécula Propriedade físico-química • Ácidos/bases forte se dissociam completamente • Fármacos geralmente são ácidos/bases fracas Como os fármacos ácidos/base se comportam? Propriedade físico-química • pKa - ácido Propriedade físico-química • pKa - base Propriedade físico-química • Calculo da % de ionização dos fármacos Propriedade físico-química • Cálculo da % de ionização Propriedade físico-química • Basicidade/acidez - pKa Quem é mais ácido? - Fármaco com pKa=2-Fármaco com pKa=8 Quem é mais básico? - Fármaco com pKa=9 -Fármaco com pKa=4 Propriedade físico-química • Ionização do ácido 2,4-dinitrofenol 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 3 4 5 6 7 8 9 10 11 pH p e rc e n t % neutral % anion pKa = 4.1 Propriedade físico-química • Ionização da base 4-aminopyridina 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 3 4 5 6 7 8 9 10 11 pH p e rc e n t % neutral % cation N + NH 2 H N NH 2 -H+ pKa = 9.1 Propriedade físico-química • Comportamento de composto anfótero -2.5 -2 -1.5 -1 -0.5 0 0.5 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 pH lo gD OH NH 2 pKa1 = 4.4 OH NH 3 + O NH 2 pKa2 = 9.8 Propriedade físico-química • Coeficiente de partição – Razão entre as concentrações do fármaco em octanol e em água P = [ ]octanol/[ ]água – logP = ∑ ∏(fragmentos) – propriedade aditiva • Compostos lipofílicos: valores altos • Compostos hidrofílicos: valores baixo Determinação através de Shake-flask ou computacional. Propriedade físico-química • Cálculo logP Propriedade físico-química • Valores π Fragmento π C alifático + 0,5 Fenil +2,0 Cl +0,5 Ligação de H intramolecular +0,65 S 0,0 CO2 (carboxila) -0,7 O=C-N (Amina, amida) -0,7 O (fenol, hidroxila, éter) -1,0 N (amina) -1,0 NO2 (alifático) -0,85 NO2 (aromático) 0,28 Propriedade físico-química • Hidrossolubilidade – Molécula carregada – logP < 0,5 • Lipossolúvel – Molécula neutra – logP > 0,5 Propriedade físico-química • Hidrofobicidade – Facilidade com que um fármaco atravessa a membrana • Coeficiente de partição Compostos lipofílicos: valores positivos e altos Compostos hidrofílicos: valores negativos Propriedade físico-química • Barreira hemato encefálica Sistema Nervoso Central Passagem seletiva de drogas Barreira Hematoencefálica Junções especializadas Sistema Nervoso Central Passagem seletiva de drogas Barreira Hematoencefálica Junções especializadas Permeabilidade restrita logP entre 2,0 e 4,0 Propriedade físico-química • Biodisponibilidade oral (regra de lipinsk ou regra dos 5) – PM < 500 – logP <5 – 5 < HD – 10< HA Boa farmacocinética - 2 violações Propriedade físico-química • Efeitos eletrônicos – Correlação de Hammet • Efeitos de substituintes quantitativos A constante de equilíbrio Ka depende do substituinte X: -Substituinte doadores de e- diminui Ka -Substituinte aceptores de e- aumenta Ka No sistema aromático temos possibilidade de observar (medir) o efeito eletrônico de substituinte livre da influência de efeitos estéricos - Porém, isso somente no caso de substituintes nas posições meta e para Propriedade físico-química • Efeitos eletrônicos RELAÇÃO ESTRUTURA ATIVIDADE REA • Ação fisiológica de uma molécula é função da sua constituição química (Crum & Brown, 1968) • Para que modificar – Potência, toxicidade • Como modificar – Viabilidade sintética, significado químico-medicinal • Onde modificar – Fármacóforo, auxóforo REA • Farmacóforo – Grupos de uma molécula que interagem com o alvo macromolecular, sendo responsáveis pela atividade biológica • Auxóforo – Grupos da molécula que não interage com o alvo macromolecular REA • Farmacóforo – conjunto de características estéricas e molecular que asseguram interações supramoleculares otimizadas com um alvo biológico específico, visando modular ou bloquear a resposta biológica. REA Como definir quais grupos são essenciais? REA • Identificação do farmacóforo – Molécula com atividade biológica – Interações possíveis REA • Avaliação de grupos importantes – Álcoois e fenóis • Ligação de H • Éster e éter – Ligação de H para éster – Éter » impossível doar H » não atua como aceptor – impedimento estérico • Avaliação de grupos importantes – Álcoois e fenóis • Éster – impossível doar H – não atua como aceptor – impedimento estérico REA • Avaliação de grupos importantes – Cetonas e Aldeídos • Ligação de H e interação dipolo-dipolo REA • Avaliação de grupos importantes – Anéis aromáticos e ligações duplas • Interação de Van der Waals e hidrofóbicas – hidrogenação REA • Avaliação de grupos importantes – Amina e amida • Ligação de H, interação iônica (amina quaternária) – Amida » Aceptor de H » Doador de H REA • Análise conformacional – Estereoisômeros • Enantiômeros • Centro assimétrico/quíral – C, N, S, P... • Propriedade físico-química igual • Propriedade Biológica diferente ou igual REA • Fármacos quirais – S-cetamina - anestésico – R-cetamina – alucinógeno • Talidomida – S - teratogênico – R – enjôo na gravidez REA • Regra das prioridades – Menor prioridade para trás • (R) – rectus • (S) - sinistrus REA • Fármacos quirais – Eutômero • Isômero mais potente – Distômero • Isômero menos potente – Razão eudísmica – Regra de Pfeifer • Importância da estereoseletividade na interação fármaco- receptor REA • Interação de fármacos quirais – Eason-Stedman • Fármacos com alta razão eudísmica interagem com pelo menos 3 sítios
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