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PREVENÇÃO E CONTROLE DA INFECÇÃO HOSPITALAR NO AMBIENTE PERIOPERATÓRIO Prof. M.Sc. Simone Souza • Sepsia • Assepsia • Técnica asséptica • Antissepsia Prof. M.Sc. Simone Souza Infecção - consequência de danos decorrentes de invasão, multiplicação ou ação de produtos tóxicos de agentes infecciosos no hospedeiro com presença de sinais e sintomas Infecção hospitalar - adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar, se manifesta durante a internação ou após alta quando puder ser relacionada com a internação ou procedimento hospitalar Prof. M.Sc. Simone Souza Reserva tório Fontes Vias de elimi nação Formas de trans missão Vias de penetra ção Prof. M.Sc. Simone Souza Prof. M.Sc. Simone Souza Aspectos gerais/Importância 2.6% de 30 milhões de cirurgias complicam com ISC Terceira mais comum infecção hospitalar (ou nosocomial) - 14- 16% de todas as IH Infecção mais comum em pacientes cirúrgicos (38%) Prof. M.Sc. Simone Souza Aumento de 7-10 dias da permanência hospitalar Aumento dos custos hospitalares Aumento do índice de readmissão 40-60% das ISC são preveníveis com uso apropriado de antibióticos Prof. M.Sc. Simone Souza Desenvolvimento de ISC depende da natureza da bactéria, fatores do hospedeiro e ambiente da ferida Prof. M.Sc. Simone Souza Incisional superficial Incisional profunda Órgão/Epaço Prof. M.Sc. Simone Souza Superficial Incisional Ocorre dentro de 30 dias após a cirurgia Envolve somente pele ou tecido subcutâneo Sinais e sintomas Drenagem Purulenta Organismo isolado de cultura obtida assepticamente Dor, inflamação, vermelhidão ou incisão aberta deliberadamente pelo cirurgião Prof. M.Sc. Simone Souza Incisional profunda Até 30 dias após cirurgia sem implante Até um ano após cirurgia se implante foi deixado no local Envolve as camadas musculares Sinais e sintomas Drenagem purulenta/organismo isolado de cultura obtida assepticamente Deiscência espontânea ou abertura deliberada pelo cirurgião Abscesso ou outra evidência de infecção durante reoperação, exame radiológico ou histopatológico Prof. M.Sc. Simone Souza Orgão/Espaço Até 30 dias após cirurgia sem implante Até um ano após cirurgia se implante foi deixado no local Envolve articulação/órgão/espaço Sinais e sintomas Drenagem purulenta de um dreno localizado no órgão/espaço Organismo isolado de cultura obtida assepticamente da articulação ou tecido profundo Abscesso ou outra evidencia de infecção envolvendo junta/orgão/espaço durante re-operação, exame radiologico ou histopatológico Prof. M.Sc. Simone Souza Limpa Potencialmente contaminada Contaminada Suja ou infectada Prof. M.Sc. Simone Souza Ferida Limpa – Taxa de 1 a 5% •Eletiva •Fechamento por primeira intenção, sem qualquer sinal ou sintoma de inflamação, •Sem penetração nos tratos respiratório, gastrointestinal, geniturinário ou orofaringe, •Sem qualquer falha na técnica asséptica e sem drenos. Prof. M.Sc. Simone Souza Ferida contaminada – 10 a 17% •Presença de inflamação não purulenta aguda, •Quebra grosseira da técnica asséptica, •Trauma penetrante há menos de 4 horas, •Feridas abertas cronicamente. •Contaminação do trato gastrointestinal. •Penetração no trato biliar ou geniturinário na presença de bile ou urina infectada. Prof. M.Sc. Simone Souza Ferida Suja (Infectada) – Taxa de 27% •Presença de secreção purulenta, •Perfuração de víscera, •Trauma penetrante há mais de 4 horas, •Ferida traumática com tecido desvitalizado, •Corpo estranho ou contaminação fecal. Prof. M.Sc. Simone Souza Profilaxia antimicrobiana perioperatória Manutenção de nível de açúcar sanguíneo normal Hiperoxigenação Manutenção da temperatura corporal normal Remoção pêlos imediatamente antes da operação usando aparelhos elétricos (observar PM) Lavagem das mãos Boas técnicas cirúrgicas Prof. M.Sc. Simone Souza Paciente: Idade Status nutricional Tabagismo Obesidade Coexistência de infecções em sítios remotos Colonização com microrganismos Resposta imune alterada Duração da internação pré-operatória Prof. M.Sc. Simone Souza Cirurgia Duração da degermação Antissepsia da pele Tricotomia pré-operatória Duração da cirurgia Profilaxia antimicrobiana Prof. M.Sc. Simone Souza •Ventilação da SO •Esterilização inadequada instrumentais •Matéria estranha no sítio cirúrgico •Drenos cirúrgicos •Técnica cirúrgica •Hemostasia deficiente •Falhas no fechamento de espaços mortos •Trauma dos tecidos Prof. M.Sc. Simone Souza Vários fatores de risco são importantes na avaliação para as causas de infecção cirúrgica. Fatores relacionados ao paciente como: idade, doenças preexistentes, sexo, raça, DM, obesidade, neoplasia, infecção em outros sítios, uso de esteróides, desnutrição, tabagismo e outros. Prof. M.Sc. Simone Souza Fatores relacionados ao microrganismo que depende da quantidade do agente inoculado, da sua virulência e da capacidade de defesa do hospedeiro. Fatores relacionados ao procedimento cirúrgico como: -tricotomia, campos cirúrgicos, técnica cirúrgica, instrumentais, cirurgias de emergência, duração da cirurgia, colocação de drenos, perfuração das luvas, perfusão tecidual, estresse cirúrgico, lavagem ou irrigação tópica da ferida. Prof. M.Sc. Simone Souza São múltiplas as fontes de contaminação da ferida cirúrgica. Acredita-se que a inoculação a partir da própria flora do paciente seja a principal origem. A pele mal preparada pode causar infecção por S. epidermidis e S. aureus podendo também estes serem originados do nariz ou do períneo. Prof. M.Sc. Simone Souza A equipe cirúrgica também pode ser responsável pela infecção de sítio cirúrgico se os participantes desta forem portadores do S. aureus. Aproximadamente 40% destes profissionais são portadores do S. aureus no nariz e 12% no períneo. Outros microrganismos também já foram relacionados com estas infecções como o Streptococcus pyogenes e o beta-hemolítico. Prof. M.Sc. Simone Souza O ambiente – Ar condicionado Não representa uma via importante de transmissão. Embora, quanto maior for a movimentação da equipe e o número de pessoas envolvidas no ato, maior será a contagem bacteriana. Prof. M.Sc. Simone Souza Para reconhecimento da magnitude do problema nos hospitais, é necessário que um programa de identificação das infecções seja implementado, utilizando critérios diagnósticos bem definidos. Métodos para diagnóstico e notificação incluem: - observação direta da ferida operatória por um membro da equipe da CCIH; - vigilância tradicional, baseada em informações coletadas em visitas às enfermarias; - revisão de prontuários; Prof. M.Sc. Simone Souza - resultado de culturas, - revisão de todos os prontuários de procedimentos sob estudo; - modelos preditores computadorizados utilizando dados recolhidos no sistema do hospital com separação dos casos de maior risco, seguidos por revisão de prontuários. Prof. M.Sc. Simone Souza Anti-sepsia, a assepsia, a técnica cirúrgica e a antibioticoprofilaxia adequada. O fluxograma do paciente cirúrgico, da admissão até a alta, não deve ser quebrado para evitar risco de infecção. Estabelecer condutas para o preparo da pele e degermação das mãos da equipe bem como curativos. Prof. M.Sc.Simone Souza A CCIH deve selecionar os anti-sépticos e desinfetantes/esterilizantes, considerando espectro de ação, toxidade, custos, indicação. ACCIH deve orientar o uso dos antibióticos visando reduzir a pressão seletiva sobre a flora. Prof. M.Sc. Simone Souza É necessário que os cuidados pré-operatórios sejam adequadamente administrados sem que seu fluxo seja quebrado. Os exames pré-operatórios devem ser realizados no consultório/ambulatório. Identificar, tratar e compensar todos os fatores de risco que possam favorecer a ocorrência de infecção. Realizar todos os procedimentos indicados antes da cirurgia como: tricotomia, banho, preparo da pele do paciente. Prof. M.Sc. Simone Souza Degermação das mãos e paramentação da equipe cirúrgica; Ventilação adequada da sala de operação com 20 a 25 trocas de ar por hora e com filtros de alta eficiência, sobre pressão +, com fluxo direcionado de cima para baixo. Otimização da técnica cirúrgica com hemostasia perfeita, manutenção de bom aporte sangüíneo,remoção de tecidos desvitalizados, ausência de espaços mortos e suturas sem tensão. Prof. M.Sc. Simone Souza Limpeza da sala cirúrgica com água e sabão, associada à solução alcoólica a 70% para o mobiliário e desinfetante apropriado ao final de cada jornada. Antibioticoprofilaxia deve ser utilizada nas situações recomendadas e as drogas devem ser criteriosamente escolhidas. A administração deve ser feita 30 minutos antes do início da cirurgia, readministrando a dose após 2 a 3 horas do início desta. Prof. M.Sc. Simone Souza Historicamente o objetivo era a proteção dos clientes à exposição de microrganismos liberados pelos trabalhadores . Atualmente para proteger o trabalhador à exposição de sangue e outros fluidos dos clientes. Uso deste uniforme deve se restringir apenas a área do Centro Cirúrgico; Não é recomendado o uso de jóias, principalmente pela equipe cirúrgica. Prof. M.Sc. Simone Souza Podem ser: - Reprocessáveis, ou - De uso único. - Impermeáveis, ou - Reforçados na parte da frente e nos antebraços. O reforço pode ser de: filmes, membranas impermeáveis ou camadas duplas do mesmo material. Prof. M.Sc. Simone Souza Avental padrão. É geralmente sem reforço e seu tecido é de algodão ou brim. Aventais com proteção ocupacional mínima devem ter: - Material com alguma resistência à penetração de líquidos e microganismos, ao desgaste e à deformação no uso e no reprocessamento. Prof. M.Sc. Simone Souza - Tamanho adequado aos vários manequins, com fechamento completo, conforto na movimentação e cobertura integral a partir do pescoço e membros; - Custo benefício; - Manutenção à sua integridade e durabilidade, realizando testes e inspeções periódicas quanto ao desgaste, furos, descontinuidade da costura, ausência de amarraduras, ingredientes tóxicos, manchas e sujidade. Prof. M.Sc. Simone Souza Inspeção e testes com monitoramento para controlar e determinar a vida útil dos aventais reutilizáveis, como: • número de ciclos de lavagem e esterilização, antes que a barreira de proteção fique comprometida. Prof. M.Sc. Simone Souza OBJETIVO Originariamente é estabelecer uma barreira impermeável para proteger o cliente da flora microbiana presente nas mãos da equipe cirúrgica. São feitas de látex, esterilizadas e utilizadas em procedimentos críticos. Recentemente, devido aos riscos de infecção ocupacional pelo contato e injúrias com sangue do cliente, passou a ser também a proteção da equipe cirúrgica. Prof. M.Sc. Simone Souza As luvas devem ser descartáveis. O seu reprocessamento tem sido contra-indicado por várias razões, sendo uma delas o risco ocupacional, principalmente, pela inalação de talco. Devido a freqüência de rasgos (24%), perfurações nas luvas dos cirurgiões (37,5%) e instrumentadores (48%), a alternativa proposta é o uso de luvas duplas, sendo que estas devem ser maiores que as primeiras e devem ser trocadas a cada hora pelos cirurgiões. Prof. M.Sc. Simone Souza ALGUMAS RESISTÊNCIAS Existem razões para a não utilização das luvas duplas pelos cirurgiões: - por reduzirem a sensibilidade tátil; - por apertarem as mãos em demasia. Prof. M.Sc. Simone Souza OS RISCOS Os riscos de contato e injúrias por estragos nas luvas dependem não só do tempo de cirurgia como também do tipo de procedimento. É recomendável que a equipe cirúrgica observe freqüentemente suas luvas em busca de estragos mínimos e providenciem sua troca (Ayliffe, 1992). Prof. M.Sc. Simone Souza Há de se observar que a principal razão pela qual as luvas cirúrgicas são usadas é a técnica asséptica, que demanda cuidado durante e sua colocação e o seu uso. Prof. M.Sc. Simone Souza São aquelas usadas em procedimentos não críticos, com intuito maior de proteger o profissional. Os tipos: - látex - plástico (em desuso) CRÍTICAS A forma incorreta como tem se utilizado as luvas aumenta a disseminação ao invés de contê-la. Ex: O profissional toca em sangue ou secreções contaminadas de um cliente e em seguida vai atender outro cliente, ou pega na maçaneta da porta sem trocar as luvas. Prof. M.Sc. Simone Souza Somente em procedimentos em que as mãos entrarão em contato direto com sangue e outros fluidos orgânicos do cliente ou quando há risco de exposição aos mesmos; Retirá-la imediatamente após procedimento e lavar as mãos em seguida; Substituir luvas por instrumentos de preensão sempre que possível ao separar papéis, luvas, compressas e roupas do hamper e pegar materiais no chão. Prof. M.Sc. Simone Souza Fechamento de hamper, cestos de materiais descartáveis ou lixo com técnica de isolamento tocando no lado externo dos mesmos. Evitar tocar com luvas as maçanetas das portas, carros de equipamento anestésico, cirúrgico, etc. Prof. M.Sc. Simone Souza Após a retirada das luvas é recomendado a lavagem das mãos, embora esta tenha sido dificultada por várias razões: - a maioria dos centros cirúrgicos não possuem pias apropriadas perto das S.O.; - não dispõem de papel toalha para enxugar as mãos; - trabalhadores e equipes só realizam lavagem simples das mãos quando vão ao vestiário, o que é pouco freqüente. COMISÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR-CCIH • Conceito: Orgão que coordena as atividades de investigação, prevenção e controle das complicações infecciosas relacionadas com a hospitalização • Composição: equipe multidisciplinar 1 clinico, 1 enfermeiro, 1 cirurgião,1 farmacêutico, 1 bacteriologista Finalidade da CCIH • Deliberar sobre o planejamento do Serviço de Controle de Infecção • Avaliar a situação do CIH no hospital • Divulgar os resultados decisões relacionadas a Infecção hospitalar COMISÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR-CCIH • Competência da equipe: • Exercer atividade de educação • Exercer atividade de vigilância epidemiológica • Exercer atividade de supervisão e controle • Exercer atividade de treinamento Compete ao enfermeiro de CCIH • Estimular , orientar e fiscalizar o preenchimento de fichas de notificação • Orientar e supervisionar a aplicação de técnicas assépticas • Promover o desenvolvimento de rotinas escritas de enfermagem • Propor programas de atualização profissional • Propor e atuar em programas de treinamento profissional Enfermeiro de centro cirúrgico e as ações de CIH • Limpeza e provimento adequado dos recursos necessários, para realizaçãodo ato anestésico-cirúrgico: Preparatória,Operatória,Concorrente e Terminal • Princípios de assepsia cirúrgica na S.O. • Técnicas assépticas na montagem procedimentos relacionados ao preparo da equipe e do campo operatório • Manuseio de materiais estéreis e instrumental durante a cirurgia • Tráfego na S.O • Manejo e assistência ao paciente infectado Compete ao enfermeiro de CME e as ações de CIH • Investir na centralização do processamento de artigos • Investir na qualificação do pessoal • Investir em equipamentos mais modernos • Supervisionar e controlar: fluxo das atividades mantendo barreiras,métodos de processamento de artigos, fluxo adequado de processamento de artigos, controle de qualidade da eficácia do processo de esterilização-controle biológico Compete ao enfermeiro de CME e as ações de CIH • Programa de manutenção preventiva dos equipamentos • Ambiente adequado para acondicionar e guardar material processado • Monitorização sistemática do funcionamento dos equipamentos após manutenção Prof. M.Sc. Simone Souza Duas indicações para cirurgias limpas são: 1. Qualquer inserção de material protético intravascular ou articular 2. Qualquer operação na qual uma ISC incisional ou de órgão/espaço pode ser catastrófica Cirurgia Cardíaca Neurocirurgias Enxertos arteriais com próteses Revascularizaçaõ de extremidade inferior Prof. M.Sc. Simone Souza Administrar 30-60 minutos antes da incisão Dose – 1-2 gramas Manter níveis terapêuticos séricos e no tecido de antibiótico durante a cirurgia Se a operação demorar mais de 4 h administrar a 2ª dose Se usar vancomicina adm.a 2ª dose se a operação demorar mais de 6 h Perda sangüínea maior que 2000 ml adm.a 2ª dose
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