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Sales E Book Análise de Conjuntura Unidade 03

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ANÁLISE DE CONJUNTURA 
UNIDADE 03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Caro estudante, 
Queremos lhe dar as boas-vindas e 
cumprimentá-lo pela oportunidade de 
participar dessa modalidade de ensino-
aprendizagem presente no currículo do curso 
que escolhestes estudar. 
Você está participando de um 
momento importante na instituição e no nosso 
país, pois a Educação a Distância – EAD está 
se expandindo cada vez mais, por ser uma 
modalidade que busca atender as novas 
demandas educacionais decorrentes das 
mudanças na nova ordem econômica mundial. 
As características fundamentais da 
sociedade contemporânea que têm impacto 
sobre a educação são, pois, maior 
complexidade das relações sócio-produtivas, 
uso mais intenso de tecnologia, 
redimensionamento da compreensão das 
relações de espaço e tempo, trabalho mais 
responsabilizado, com maior mobilidade, 
exigindo um trabalhador multicompetente, 
multiqualificado, capaz de gerir situações de 
grupo, de se adaptar a situações novas e 
sempre pronto a aprender. 
Em suma, queremos que a partir do 
conhecimento das novas tecnologias de 
interação e do estudo independente, você, 
caro estudante, torne-se um profissional 
autônomo em termos de aprendizado e capaz 
de construir e reconstruir conhecimentos, 
afinal esse é o trabalhador que o mercado 
atualmente exige. 
Dessa forma, participe de todas as 
atividades e aproveite ao máximo esse novo 
tipo de relação com os seus colegas, tutores e 
professores, e nos ajude a construir uma FATE 
e uma sociedade cada vez melhor. 
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UNIDADE 03 
 
ECONOMIA NO MUNDO 
Tópicos Abordados 
 
• Teoria Clássica e Keynesiana; 
• O Meio Circulante Nacional; 
• Balança Comercial Brasileira, Fundo Monetário Internacional e Indicadores; 
• Atividade e Sistema Econômico; 
• Instrumentos de Políticas Macroeconômicas. 
 
1. Objetivos da Aprendizagem 
 
 Conhecer teorias econômicas Clássicas (Adam Smith. David Ricardo, John Stuart 
Mill, Jean Baptiste Say, Thomas Malthus) e da Era Keynesiana; 
 Compreender o conceito de meio circulante Nacional e o funcionamento da Balança 
Comercial Brasileira; 
 Conhecer os instrumentos de Políticas Macroeconômicas. 
 
2. Introdução 
 
A macroeconomia é a ciência que estuda as formas como políticas econômicas 
adotadas interferem no desempenho de algumas variáveis, intervindo diretamente na 
estabilidade dos mercados. Para isso reflete sobre o desenvolvimento da economia como 
um todo, analisando a determinação e o comportamento dos agregados econômicos, tais 
como: renda, emprego, produto nacional, desemprego, investimento, estoque de moeda, 
poupança, taxa de juros, consumo, balanço de pagamentos, nível geral de preços e taxa 
de câmbio. 
Interessa aos estudos macroeconômicos as medidas tomadas pelo governos 
nacionais no que diz respeito ao estabelecimento de metas de âmbito econômico com o 
objetivo atingir o desenvolvimento e crescimento econômico do país, em curto, médio e 
longo prazo. 
 
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Na visão de alguns economistas, o principal objetivo da macroeconomia é mais 
especificamente o entendimento dos impactos das políticas governamentais na busca do 
pleno emprego nos mais variados níveis de produção. Para Kon: 
 
(...) pleno emprego pode significar que em determinado momento a 
população economicamente ativa realiza o volume de atividade máxima que 
é capaz de realizar e pode dizer-se que o pleno emprego se traduz numa 
situação em que todo o indivíduo que se apresenta no mercado de trabalho 
a procura de ocupação a encontra. O conceito de pleno emprego, em 
economia, tem como base uma situação em que não existe qualquer forma 
de desperdício, seja do capital ou do trabalho. O pleno emprego significa a 
utilização da capacidade máxima de produção de uma sociedade e, 
evidentemente, deve ser utilizada para elevar a qualidade de vida da 
população. (KON, 2012, p.7) 
 
O alcance do pleno emprego exige o estudo das razões do crescimento da 
produção agregada de bens e serviços, do comportamento do consumidor e da maneira 
como ocorre a aplicação dos recursos na economia de forma a explicarem eventuais 
distorções no mercado. 
De acordo com Keynes (1936) os estudos macroeconômicos devem 
contemplar o entendimento: da natureza do equilíbrio econômico; do horizonte de análise; 
da eficiência do mecanismo de mercado; do papel do economista; das funções do governo; 
do processo dinâmico da economia que possibilita um ajuste de quantidades e preços. 
 
3. Teoria Clássica 
 
A teoria clássica foi desenvolvido no século XIX e início do século XX com o 
objetivo de tentar explicar o comportamento da economia no longo prazo. 
Para esses economistas, no longo prazo, a economia tende a ter um bom 
desempenho e operar próximo ao pleno emprego. As flutuações de curto prazo seriam 
normais e passageiras, e o próprio mercado se encarregaria dos ajustes necessários. 
Adam Smith. David Ricardo, John Stuart Mill, Jean Baptiste Say, Thomas 
Malthus são os principais teóricos dessa abordagem. 
 
 
 
 
3.1 Adam Smith 
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Adam Smith defendia que se a livre 
concorrência atuasse sem impedimentos, uma 
mão invisível levaria a sociedade à perfeição. 
Para ele, todos os agentes, buscando lucrar o 
máximo, acabam promovendo o bem-estar de 
toda a comunidade. Nesse sentido, há 
necessidade de atuação do Estado: é como se 
uma mão invisível orientasse todas as 
decisões da economia. 
 
Em sua obra “A riqueza das nações”, vemos claramente o pensamento de 
Adam Smith a esse respeito: 
 
Não se vêem povos pobres em terras vastíssimas, potencialmente férteis, 
em climas dos mais benéficos? E, inversamente, não se encontra, por 
vezes, uma população numerosa vivendo na abundância em um território 
exíguo? Ora, se essa é a realidade, é por existir uma causa sem a qual os 
recursos naturais nada são, por assim dizer; uma causa que, ao atuar, pode 
suprir a ausência de recursos naturais. Em outros termos, uma causa geral 
e comum de riqueza, causa que, atuando de modo desigual entre os 
diferentes povos, explica as desigualdades de riqueza de cada um deles; 
essa causa dominante é o trabalho. 
Segundo seja maior ou menor a proporção existente entre o produto do 
trabalho – ou aquilo que no estrangeiro se adquire em troca desse produto 
– e o número de consumidores, encontrar-se-á a nação mais ou menos 
abastecida de todas as espécies de coisas necessárias ou cômodas de que 
necessite. 
 
A riqueza para Smith assume a forma do rendimento nacional produzido durante 
um intervalo de tempo, têm a forma de fluxo, e não de reserva estanque. Smith via com 
ressalva o investimento nos "dinâmicos empreendimentos" dos "visionários" e deixou de 
registrar em seu livro as grandes invenções de seu tempo. Isto mostra que Smith nunca 
abandonou a ideia de que a agricultura, e não a indústria era a principal fonte de riqueza 
da Grã-Bretanha. 
 
 
 
 
3.2. David Ricardo 
 
 
Fonte: http://migre.me/uYr8B 
 
6 
 
David Ricardo afirma que a acumulação 
do capital, acompanhada de aumentos 
populacionais, provoca uma elevação da renda da 
terra, até o ponto em que os rendimentos 
decrescentes diminuem de tal forma os lucros que a 
poupança se torna nula, atingindo-se uma economia 
estacionária, com salários de subsistência e sem 
nenhum crescimento. 
Entre os princípios formulados por 
Ricardo encontra-se aquele segundo o qual
todo 
trabalho produtivo, inclusive o agrícola, gera 
excedente econômico, isto é, riqueza. A terra não 
tem influência na determinação do valor, que é a 
quantidade de trabalho investida na produção de um bem. 
O capital é a cristalização do trabalho, quer dizer, uma reserva do trabalho já 
realizado. Suas teorias são, em sua dimensão política, uma tomada de posição a favor da 
burguesia industrial contra a classe ruralista. 
Exerceu grande influência no século XIX tanto entre os defensores do 
liberalismo e do capitalismo quanto entre seus opositores, como Marx. 
Em oposição ao mercantilismo, Ricardo formulou um sistema de livre comércio 
e produção de bens que permitiria a cada país se especializar na fabricação dos produtos 
nos quais tivesse vantagem comparativa. Um país tem vantagem em importar certos 
produtos, mesmo que possa produzi-los por custos mais baixos, se tiver vantagem ainda 
maior em comparação com outros produtos 
Outra contribuição desse autor foi a Lei do Custo Comparativo. Por meio dela, 
David Ricardo demonstrava os benefícios advindos de uma especialização internacional na 
composição dos commodities do comércio internacional. Este foi o principal argumento do 
Livre Comércio, aplicado pela Inglaterra, durante o século XIX, exportando manufaturas e 
importando matérias primas. A Teoria das Vantagens Comparativas foi desenvolvida 
mostrando que o comércio entre países dependeria das dotações relativas de fatores de 
produção. 
 
3.3. John Stuart Mill 
 
Fonte: http://migre.me/uYs1w 
 
7 
 
 
John Stuart foi o mais legitimo representante do 
movimento liberal inglês do século passado. 
Seus estudos foram orientados para campos de história, 
psicologia, filosofia e lógica. Nunca frequentou uma 
universidade, apesar disso aos quinze anos de idade, 
quando encarregou-se de revisar algumas obras jurídicas 
de Jeremy Bentham. Aos dezessete anos publicou seu 
primeiro artigo, e começou a trabalhar sob as ordens de 
seu pai nos escritórios da companhia das Índias Orientais. 
 
Foi eleito como o representante do parlamento. Mas sua 
carreira política foi muito breve, não conseguindo se reeleger, derrotado ele retirou- se para 
Avignon, na França, onde permaneceu até sua morte. 
 
John Stuart Mill consolida o exposto por seus antecessores e avança ao 
adicionar mais elementos institucionais, ao definir melhor as vantagens, as restrições e o 
funcionamento de uma economia de mercado. 
 
3.4. Jean Baptiste Say 
 
Jean Baptiste Say deu atenção 
especial ao empresário e ao lucro; subordinou 
o problema das trocas diretamente à produção, 
tornando-se conhecida sua concepção de que 
a oferta cria a procura equivalente”, ou seja, o 
aumento da produção transformar-se-ia em 
renda dos trabalhadores e empresários, que 
seria gasta na compra de outras mercadorias e 
serviços. 
No início do século XIX conceituou o 
empreendedor como o indivíduo capaz de 
mover recursos econômicos de uma área de 
baixa para outra de maior produtividade e 
retorno. 
 
 
Fonte: http://migre.me/uYs8X 
 
Fonte: http://migre.me/uYsR7 
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3.5. Thomas Malthus 
 
O economista e demógrafo britânico 
Thomas Malthus ficou conhecido sobretudo pela 
teoria segundo a qual o crescimento da população 
tende sempre a superar a produção de alimentos, o 
que torna o que torna necessário o controle da 
natalidade. 
 
Thomas Malthus compreendia que o 
excesso populacional era a causa de todos os males 
da sociedade: enquanto a população crescia em 
população geométrica, a produção de alimentos 
seguia em progressão aritmética. O potencial da 
população excederia em muito o potencial da terra na 
produção de alimentos. Em função disso, Malthus 
advogou a limitação voluntária de nascimentos nas famílias pobres, o adiamento de 
casamentos, e aceitava as guerras como uma solução para interromper o crescimento 
populacional. Malthus não previu o impacto e o ritmo do progresso tecnológico, nem as 
técnicas de limitação da fertilidade humana que se seguiriam. 
 
Malthus era um pessimista que considerava a pobreza como um destino ao qual 
o homem não pode fugir. Nesse sentifo, propunha a erradicação da pobreza e da fome por 
meio de uma política antinatalista, para evitar o caos mundial. 
 
A ideia de Malthus era que a taxa de crescimento de uma população é 
directamente proporcional ao seu tamanho. Isto deve-se ao facto que as populações 
crescem porque as pessoas têm bebés. Quanto mais pessoas houver mais bebés elas 
terão. Ou seja, o número de bebés nascido é um múltiplo constante do número de pessoas 
presentes na população. 
 
Obviamente, as pessoas também morrem, logo também há uma taxa de 
mortalidade. Esta taxa será simplesmente uma certa percentagem do tamanho da 
população em qualquer tempo dado, pois quanto maior for a população de um local, maior 
número de pessoas morrerá por motivos naturais desse local. Assim, deve-se combinar a 
 
Fonte: http://migre.me/uYsY8 
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taxa positiva de natalidade com a taxa negativa de mortalidade, de modo que a diferença 
entre elas seja constante. 
 
 
4. Era Keynesiana 
 
4.1 John Maynard Keynes 
 
Segundo o pensamento Keynesiano, um 
dos fatores responsáveis pelo volume de emprego é 
explicado pelo nível de produção nacional de uma 
economia, que, por sua vez, é determinado pela 
demanda agregada ou efetiva, ou seja, o sentido de 
Lei de Say é invertido (a oferta cria sua própria 
procura) ao destacar o papel da demanda agregada 
de bens e serviços. 
Para Keynes, como não existem forças de 
auto ajustamento na economia, passa a ser 
necessária uma intervenção do Estado através de 
uma política de gastos públicos, o que significa o fim 
do laissez-faire da época clássica. Keynes 
preocupou-se com o importante papel desempenhado pelos governos no equilíbrio e 
desenvolvimento dos mercados. 
 
Segundo a visão keynesiana das crises econômicas, os governos teriam de agir 
rapidamente no sentido de reduzir as disparidades econômicas nas sociedades e sanar os 
diversos e complexos problemas relacionados ao baixo desenvolvimento econômico. 
 
Como exemplo desses problemas, poderíamos destacar a dificuldade na 
geração de novas vagas no mercado de trabalho, a questão do desemprego, da inflação e 
do déficit público. 
 
Na visão clássica, o crescimento do país é resultado unicamente do aumento 
dos estoques de produção e dos avanços tecnológicos que possibilitem melhorias nos 
processos produtivos, cabendo à moeda apenas a função de facilitar as trocas. 
 
 
Fonte: goo.gl/sUlSYH 
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Para os economistas clássicos que defendem ideias diametralmente opostas à 
keynesianas, os governos não deveriam interferir no jogo do livre trânsito do capital nas 
economias ditas capitalistas, mas apenas propiciar instrumentos de regulação e de garantia 
da livre concorrência. 
 
 
KEYNES TEORIA CLÁSSICA 
Keynes preocupou-se com o importante 
papel desempenhado pelos governos no 
equilíbrio e desenvolvimento dos mercados. 
Segundo a visão keynesiana das crises 
econômicas, os governos teriam de agir 
rapidamente no sentido de reduzir as 
disparidades econômicas nas sociedades e 
sanar os diversos e complexos problemas 
relacionados ao baixo desenvolvimento 
econômico. 
Não valorizavam o papel do governo 
na economia, acreditavam que todo o 
bem ou serviço produzido ou ofertado 
nas economias seriam consumidos no 
livre mercado. O mercado deve ser livre 
para se autorregular. O governo não 
deve executar políticas 
intervencionistas que busquem adequar 
a demanda à produção de bens
e 
serviços. Cabe apenas ao Estado 
garantir a livre competição, a livre 
iniciativa e definir as leis e regras gerais 
de mercado 
O longo prazo nada mais é que “uma 
sequência de curtos prazos”, de modo que 
ações no sentido de corrigir deficiências de 
curto prazo são valiosas para ajustar 
distorções no nível do emprego. O equilíbrio 
macro econômico poderia ser estabelecido a 
qualquer nível de produto e emprego, e não 
apenas no pleno emprego 
Defende a teoria clássica da “mão 
invisível”, que, por si só, garantiria o 
pleno emprego a longo prazo, apesar 
das naturais flutuações a curto e médio 
prazo. Defende que no longo prazo 
existirá sempre o ajuste entre a 
demanda e a oferta. O emprego é regido 
pela ótima relação entre firmas e 
trabalhadores. 
 
Desde o início dos debates a respeito da ideias de Keynes em meados da 
década de 30, diversos governos do mundo têm questionado a importância e o grau de 
intervenção estatal no desenvolvimento econômico. Muitas vezes, inclusive, valorizando o 
seu papel na “estabilização” de determinadas variáveis econômicas, razão pela qual vemos 
governos atuando na economia, buscando, por exemplo, a contenção dos preços, a 
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valorização ou desvalorização de sua moeda, a busca por um saldo positivo na balança 
comercial, a geração de empregos ou o fomento do Produto Interno Bruto (PIB). 
 
 
5. O Meio Circulante Nacional 
 
As cédulas e moedas metálicas (inclusive as comemorativas) do padrão 
monetário real, que estão em poder do público e da rede bancária, constituem o meio 
circulante nacional. 
 
Porque mais dinheiro (ou meio circulante) é prejudicial à economia como um todo? 
 
 
Em exemplo disso foi a política do encilhamento adotada nos primeiros anos 
da República brasileira. 
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Encilhamento foi o nome pelo qual ficou 
conhecida a política econômica adotada durante o 
governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca 
- o primeiro presidente da República. A mudança de 
regime político - da Monarquia à República - ocorreu 
num momento de graves desajustes econômicos. 
Um dos efeitos da crise foi a falta de dinheiro 
circulante no país. 
Para resolver o problema, o governo pôs 
em prática uma política de incentivo à emissão de 
papel moeda. Historicamente associado ao nome do 
ministro da Fazenda Rui Barbosa, o programa 
buscava contornar o problema da falta de dinheiro 
para pagar os trabalhadores assalariados - cujo 
número havia aumentado sensivelmente com o fim da escravidão e a imigração de mão-
de-obra livre - e viabilizar o processo de industrialização nacional. 
Por isso mesmo, acabou recebendo o nome de encilhamento. Encilhar é o ato 
de colocar a cilha (cinta) na cavalgadura para prender a sela ou a carga. No hipismo, trata-
se do preparativo para entrar com o cavalo na pista. Analogamente, era como se o Brasil 
se preparasse para um novo momento: a industrialização. E um dos preparativos principais 
naquela conjuntura era facilitar o crédito aos investidores. 
 
Por outro lado, o nome encilhamento também remetia à agitação e à jogatina 
que dominavam os jóqueis durante as corridas. O mesmo aconteceu com a política 
econômica do governo Deodoro da Fonseca, cujos efeitos criaram um clima de grande 
confusão e desordem no mercado de investimentos da época. 
 
Os últimos anos do Império e os primeiros da República representaram um 
período extremamente profícuo em debates a respeito da importância da industrialização 
para o Brasil. Em alguns casos, a bandeira republicana esteve associada à proposta 
modernizante pela via da indústria, e não mais da agricultura - caminho tradicional até 
então. Foi nesse contexto que se inseriu a política do encilhamento. 
 
Sem abandonar o setor primário, do qual a economia brasileira e o próprio 
governo eram absolutamente dependentes, o programa dividiu o país em três grandes 
regiões bancárias autorizadas a emitir dinheiro, cuja garantia (lastro) eram títulos da dívida 
 
Fonte: goo.gl/oRKaFB 
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pública. Pressionado, o governo terminou credenciando outros bancos a emitirem papel-
moeda, criando um volume de dinheiro circulante muito além do que o país necessitava. 
 
O efeito imediato dessa medida foi a desvalorização do mil reis, a moeda da 
época, seguida por um surto inflacionário, provocado pela injeção excessiva de dinheiro na 
economia. A desvalorização da moeda brasileira, por sua vez, levou ao fechamento de 
muitas empresas e à falência de tantos outros investidores. 
 
A facilidade de créditos sem a devida fiscalização permitiu que os recursos 
fossem investidos em outro fim que não aquele para o qual haviam sido aprovados. No 
mercado de ações, a intensa especulação marcou o período do encilhamento. Muitas 
empresas-fantasma, que após obterem créditos fechavam suas portas, continuaram 
negociando suas ações na bolsa de valores - em alguns casos, até mesmo a preço 
crescente. 
 
Embora seja quase sempre ligado à 
figura de Rui Barbosa (que não foi o único ministro 
da Fazenda de Deodoro) e à crise econômica que 
marcou o início da República, o encilhamento 
incentivou, ainda que de maneira limitada, a 
industrialização brasileira. Se de um lado, ele 
materializou o espírito liberal dos primeiros anos 
da República, de outro mostrou a debilidade do 
país para intervir na economia. 
 
Ao mesmo tempo, o fracasso dessa 
política econômica ensejou o fortalecimento dos 
setores ligados ao setor primário e às posições 
defendidas pelos grandes fazendeiros, 
descontentes com o apoio a outro setor que não o primário. 
 
 
6. Balança Comercial Brasileira 
 
São os valores em milhões de dólares que mostram as importações e as 
exportações do país. Na balança comercial, o superávit significa um valor das exportações 
 
Fonte: goo.gl/36WPHG 
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superior ao das importações. O déficit da balança comercial ocorre na situação oposta: 
quando o valor total das importações é superior ao das exportações. Em outras palavras, 
balança comercial é o indicador econômico que representa a relação entre o total de 
exportações e importações de bens e serviços de um país em determinado período. 
 
Saldo da Balança Comercial = Exportações – Importações 
 
 
6.1. Superávit da Balança Comercial 
 
Quando o total de exportações de bens e serviços for superior ao total de 
importações, registra-se um superávit no saldo da balança comercial. O superávit da 
balança comercial é um fator positivo na economia de um país, já que mostra que o mesmo 
está exportando (vendendo) mais bens e serviços do que está importando (comprando). O 
resultado positivo da balança comercial gera um lucro que pode ser utilizado para investir 
no próprio sistema econômico do país. 
 
Superávit da Balança Comercial = Exportações > Importações 
 
 
6.2. Déficit da Balança Comercial 
 
Quando o total de exportações de bens e serviços for inferior ao total de 
importações, registra-se um déficit no saldo da balança comercial. O déficit da balança 
comercial é um fator negativo na economia de um país, já que mostra que o mesmo está 
exportando (vendendo) menos bens e serviços do que está importando (comprando). O 
resultado negativo da balança comercial gera um prejuízo que deve ser coberto pelas 
reservas financeiras do país. 
 
Déficit da Balança Comercial = Importações > Exportações 
 
 
6.3. Taxa de Cobertura 
 
A razão entre o total de exportações e importações de um país indicam a 
taxa de cobertura das importações pelas exportações, ou, simplesmente, a taxa de 
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cobertura. Essa taxa indica-nos em que percentagem as exportações
pagam as 
importações. 
A taxa de cobertura é importante pois proporciona a noção exata do grau de 
(in)dependência comercial de um país em relação ao mercado externo, a um grupo de 
países ou a um único país. 
 
Taxa de Cobertura = Exportações / Importações 
 
 
6.4. Balança Comercial 2016 
 
A balança comercial brasileira fechou o mês de Agosto de 2016 com um 
saldo positivo de US$ 4,140 bilhões. Isto representa o décimo oitavo mês seguido de saldo 
positivo. 
 
 
6.5. Balança Comercial 2015 
 
A balança comercial brasileira fechou o mês de dezembro de 2015 com um 
saldo positivo de US$ 6.240 bilhões – as exportações somaram US$ 16.783 bilhões e as 
importações totalizaram US$ 10.543 bilhões. Nos doze meses de 2015, o saldo da balança 
comercial brasileira acumulou um superávit de US$ 19.681 bilhões, muito superior ao saldo 
negativo alcançado em igual período de 2014 (- US$ 3.959 bilhões). 
 
6.6. Balança Comercial 2014 
 
A balança comercial brasileira registrou, até dezembro de 2014, um déficit 
acumulado de US$ 3,959 bilhões: US$ 225,101 bilhões de bens e serviços exportados para 
o exterior, contra US$ 229,060 bilhões importados. No ano, a taxa de cobertura das 
importações pelas exportações registrada no Brasil é de 98,27%. 
 
 
6.7. Balança Comercial 2013 
 
A balança comercial brasileira registrou, no ano de 2013, um superávit de US$ 
2,286 bilhões: US$ 242,034 bilhões de bens e serviços exportados para o exterior, contra 
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US$ 239,748 bilhões importados. No ano, a taxa de cobertura das importações pelas 
exportações registrada no Brasil é de 100,95%. 
 
 
7. Indicadores 
 
Para que o analista possa verificar a situação econômico-financeira de uma 
empresa, torna-se fundamental o recurso a alguns indicadores, sendo que os mais 
utilizados são aqueles que assumem a forma de razões ou percentuais. Os indicadores 
econômicos (IEs) representam essencialmente dados e/ou informações sinalizadoras ou 
apontadores do comportamento (individual ou integrado) das diferentes variáveis e 
fenômenos componentes de um sistema econômico de um país, região ou estado 
(LOUREIRO e ROMERO, Gestão Comercial) 
 
O conceito de macroeconomia vem de estudos efetuados em séculos ou 
décadas anteriores. O conceito atual vem dos estudos de Keynes (1936) 
quando escreveu o livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. 
Estes estudos romperam a prática de entender a economia e o 
comportamento da economia dos países pela visão dos clássicos. 
 
Você Sabia? 
Que o Banco Central do Brasil, controla os indicadores econômicos? 
Você pode encontrá-los consultando: http://www.portalbrasil.net/indices.htm 
 
 
8. Fundo Monetário Internacional-(FMI) 
 
Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional criada 
em 1944 na Conferência de Bretton Woods(formalmente criada em 27 de dezembro de 
1945 por 29 países-membros e homologado pela ONU em abril de 1964) com o objetivo, 
inicial, de ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional no período pós-
Segunda Guerra Mundial. Os países contribuem com dinheiro para o fundo por meio de um 
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sistema de quotas a partir das quais os membros com desequilíbrios de pagamento podem 
pedir fundos emprestados temporariamente. Através desta e outras atividades, tais como a 
vigilância das economias dos seus membros e a demanda por políticas de autocorreção, o 
FMI trabalha para melhorar as economias dos países. 
 
O FMI se descreve como "uma organização de 188 países, trabalhando para 
promover a cooperação monetária global, a estabilidade financeira segura, facilitar o 
comércio internacional, promover elevados níveis de emprego e crescimento econômico 
sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo". Os objetivos declarados da organização 
são promover a cooperação econômica internacional, o comércio internacional, o emprego 
e a estabilidade cambial, inclusive mediante a disponibilização de recursos financeiros para 
os países membros para ajudar no equilíbrio de suas balanças de pagamentos. 
 
O Fundo Monetário Internacional-FMI reviu suas projeções de crescimento para 
o PIB mundial de 2011 para 4,4%, aumentando em 0,2% a projeção passada, que era 4,2%, 
tendo em vista que as economias avançadas mostraram um ritmo de atividade econômica 
melhor acima do anteriormente previsto, embora ainda com problemas persistentes, como 
o desemprego nos Estados Unidos. É esperado um crescimento de 2,5% para as 
economias avançadas em 2011, o que segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI, 
2011), é insuficiente para reduzir as altas taxas de desemprego vigentes, principalmente 
nos Estados Unidos, que tem um crescimento previsto de 3,0% para 2011. 
 
De acordo com uma primeira estimativa do Departamento de Comércio Norte-
Americano, divulgada em 28 de janeiro (uma segunda estimativa baseada em dados mais 
completos vai ser divulgada em 25 de fevereiro), a economia dos Estados Unidos cresceu 
2,9% em 2010 e apresentou um crescimento real de 3,2% no quarto trimestre, em 
comparação com o terceiro. 
 
Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelo consumo das famílias 
(móveis, computadores e roupas), gastos do governo, investimentos e exportações. Mas o 
País ainda possui uma elevada taxa de desemprego de 9,4%, e apresentou uma inflação 
de 0,3% no quarto trimestre, depois de 2,1% no terceiro trimestre. Embora insuficiente para 
corrigir os graves problemas remanescentes da crise financeira, esse crescimento mostra 
uma trajetória de recuperação que tem reanimado investidores com relação aos EUA 
(Bloomberg, 2011). Estima-se que o PIB mundial tenha tido uma expansão de 5,0% em 
2010, puxada pelos mercados internos dos países em desenvolvimento. 
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Observa-se que a economia dos países em desenvolvimento continuará a ditar 
o ritmo do crescimento mundial em 2011, com um crescimento projetado de 6,5%. Contudo, 
embora a economia mundial mostre sinais de recuperação, alguns receios já conhecidos 
persistem, quais sejam: 
 
● A sustentabilidade da dívida de países da zona do Euro. 
● A continuidade das reduzidas taxas de juros dos países desenvolvidos, 
favorecendo o fluxo de capitais voláteis para os países em desenvolvimento, 
contribuindo para desestabilizar os movimentos nas taxas de câmbio, preços 
das commodities e dos ativos. 
 
Desse modo, segundo o Banco Mundial (2011), no curto prazo, os países em 
desenvolvimento têm três problemas a serem monitorados: 
 
 As tensões nos mercados financeiros; 
 Os grandes e voláteis fluxos de capital; 
 E os elevados preços dos alimentos. 
 
No longo prazo, esses países precisam mudar o foco de curto prazo da gestão 
da crise para elaborar medidas que visem à correção dos problemas estruturais 
subjacentes à referida crise. 
 
A queda do ditador da Tunísia, Bem Ali, em meados de janeiro último, deu início 
a uma onda de protestos contra governos autoritários em vários países da Liga Árabe. As 
manifestações mais fortes vêm ocorrendo no Egito, onde a população clama por melhores 
condições de vida, emprego e, sobretudo pelo fim do regime ditatorial do Presidente 
Mubarak, há mais de 30 anos no poder. O principal temor dos Estados Unidos e parte do 
Ocidente é que o Egito passe a ser administrado por fundamentalistas islâmicos, em função 
do papel estratégico daquele País na geopolítica da região, notadamente pelo canal de 
Suez, no norte do País, por onde escoa boa parte do petróleo produzido no Golfo Pérsico 
para o Ocidente. Como reflexo inicial dessas incertezas e do rigor do inverno no Hemisfério 
Norte, o preço do barril do petróleo ultrapassou a barreira dos
US$ 100, nível que não se 
registrava desde 2008. 
 
19 
 
O fato de esses conflitos elevarem o preço do petróleo acrescenta preocupações 
com relação a pressões inflacionárias na já difícil situação econômica da zona do Euro, ao 
passo que torna a exploração do pré-sal brasileiro mais lucrativa. O Brasil também deverá 
sentir pressões inflacionárias tendo em vista que ainda importa petróleo e derivados, mas 
isso dependerá dos repasses de preços para a gasolina e o óleo diesel por parte da 
Petrobrás. As projeções das taxas de crescimento do PIB de países e regiões selecionados, 
elaborados pelo FMI. 
 
 
9. Atividade e Sistema Econômico 
 
9.1. Demanda de Mercado 
 
Há uma relação inversamente proporcional entre o preço do bem e a 
quantidade procurada. A relação entre a quantidade demandada e o preço de um bem ou 
serviço pode ser expressa pela chamada função demanda ou equação da demanda: 
 
Qd = f(P); Onde: 
Qd = quantidade procurada de um determinado bem ou serviço, em um dado 
período de tempo. 
P = preço do bem ou serviço. 
 
A curva de demanda é negativamente inclinada em virtude do efeito conjunto 
de dois fatores: 
 
a) Efeito substituição: quando um bem possui um substituto, ou seja, um similar 
que satisfaça a mesma necessidade. O consumidor passa a adquirir o bem 
substituto quando seu preço aumenta, reduzindo, assim, sua demanda; 
b) Efeito renda: o consumidor perde poder aquisitivo quando aumenta o preço de 
um bem e a demanda por esse produto diminui. Assim, embora seu salário 
monetário não tenha sofrido nenhuma alteração, seu salário real, em termos de 
poder de compra, foi prejudicado. 
 
 
 
 
20 
 
9.2. Oferta de Mercado 
 
Matematicamente, a função ou equação da oferta é dada pela expressão: 
 
Qo = f(P); Onde: 
Qo = quantidade ofertada de um determinado bem ou serviço, em um dado 
período. 
P = preço do bem ou serviço. 
 
A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem 
deve-se ao fato de que as empresas são estimuladas a produzir mais quando há um 
aumento do preço do bem no mercado, aumentando sua receita. 
 
9.3. Equilíbrio de Mercado 
 
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade 
de equilíbrio de um bem ou serviço. 
 
Portanto, existe equilíbrio entre oferta e demanda do bem X quando o preço é 
igual a 6,00 unidades monetárias. Este é o preço e a quantidade que atendem às 
necessidades dos consumidores e dos produtores simultaneamente. 
 
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela de equilíbrio, teremos 
escassez do produto. 
 
Haverá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades ofertadas 
serão menores que as procuradas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, 
até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão. 
Preço ($) Quantidade Situação de Mercado 
 Procurada Ofertada 
2,00 11 1 Excesso de procura (escassez de oferta) 
4,00 9 3 Excesso de procura (escassez de oferta) 
6,00 6 6 Equilíbrio entre oferta e procura 
8,00 4 8 Excesso de oferta (escassez de procura) 
10,00 2 10 Excesso de oferta (escassez de procura) 
21 
 
 
Se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio, haverá 
excedente de produção, com acúmulo de estoques não programado do produto, o que 
provocará uma competição entre os produtores, resultando em uma redução dos preços 
até que o ponto de equilíbrio seja alcançado. 
O governo intervém na formação de preços de mercado por meio de: 
● Estabelecimento de impostos; 
● Política de preços mínimos na agricultura; 
● Tabelamento. 
 
9.4. Nível de Atividade Econômica 
 
Com base na linha de pensamento keynesiana, sempre existirá nas sociedades 
capitalistas uma tendência ao desemprego crônico decorrente da enorme capacidade de 
acumulação de riqueza por parte dos grandes conglomerados industriais. Isso porque, com 
o crescimento da Renda das Famílias (Y), cresce também o nível da Poupança (S) 
acumulada no sistema. 
 
Este aumento de poupança permitirá, em um primeiro estágio, o acréscimo 
proporcional do investimento e da geração de empregos na economia de um país. 
 
Isso ocorre porque, ao poupar parte de suas rendas, as famílias transferem 
recursos para as empresas, e as empresas por sua vez, investem na compra de bens de 
capital, como máquinas e equipamentos e no aumento de estoques de matérias-primas a 
fim de aumentarem a sua produção. 
 
Entretanto, depois de um determinado nível de poupança, começa a ocorrer uma 
distorção no sistema. Isto porque, o mercado não reagirá a esse alto nível de poupança 
forçando uma queda significativa das taxas de juros e fomentando ainda mais o 
investimento na indústria ou criação de novos postos de trabalho. Nesta situação o sistema 
econômico se torna na verdade desequilibrado, levando à concentração de grande parte 
dos recursos nas mãos de uma pequena parcela da população, que passa a se beneficiar 
dos juros de suas poupanças. 
Segundo Prebish (1991), essa incapacidade do mercado em distribuir a riqueza 
gerada pelo sistema capitalista se torna no maior obstáculo para a sustentação do 
crescimento e do emprego em longo prazo nas economias capitalistas. 
22 
 
 
 
Cabe ao governo provocar o crescimento dos investimentos de forma a gerar 
renda, consumo e pleno emprego, assim como cabe ao Banco Central à função chave de 
formulação das políticas econômicas cujo foco seja incentivar a produção, corrigir 
distorções na economia e promover o equilíbrio macroeconômico, quando o mercado não 
conseguir se autorregular. 
 
Em 1995 foi criado, o Plano Nacional de Formação Profissional (Planfor), 
elaborado pelo MTE por intermédio da Secretaria de Formação e Desenvolvimento 
Profissional. Seu objetivo consistia em aumentar a oferta de educação profissional, de 
forma a atingir, anualmente, pelo menos 20% da PEA. O público-alvo seria composto por 
desempregados, trabalhadores formais e informais, micro e pequenos produtores urbanos 
e rurais, jovens à procura de emprego, jovens em situação de risco social, mulheres chefes 
de família, portadores de deficiência, entre outros. Em adição aos esforços em qualificação 
profissional, introduziu-se nas políticas de emprego a preocupação com grupos 
marginalizados e discriminados no mercado de trabalho. 
 
Na área de geração de emprego e renda, o Codefat, a partir de 1996, liberou 
recursos para o BNDES no âmbito de outro programa, o Programa de Expansão do 
Emprego e Melhoria da Qualidade de Vida do Trabalhador (Proemprego), que pretendia 
financiar empreendimentos de maior porte e, ao mesmo tempo, com potencial de geração 
de empregos. 
 
O programa, no início, concedeu financiamentos às seguintes áreas: 
a) Transporte coletivo de massa; 
b) Saneamento ambiental; 
c) Infraestrutura turística; 
d) Obras de infraestrutura voltadas para a melhoria da competitividade do 
país; 
e) Revitalização de subsetores industriais em regiões com problema de 
desemprego. 
 
Em 1999, o Pro emprego incorporou também as rubricas de saúde pública, 
educação, projetos multissetoriais integrados, administração tributária, infraestrutura, 
comércio, serviços e exportação, e ainda as pequenas e médias empresas. 
23 
 
 
Em 2002, começaram a funcionar o FAT Habitação, que busca gerar emprego 
na cadeia produtiva da construção civil – setor relativamente mais intensivo em mão de 
obra –, e o FAT Pró-inovação, em apoio às empresas de capital nacional. Em 2003, mais 
quatro novos programas foram abertos: FAT Revitalização, para recuperação de imóveis 
em centros urbanos degradados e sítios
históricos; FAT Exportação, para empresas 
exportadoras dentre outros Em 2004 foi instituído o Programa de Modernização do Parque 
Industrial Nacional (Modermaq), com o objetivo de promover a modernização da indústria 
e a dinamização do setor de bens de capital no país. 
 
Em 2003, foram criados dois novos programas que procuraram alcançar 
segmentos insuficientemente cobertos. O primeiro, voltado para a inserção laboral de 
jovens de baixa renda e escolaridade e entre 16 e 24 anos, tem sido financiado 
majoritariamente com recursos ordinários do orçamento. 
 
Há prioridade para jovens afrodescendentes, para portadores de necessidades 
especiais e para jovens em conflito com a lei. O segundo busca o fortalecimento da 
Economia Solidária, segmento constituído por empreendimentos administrados pelos 
próprios trabalhadores. Suas ações incluem o mapeamento dos empreendimentos 
existentes, a constituição de uma rede de incubadoras e o apoio a fóruns de articulação 
das redes de economia solidária. 
 
 
Para se instruir mais sobre Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda no 
Brasil acesse o site: 
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rppublica/article/viewFile/18/16 
 
 
O gradativo reequilíbrio das forças na economia somente á alcançado com ações 
políticas e econômicas pontuais coordenadas entre governos, sociedades e seus Bancos 
Centrais. O nível de atividade econômica, ou seja, como se encontra aquecida a economia 
de determinado país, depende diretamente das ações efetuadas pelos responsáveis pela 
condução da política econômica combinados com o desempenho de diversos fatores 
24 
 
conjunturais internos representados por agregados macroeconômicos, tais como: Renda, 
consumo, poupança, investimento, déficit público e inflação. 
 
Além dos externos como: nível de aquecimento das economias, o nível de 
demanda por produtos nacionais; a inflação dos mercados, as commodities; as cotações 
das moedas nos mercados internacionais; as crises políticas e econômicas. 
 
Você sabia? 
 
 
10. Instrumentos de Política Macroeconômica: 
 
10.1 . Política Fiscal 
 
Representa todos os instrumentos que o governo possui para a arrecadação de 
tributos (política tributária) e o controle de suas despesas (política de gastos). 
 
Se o foco da política econômica for diminuir a inflação, as medidas fiscais 
usualmente utilizadas serão a redução de gastos públicos e/ou a elevação da carga 
tributária (o que inibe o consumo), ou seja, objetivam reduzir o gasto da população. 
 
Quando o objetivo é incentivar o crescimento e a geração de emprego, os 
instrumentos fiscais são os mesmos, mas em sentido inverso, para elevar a demanda 
agregada. 
 
25 
 
Para uma política que vise melhorar a distribuição de renda, esses instrumentos 
devem ser utilizados de forma seletiva, em benefício dos grupos menos favorecidos. Por 
exemplo, impostos progressivos, gastos do governo em regiões mais atrasadas, etc. 
 
 
10.2 . Política Monetária 
 
Compreende a atuação do governo sobre a quantidade de moeda e títulos 
públicos, que utiliza os seguintes instrumentos: 
● Emissões de moeda; 
● Reservas compulsórias (percentual sobre os depósitos, que os bancos 
comerciais devem colocar à disposição do Banco Central); 
● Open market (compra e venda de títulos públicos); 
● Redescontos (empréstimos do Banco Central aos bancos comerciais); 
● Regulamentação sobre crédito e taxa de juros. 
 
Assim, por exemplo, se o objetivo fosse o controle da inflação, a medida 
apropriada de política monetária seria diminuir o estoque monetário da economia (por 
exemplo, aumento da taxa de reservas compulsórias, ou compra de títulos no open market). 
Ou a medida adotada poderia ser o aumento do estoque monetário para, por exemplo, 
alcançar uma meta de crescimento econômico. 
 
 
10.3 Políticas Cambial e Comercial 
 
As políticas cambial e comercial atuam sobre as variáveis ligadas ao setor 
externo da economia. A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de 
câmbio. O governo pode fixar a taxa de câmbio (regime de taxas fixas de câmbio) através 
do Banco Central, ou permitir que ela seja flexível e determinada pelo mercado de divisas 
(regime de taxas flutuantes de câmbio). 
 
A política comercial diz respeito aos instrumentos de incentivos às exportações 
e/ou estímulo e desestímulo às importações. Refere-se ao controle das importações (via 
tarifas e barreiras quantitativas sobre importações) e aos estímulos fiscais (crédito de ICMS, 
IPI, etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiadas) às exportações. 
 
26 
 
Referências 
 
SOUZA, Herbert José. Como se faz análise de Conjuntura. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 
1985. 
 
LEITE, P. S. A prática para elaboração de relatórios. 3. Ed. Ceará: BNB, 1990. 
 
ROSSETTI, J. P. Política e programação econômica. São Paulo: Atlas, 1986. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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