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1 ANÁLISE DE CONJUNTURA UNIDADE 03 2 Caro estudante, Queremos lhe dar as boas-vindas e cumprimentá-lo pela oportunidade de participar dessa modalidade de ensino- aprendizagem presente no currículo do curso que escolhestes estudar. Você está participando de um momento importante na instituição e no nosso país, pois a Educação a Distância – EAD está se expandindo cada vez mais, por ser uma modalidade que busca atender as novas demandas educacionais decorrentes das mudanças na nova ordem econômica mundial. As características fundamentais da sociedade contemporânea que têm impacto sobre a educação são, pois, maior complexidade das relações sócio-produtivas, uso mais intenso de tecnologia, redimensionamento da compreensão das relações de espaço e tempo, trabalho mais responsabilizado, com maior mobilidade, exigindo um trabalhador multicompetente, multiqualificado, capaz de gerir situações de grupo, de se adaptar a situações novas e sempre pronto a aprender. Em suma, queremos que a partir do conhecimento das novas tecnologias de interação e do estudo independente, você, caro estudante, torne-se um profissional autônomo em termos de aprendizado e capaz de construir e reconstruir conhecimentos, afinal esse é o trabalhador que o mercado atualmente exige. Dessa forma, participe de todas as atividades e aproveite ao máximo esse novo tipo de relação com os seus colegas, tutores e professores, e nos ajude a construir uma FATE e uma sociedade cada vez melhor. 3 UNIDADE 03 ECONOMIA NO MUNDO Tópicos Abordados • Teoria Clássica e Keynesiana; • O Meio Circulante Nacional; • Balança Comercial Brasileira, Fundo Monetário Internacional e Indicadores; • Atividade e Sistema Econômico; • Instrumentos de Políticas Macroeconômicas. 1. Objetivos da Aprendizagem Conhecer teorias econômicas Clássicas (Adam Smith. David Ricardo, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say, Thomas Malthus) e da Era Keynesiana; Compreender o conceito de meio circulante Nacional e o funcionamento da Balança Comercial Brasileira; Conhecer os instrumentos de Políticas Macroeconômicas. 2. Introdução A macroeconomia é a ciência que estuda as formas como políticas econômicas adotadas interferem no desempenho de algumas variáveis, intervindo diretamente na estabilidade dos mercados. Para isso reflete sobre o desenvolvimento da economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos agregados econômicos, tais como: renda, emprego, produto nacional, desemprego, investimento, estoque de moeda, poupança, taxa de juros, consumo, balanço de pagamentos, nível geral de preços e taxa de câmbio. Interessa aos estudos macroeconômicos as medidas tomadas pelo governos nacionais no que diz respeito ao estabelecimento de metas de âmbito econômico com o objetivo atingir o desenvolvimento e crescimento econômico do país, em curto, médio e longo prazo. 4 Na visão de alguns economistas, o principal objetivo da macroeconomia é mais especificamente o entendimento dos impactos das políticas governamentais na busca do pleno emprego nos mais variados níveis de produção. Para Kon: (...) pleno emprego pode significar que em determinado momento a população economicamente ativa realiza o volume de atividade máxima que é capaz de realizar e pode dizer-se que o pleno emprego se traduz numa situação em que todo o indivíduo que se apresenta no mercado de trabalho a procura de ocupação a encontra. O conceito de pleno emprego, em economia, tem como base uma situação em que não existe qualquer forma de desperdício, seja do capital ou do trabalho. O pleno emprego significa a utilização da capacidade máxima de produção de uma sociedade e, evidentemente, deve ser utilizada para elevar a qualidade de vida da população. (KON, 2012, p.7) O alcance do pleno emprego exige o estudo das razões do crescimento da produção agregada de bens e serviços, do comportamento do consumidor e da maneira como ocorre a aplicação dos recursos na economia de forma a explicarem eventuais distorções no mercado. De acordo com Keynes (1936) os estudos macroeconômicos devem contemplar o entendimento: da natureza do equilíbrio econômico; do horizonte de análise; da eficiência do mecanismo de mercado; do papel do economista; das funções do governo; do processo dinâmico da economia que possibilita um ajuste de quantidades e preços. 3. Teoria Clássica A teoria clássica foi desenvolvido no século XIX e início do século XX com o objetivo de tentar explicar o comportamento da economia no longo prazo. Para esses economistas, no longo prazo, a economia tende a ter um bom desempenho e operar próximo ao pleno emprego. As flutuações de curto prazo seriam normais e passageiras, e o próprio mercado se encarregaria dos ajustes necessários. Adam Smith. David Ricardo, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say, Thomas Malthus são os principais teóricos dessa abordagem. 3.1 Adam Smith 5 Adam Smith defendia que se a livre concorrência atuasse sem impedimentos, uma mão invisível levaria a sociedade à perfeição. Para ele, todos os agentes, buscando lucrar o máximo, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. Nesse sentido, há necessidade de atuação do Estado: é como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia. Em sua obra “A riqueza das nações”, vemos claramente o pensamento de Adam Smith a esse respeito: Não se vêem povos pobres em terras vastíssimas, potencialmente férteis, em climas dos mais benéficos? E, inversamente, não se encontra, por vezes, uma população numerosa vivendo na abundância em um território exíguo? Ora, se essa é a realidade, é por existir uma causa sem a qual os recursos naturais nada são, por assim dizer; uma causa que, ao atuar, pode suprir a ausência de recursos naturais. Em outros termos, uma causa geral e comum de riqueza, causa que, atuando de modo desigual entre os diferentes povos, explica as desigualdades de riqueza de cada um deles; essa causa dominante é o trabalho. Segundo seja maior ou menor a proporção existente entre o produto do trabalho – ou aquilo que no estrangeiro se adquire em troca desse produto – e o número de consumidores, encontrar-se-á a nação mais ou menos abastecida de todas as espécies de coisas necessárias ou cômodas de que necessite. A riqueza para Smith assume a forma do rendimento nacional produzido durante um intervalo de tempo, têm a forma de fluxo, e não de reserva estanque. Smith via com ressalva o investimento nos "dinâmicos empreendimentos" dos "visionários" e deixou de registrar em seu livro as grandes invenções de seu tempo. Isto mostra que Smith nunca abandonou a ideia de que a agricultura, e não a indústria era a principal fonte de riqueza da Grã-Bretanha. 3.2. David Ricardo Fonte: http://migre.me/uYr8B 6 David Ricardo afirma que a acumulação do capital, acompanhada de aumentos populacionais, provoca uma elevação da renda da terra, até o ponto em que os rendimentos decrescentes diminuem de tal forma os lucros que a poupança se torna nula, atingindo-se uma economia estacionária, com salários de subsistência e sem nenhum crescimento. Entre os princípios formulados por Ricardo encontra-se aquele segundo o qual todo trabalho produtivo, inclusive o agrícola, gera excedente econômico, isto é, riqueza. A terra não tem influência na determinação do valor, que é a quantidade de trabalho investida na produção de um bem. O capital é a cristalização do trabalho, quer dizer, uma reserva do trabalho já realizado. Suas teorias são, em sua dimensão política, uma tomada de posição a favor da burguesia industrial contra a classe ruralista. Exerceu grande influência no século XIX tanto entre os defensores do liberalismo e do capitalismo quanto entre seus opositores, como Marx. Em oposição ao mercantilismo, Ricardo formulou um sistema de livre comércio e produção de bens que permitiria a cada país se especializar na fabricação dos produtos nos quais tivesse vantagem comparativa. Um país tem vantagem em importar certos produtos, mesmo que possa produzi-los por custos mais baixos, se tiver vantagem ainda maior em comparação com outros produtos Outra contribuição desse autor foi a Lei do Custo Comparativo. Por meio dela, David Ricardo demonstrava os benefícios advindos de uma especialização internacional na composição dos commodities do comércio internacional. Este foi o principal argumento do Livre Comércio, aplicado pela Inglaterra, durante o século XIX, exportando manufaturas e importando matérias primas. A Teoria das Vantagens Comparativas foi desenvolvida mostrando que o comércio entre países dependeria das dotações relativas de fatores de produção. 3.3. John Stuart Mill Fonte: http://migre.me/uYs1w 7 John Stuart foi o mais legitimo representante do movimento liberal inglês do século passado. Seus estudos foram orientados para campos de história, psicologia, filosofia e lógica. Nunca frequentou uma universidade, apesar disso aos quinze anos de idade, quando encarregou-se de revisar algumas obras jurídicas de Jeremy Bentham. Aos dezessete anos publicou seu primeiro artigo, e começou a trabalhar sob as ordens de seu pai nos escritórios da companhia das Índias Orientais. Foi eleito como o representante do parlamento. Mas sua carreira política foi muito breve, não conseguindo se reeleger, derrotado ele retirou- se para Avignon, na França, onde permaneceu até sua morte. John Stuart Mill consolida o exposto por seus antecessores e avança ao adicionar mais elementos institucionais, ao definir melhor as vantagens, as restrições e o funcionamento de uma economia de mercado. 3.4. Jean Baptiste Say Jean Baptiste Say deu atenção especial ao empresário e ao lucro; subordinou o problema das trocas diretamente à produção, tornando-se conhecida sua concepção de que a oferta cria a procura equivalente”, ou seja, o aumento da produção transformar-se-ia em renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras mercadorias e serviços. No início do século XIX conceituou o empreendedor como o indivíduo capaz de mover recursos econômicos de uma área de baixa para outra de maior produtividade e retorno. Fonte: http://migre.me/uYs8X Fonte: http://migre.me/uYsR7 8 3.5. Thomas Malthus O economista e demógrafo britânico Thomas Malthus ficou conhecido sobretudo pela teoria segundo a qual o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que torna o que torna necessário o controle da natalidade. Thomas Malthus compreendia que o excesso populacional era a causa de todos os males da sociedade: enquanto a população crescia em população geométrica, a produção de alimentos seguia em progressão aritmética. O potencial da população excederia em muito o potencial da terra na produção de alimentos. Em função disso, Malthus advogou a limitação voluntária de nascimentos nas famílias pobres, o adiamento de casamentos, e aceitava as guerras como uma solução para interromper o crescimento populacional. Malthus não previu o impacto e o ritmo do progresso tecnológico, nem as técnicas de limitação da fertilidade humana que se seguiriam. Malthus era um pessimista que considerava a pobreza como um destino ao qual o homem não pode fugir. Nesse sentifo, propunha a erradicação da pobreza e da fome por meio de uma política antinatalista, para evitar o caos mundial. A ideia de Malthus era que a taxa de crescimento de uma população é directamente proporcional ao seu tamanho. Isto deve-se ao facto que as populações crescem porque as pessoas têm bebés. Quanto mais pessoas houver mais bebés elas terão. Ou seja, o número de bebés nascido é um múltiplo constante do número de pessoas presentes na população. Obviamente, as pessoas também morrem, logo também há uma taxa de mortalidade. Esta taxa será simplesmente uma certa percentagem do tamanho da população em qualquer tempo dado, pois quanto maior for a população de um local, maior número de pessoas morrerá por motivos naturais desse local. Assim, deve-se combinar a Fonte: http://migre.me/uYsY8 9 taxa positiva de natalidade com a taxa negativa de mortalidade, de modo que a diferença entre elas seja constante. 4. Era Keynesiana 4.1 John Maynard Keynes Segundo o pensamento Keynesiano, um dos fatores responsáveis pelo volume de emprego é explicado pelo nível de produção nacional de uma economia, que, por sua vez, é determinado pela demanda agregada ou efetiva, ou seja, o sentido de Lei de Say é invertido (a oferta cria sua própria procura) ao destacar o papel da demanda agregada de bens e serviços. Para Keynes, como não existem forças de auto ajustamento na economia, passa a ser necessária uma intervenção do Estado através de uma política de gastos públicos, o que significa o fim do laissez-faire da época clássica. Keynes preocupou-se com o importante papel desempenhado pelos governos no equilíbrio e desenvolvimento dos mercados. Segundo a visão keynesiana das crises econômicas, os governos teriam de agir rapidamente no sentido de reduzir as disparidades econômicas nas sociedades e sanar os diversos e complexos problemas relacionados ao baixo desenvolvimento econômico. Como exemplo desses problemas, poderíamos destacar a dificuldade na geração de novas vagas no mercado de trabalho, a questão do desemprego, da inflação e do déficit público. Na visão clássica, o crescimento do país é resultado unicamente do aumento dos estoques de produção e dos avanços tecnológicos que possibilitem melhorias nos processos produtivos, cabendo à moeda apenas a função de facilitar as trocas. Fonte: goo.gl/sUlSYH 10 Para os economistas clássicos que defendem ideias diametralmente opostas à keynesianas, os governos não deveriam interferir no jogo do livre trânsito do capital nas economias ditas capitalistas, mas apenas propiciar instrumentos de regulação e de garantia da livre concorrência. KEYNES TEORIA CLÁSSICA Keynes preocupou-se com o importante papel desempenhado pelos governos no equilíbrio e desenvolvimento dos mercados. Segundo a visão keynesiana das crises econômicas, os governos teriam de agir rapidamente no sentido de reduzir as disparidades econômicas nas sociedades e sanar os diversos e complexos problemas relacionados ao baixo desenvolvimento econômico. Não valorizavam o papel do governo na economia, acreditavam que todo o bem ou serviço produzido ou ofertado nas economias seriam consumidos no livre mercado. O mercado deve ser livre para se autorregular. O governo não deve executar políticas intervencionistas que busquem adequar a demanda à produção de bens e serviços. Cabe apenas ao Estado garantir a livre competição, a livre iniciativa e definir as leis e regras gerais de mercado O longo prazo nada mais é que “uma sequência de curtos prazos”, de modo que ações no sentido de corrigir deficiências de curto prazo são valiosas para ajustar distorções no nível do emprego. O equilíbrio macro econômico poderia ser estabelecido a qualquer nível de produto e emprego, e não apenas no pleno emprego Defende a teoria clássica da “mão invisível”, que, por si só, garantiria o pleno emprego a longo prazo, apesar das naturais flutuações a curto e médio prazo. Defende que no longo prazo existirá sempre o ajuste entre a demanda e a oferta. O emprego é regido pela ótima relação entre firmas e trabalhadores. Desde o início dos debates a respeito da ideias de Keynes em meados da década de 30, diversos governos do mundo têm questionado a importância e o grau de intervenção estatal no desenvolvimento econômico. Muitas vezes, inclusive, valorizando o seu papel na “estabilização” de determinadas variáveis econômicas, razão pela qual vemos governos atuando na economia, buscando, por exemplo, a contenção dos preços, a 11 valorização ou desvalorização de sua moeda, a busca por um saldo positivo na balança comercial, a geração de empregos ou o fomento do Produto Interno Bruto (PIB). 5. O Meio Circulante Nacional As cédulas e moedas metálicas (inclusive as comemorativas) do padrão monetário real, que estão em poder do público e da rede bancária, constituem o meio circulante nacional. Porque mais dinheiro (ou meio circulante) é prejudicial à economia como um todo? Em exemplo disso foi a política do encilhamento adotada nos primeiros anos da República brasileira. 12 Encilhamento foi o nome pelo qual ficou conhecida a política econômica adotada durante o governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca - o primeiro presidente da República. A mudança de regime político - da Monarquia à República - ocorreu num momento de graves desajustes econômicos. Um dos efeitos da crise foi a falta de dinheiro circulante no país. Para resolver o problema, o governo pôs em prática uma política de incentivo à emissão de papel moeda. Historicamente associado ao nome do ministro da Fazenda Rui Barbosa, o programa buscava contornar o problema da falta de dinheiro para pagar os trabalhadores assalariados - cujo número havia aumentado sensivelmente com o fim da escravidão e a imigração de mão- de-obra livre - e viabilizar o processo de industrialização nacional. Por isso mesmo, acabou recebendo o nome de encilhamento. Encilhar é o ato de colocar a cilha (cinta) na cavalgadura para prender a sela ou a carga. No hipismo, trata- se do preparativo para entrar com o cavalo na pista. Analogamente, era como se o Brasil se preparasse para um novo momento: a industrialização. E um dos preparativos principais naquela conjuntura era facilitar o crédito aos investidores. Por outro lado, o nome encilhamento também remetia à agitação e à jogatina que dominavam os jóqueis durante as corridas. O mesmo aconteceu com a política econômica do governo Deodoro da Fonseca, cujos efeitos criaram um clima de grande confusão e desordem no mercado de investimentos da época. Os últimos anos do Império e os primeiros da República representaram um período extremamente profícuo em debates a respeito da importância da industrialização para o Brasil. Em alguns casos, a bandeira republicana esteve associada à proposta modernizante pela via da indústria, e não mais da agricultura - caminho tradicional até então. Foi nesse contexto que se inseriu a política do encilhamento. Sem abandonar o setor primário, do qual a economia brasileira e o próprio governo eram absolutamente dependentes, o programa dividiu o país em três grandes regiões bancárias autorizadas a emitir dinheiro, cuja garantia (lastro) eram títulos da dívida Fonte: goo.gl/oRKaFB 13 pública. Pressionado, o governo terminou credenciando outros bancos a emitirem papel- moeda, criando um volume de dinheiro circulante muito além do que o país necessitava. O efeito imediato dessa medida foi a desvalorização do mil reis, a moeda da época, seguida por um surto inflacionário, provocado pela injeção excessiva de dinheiro na economia. A desvalorização da moeda brasileira, por sua vez, levou ao fechamento de muitas empresas e à falência de tantos outros investidores. A facilidade de créditos sem a devida fiscalização permitiu que os recursos fossem investidos em outro fim que não aquele para o qual haviam sido aprovados. No mercado de ações, a intensa especulação marcou o período do encilhamento. Muitas empresas-fantasma, que após obterem créditos fechavam suas portas, continuaram negociando suas ações na bolsa de valores - em alguns casos, até mesmo a preço crescente. Embora seja quase sempre ligado à figura de Rui Barbosa (que não foi o único ministro da Fazenda de Deodoro) e à crise econômica que marcou o início da República, o encilhamento incentivou, ainda que de maneira limitada, a industrialização brasileira. Se de um lado, ele materializou o espírito liberal dos primeiros anos da República, de outro mostrou a debilidade do país para intervir na economia. Ao mesmo tempo, o fracasso dessa política econômica ensejou o fortalecimento dos setores ligados ao setor primário e às posições defendidas pelos grandes fazendeiros, descontentes com o apoio a outro setor que não o primário. 6. Balança Comercial Brasileira São os valores em milhões de dólares que mostram as importações e as exportações do país. Na balança comercial, o superávit significa um valor das exportações Fonte: goo.gl/36WPHG 14 superior ao das importações. O déficit da balança comercial ocorre na situação oposta: quando o valor total das importações é superior ao das exportações. Em outras palavras, balança comercial é o indicador econômico que representa a relação entre o total de exportações e importações de bens e serviços de um país em determinado período. Saldo da Balança Comercial = Exportações – Importações 6.1. Superávit da Balança Comercial Quando o total de exportações de bens e serviços for superior ao total de importações, registra-se um superávit no saldo da balança comercial. O superávit da balança comercial é um fator positivo na economia de um país, já que mostra que o mesmo está exportando (vendendo) mais bens e serviços do que está importando (comprando). O resultado positivo da balança comercial gera um lucro que pode ser utilizado para investir no próprio sistema econômico do país. Superávit da Balança Comercial = Exportações > Importações 6.2. Déficit da Balança Comercial Quando o total de exportações de bens e serviços for inferior ao total de importações, registra-se um déficit no saldo da balança comercial. O déficit da balança comercial é um fator negativo na economia de um país, já que mostra que o mesmo está exportando (vendendo) menos bens e serviços do que está importando (comprando). O resultado negativo da balança comercial gera um prejuízo que deve ser coberto pelas reservas financeiras do país. Déficit da Balança Comercial = Importações > Exportações 6.3. Taxa de Cobertura A razão entre o total de exportações e importações de um país indicam a taxa de cobertura das importações pelas exportações, ou, simplesmente, a taxa de 15 cobertura. Essa taxa indica-nos em que percentagem as exportações pagam as importações. A taxa de cobertura é importante pois proporciona a noção exata do grau de (in)dependência comercial de um país em relação ao mercado externo, a um grupo de países ou a um único país. Taxa de Cobertura = Exportações / Importações 6.4. Balança Comercial 2016 A balança comercial brasileira fechou o mês de Agosto de 2016 com um saldo positivo de US$ 4,140 bilhões. Isto representa o décimo oitavo mês seguido de saldo positivo. 6.5. Balança Comercial 2015 A balança comercial brasileira fechou o mês de dezembro de 2015 com um saldo positivo de US$ 6.240 bilhões – as exportações somaram US$ 16.783 bilhões e as importações totalizaram US$ 10.543 bilhões. Nos doze meses de 2015, o saldo da balança comercial brasileira acumulou um superávit de US$ 19.681 bilhões, muito superior ao saldo negativo alcançado em igual período de 2014 (- US$ 3.959 bilhões). 6.6. Balança Comercial 2014 A balança comercial brasileira registrou, até dezembro de 2014, um déficit acumulado de US$ 3,959 bilhões: US$ 225,101 bilhões de bens e serviços exportados para o exterior, contra US$ 229,060 bilhões importados. No ano, a taxa de cobertura das importações pelas exportações registrada no Brasil é de 98,27%. 6.7. Balança Comercial 2013 A balança comercial brasileira registrou, no ano de 2013, um superávit de US$ 2,286 bilhões: US$ 242,034 bilhões de bens e serviços exportados para o exterior, contra 16 US$ 239,748 bilhões importados. No ano, a taxa de cobertura das importações pelas exportações registrada no Brasil é de 100,95%. 7. Indicadores Para que o analista possa verificar a situação econômico-financeira de uma empresa, torna-se fundamental o recurso a alguns indicadores, sendo que os mais utilizados são aqueles que assumem a forma de razões ou percentuais. Os indicadores econômicos (IEs) representam essencialmente dados e/ou informações sinalizadoras ou apontadores do comportamento (individual ou integrado) das diferentes variáveis e fenômenos componentes de um sistema econômico de um país, região ou estado (LOUREIRO e ROMERO, Gestão Comercial) O conceito de macroeconomia vem de estudos efetuados em séculos ou décadas anteriores. O conceito atual vem dos estudos de Keynes (1936) quando escreveu o livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Estes estudos romperam a prática de entender a economia e o comportamento da economia dos países pela visão dos clássicos. Você Sabia? Que o Banco Central do Brasil, controla os indicadores econômicos? Você pode encontrá-los consultando: http://www.portalbrasil.net/indices.htm 8. Fundo Monetário Internacional-(FMI) Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional criada em 1944 na Conferência de Bretton Woods(formalmente criada em 27 de dezembro de 1945 por 29 países-membros e homologado pela ONU em abril de 1964) com o objetivo, inicial, de ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional no período pós- Segunda Guerra Mundial. Os países contribuem com dinheiro para o fundo por meio de um 17 sistema de quotas a partir das quais os membros com desequilíbrios de pagamento podem pedir fundos emprestados temporariamente. Através desta e outras atividades, tais como a vigilância das economias dos seus membros e a demanda por políticas de autocorreção, o FMI trabalha para melhorar as economias dos países. O FMI se descreve como "uma organização de 188 países, trabalhando para promover a cooperação monetária global, a estabilidade financeira segura, facilitar o comércio internacional, promover elevados níveis de emprego e crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo". Os objetivos declarados da organização são promover a cooperação econômica internacional, o comércio internacional, o emprego e a estabilidade cambial, inclusive mediante a disponibilização de recursos financeiros para os países membros para ajudar no equilíbrio de suas balanças de pagamentos. O Fundo Monetário Internacional-FMI reviu suas projeções de crescimento para o PIB mundial de 2011 para 4,4%, aumentando em 0,2% a projeção passada, que era 4,2%, tendo em vista que as economias avançadas mostraram um ritmo de atividade econômica melhor acima do anteriormente previsto, embora ainda com problemas persistentes, como o desemprego nos Estados Unidos. É esperado um crescimento de 2,5% para as economias avançadas em 2011, o que segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI, 2011), é insuficiente para reduzir as altas taxas de desemprego vigentes, principalmente nos Estados Unidos, que tem um crescimento previsto de 3,0% para 2011. De acordo com uma primeira estimativa do Departamento de Comércio Norte- Americano, divulgada em 28 de janeiro (uma segunda estimativa baseada em dados mais completos vai ser divulgada em 25 de fevereiro), a economia dos Estados Unidos cresceu 2,9% em 2010 e apresentou um crescimento real de 3,2% no quarto trimestre, em comparação com o terceiro. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo consumo das famílias (móveis, computadores e roupas), gastos do governo, investimentos e exportações. Mas o País ainda possui uma elevada taxa de desemprego de 9,4%, e apresentou uma inflação de 0,3% no quarto trimestre, depois de 2,1% no terceiro trimestre. Embora insuficiente para corrigir os graves problemas remanescentes da crise financeira, esse crescimento mostra uma trajetória de recuperação que tem reanimado investidores com relação aos EUA (Bloomberg, 2011). Estima-se que o PIB mundial tenha tido uma expansão de 5,0% em 2010, puxada pelos mercados internos dos países em desenvolvimento. 18 Observa-se que a economia dos países em desenvolvimento continuará a ditar o ritmo do crescimento mundial em 2011, com um crescimento projetado de 6,5%. Contudo, embora a economia mundial mostre sinais de recuperação, alguns receios já conhecidos persistem, quais sejam: ● A sustentabilidade da dívida de países da zona do Euro. ● A continuidade das reduzidas taxas de juros dos países desenvolvidos, favorecendo o fluxo de capitais voláteis para os países em desenvolvimento, contribuindo para desestabilizar os movimentos nas taxas de câmbio, preços das commodities e dos ativos. Desse modo, segundo o Banco Mundial (2011), no curto prazo, os países em desenvolvimento têm três problemas a serem monitorados: As tensões nos mercados financeiros; Os grandes e voláteis fluxos de capital; E os elevados preços dos alimentos. No longo prazo, esses países precisam mudar o foco de curto prazo da gestão da crise para elaborar medidas que visem à correção dos problemas estruturais subjacentes à referida crise. A queda do ditador da Tunísia, Bem Ali, em meados de janeiro último, deu início a uma onda de protestos contra governos autoritários em vários países da Liga Árabe. As manifestações mais fortes vêm ocorrendo no Egito, onde a população clama por melhores condições de vida, emprego e, sobretudo pelo fim do regime ditatorial do Presidente Mubarak, há mais de 30 anos no poder. O principal temor dos Estados Unidos e parte do Ocidente é que o Egito passe a ser administrado por fundamentalistas islâmicos, em função do papel estratégico daquele País na geopolítica da região, notadamente pelo canal de Suez, no norte do País, por onde escoa boa parte do petróleo produzido no Golfo Pérsico para o Ocidente. Como reflexo inicial dessas incertezas e do rigor do inverno no Hemisfério Norte, o preço do barril do petróleo ultrapassou a barreira dos US$ 100, nível que não se registrava desde 2008. 19 O fato de esses conflitos elevarem o preço do petróleo acrescenta preocupações com relação a pressões inflacionárias na já difícil situação econômica da zona do Euro, ao passo que torna a exploração do pré-sal brasileiro mais lucrativa. O Brasil também deverá sentir pressões inflacionárias tendo em vista que ainda importa petróleo e derivados, mas isso dependerá dos repasses de preços para a gasolina e o óleo diesel por parte da Petrobrás. As projeções das taxas de crescimento do PIB de países e regiões selecionados, elaborados pelo FMI. 9. Atividade e Sistema Econômico 9.1. Demanda de Mercado Há uma relação inversamente proporcional entre o preço do bem e a quantidade procurada. A relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem ou serviço pode ser expressa pela chamada função demanda ou equação da demanda: Qd = f(P); Onde: Qd = quantidade procurada de um determinado bem ou serviço, em um dado período de tempo. P = preço do bem ou serviço. A curva de demanda é negativamente inclinada em virtude do efeito conjunto de dois fatores: a) Efeito substituição: quando um bem possui um substituto, ou seja, um similar que satisfaça a mesma necessidade. O consumidor passa a adquirir o bem substituto quando seu preço aumenta, reduzindo, assim, sua demanda; b) Efeito renda: o consumidor perde poder aquisitivo quando aumenta o preço de um bem e a demanda por esse produto diminui. Assim, embora seu salário monetário não tenha sofrido nenhuma alteração, seu salário real, em termos de poder de compra, foi prejudicado. 20 9.2. Oferta de Mercado Matematicamente, a função ou equação da oferta é dada pela expressão: Qo = f(P); Onde: Qo = quantidade ofertada de um determinado bem ou serviço, em um dado período. P = preço do bem ou serviço. A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que as empresas são estimuladas a produzir mais quando há um aumento do preço do bem no mercado, aumentando sua receita. 9.3. Equilíbrio de Mercado A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço. Portanto, existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X quando o preço é igual a 6,00 unidades monetárias. Este é o preço e a quantidade que atendem às necessidades dos consumidores e dos produtores simultaneamente. Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio, teremos escassez do produto. Haverá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades ofertadas serão menores que as procuradas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão. Preço ($) Quantidade Situação de Mercado Procurada Ofertada 2,00 11 1 Excesso de procura (escassez de oferta) 4,00 9 3 Excesso de procura (escassez de oferta) 6,00 6 6 Equilíbrio entre oferta e procura 8,00 4 8 Excesso de oferta (escassez de procura) 10,00 2 10 Excesso de oferta (escassez de procura) 21 Se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio, haverá excedente de produção, com acúmulo de estoques não programado do produto, o que provocará uma competição entre os produtores, resultando em uma redução dos preços até que o ponto de equilíbrio seja alcançado. O governo intervém na formação de preços de mercado por meio de: ● Estabelecimento de impostos; ● Política de preços mínimos na agricultura; ● Tabelamento. 9.4. Nível de Atividade Econômica Com base na linha de pensamento keynesiana, sempre existirá nas sociedades capitalistas uma tendência ao desemprego crônico decorrente da enorme capacidade de acumulação de riqueza por parte dos grandes conglomerados industriais. Isso porque, com o crescimento da Renda das Famílias (Y), cresce também o nível da Poupança (S) acumulada no sistema. Este aumento de poupança permitirá, em um primeiro estágio, o acréscimo proporcional do investimento e da geração de empregos na economia de um país. Isso ocorre porque, ao poupar parte de suas rendas, as famílias transferem recursos para as empresas, e as empresas por sua vez, investem na compra de bens de capital, como máquinas e equipamentos e no aumento de estoques de matérias-primas a fim de aumentarem a sua produção. Entretanto, depois de um determinado nível de poupança, começa a ocorrer uma distorção no sistema. Isto porque, o mercado não reagirá a esse alto nível de poupança forçando uma queda significativa das taxas de juros e fomentando ainda mais o investimento na indústria ou criação de novos postos de trabalho. Nesta situação o sistema econômico se torna na verdade desequilibrado, levando à concentração de grande parte dos recursos nas mãos de uma pequena parcela da população, que passa a se beneficiar dos juros de suas poupanças. Segundo Prebish (1991), essa incapacidade do mercado em distribuir a riqueza gerada pelo sistema capitalista se torna no maior obstáculo para a sustentação do crescimento e do emprego em longo prazo nas economias capitalistas. 22 Cabe ao governo provocar o crescimento dos investimentos de forma a gerar renda, consumo e pleno emprego, assim como cabe ao Banco Central à função chave de formulação das políticas econômicas cujo foco seja incentivar a produção, corrigir distorções na economia e promover o equilíbrio macroeconômico, quando o mercado não conseguir se autorregular. Em 1995 foi criado, o Plano Nacional de Formação Profissional (Planfor), elaborado pelo MTE por intermédio da Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional. Seu objetivo consistia em aumentar a oferta de educação profissional, de forma a atingir, anualmente, pelo menos 20% da PEA. O público-alvo seria composto por desempregados, trabalhadores formais e informais, micro e pequenos produtores urbanos e rurais, jovens à procura de emprego, jovens em situação de risco social, mulheres chefes de família, portadores de deficiência, entre outros. Em adição aos esforços em qualificação profissional, introduziu-se nas políticas de emprego a preocupação com grupos marginalizados e discriminados no mercado de trabalho. Na área de geração de emprego e renda, o Codefat, a partir de 1996, liberou recursos para o BNDES no âmbito de outro programa, o Programa de Expansão do Emprego e Melhoria da Qualidade de Vida do Trabalhador (Proemprego), que pretendia financiar empreendimentos de maior porte e, ao mesmo tempo, com potencial de geração de empregos. O programa, no início, concedeu financiamentos às seguintes áreas: a) Transporte coletivo de massa; b) Saneamento ambiental; c) Infraestrutura turística; d) Obras de infraestrutura voltadas para a melhoria da competitividade do país; e) Revitalização de subsetores industriais em regiões com problema de desemprego. Em 1999, o Pro emprego incorporou também as rubricas de saúde pública, educação, projetos multissetoriais integrados, administração tributária, infraestrutura, comércio, serviços e exportação, e ainda as pequenas e médias empresas. 23 Em 2002, começaram a funcionar o FAT Habitação, que busca gerar emprego na cadeia produtiva da construção civil – setor relativamente mais intensivo em mão de obra –, e o FAT Pró-inovação, em apoio às empresas de capital nacional. Em 2003, mais quatro novos programas foram abertos: FAT Revitalização, para recuperação de imóveis em centros urbanos degradados e sítios históricos; FAT Exportação, para empresas exportadoras dentre outros Em 2004 foi instituído o Programa de Modernização do Parque Industrial Nacional (Modermaq), com o objetivo de promover a modernização da indústria e a dinamização do setor de bens de capital no país. Em 2003, foram criados dois novos programas que procuraram alcançar segmentos insuficientemente cobertos. O primeiro, voltado para a inserção laboral de jovens de baixa renda e escolaridade e entre 16 e 24 anos, tem sido financiado majoritariamente com recursos ordinários do orçamento. Há prioridade para jovens afrodescendentes, para portadores de necessidades especiais e para jovens em conflito com a lei. O segundo busca o fortalecimento da Economia Solidária, segmento constituído por empreendimentos administrados pelos próprios trabalhadores. Suas ações incluem o mapeamento dos empreendimentos existentes, a constituição de uma rede de incubadoras e o apoio a fóruns de articulação das redes de economia solidária. Para se instruir mais sobre Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda no Brasil acesse o site: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rppublica/article/viewFile/18/16 O gradativo reequilíbrio das forças na economia somente á alcançado com ações políticas e econômicas pontuais coordenadas entre governos, sociedades e seus Bancos Centrais. O nível de atividade econômica, ou seja, como se encontra aquecida a economia de determinado país, depende diretamente das ações efetuadas pelos responsáveis pela condução da política econômica combinados com o desempenho de diversos fatores 24 conjunturais internos representados por agregados macroeconômicos, tais como: Renda, consumo, poupança, investimento, déficit público e inflação. Além dos externos como: nível de aquecimento das economias, o nível de demanda por produtos nacionais; a inflação dos mercados, as commodities; as cotações das moedas nos mercados internacionais; as crises políticas e econômicas. Você sabia? 10. Instrumentos de Política Macroeconômica: 10.1 . Política Fiscal Representa todos os instrumentos que o governo possui para a arrecadação de tributos (política tributária) e o controle de suas despesas (política de gastos). Se o foco da política econômica for diminuir a inflação, as medidas fiscais usualmente utilizadas serão a redução de gastos públicos e/ou a elevação da carga tributária (o que inibe o consumo), ou seja, objetivam reduzir o gasto da população. Quando o objetivo é incentivar o crescimento e a geração de emprego, os instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. 25 Para uma política que vise melhorar a distribuição de renda, esses instrumentos devem ser utilizados de forma seletiva, em benefício dos grupos menos favorecidos. Por exemplo, impostos progressivos, gastos do governo em regiões mais atrasadas, etc. 10.2 . Política Monetária Compreende a atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos, que utiliza os seguintes instrumentos: ● Emissões de moeda; ● Reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos, que os bancos comerciais devem colocar à disposição do Banco Central); ● Open market (compra e venda de títulos públicos); ● Redescontos (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais); ● Regulamentação sobre crédito e taxa de juros. Assim, por exemplo, se o objetivo fosse o controle da inflação, a medida apropriada de política monetária seria diminuir o estoque monetário da economia (por exemplo, aumento da taxa de reservas compulsórias, ou compra de títulos no open market). Ou a medida adotada poderia ser o aumento do estoque monetário para, por exemplo, alcançar uma meta de crescimento econômico. 10.3 Políticas Cambial e Comercial As políticas cambial e comercial atuam sobre as variáveis ligadas ao setor externo da economia. A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. O governo pode fixar a taxa de câmbio (regime de taxas fixas de câmbio) através do Banco Central, ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de divisas (regime de taxas flutuantes de câmbio). A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações e/ou estímulo e desestímulo às importações. Refere-se ao controle das importações (via tarifas e barreiras quantitativas sobre importações) e aos estímulos fiscais (crédito de ICMS, IPI, etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiadas) às exportações. 26 Referências SOUZA, Herbert José. Como se faz análise de Conjuntura. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985. LEITE, P. S. A prática para elaboração de relatórios. 3. Ed. Ceará: BNB, 1990. ROSSETTI, J. P. Política e programação econômica. São Paulo: Atlas, 1986. 27
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