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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II Aula 01 ao 10

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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 01 – INVESTIMENTOS
Introdução
Os ativos de uma companhia são sempre alvo de atenção, pois revelam muito sobre a saúde financeira da empresa, sua gestão de caixa e riscos de investimentos. Riscos? Sim, há muito riscos envolvidos na gestão das modalidades de aplicações financeiras, visto a gama de pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC para disciplinar os investimentos em instrumentos financeiros e também investimentos em outras sociedades. Nesta aula, exploraremos um pouco deste tema que dada sua complexidade requer dedicação na leitura dos textos indicados no aprenda mais! Vamos lá!
No Grupo Investimentos – LP (Não Circulante) estão registradas as participações permanentes (ações e títulos de participação societária), com interesse seja de controle acionário ou de obtenção de dividendos.
Já no CP (Circulante) temos os investimentos de natureza não permanente, que devem se realizar dentro do exercício social.
Há diversas formas de investimentos, porém todas elas devem ser registradas no Ativo, por se tratarem de recursos dos quais se esperam benefícios econômicos futuros. Conforme o FIPECAFI, p. 3, temos:
Investimentos
Quanto à classificação, conforme FIPECAFI, p. 104, são considerados investimentos temporários a longo prazo:
a) As aplicações de caixa em títulos com vencimento superior ao exercício seguinte, na conta Títulos e Valores Mobiliários. 
b) Os investimentos em outras sociedades que não tenham caráter permanente, inclusive os feitos com incentivos fiscais.
Para o mega investidor Warren Buffet, analisar os investimentos de longo prazo das companhias é um de seus segredos de sucesso, conforme descrito por Buffet & Clark, 2010, p. 85:
“Essa é uma conta de ativos, no balanço patrimonial de uma empresa, no qual é registrado o valor dos investimentos de longo prazo (superiores a um ano), tais como ações, títulos e imóveis. Essa conta inclui investimentos nas afiliadas e subsidiárias da companhia. (...) Os investimentos de longo prazo podem nos informar muito acerca da tendência de investimentos da direção da empresa. Ela investe em outras companhias que possuem vantagens competitivas ou que estão em mercados altamente competitivos?”
Investimentos em coligadas e em controladas
Pronunciamentos técnicos do CPC foram emitidos sobre os investimentos e o conceito para correta contabilização passou a ser a essência do relacionamento entre investidor e investida.
Sendo que o CPC 18 dispõe sobre – Investimentos em Coligadas, cuja avaliação será aplicação do método de equivalência patrimonial e o CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
Primeiramente, vamos contar com a definição dada pelo próprio CPC 18 do que significa coligada e de Equivalência Patrimonial:
“Coligada é uma entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, sobre a qual o investidor tem influencia significativa e que não se configura como controlada ou participação em empreendimento sob controle conjunto (joint venture).
(...) Método de equivalência patrimonial é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado pelo reconhecimento da participação atribuída ao investidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. O resultado do período do investidor deve incluir a parte que lhe cabe nos resultados gerados pela investida.”
De acordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º, do artigo 243, da Lei 6.404/1976 (Lei das S/A), consideram-se: Coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência significativa;
Controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
REFLEXÃO - Para efeito de determinar a relevância do investimento, serão computados como parte do custo de aquisição os saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas.
Influência Significativa
Mas o que é Influência Significativa?
Influência significativa é o poder de participar nas decisões financeiras e operacionais da investida, sem controlar de forma individual ou conjunta essas políticas.
E como é caracterizada a Influência Significativa?
Conforme redação do próprio CPC 18, p. 3 e 4:
Se o investidor mantém direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de controladas), 20% ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa, a menos que possa ser claramente demonstrado o contrário. Por outro lado, se o investidor detém, direta ou indiretamente (por meio de controladas, por exemplo), menos de 20% do poder de voto da investida, presume-se que ele não tenha influência significativa, a menos que essa influência possa ser claramente demonstrada. A propriedade substancial ou majoritária da investida por outro investidor não necessariamente impede que o investidor minoritário tenha influência significativa.
E como é caracterizada a Influência Significativa?
A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por um ou mais das seguintes formas:
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e outras distribuições;
(c) operações materiais entre o investidor e a investida;
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; ou
(e) fornecimento de informação técnica essencial.
Método de custo
Conforme esclarecimento dado pelo FIPECAFI, p. 170:
“Em resumo, esse método baseia-se no fato de que a investidora registra somente as operações ou transações baseadas em atos formais, pois de fato, os dividendos são registrados como receita no momento em que são declarados e distribuídos, ou reconhecidos pela empresa investida. Dessa forma, no método de custo não importa quando ou quanto foi gerado de lucro ou reserva, mas deixa-se de reconhecer, na empresa investidora, os lucros e reservas gerados e não distribuídos pela coligada.”
Método da Equivalência Patrimonial
Como se dá a apuração do valor do investimento?
O valor do investimento será apurado mediante a aplicação da porcentagem de participação da sociedade investidora no capital social da sociedade investida, sobre o valor do patrimônio líquido desta, diminuído dos resultados não realizados, observando-se o seguinte (art. 387 do RIR/99):
o patrimônio líquido da sociedade investida será determinado com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação levantado na mesma data do balanço do contribuinte ou até 2 meses, no máximo, antes dessa data com observância da lei comercial, inclusive quanto à dedução das participações nos resultados e da provisão para o Imposto de Renda;
se os critérios contábeis adotados pela investida (coligada e controlada) e pela investidora não forem uniformes, o contribuinte deverá fazer no balanço ou balancete da coligada ou controlada os ajustes necessários para eliminar as diferenças relevantes decorrentes da diversidade de critérios;
o balanço ou balancete da investida (coligada ou controlada) levantado em data anterior à do balanço da investida deverá ser ajustado para registrar os efeitos relevantes de fatos extraordinários ocorridos no período.
o prazo de 2 meses, mencionado no item anterior aplica-se aos balanços ou balancetes de verificação das sociedades de que a coligada ou controlada participe, direta ou indiretamente, com investimentos relevantes que devam ser avaliados pelo valor de patrimônio líquido para registrar os efeitos relevantes de fatos extraordinários ocorridos no período;
o valor do investimento do contribuinte será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido ajustado de acordo com os procedimentos anteriores, da percentagem da participação do contribuinte no capital da coligada ou controlada.
Particularidades para as instituiçõesfinanceiras e companhias abertas
A Resolução nº 484/78 do Banco Central do Brasil e a Instrução Normativa CVM nº 1/78 da Comissão de Valores Mobiliários, que disciplinam a aplicação do artigo 248, da Lei 6.404/1976, nas instituições do sistema financeiro e nas companhias abertas, determinam que o investimento na controlada, qualquer que seja o valor, independentemente de ser relevante ou não, deverá ser avaliado pelo método de equivalência patrimonial.
Visão empresa e empresário?
Enquanto o ROI nos informa a rentabilidade da empresa, ou seja, sua capacidade de transformar os recursos captados em ativos. O ROE é o índice mais observado pelos acionistas e investidores, como citado por Buffett, 2010, p. 118 e 119:
“Se formos acionistas de uma empresa, estaremos muito interessados na capacidade da equipe de gestão de alocar o nosso dinheiro para que consigamos ganhar ainda mais.(...) Buffett descobriu que as empresas que se beneficiam de uma vantagem competitiva durável ou de longo prazo apresentam um retorno sobre o Patrimônio Líquido acima da média. A companhia favorita de Buffett, a Coca-Cola, apresenta um retorno de 30% sobre o patrimônio líquido; Wrigley, de 24%, a Hershey´s apresenta ótimos 33%; e a Pepsi atingi 34%.
Cuidados ao analisar um investimento
Liquidez: Um investimento líquido é aquele que é de fácil vendagem, fácil solvência, isto é, pode ser rapidamente trocado por moeda.
Rentabilidade: Um investimento é rentável quando tem um alto retorno sobre o capital investido.
Segurança: Um investimento é seguro quando o risco é minimizado, isto é, com menos chances de “perder” o investimento.
SAIBA MAIS - É quase impossível fazer um investimento com as 3 características acima, se conseguires pode investir, pois estará fazendo um belo negócio.
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 02 – ATIVO INTANGÍVEL
Introdução
Muito sabemos sobre a importância da Contabilidade para análise e conhecimento de uma companhia, porém esta ciência tem passado por drásticas alterações. As mudanças são em função de uma necessidade global de padronização dos demonstrativos contábeis. Uma vez que as barreiras físicas já deixaram de ser um obstáculo para o crescimento das companhias. A Lei 11.638/07 surgiu para iniciar essa transição contábil para os padrões internacionais e, com ela, a criação do grupo intangível e a extinção do grupo diferido . O intangível consolida uma visão já muito nítida para a maioria dos contadores, que nem só os ativos físicos e palpáveis apresentam valor.
Ativo intangível e diferido
Diante das alterações na Lei nº 6.404/76, promovidas pelas Leis nº 11.638/07 e 11.941/09, uma nova estrutura passou a ser adotada no balanço patrimonial. A inclusão do grupo Intangível para as sociedades de grande porte e companhias abertas e fechadas.
ATIVOS INTANGÍVEIS - O artigo 179, inciso VI da lei 6.404/76 determina que serão classificados no intangível: “os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.”
Ativo intangível e diferido
O tema é disciplinado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 04 – Ativo Intangível.
Podem ser classificados como intangível: 
(a) for separável, isto é, capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com um contrato, ativo ou passivo relacionado; ou
(b) resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.
Sendo possível seu reconhecimento quando:
(c) for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão gerados em favor da entidade; e
(d) o custo do ativo possa ser mensurado com segurança.
Ativo Intangível e diferido  - FIPECAFI
“ (...) abriga marcas, softwares, licenças e franquias, receitas, fórmulas, modelos, protótipos, gastos com desenvolvimento e outros que atendam aos critérios de reconhecimento, que antes eram tratados no extinto grupo de ativo diferido ou do ativo imobilizado; abriga ainda os direitos autorais presentes em grande parte na indústria fonográfica e de audiovisual e todo e qualquer direito passível de controle e exploração que gere benefícios incrementais futuros, e que não esteja contemplado em uma norma específica que regule a matéria em particular.
As despesas antecipadas, cumprem salientar, não estão no rol dos itens a serem considerados como um ativo intangível.”
Princípio do arm’s length
Você conhece o princípio arm’s length?
O Capital Intelectual atualmente tem sido considerado um dos principais ativos das empresas. 
Desta forma muito se questiona sobre os motivos da Contabilidade não admitir seu reconhecimento quando não são adquiridos de terceiros independentes. 
A justificativa está no princípio do Arm’s Lenght.
Grupo de intangível
QUAL A FINALIDADE DESSE NOVO GRUPO?
O grupo de intangível passa a ser formado por contas que estavam em outros grupos do extinto Ativo Permanente, atual Ativo Não Circulante, e novas transações, que representam bens incorpóreos, como por exemplo, as marcas, as patentes, os direitos de concessão, os direitos de exploração, os direitos de franquia, os direitos autorais, os gastos com desenvolvimento de produtos novos, o ágio pago por expectativa de resultado futuro (fundo de comércio, ou goodwill).
Grupo de intangível
MARCAS PODEM SER REGISTRADAS NO ATIVO INTANGÍVEL? E POSSO REGISTRAR O GOODWIL NO ATIVO INTANGÍVEL?
Marcas devem ser classificadas no Intangível, mas somente podem ser registradas quando de sua efetiva aquisição, ou pelo seu valor de custo de criação.
O valor pago na aquisição de uma entidade acima do seu valor patrimonial estimado a valores de mercado deverá ser apresentado no grupo dos Ativos Intangíveis do balanço patrimonial consolidado com o nome de Ágio Pago por Expectativa de Rentabilidade Futura. Esse é o valor pago em função do nome, da reputação, da clientela sendo adquirida, do treinamento que essa empresa teve com relação aos seus vendedores ou da sua capacidade produtiva, de inovação em tecnologia, localização, fidelidade etc.
QUAL DEVE SER A CONTABILIZAÇÃO QUANDO UMA EMPRESA RECEBE UMA OFERTA DE COMPRA DE SUA MARCA?
Quando uma empresa recebe a oferta de compra de sua marca, ela não deve registrar nenhum tipo de intangível. Caso a marca seja adquirida por outra entidade, a vendedora irá baixar o valor existente no ativo contra o resultado (se algum valor estiver registrado), e o montante recebido, como receita.
ATENÇÃO! A empresa não pode, de forma alguma, registrar um intangível em seu Balanço Patrimonial somente por conta de proposta de compra ou até mesmo quando efetivada a venda da marca. Somente a compradora irá registrar a marca em seu ativo, pelo valor de custo.
QUANDO UMA EMPRESA DEVE CONTABILIZAR A “MARCA” COMO UM INTANGÍVEL?
Somente os valores incrementais efetivamente desembolsados para aquisição das marcas, ou para seu desenvolvimento, registros etc. é que podem ser contabilizados no ativo intangível. Eventuais valores de marcas esperados em negociações, ou até mesmo avaliados com base em laudos técnicos, não podem ser contabilizados.
AS REGRAS INTERNACIONAIS PERMITEM O DIFERIMENTO DE GASTOS COM PESQUISAS E DESENVOLVIMENTO?
As normas do IASB permitem, mas não exigem o diferimento dos gastos com desenvolvimento desde que a entidade cumpra uma série de exigências tais como a sua vinculação a produtos que gerarão receitas, teste do impairment etc.
Porém, as normas internacionais não permitem o mesmo procedimento com os gastos com pesquisa, que devem ser integralmente lançados diretamente como despesa do resultado.
Extinção do Ativo Diferido
Alterar o texto para: “O Ativo diferido deixou de existir com a edição da Medida Provisória nº 449/08, transformada na Lei nº 11.941/09. As demais normas que regulamentam este item são:
a) NBC TG 13 – Adoção Inicial da Lei nº 11.638/07e da Medida Provisória nº 449/08, itens 20 a 23, aprovada pela Resolução CFC nº 1.152/09;
b) CTG 02 – Esclarecimentos sobre as Demonstrações Contábeis de 2008, itens 113, 133 a 135, aprovado pela Resolução CFC nº 1.157/09;
c) CTG 2000 – Aborda como os ajustes das novas práticas contábeis adotadas no Brasil trazidas pela Lei nº 11.638/07 e MP nº 449/08, itens 11, 12, 24 a 33, aprovado pela Resolução CFC nº 1.159/09;
d) NBC TG 04 – Ativo Intangível, aprovada pela Resolução CFC nº 1.139/08;
e) NBC TG 27 – Ativo Imobilizado, aprovada pela Resolução CFC nº 1.177/09.
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 03 – PASSÍVEL EXIGÍVEL
Introdução
Esse grupo de contas é muito importante para análise do grau de endividamento de uma companhia. Em especial, por representar sua dependência com terceiros. Enquanto o Patrimônio Líquido demonstra o comprometimento através dos investimentos feitos através do capital próprio, o passivo revela possíveis fragilidades que a empresa tenha. É sempre aconselhável analisar os indicadores observando também seu Demonstrativo de Fluxo de Caixa, visto que o simples fato de possuir um alto volume de dívidas, não significa que a empresa não poderá pagá-las. É muito importante classificar os ativos em acordo com as exigências contábeis, pois isto demonstra a qualidade da dívida. Muitas empresas, em alguns momentos, precisam optar por fazer empréstimos para que possam expandir suas instalações, investir em nova tecnologia e em pesquisa. Até mesmo é possível visualizar balanços nos quais a empresa possui investimentos em seus ativos e mesmo assim opte por contratar empréstimos, por isto ao avaliar uma empresa é preciso conhecer a qualidade da sua dívida, nesses casos é possível que a taxa de juros seja menor que a taxa de rentabilidade do investimento. Por isto, a empresa opta por não abrir mão de um capital de terceiros a um baixo custo.
Nessa aula vamos estudar sobre um grupo de contas muito importante para análise do grau de endividamento de uma companhia. Em especial, por representar sua dependência com terceiros.
Enquanto o Patrimônio Líquido demonstra o comprometimento através dos investimentos feitos através do capital próprio, o passivo revela possíveis fragilidades que a empresa tenha.
Vamos começar?
Passivo exigível
O Passível Exigível representa todas as obrigações financeiras que uma entidade tem para com terceiros.
São apresentadas no passivo as obrigações da companhia, subdividindo-se em:
- Passivo Circulante e 
- Passivo Não Circulante. 
Vamos ver a seguir a composição do Balanço Patrimonial.
Passivo não circulante
De acordo com a lei 11.638/07, todas as obrigações não classificadas no passivo circulante devem ser classificadas no passivo não circulante, isto é, obrigações cuja liquidação não deve ocorrer dentro do ciclo operacional da empresa, serão classificadas no passivo não circulante, lembrando apenas, que anteriormente era classificado como exigível a longo prazo.
Receita Diferida
A mais notável alteração entre a lei 6.404/76 e a lei 11.638/07 está na utilização do subgrupo de resultados de exercícios futuros cujo objetivo é incluir receitas já recebidas que efetivamente devem ser reconhecidos nos anos futuros. Com a lei 11.941 este subgrupo foi revogado.
Os saldos constantes em 31/12/2008 tiveram de ser reclassificados no Passivo Circulante, em conta que represente a Receita Diferida, receitas e custos diferidos devem ser evidenciados.
A metodologia da conta Resultados de exercícios futuros, atualmente Receita Diferida, se dá tal como a conta de Despesas Antecipadas, porém o efeito no resultado é inverso visto a natureza das operações. 
Um bom exemplo de receitas antecipadas são as vendas de garantias estendidas. Recebe-se por um serviço ainda não realizado.
Classificando as obrigações
Conforme art. 180 da lei no. 6.404/76, alterado pela lei no. 11.941/09, estabelece:
“As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179 desta lei.”
O parágrafo único do art. 179 da lei, ainda, estabelece:
“Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo.”
Comparativo: Lei 6.404/76 x Lei 11.638/07
Vejamos o comparativo entre a Lei 6.404/76 e a Lei 11.638/07.
Estrutura do Passivo Circulante
Agora veremos a estrutura do Passivo Circulante, dada pelo FIPECAFI, p. 280.
O Passivo Circulante está, portanto, composto dos seguintes agrupamentos:
Fornecedores;
Obrigações fiscais;
Outras obrigações;
Imposto sobre a renda e contribuição social a pagar;
Empréstimos e financiamentos;
Debêntures e outros títulos de dívida;
Provisões.
Vamos ver agora a estrutura do Passivo Não Circulante dada pelo FIPECAFI, p. 280:
Empréstimos e financiamentos;
Debêntures e outros títulos de dívidas;
Retenções contratuais;
IR e CS diferidos;
Resgate de partes beneficiárias;
Provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes;
Provisão para benefícios a empregados;
Programa de recuperação fiscal – REFIS.
Vejamos o comparativo entre a Lei 6.404/76 e a Lei 11.638/07 .
Ajuste a Valor Presente
As modificações na legislação contábil têm trazido transformações na forma de avaliação dos ativos e passivos das organizações em geral. 
A lei nº. 11.638/07 determina que, a partir de 01 de janeiro de 2008, as sociedades por ações devem fazer a aplicação do Ajuste a Valor Presente (AVP):
[...] todos os realizáveis e exigíveis no longo prazo precisam estar ajustados a valor presente na data do balanço. E, no caso dos a curto prazo, também se for relevante o efeito desse ajustamento. A grande maioria dos direitos e obrigações de longo prazo já está, via de regra, ou pelo menos deveria estar, a valor presente, principalmente os empréstimos e os financiamentos de terceiros, nada precisando então de ajuste, mas é sabido que alguns outros não necessariamente estão como determina a doutrina contábil. (FIPECAFI, 2009, p. 59)
Como definição de valor presente, pode-se considerar: 
o valor presente de um ativo ou um passivo é o valor de um fluxo de caixa futuro relacionado a ativo ou passivo. Dessa forma, o pressuposto básico do valor presente é que existe um valor do dinheiro no tempo. Isso porque se assume que as pessoas e as entidades preferem receber uma quantidade de dinheiro hoje, diferente do que estariam dispostas a receber em uma data futura. (Barbosa et. al, 2009, p. 2)
Diferença entre empréstimo e financiamentos
Conforme definições obtidas no site do Banco Central, vamos diferenciar empréstimo e financiamentos.
Empréstimo bancário - É um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual ele recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados. 
Os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica.
Financiamento - É também um contrato entre o cliente e a instituição financeira, mas com destinação específica, como, por exemplo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel.
Análise dos índices de endividamento
Todas as alterações mencionadas anteriormente acabam por impactar na forma de análise dos índices empresariais.
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 04 – PASSIVO – EMPRÉSTIMO E FINANCIAMENTOS, DEBÊNTURES E OUTROS TÍTULOS DE DÍVIDA
Introdução
Na última aula, começamos a falar sobre as formas de captação de recursos, sendo fonte de capital: o próprio (patrimônio líquido ou investimento dos sócios) e o de terceiros (passivos). Aprendemos a distinção de empréstimos e financiamento. Mas seriam somente estes os nomes e as formas de captação de recursos pelas empresas? Nesta aula, você irá descobrir diferentes formas de captação de recursos de terceiros. Algumas operações simples, outras mais complexas. Com finalidadesdistintas, ora manutenção das atividades da empresa, expansão da companhia, proteção de suas exportações e outros. Agora vamos lá, descobrir estas outras modalidades que facilmente você identificará no passivo de grandes empresas.
Passivo
No passivo encontramos os empréstimos e os financiamentos. Algumas das modalidades mais conhecidas são:
Financiamentos Bancários;
Desconto de Duplicatas;
Desconto de Notas Promissórias;
Títulos a pagar;
Custos a amortizar (redutora);
Encargos financeiros (redutora);
Juros a pagar por conta de empréstimos e financiamentos.
COMENTÁRIO - Podemos encontrar essas contas tanto no Passivo Circulante quanto no Passivo Não Circulante, isso vai depender do prazo da dívida. Uma classificação comum das contas anteriores é a divisão entre: moeda nacional e estrangeira. Visto que o procedimento auxilia no cálculo da Variação Cambial.
Contabilização dos empréstimos
Quanto à contabilização dos empréstimos, vejamos a orientação do FIPECAFI (2010, p. 301):
O passivo deve ser contabilizado quando do recebimento dos recursos pela empresa que, na maioria das vezes, coincide com a data do contrato. No caso dos contratos com liberação do total em diversas parcelas, o registro do passivo correspondente deve ser feito à medida do recebimento das parcelas, ou seja, não se deve reconhecer um passivo cuja contrapartida ainda não se tenha recebido. Pode-se, todavia, controlar contabilmente os empréstimos em contas de compensação (embora não requeridas pela Lei das Sociedades por Ações), que registrariam os contratos assinados, mas ainda não liberados, informação esta útil para inclusão na nota explicativa.
Financiamentos bancários a curto prazo
Talvez essa seja a modalidade mais utilizada pelas empresas, dada a sua facilidade de contratação e de encerramento do contrato.
Vejamos que tipo de transações são registradas nesta conta, conforme FIPECAFI, (2010, p. 308):
Nesta conta, são registrados os empréstimos obtidos de instituições financeiras cujo prazo total para pagamento seja inferior a 1 ano; entre eles, destacam-se: 
- desconto de duplicatas, 
- desconto de notas promissórias, 
- empréstimos garantidos por caução de duplicatas a receber ou estoques e outros.
Outra operação muito usual nas empresas é a antecipação de recebíveis através do Desconto de Duplicatas. 
A contabilização deste passivo sofreu recentes alterações, pois antes eram registradas em uma conta redutora das Duplicatas a Receber (Ativo).
Atualmente, a empresa deve contabilizar estes títulos descontados no Passivo Circulante, sendo os encargos correspondentes lançados em conta devedora (redutora do passivo), na conta Encargos Financeiros a Transcorrer.
Consideração do FIPECAFI
Vamos apreciar a consideração do FIPECAFI (2010, p. 309):
“... essa modificação leva em conta a essência econômica da transação, pois, considerando-se que a empresa realiza tal operação, incorrendo em encargos financeiros, para financiar seu capital de giro a transação configura-se em uma operação de financiamento onde as duplicatas acabam funcionando, de fato, como garantia, devendo ser classificada como tal, no passivo. (...)
Para melhor visualização, vejamos os registros contábeis necessários a uma operação de desconto de duplicatas. Suponha a existência de duplicatas a receber no valor de $1000, descontadas em banco, pelas quais foram recebidos $900, sendo retidos $30 a título de despesas bancárias e $70 a título de juros. Os registros contábeis seriam os seguintes:
a) Quando do desconto das duplicatas e recebimento do valor líquido: 
D – Bancos $900 
D - Encargos Financeiros a transcorrer (redutora do Passivo) $100 
C - Duplicatas Descontadas $1.000 
b) Quando da apropriação dos encargos e da liquidação do título pelo cliente: 
i) Apropriação dos encargos financeiros 
D – Despesas Financeiras $100 
C – Encargos financeiros a transcorrer $100 
ii) Pagamento pelo cliente 
D – Duplicatas Descontadas $1.000 
C – Clientes $1.000 
Caso o cliente não efetue o pagamento, o banco cobrará a dívida da própria empresa que então registrará a baixa do passivo, Duplicatas Descontadas contra a conta de bancos.
Títulos a pagar
As demais obrigações contratadas sejam com pessoas físicas ou outras empresas que não sejam bancos, serão registradas nessa conta. São exemplos de operações registráveis, nessa conta, conforme o FIPECAFI (2010, p. 309):
"(...) Passivos oriundos da compra de imóveis, usualmente terrenos, pagáveis em diversas parcelas. Essa mesma conta é prevista no curto e nos longos prazos, sendo que a parcela vencível no exercício seguinte à data do balanço deve figurar no curto prazo e as posteriores na mesma conta do longo prazo."
Debêntures
O que são debêntures?
Segundo cartilha da ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas) (p. 2), debêntures:
“São títulos mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazos que asseguram a seus detentores (debenturistas) direito de crédito contra a companhia emissora.”
Já conforme definição dada por Marion (2009, p. 391):
“São títulos (negociáveis) a longo prazo, emitidos pelas companhias, dando a seus titulares (proprietários dos títulos) direito de crédito contra a empresa. Dessa forma, a companhia tem uma dívida com os proprietários das debêntures (debenturistas).”  
Vejamos, a seguir, alguns exemplos obtidos no Perguntas e Respostas sobre a Nova Lei das S/A. Lei. 11.638/07 (http://www.cfc.fipecafi.org/faq/faq.pdf ).
Debêntures 
Ainda segundo Marion (2009, p. 391):
“A emissão de debêntures pela companhia é uma forma de captar recursos financeiros com o público. A companhia emite a debênture com um valor nominal (por exemplo: $1000 cada uma). Os $1000 que deverão ser desenvolvidos ao titular da debênture (comprador) serão contabilizados como uma dívida a longo prazo (no caso de o resgate ocorrer após o próximo exercício social). Como vantagens, a companhia poderá assegurar ao titular da debênture:
 Juros fixos ou variáveis; 
 Correção; 
 Participação no lucro; 
 Prêmio de reembolso. 
 Cláusula de conversibilidade em ações
A época do vencimento da debênture deverá constar da escritura da emissão do certificado, podendo a companhia estipular amortizações parciais, criar fundos de amortização e reservar-se o direito de resgate antecipado parcial ou total. A debênture poderá ter garantia de propriedades, bens ou aval da empresa.”
“Como transcorre um processo de emissão pública de debêntures? A emissão de debêntures é decidida em assembleia geral de acionistas ou em reunião do conselho de administração da emissora, ambos com poderes para estabelecer todas as condições da emissão. A companhia deve escolher uma instituição financeira (banco de investimento ou múltiplo, corretora ou distribuidora de títulos e valores mobiliários) para estruturar e coordenar todo o processo de emissão. Essa instituição, denominada coordenador líder, será responsável pela modelagem da operação; transformação da empresa em Sociedade por Ações e obtenção de registro de companhia aberta, caso seja necessário; preparação da documentação e registro da emissão pública na CVM; formação do consórcio de distribuição; apresentações (road shows); apuração de bookbuilding, se for o caso; e colocação dos títulos aos investidores. O coordenador é responsável, ainda, pela realização de uma diligência (due diligence process) sobre as informações da emissora que serão distribuídas ao público investidor e utilizadas para a elaboração do prospecto de emissão”.
Prêmios de Debêntures
Como fica o critério de contabilização dos prêmios recebidos nas emissões de debêntures?
A Lei nº. 11.638 revogou a possibilidade da empresa, ao emitir uma debênture, contabilizar eventual prêmio recebido diretamente como Reserva de Capital. O seu valor terá que ser apropriado como Receita Financeira, ou melhor, como uma redução da despesa financeira na captação dessa debênture.
Qual a razão da modificação do tratamento dos prêmios recebidos nas emissões de debêntures?
As Normas Internacionaisdizem que as despesas financeiras correspondem à soma do que se paga a título de juros mais todas as despesas incrementais que se tenha nesse processo de tomar dinheiro emprestado, menos os prêmios eventualmente recebidos. Despesas incrementais significam aquelas que, se a empresa não procurasse tomar o dinheiro emprestado, não teria que com elas arcar, como, por exemplo, despesas com consultores, com viagens etc.
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 05 – PAATRIMÔNIO LÍQUIDO: AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
Introdução
Nesta aula falaremos sobre a conta Ajustes de Avaliação Patrimonial que foi introduzida a contabilidade com a alteração da Lei das S/A com a nossa já conhecida Lei. 11.638/07. Esta conta tem como objetivo registrar as contrapartidas das variações de valor dos elementos do ativo e passivo sejam aumentos ou diminuições de saldos. Essa necessidade surge em conjunto da necessidade de avaliar os componentes do Balanço (Ativos e Passivos) utilizando-se do conceito de valor justo. Desta forma, teremos registros nesta conta decorrentes de ajuste de preços de mercado dos instrumentos financeiros, de reestruturações societárias. Estes saldos não circulam pelo resultado.
A criação da conta ajuste de avaliação patrimonial
A partir de 01.01.2008, a Reserva de Reavaliação foi extinta, por força da Lei 11.638/2007 que modificou a Lei 6.404/76, trouxe uma importante novidade:
A criação da conta “Ajuste de Avaliação Patrimonial”.
A conta Ajuste de Avaliação Patrimonial está classificada no grupo patrimônio líquido e decorre do acerto do ajuste a valor justo dos saldos do ativo ou passivo que podem ser para mais ou para menos.
Artigo nº 183 da Lei nº 6.404, de 15-12-1976:
I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo:
a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito;
VII - os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização;
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante.
§ 1º
d) dos instrumentos financeiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento financeiro:
1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento financeiro de natureza, prazo e risco similares;
2) o valor presente líquido dos fluxos de caixa futuros para instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares; ou
3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de precificação de instrumentos financeiros.
Mas o que é o Ajuste de Avaliação Patrimonial?
O ajuste da avaliação patrimonial é o resultado do valor da avaliação dos bens em relação ao seu valor justo. 
Para tanto, vamos contar com a definição encontrada no CPC 12 em suas perguntas e respostas temos a definição de valor justo.
O objetivo está em garantir que a determinação do valor justo ocorra em condições usuais de mercado, ou seja, que fatores que pressionem para a liquidação da transação não interfiram na definição do valor final.
Valor justo (fair value) - é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.
Como decidir os critérios de mensuração?
Um dos fatores a serem analisados para a decisão da utilização do valor justo é considerar o fato de que toda mensuração é um valor subjetivo e aproximado da realidade. Portanto, como o valor determinado deve ser confiável, cabe a empresa julgar se deverá ser aplicado o valor justo ou continuar a ser considerado o custo histórico por ser mais verificável.
Principal objetivo da conta ajuste de avaliação patrimonial
A conta Ajuste de Avaliação Patrimonial tem como principal objetivo atender aos preceitos de transparência das informações contábeis conforme Lei 11.638/07 e considerando que o valor justo reflete a realidade mais próxima das instituições que o valor histórico. 
Isto porque demonstra tanto a valorização quanto a desvalorização dos bens em um determinado período, ao contrário da extinta reserva de reavaliação, que demonstrava apenas valores que aumentavam o ativo. Porém, cabe a empresa definir embasada em seu histórico a relevância da aplicação deste novo e subjetivo conceito.
Baseando-se nos recentes CPC emitidos podemos notar que para fins de constituição do ajuste de avaliação patrimonial, o valor justo dos instrumentos financeiros pode ser obtido em um mercado ativo (valor de mercado ou valor equivalente), decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes.
Perguntas e respostas mais comuns sobre a conta AAP
Visto o tema ser novo e gerar muitas dúvidas, o Fipecafi emitiu respostas aos questionamentos mais comuns pertinentes aos valores a serem contabilizados nesta conta, vejamos quais são;(Perguntas e Respostas, Fipecafi, 2013) (http://www.cfc.fipecafi.org/faq/faq.pdf):
Qual a utilidade do grupo de Ajustes de Avaliação Patrimonial? 
Devem ser incluídas nessa conta todas as variações de preços de mercado dos instrumentos financeiros, aqueles destinados à venda futura e outros eventuais ajustes de ativos a seu valor de mercado que devam, em função do Regime de Competência, transitar pelo resultado posteriormente. As diferenças de ativos e passivos avaliados a valor de mercado nas reorganizações societárias são outro exemplo de utilização dessa conta.
Como devo utilizar a conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial para contemplar a variação do valor justo dos investimentos temporários? 
Se a empresa tiver aplicações financeiras destinadas para futura venda, mas essa venda não estiver ainda devidamente autorizada, isso representa apenas uma intenção: assim, essas aplicações serão reconhecidas em duas etapas: primeiramente aplicam-se os juros e atualização monetária a que tiverem direito, contra o resultado do período. Após isso, seus valores são ajustados a seu valor de mercado. A contrapartida dessas últimas oscilações é que será na conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial, no Patrimônio Líquido.
Existe algum pronunciamento específico sobre a conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial? 
Qual o tratamento contábil de seu saldo com o passar do tempo? 
A normatização sobre esse assunto está efetuada no Pronunciamento Técnico CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração Fase 1. Os saldos existentes nessa conta deverão ser transferidos para o resultado do exercício à medida que aqueles valores registrados nos ativos ou passivos forem sendo realizados.
Como devem ser tratadas as reservas de reavaliação? 
Os saldos que existem atualmente nessas reservas podem, durante o exercício social em curso, ser simplesmente revertidos, eliminados contra os respectivos ativos. Se isso não for feito, os saldos atualmente existentes continuarão figurando no balanço e irão sendo realizados, ou seja, transferidos para lucros ou prejuízos acumulados, à medida que os respectivos ativos forem sendo baixados, como já é a prática tradicional.
Divisão do patrimônio líquido
“Ajustes de Avaliação Patrimonial”, nos termos do § 3º do art. 182 da Lei 6.404/76, é integrante do Patrimônio Líquido. Por força da Lei 6.404/76, art. 178, § 2º, item III, o patrimônio líquido, é dividido em:
Capital Social
Reservasde Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Ações em Tesouraria
Prejuízos Acumulados
Função da conta ajustes de avaliação patrimonial
Conforme estudamos é função da conta Ajustes de Avaliação Patrimonial registrar os ajustes decorrentes de avaliações patrimoniais, enquanto estes não puderem ser contabilizados no resultado. 
Nesta conta, também encontramos os efeitos de avaliações em relação ao preço de mercado, também os ajustes originados de fusões, cisões e incorporações de empresas.
Observe modelo de contabilização conforme abaixo:
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 06 – FUSÃO, INCOPORAÇÃO E CISÃO
Introdução
Nesta aula, abordaremos um tema muito comum, diante do crescimento do porte das empresas e do rompimento de barreiras, afinal as fronteiras geográficas existem, mas as comerciais estão sendo derrubadas através da globalização. Um tema que foi tratado com muito cuidado quando abordado pelo CPC e merecido um em particular, o CPC 15, que trata especificamente da Combinação de Negócios. Processos jurídicos conhecidos como: incorporação, fusão ou cisão. Correlacionada à expansão da globalização temos o aumento da competitividade nos mercados. Para sobreviverem neste novo mercado mais agressivo, muitas empresas têm optado por processos de incorporação com concorrentes de menor porte. A fusão, além de ser uma opção de enfrentamento perante o surgimento de concorrentes internacionais e maiores, também em muitos casos, representa uma alternativa de rever processos operacionais e redução de carga tributária.
Combinação de Negócios
Vamos começar esta aula a partir da definição dada pelo CPC 15 sobre Combinação de Negócios:
Desta forma, como podemos observar, a característica primordial é a obtenção do controle de um negócio.
Combinação de Negócios é uma operação ou outro evento por meio do qual um adquirente obtém o controle de um ou mais negócios, independentemente da forma jurídica da operação. Neste pronunciamento, o termo abrange também as fusões que se dão entre partes independentes (inclusive as conhecidas por true mergers ou merger of equals).
Esse controle pode ser obtido de diferentes maneiras conforme descrito no CPC 15:
A obtenção do controle pode ser alcançada de diversas formas. Pode envolver a aquisição do capital de outra entidade, diretamente ou por meio de subscrição de capital; a compra de todos ou parte dos seus ativos com assunção ou não de parte ou do todo de seus passivos; a incorporação das ações de uma entidade; a incorporação de uma entidade; a fusão; o uso da cisão para as hipóteses descritas ou, ainda, a aquisição, por qualquer outra forma, de alguns dos ativos líquidos que, em conjunto, formem um ou mais negócios. A combinação de negócios pode tornar-se efetiva por meio de emissão de títulos representativos do capital próprio (emissão de ações como forma de pagamento) para entrega aos acionistas ou cotistas da entidade adquirida, pela transferência de ativos (caixa, equivalentes de caixa ou outros ativos líquidos) e por meio de operações de cisão, fusão, incorporação ou incorporação de ações, pela simples aquisição de participação societária mediante o pagamento em caixa ou assunção de obrigações e, ainda, uma combinação dessas ou outras alternativas.
ATENÇÃO
Vamos distinguir os diferentes processos jurídicos que estão contemplados no CPC 15 e classificados como Combinação de Negócios!
Tipos de combinação
Fusão
Já a fusão também definida pela Lei. 6.504/76, art. 228, nos diz que:
É uma operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
Incorporação
Conforme art. 227, da Lei 6.404/76, incorporação:
É a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhe sucede em todos os direitos e obrigações.
Cisão
Agora vejamos a definição de Cisão trazida pelo art. 229, da Lei. 6.404/76:
É a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim, ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, e dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.
Divulgação
Diante das alterações trazidas pela Lei. 11638/07 e a 11.941/09 cujas interpretações detalhadas foram apresentadas pelos CPCs, reforçam a necessidade de divulgação de informações sobre operações relevantes, em especial, é claro, para as companhias abertas.
No entanto, essa importância se tornou obrigatória para todas as empresas, pois elas precisam apresentar detalhamentos através das Notas Explicativas.
Vejamos as considerações para divulgação de informações referentes às operações decorrentes de Combinação de negócios, apresentadas pelo FIPECAFI (2011, p. 448):
O nível de informações exigido pelo CPC 15 para as combinações de negócio é significativamente maior do que aquele que era exigido pelas normas brasileiras que existiam antes do processo de convergência com as normas internacionais de Contabilidade.
Na apresentação das demonstrações contábeis, o CPC 15 exige que o adquirente divulgue informações que permitam aos usuários avaliarem a natureza e os efeitos financeiros de combinação de negócios que tenham ocorrido durante o período de reporte corrente ou após o final desse período, mas antes de autorizada a emissão das demonstrações contábeis (item 59).
Adicionalmente, o CPC 15 exige que o adquirente divulgue informações que permitam aos usuários das demonstrações contábeis avaliarem os efeitos financeiros que por ventura tiverem sido reconhecidos no período de reporte corrente pertinentes às combinações de negócios que ocorreram no período ou em períodos anteriores. (item 61).
Avaliação e contabilização das operações decorrentes da Combinação de Negócios
Adquirente é a entidade que obtém o controle da adquirida.
Adquirida é o negócio ou são os negócios sobre o(s) qual(is) a adquirente obtém controle em uma combinação de negócios.
Negócio é o conjunto integrado de atividades e ativos que seja passível de ser conduzido e administrado com a finalidade de fornecer diretamente, para investidores e/ou outros proprietários, acionistas ou participantes, retorno sob a forma de dividendos, redução de custos ou outros benefícios econômicos.
Valor justo de um ativo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória.
Deveres da entidade adquirente
O Pronunciamento estabelece que uma entidade adquirente deve:
(a) calcular e reconhecer o valor justo, em suas demonstrações contábeis individuais e consolidadas, dos ativos identificáveis (tangíveis e intangíveis) adquiridos e das obrigações assumidas da entidade adquirida, decorrentes de uma operação de combinação de negócios;
(b) calcular e reconhecer o ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) resultante da combinação de negócios ou o ganho auferido em uma compra vantajosa (operação com deságio, ou “goodwill negativo”);
(c) reconhecer o valor justo dos ativos e passivos da entidade fusionada ou incorporada ou derivada de uma cisão, no momento da transação de fusão, incorporação ou cisão; e
(d) determinar as informações necessárias a serem divulgadas para permitir que os usuários das demonstrações contábeis consigam avaliar a natureza e os efeitos financeiros da combinação de negócios.
Notas explicativas são especificadas pelo item 59 a 61, do CPC 15:
(a) nome e descrição da adquirida; 
(b) data da aquisição; 
(c) percentual do capital votante adquirido, bem como o percentual da participação total adquirida; 
(d) principais motivos da combinação de negócios e descrição de como o controle da adquirida foi obtido pelo adquirente; 
(e) descrição qualitativa dos fatores que compõem o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido, tais como sinergiasesperadas pela combinação das operações da adquirida com as do adquirente, ativos intangíveis que não se qualificam para reconhecimento em separado ou outros fatores; 
(f) valor justo, na data da aquisição, da contraprestação total transferida, bem como o valor justo, na data da aquisição, dos tipos mais relevantes de contraprestação, tais como: 
(i) caixa; 
(ii) outros ativos tangíveis ou intangíveis, inclusive um negócio ou uma controlada do adquirente; 
(iii) passivos incorridos, como, por exemplo, passivo por contraprestação contingente; e 
(iv) participações societárias do adquirente, inclusive o número de ações ou instrumentos emitidos ou que se pode emitir, e o método adotado na determinação do valor justo dessas ações ou instrumentos; 
(g) para os acordos para contraprestação contingente e para os ativos de indenização: 
(i) valor reconhecido na data da aquisição; 
(ii) descrição do acordo e das bases para determinação do valor do pagamento; e 
(iii) estimativa da faixa de valores dos resultados (não descontados) ou, caso a faixa de valores não possa ser estimada, a indicação desse fato e as razões pelas quais não foi possível estimá-la. Quando não houver um valor máximo determinado para o pagamento (ou seja, não há limite de valor estabelecido), tal fato deve ser divulgado pelo adquirente; 
(h) para os recebíveis adquiridos: 
(i) valor justo dos recebíveis; 
(ii) valor contratual bruto dos recebíveis; e 
(iii) a melhor estimativa, na data da aquisição, dos fluxos de caixa contratuais para os quais se tem a expectativa de perdas por não realização. 
As divulgações devem ser procedidas para as principais classes de recebíveis, tais como empréstimos, arrendamentos mercantis financeiros diretos e quaisquer outras classes de recebíveis. 
(a) montantes reconhecidos, na data da aquisição, para cada uma das principais classes de ativos adquiridos e passivos assumidos; 
(b) para cada passivo contingente reconhecido de acordo com o item 23, a informação exigida pelo item 85 do Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes. Quando um passivo contingente não tiver sido reconhecido porque não foi possível determinar o seu valor justo com confiabilidade, o adquirente deve divulgar: 
(i) a informação exigida pelo item 86, do Pronunciamento Técnico CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes; e 
(ii) as razões pelas quais o passivo não pôde ser mensurado com confiabilidade. 
(c) o valor total do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) que se espera que seja dedutível para fins fiscais; 
(d) para as operações reconhecidas separadamente da aquisição de ativos e da assunção de passivos na combinação de negócio, de acordo com o item 51: 
(i) descrição de cada operação; 
(ii) a forma como o adquirente contabilizou cada operação; 
(iii) o valor reconhecido para cada operação e a linha do item das demonstrações contábeis em que estiver reconhecido (para cada operação); e 
(iv) o método utilizado para determinar o valor dessa liquidação, caso a operação seja uma liquidação efetiva de relacionamento preexistente; 
(e) a divulgação das operações reconhecidas separadamente, exigida pela alínea;
(f), deve incluir o valor dos custos de aquisição relacionados e, separadamente, o valor da parte desses custos que foi reconhecida como despesa, bem como a linha do item (ou dos itens) da demonstração do resultado em que tais despesas foram reconhecidas. Devem ser divulgados, também, o valor de quaisquer custos de emissão de títulos não reconhecidos como despesa e a informação de como foram reconhecidos; 
(g) no caso de compra vantajosa (ver itens 34 a 36): 
(i) o valor do ganho reconhecido de acordo com o item 34 e a linha do item da demonstração do resultado em que o ganho foi reconhecido; e 
(ii) a descrição das razões pelas quais a operação resultou em ganho; 
(h) para cada combinação de negócios em que o adquirente, na data da aquisição, possuir menos do que 100% de participação societária da adquirida: 
(i) o valor da participação de não controladores na adquirida, reconhecido na data da aquisição e as bases de mensuração desse valor; e 
(ii) para cada participação de não controladores na adquirida mensurada ao valor justo, as técnicas de avaliação e os principais dados de entrada dos modelos utilizados na determinação desse valor justo; 
(i) em combinação alcançada em estágios: 
(i) o valor justo, na data da aquisição, da participação societária na adquirida que o adquirente mantinha imediatamente antes da data da aquisição; e 
(ii) o valor de qualquer ganho ou perda reconhecidos em decorrência da remensuração ao valor justo da participação do adquirente na adquirida antes da combinação de negócios (ver item 42) e a linha do item na demonstração do resultado em que esse ganho ou perda foi reconhecido; 
(j) as seguintes informações: 
(i) os montantes das receitas e do resultado do período da adquirida a partir da data da aquisição que foram incluídos na demonstração consolidada do resultado do período de reporte; e 
(ii) as receitas e o resultado do período da entidade combinada para o período de reporte corrente, como se a data da aquisição, para todas as combinações ocorridas durante o ano, fosse o início do período de reporte anual.
Para o caso de ser impraticável a divulgação de qualquer das informações exigidas pela alínea (q), o adquirente deve divulgar esse fato e explicar por que sua divulgação é impraticável. Este Pronunciamento utiliza o termo “impraticável” com o mesmo significado utilizado no Pronunciamento Técnico CPC 23 - Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 07 – PAGAMENTO BASEADO EM AÇÕES
Introdução
Nesta aula, abordaremos o tema Pagamento Baseado em Ações que é decorrente do IFRS 2(IFRIC 8), CPC 10 e também conhecido pelo termo Stock Options. O assunto merece atenção nas empresas, haja vista que Stock Options tem sido uma forma cada vez mais utilizada pra reter altos executivos. Considerando este aspecto a Contabilidade precisa estar preparada para gerar informações em tempo e apuradas para comparação do custo de oportunidade deste tipo de operação em ações versus outras formas de pagamento. O principal objetivo é definir a contabilização de transações em que uma entidade recebe ou adquire bens ou serviços pela entrega de seus instrumentos patrimoniais ou incorra em passivos cujos valores são baseados no preço das suas ações ou outros instrumentos patrimoniais.
Pagamento baseado em ações
Embora já se encontrem indicações sobre o pagamento baseado em ações na Lei 6404/76, o CPC 10 promulgado em 2008, há questões muito polêmicas sobre estas operações, em especial sua contabilização.
Por isto, a nova norma visa estabelecer procedimentos para contabilização, mensuração e divulgação destas transações.
Como podemos perceber nos artigos a seguir da Lei 6.4040/76 também conhecida como Lei das S/As, notamos a preocupação dos legisladores com o tema.
Art. 166. O capital social pode ser aumentado:
(...) III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para aumento do capital social independentemente de reforma estatutária.
(...)
§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembleia-geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle.
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
(...)
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas eoutros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.        
§ 5° As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
(...)
as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
(...)
A norma referente ao pagamento baseado em ações abrange as seguintes transações:
1º ação
Transações de pagamento baseado em ações efetuado com títulos patrimoniais (equity settled) 
Em que a empresa recebe produtos ou serviços em troca de títulos patrimoniais (por exemplo, outorga de ações ou opções de ações a empregados).
2º ação
Transações de pagamento em ações com alternativas de pagamento em dinheiro (cash alternatives) 
em que a empresa recebe produtos ou serviços e a empresa (ou o fornecedor desses produtos ou serviços) tem a escolha de liquidar a transação em dinheiro, outros ativos ou títulos patrimoniais.
3º ação
Transações de pagamento baseado em ações efetuado em dinheiro (cash settled) 
em que a empresa recebe produtos ou serviços e incorre em um passivo com base no preço (ou valor) das ações ou de outros títulos patrimoniais como pagamento (por exemplo, outorga de direitos de valorização de ações para empregados, que dão direito a futuros pagamentos em dinheiro com base no aumento do preço da ação da empresa).
Conforme o CPC 10, as principais características deste pronunciamento são:
Conforme o CPC 10, as principais características deste pronunciamento são:
O Pronunciamento exige que uma entidade reconheça as transações de pagamentos baseados em ações, incluindo transações com empregados ou outras partes, independente da forma de liquidação: em dinheiro (ou outros ativos) ou em instrumentos patrimoniais da entidade (ações e opções de ações). 
Não existem exceções à aplicação do Pronunciamento, desde que o assunto não seja objeto de outro Pronunciamento.
São estabelecidos princípios de mensuração e exigências específicas para três tipos de transações de pagamentos baseados em ações:
transações de pagamentos baseados em ações liquidadas pela entrega de instrumentos patrimoniais da entidade (normalmente ações), nas quais a entidade recebe produtos e serviços em contrapartida desses instrumentos;
transações de pagamentos baseados em ações liquidadas em dinheiro, nas quais a entidade adquire produtos e serviços incorrendo em obrigações com os fornecedores desses produtos e serviços, cujo montante seja baseado no preço (ou valor) das ações ou outros instrumentos de capital da entidade; e
transações em que a entidade recebe produtos e serviços e os termos do acordo conferem à entidade ou ao fornecedor desses produtos ou serviços a liberdade de escolha da forma de liquidação da transação, a qual pode ser em dinheiro (ou outros ativos) ou mediante a emissão de instrumentos de capital.
Reconhecimento dos valores
Sobre o aspecto do reconhecimento dos valores temos a figura ao lado que bem representa seu registro contábil.
Plano de Ações
Um aspecto muito importante para as empresas pagarem, em especial, seus funcionários em ações é o estabelecimento de um Plano de Ações.
E é em função de “como se paga” que esta transação pode ou não se configurar um ativo. 
Outros aspectos a serem observados são: 
“a quem se paga” – colaboradores ou terceiros; e 		“como se paga” – em ações ou em dinheiro.
No quadro ao lado você pode conferir um exemplo de Plano de Ações.
Agora é a vez de vermos um exemplo da mensuração:
Exemplo de como é feito o pagamento em dinheiro
A empresa promete pagamento equivalente ao valor de 100 ações, em dinheiro, para cada um de seus 500 empregados, sob a condição de que empregados permaneçam no emprego pelos próximos três anos. O dinheiro é devido ao final dos três anos com base no preço das ações da empresa naquela data.
Vejamos:
NO ANO 1: 35 empregados saem e a empresa estima que outros empregados sairão nos anos 2 e 3 ( ou seja, a remuneração será liberada para 405 empregados). 
O valor justo das ações ao final do exercício é de R$ 14,40.
NO ANO 2: 40 empregados saem e a empresa estima que outros 25 sairão no ano 3( ou seja, a remuneração será liberada para 400 empregados). O valor justo das ações ao final do exercício é de R$ 15,50.
NO ANO 3: 22 empregados saem, de modo que a remuneração é liberada para 403 empregados. O valor justo das ações ao final do exercício é de R$ 18,20.
Divulgação
O item 7 do CPC 10 faz exigências quanto a divulgação para capacitar os usuários das demonstrações contábeis a entendê-las:
a natureza e a extensão de acordos de pagamentos baseados em ações firmados durante o período;
como foi determinado o valor justo dos produtos e serviços recebidos ou o valor justo dos instrumentos de capital outorgados durante o período;
o efeito das transações de pagamentos baseados em ações sobre o resultado do período da entidade e sobre sua posição financeira e patrimonial.
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 08 – CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E DEMONSTRAÇÕES SEPARADAS
Introdução
O tema sobre o qual estudaremos, nesta aula, é muito relevante na análise dos negócios de uma entidade, seja por investidores internos, seja para os gestores da entidade. Falaremos da Consolidação de Balanços, procedimento necessário para grupos empresariais ou mesmo alguma entidade que possua controle sobre outra. Lembrando ainda, temos que observar sempre o princípio da essência sobre a forma, desta maneira, mesmo que no conceito acionário não seja perceptível o controle, podemos notá-lo se exercer relevância em relação a decisões estratégicas, políticas financeiras e operacionais na entidade “controlada”. O processo de consolidação visa evidenciar posições em separado e conjuntas das companhias.
O tema desta aula, embora usual para algumas companhias, passa a ser novo e merece atenção pelas empresas, haja vista que a abrangência das normas internacionais, em breve, se estenderá a todos os tipos jurídicos de empresas independentemente do seu porte.
Entendendo o tema
Para melhor compreensão do tema, veremos os termos a seguir utilizados no CPC 36 com as definições mais importantes sobre as quais estudaremos nesta aula:
Demonstrações consolidadas - São as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo econômico), apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica.
Controle - É o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade de forma a obter benefício das suas atividades.
Grupo econômico - É a controladora e todas as suas controladas.
Participação de Não Controlador - É a parte do patrimônio líquido da controlada não atribuível, direta ou indiretamente, à controladora.
Controladora - É uma entidade que tem uma ou mais controladas.
Demonstrações separadas - São aquelas apresentadas por controladora, investidor em coligada ou empreendedor em entidade controlada em conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no valor do interesse direto no patrimônio (direct equity interest) das investidas, em vez de nos resultados divulgados e nos valores contábeis dos ativos líquidos das investidas. Não se confundem com as demonstrações individuais (consultar Pronunciamento Técnico CPC 35 – Demonstrações Separadas).
Controlada - É a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
Coligadas - São todas as entidades sobre as quais um grupo ou outra entidade tem influência significativa, mas não o controle.
SAIBA MAIS
Devido às alterações recentes, na Contabilidade, em função da Lei 11.638/07, percebemos uma preocupação maior quanto à forma e apresentação dos Demonstrativos Contábeis consolidados e também das demonstrações em separado.
Atualmente, temos o Pronunciamento Técnico CPC 36 que dispõeespecificamente sobre o tema, cujo qual antes era disciplinado pela Instrução da CVM no. 247/96.
Mas qual é o objetivo da consolidação de Balanços?
Segundo o FIPECAFI, 2011, p. 649:
“O objetivo da consolidação é apresentar aos usuários da informação contábil, principalmente acionistas e credores, os resultados das operações e a posição financeira da sociedade controladora e de suas controladas, como se o grupo econômico fosse uma única entidade. Isso permite uma visão mais geral e abrangente e melhor compreensão do que inúmeros balanços isolados de cada empresa do grupo.”
Temos ainda a obrigatoriedade de consolidação conforme estabelecido na Lei das S/As:
            a) Conforme art. 249 para as companhias abertas.
            b) Grupos de Sociedades, na forma do Capítulo XXI, da Lei no. 6.404/76.
Vejamos o que o pronunciamento técnico CPC 36 disciplina quanto à apresentação das Demonstrações Consolidadas.
Para isto, vamos nos utilizar do resumo da norma feito pelo FIPECAFI, 2011, p. 650:
“O pronunciamento técnico CPC 36 deve ser aplicado na elaboração e apresentação de demonstrações contábeis consolidadas de um grupo econômico de entidades sob o controle de uma controladora. Portanto, a controladora deve apresentar as demonstrações contábeis consolidadas, nas quais os investimentos em controladas estão consolidados de acordo com as exigências do CPC 36.
De acordo com o item 10 do CPC 36, uma controladora pode vir a ser dispensada da apresentação das demonstrações contábeis consolidadas, o que hoje é praticamente impossível no Brasil para as companhias abertas.”
Agora vejamos a obrigatoriedade no que tange as empresas fechadas, em acordo com o FIPECAFI, 2011, p. 652:
“Com a emissão do CPC 36, há um enorme avanço, porque todas as sociedades por ações, mesmo as fechadas, agora estão obrigadas à publicação das demonstrações consolidadas, com raríssimas exceções, quando tiverem investimentos em controladas. Até as limitadas, se divulgarem informações, terão que fazê-lo, já que esse Pronunciamento foi aprovado pelo CFC que tem poderes sobre os profissionais contábeis brasileiros.”
Como pode perceber, o tema ganhou relevância e normatizações sérias.
Procedimentos de Consolidação
Uma vez esclarecidas as normas societárias para obrigatoriedade da consolidação dos Demonstrativos Contábeis e sua importância para tratativa da informação pelos seus usuários, passa a ser nosso foco de aprendizado conhecer como deve ser feita a consolidação.
Conforme o FIPECAFI, 2011, p. 652, são pontos de observância:
“Dessa forma, por exemplo, o saldo consolidado do subgrupo Disponível será a soma do Disponível das empresas consolidadas. O mesmo deve ser feito para as demais contas do Balanço, como Clientes, Estoques, Imobilizado, Contas a Pagar, Fornecedores etc.; e para as contas de resultado também. Já os demais procedimentos de consolidação visam promover os ajustes para que os saldos consolidados representem adequadamente a posição financeira e patrimonial do grupo, considerando apenas as transações realizadas junto a terceiros. Por este motivo, os efeitos das transações realizadas entre as empresas do grupo (saldos patrimoniais, receitas e despesas) devem ser eliminados no processo de consolidação.
As receitas e despesas de uma controlada são incluídas nas demonstrações consolidadas somente a partir da data de aquisição do controle. Se houver alienação ou perda do controle, elas são consideradas também somente até essa data.”
Procedimentos de Consolidação - Transações
Vejamos quais são as transações entre partes que precisam ser eliminadas no processo de consolidação, conforme análise da Lei das S/As feita pelo FIPECAFI, 2011, p. 656:
Art. 250. Das demonstrações financeiras consolidadas serão excluídas:
I – as participações de uma sociedade em outra;
II – os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;
III – as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não realizados, de negócios entre as sociedades.
Estas transações ficaram mais claras e identificadas no CPC 36, no seu item 18, onde determina que alguns procedimentos sejam feitos.
Procedimentos
a) Eliminar o valor contábil do investimento da controladora em cada controlada e a parte dessa controladora no patrimônio líquido das controladas (considerando-se a participação efetiva da controladora); e o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) contido no investimento deve ser reclassificado para o Intangível; 
b) Identificar a participação dos não controladores no lucro ou prejuízo das controladas consolidadas para o exercício social de apresentação das demonstrações contábeis; 
c) Identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das controladas consolidadas, separadamente da parte pertencente à controladora. A participação dos não controladores nos ativos líquidos é composta: 
	(i) pelo montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial (CPC 15); e 
	(ii) pela parte dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas desde a data da combinação; e 
d) Os saldos, transações, receitas e despesas intragrupo, incluindo dividendos, devem ser totalmente eliminados. Os resultados auferidos nas transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como um estoque ou um ativo imobilizado, devem ser totalmente eliminados, reconhecendo-se os tributos diferidos no ativo ou passivo, conforme o caso, por conta de impostos e contribuições decorrentes de diferenças temporárias quando da eliminação dos resultados auferidos nas transações intragrupo.
Procedimentos de Consolidação - Divulgações
Quanto às divulgações a serem feitas, temos que observar o item 41 do CPC 36:
A natureza da relação entre a controladora e a controlada, quando a controladora não possuir, direta ou indiretamente (por meio de suas controladas), mais da metade do poder de voto da controlada;
As razões pelas quais, embora possua a propriedade, direta ou indireta (por meio de suas controladas), de mais da metade do poder de voto ou potencial poder de voto de investida, não detém o controle;
A data de encerramento do período abrangido pelas demonstrações contábeis da controlada utilizadas para elaboração das demonstrações consolidadas, quando forem de data de encerramento ou de período diferente das demonstrações contábeis da controladora e o motivo para utilizar uma data ou período diferente;
A natureza e a extensão de qualquer restrição significativa (resultante de contratos de empréstimos ou exigência de órgãos reguladores, por exemplo) sobre a capacidade da controlada de transferir fundos para a controladora na forma de dividendos ou do pagamento de empréstimos ou adiantamentos;
Um quadro evidenciando cronologicamente as mudanças na relação de propriedade da controladora sobre a controlada (participação relativa) e seus efeitos, bem como a alteração do patrimônio líquido consolidado atribuível aos proprietários da controladora, mas que não resultaram na perda do controle; e
Qualquer ganho ou perda decorrente da perda do controle da controlada, reconhecido de acordo com o item 34, detalhando:
(I) a parte do ganho ou perda decorrente do reconhecimento, ao valor justo, do investimento remanescente na ex-controlada, se houver, na data em que o controle foi perdido; e
(II) a linha do item ou itens na demonstração do resultado em que o ganho ou a perda foi reconhecido, no caso de ele não estar apresentado em uma linha separada na demonstração do resultado.
Mais sobre publicação
Ainda quanto à publicação há uma regra já antiga da CF de 1988 que preza pela publicação das informações contábeis. O que tem gerado discussão é a obrigatoriedade de publicação também pelas empresas Ltda. de grande porte, uma vez que as S/As, já estão habituadas a este procedimento. A Lei 11.638/07 tem grande preocupação que todos possam avaliar as empresas de grande porte ao conhecerseu:
 Lucro Bruto e Líquido; 
 Suas receitas operacionais e financeiras; 
 Rentabilidade do Patrimônio Líquido, 
 entre outras análises possíveis.
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA II – AULA 09 – ASPECTOS TRIBUTÁRIOS
Introdução
Muito estudamos sobre as recentes alterações contábeis ocorridas, no ambiente corporativo, avaliamos a complexidade de algumas operações que tiveram mudanças significantes, que buscam em muito proteger os investidores minoritários, para que tenham acesso à informação de forma clara e transparente. No entanto, ocorre que toda esta informação gerada em uma empresa também está sob o alvo do governo, lembrando que um dos maiores impulsionadores da Contabilidade foi o Imposto de Renda e por isso, precisamos ressaltar os aspectos tributários sobre ela. A Receita Federal do Brasil, até o presente momento, não se posicionou quanto aos efeitos tributários gerados pelas alterações das diversas normas contábeis que tivemos. Porém, de forma a preservar-se instituiu o RTT – Regime de Tributário de Transição. Este regime, de forma simples e geral, determina que, em face das diversas alterações contábeis que temos fiscalmente eles devem ser anulados. Regime este que deveria ser temporário, porém está cada vez mais permanente na vida dos contadores. Agora vamos analisar estes impactos de forma mais detalhada.
A evolução da Contabilidade está vinculada às necessidades das pessoas (físicas e jurídicas) por informações relacionadas aos seus empreendimentos e atividades (controle do patrimônio, renda e riqueza acumulada).
Um dos grandes eventos históricos que exerceu grande influência para o desenvolvimento da Contabilidade foi a Revolução Industrial, no século XVIII, pois foi a partir dela que as pequenas empresas, em geral, familiares, começaram a se tornar grandes fábricas com sistemas mais desenvolvidos de produção.
Na sequência, podemos afirmar que outro evento de grande impacto para evolução da Contabilidade foi a criação e o fortalecimento das sociedades por ações, em especial a abertura do capital na Bolsa de Valores, afinal um dos principais objetivos da Contabilidade é a elaboração de relatórios com informações financeiras para acionistas, investidores, credores e governo.
A contabilidade e os tributos
Como uma ciência social, a Contabilidade vem adaptando-se às necessidades de seu tempo. E, por isto, as atividades que serviam adequadamente aos pequenos artesãos hoje se demonstram insuficientes para os grandes empreendimentos que precisaram rever suas metodologias de custeio e gestão empresarial.
Outro fator que merece destaque positivo, no histórico de evolução da Contabilidade, é a criação do imposto sobre a renda.
Ou seja, a prestação de informações ao governo e o pagamento de tributo gerou uma demanda extra e cuidadosa no que tange à meditação, ao controle e à informação da renda obtida.
Como podem notar os aspectos tributários estão muito ligados à Contabilidade das entidades. 
Regime Tributário de Transição (RTT)
A Instrução Normativa RFB 949/2009 e a IN 1.023/2010 que disciplina sobre a opção pelo Regime Tributário de Transição (RTT), foi tão somente optativo nos anos de 2008 e 2009, tornando-se obrigatório desde então.
No próprio FIPECAFI (2011, p. 1) temos a seguinte menção sobre o tema:
Felizmente cabe aqui o nosso franco e enorme elogio à Receita Federal do Brasil, que auxiliou de forma marcante na transposição desses problemas. A criação do Regime Tributário de Transição (RTT) foi uma inestimável contribuição no sentido de que se pudesse caminhar rumo à convergência internacional de contabilidade nos balanços individuais sem que os aspectos tributários sejam descumpridos.
Mas o que isto quer dizer?
Que as alterações introduzidas pela Lei 11.638/2007, e pelos artigos 37 e 38 da Lei 11.941/2009 que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na apuração do lucro líquido (especialmente para as empresa optantes pelo lucro real) do exercício definido no art. 191 da Lei 6.404/1976, não terão efeitos para fins de apuração do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.
Ou seja, aplica-se a neutralidade fiscal (tributária) às normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM - e pelos demais órgãos reguladores que visem alinhar a legislação específica com os padrões internacionais de Contabilidade.
SAIBA MAIS
Para reforço desta disposição nova do governo federal, veja o que diz o parágrafo 1º, do artigo 15, da Lei 11.941/09:
O RTT vigerá até a entrada em vigor de lei que discipline os efeitos tributários dos novos métodos e critérios contábeis, buscando a neutralidade tributária.
As subvenções para investimentos
Para fins do RTT, as subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, e as doações, feitas pelo Poder Público, a que se refere o art. 38, do Decreto-Lei 1.598/1977, a pessoa jurídica deverá:
I - reconhecer o valor da doação ou subvenção em conta do resultado pelo regime de competência, inclusive com observância das determinações constantes das normas expedidas pela CVM, no caso de companhias abertas e outras que optem pela sua observância;
II - excluir, no Livro de Apuração do Lucro Real, o valor referente à parcela do lucro líquido do exercício decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, para fins de apuração do lucro real;
III - manter em reserva de lucros a que se refere o art. 195­A da Lei 6.404/1976 (reserva de incentivos fiscais), a parcela decorrente de doações ou subvenções governamentais, apurada até o limite do lucro líquido do exercício; e
IV - adicionar, no Livro de Apuração do Lucro Real, para fins de apuração do lucro real, o valor referido no item II, no momento em que ele tiver destinação diversa daquela referida no item III.
ATENÇÃO
Se, no período base em que ocorrer a exclusão referida no item II, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou lucro líquido contábil inferior à parcela decorrente de doações e subvenções governamentais, e, neste caso, não puder ser constituída como parcela de lucros nos termos do item III acima, esta deverá ocorrer nos exercícios subsequentes.
Prêmio sobre a emissão de debêntures – deveres da pessoa jurídica
Em relação ao prêmio, na emissão de debêntures, a que se refere o art. 38 do Decreto-Lei 1.598/1977, a pessoa jurídica deverá:
I - reconhecer o valor do prêmio na emissão de debêntures em conta do resultado pelo regime de competência e de acordo com as determinações constantes das normas expedidas CVM, no caso de companhias abertas e outras que optem pela sua observância;
II - excluir, no LALUR, o valor referente à parcela do lucro líquido do exercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures, para fins de apuração do lucro real;
III - manter o valor referente à parcela do lucro líquido do exercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures em reserva de lucros específica; e
IV - adicionar, no LALUR, para fins de apuração do lucro real, o valor referido no item II, no momento em que ele tiver destinação diversa daquela referida no item III.
A reserva de lucros específica a que se refere o item III, para fins do limite de que trata o art. 199, da Lei 6.404/1976, terá o mesmo tratamento dado à reserva de lucros de incentivos fiscais (prevista no art. 195-A da Lei 6.404/1976).
Prêmio sobre a emissão de debêntures – hipóteses de tributação
O prêmio, na emissão de debêntures, será tributado caso seja dada destinação diversa da prevista, inclusive nas hipóteses de:
I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de prêmios na emissão de debêntures;
II - restituição de capital aos sócios

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