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Resmat I

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO POLITÉCNICO
Graduação em Engenharia Mecânica
Disciplina: Mecânica dos Materiais 1 – 5º Período
Professor: Dr. Damiano da Silva Militão.
 
Tema de aula 1: Tensão 
SEQUÊNCIA DE ABORDAGENS:
1.1 Introdução
1.2 Equilíbrio
1.3 Tensão
1.4 Tensão Normal Média em uma Barra com Carga Axial
1.5 Tensão de Cisalhamento Média
1.6 Tensão Admissível
OBJETIVOS:
Revisar alguns princípios importantes da estática e usar para determinar os esforços internos resultantes em um corpo.
Introduzir os conceitos de tensão normal e tensão de cisalhamento e discutir aplicações específicas da análise e do projeto de elementos submetidos a carga axial ou cisalhamento.
“Não é conhecer muito, mas o que é útil, que torna um homem sábio.”
THOMAS FULLER, M.D.
1.1-Introdução.
A resistência dos materiais: estuda as relações entre cargas externas aplicadas a um corpo deformável e forças internas que atuam dentro do corpo.
Abrange o cálculo da deformação do corpo e o estudo da sua estabilidade, quando submetido a forças externas.
É necessário primeiro usar estática para determina as forças que atuam tanto sobre como no interior de seus vários membros. 
As dimensões dos elementos, sua deflexão e sua estabilidade dependem não só das cargas como também do tipo de material. Assim, a determinação precisa e a compreensão do comportamento do material são de vital importância para o desenvolvimento das equações usadas na resistência dos materiais. 
1.2 - Equilíbrio.
Forças Externas: Classificadas como força de superfície ou de corpo;
Forças de Superfície são causadas pelo contato direto de um corpo com a superfície e distribuídas pela área de contato entre os corpos. 
Se área for pequena é força concentrada em um ponto do corpo. 
Se aplicada ao longo de uma área estreita é carga linear distribuída, w(s) (N/m), representada por setas ao longo da reta s, A força resultante de w(s), FR, equivale à área sob a curva de distribuição da carga, e sua resultante atua no centróide C ou centro geométrico dessa área. 
Força de Corpo. Desenvolve-se sem contato físico direto entre eles. No caso da gravidade, essa força é chamada peso e atua no centro de gravidade desse corpo.
Reações do Apoio. São forças de superfície nos pontos de contato entre corpos submetidos a sistemas de forças coplanares.
Determinar reação do apoio imaginando que se o apoio impede a translação em dada direção, então deve ser desenvolvida uma força naquela direção; se a rotação for impedida, deve ser aplicado um conjugado sobre o elemento. 
Equações de Equilíbrio. 
O equilíbrio de forças, evita translação ou movimento acelerado.
O equilíbrio de momentos, evita a rotação do corpo. 
Num sistema de coordenadas x, y, z com origem no ponto O as equações podem ser decompostos em componentes:
A melhor maneira de considerar essas forças e conjugados para aplicar as equações é desenhar o diagrama de corpo livre.
Força interna resultante: 
Determina força resultante e o momento que atuam no interior do corpo, para manter o corpo unido quando submetido a cargas externas. 
O diagrama de corpo livre de uma das partes é desenhado.
As forças internas representam os efeitos do material da parte superior atuando sobre a parte inferior.
Exemplo;
Consideremos o corpo mostrado mantido em equilíbrio por quatro forças externas.
Para determinar as cargas internas; fazer uma seção ou 'corte' através da região em que as cargas internas devem ser determinadas (método das seções)
 
Obter a força resultante FR e o momento resultante Mro no Centróide O da área e relacioná-las às forças externas.
As componentes de FR e Mro na direção normal ou perpendicular à área definem;
Força Normal, N, perpendicular à área se as forças externas tendem a empurrar ou puxar as duas partes secionadas do corpo.
Força de Cisalhamento, V, quando as cargas externas tendem a provocar o deslizamento das duas partes secionadas do corpo.
Momento de Torção ou Torque, T, quando as cargas externas tendem a torcer uma parte do corpo secionado em relação à outra (regra da mão direita).
Momento Fletor, M, quando as cargas externas tendem a fletir o corpo no plano da área secionada.
Exemplo 1:
Vamos treinar: 
1-A viga suporta a carga distribuída mostrada. Determinar a carga interna resultante nas seções transversais que passam pelos pontos D e E. Assumir que as reações nos apoios A e B sejam verticais.
Exemplo 2:
Vamos treinar: 
2-A prensa manual de metal está submetida a uma força de 120 N na extremidade. Determine a intensidade da força de reação no pino A e no elo BC. Determinar também a resultante das cargas internas que atuam na seção transversal que passa pelo ponto D do cabo.
1.3-Tensão.
supondo que o material é contínuo, (sem vazios), e coeso, (bem unido e sem trincas), a força finita (ΔF), atuante sobre ΔA, tem três componentes; ΔFz, normal , ΔFx e ΔFy tangentes à área, que geram as seguintes tensões nesta área: 
Para estabelecer o conceito de tensão, considere que a seção da área seja subdividida em áreas pequenas ΔA;
Tensão Normal,
se ΔFz 'empurra' o elemento é denominada tensão de compressão, se 'puxa‘ é chamada tensão de tração.
Tensão de Cisalhamento, 
que atuam tangentes à ΔA.
Onde z indica a orientação da área, enquanto x e y referem-se às retas de direção das tensões de cisalhamento.
Estado Geral da Tensão. Representado ao ‘cortar' um elemento cúbico do volume do material. Em cada face atuam as 3 componentes do estado geral da tensão. 
Unidades. No SI, (N/m2= pascal (Pa). 
No sistema norte-americano, (ou sistema Pés-Libras-Segundo)
expressamos a tensão em libras por polegada quadrada (psi) ou quilolibra
por polegada quadrada (ksi).
1.4-Tensão normal média em uma barra com carga axial.
Caso todas as áreas da seção transversal da barra sejam iguais, a barra será denominada prismática. 
Desprezando o peso da barra, para o equilíbrio do segmento inferior, a resultante da força interna que atua na seção transversal deverá ser igual em intensidade, oposta em sentido à força na extremidade inferior .
Supomos: 
1-considerar tensão no interior da seção média da barra onde a deformação é uniforme (longe das forças externas das extremidades que causam distorções).
2- P aplicada ao longo do eixo centróide para uniformizar deformação.
3- material homogéneo e isotrópico. 
Tensão Normal Média. Com as considerações acima, cada área ΔA está sujeita a uma força 
ΔF = σ Δ A, e o somatório resulta na força interna resultante P no centróide da seção;
Nota: P passar pelo centróide implica tensão uniforme e produzirá momentos nulos em torno de quaisquer eixos x e y que passem por esse ponto:
Igualdades satisfeitas porque
 no centróide;
Tensão Normal Média Máxima. 
Ocasionalmente, a barra pode ser submetida a várias cargas externas ao longo de seu eixo, ou pode ocorrer uma mudança na área de sua seção transversal. 
Resultado: tensão normal no interior será diferente de uma seção para a outra. É importante determinar o local em que a relação P/A chega ao máximo, para tal, havendo mudança de área, mostrar por meio do gráfico da força normal P contra posição x ao longo da barra. 
EXEMPLO: A barra tem largura constante de 35 mm e espessura de 10 mm. Determinar a tensão normal média máxima da barra quando submetida ao carregamento mostrado.
Interpretação gráfica: P é equivalente ao volume sob o diagrama de tensão. A resultante passa pelo centróide do volume considerado.
 OBS: As hipóteses podem ser usadas para barras levemente cónicas. Por exemplo, em barra cónica de seção transversal retangular, com ângulo de 15° entre dois lados adjacentes, a tensão normal média calculada é 2,2% menor.
Como a área da seção transversal da barra é constante, a maior tensão normal média ocorre
em BC; 
Sol: força axial interna na região AB:
força axial interna na região BC: 
força axial interna na região CD: 
Diagrama: 
Graficamente, o volume (ou 'bloco') dessa distribuição de tensão equivale à carga de 30 kN; isto é, 30 k N = (87,5 MPa)(35 mm)(10 mm).
Fazer: O mancal de encosto está submetido às cargas mostradas. Determinar a tensão normal média desenvolvida nas seções transversais que passam pelos pontos B,C e D. Fazer o desenho esquemático dos resultados para um elemento de volume infinitesimal localizado em cada seção.
Exemplo: O pedestal tem seção transversal triangular como mostrado. Supondo que esteja submetido a uma força de compressão de 500 lb, especificar as coordenadas de localização do ponto P (x, y), em que a carga deve ser aplicada na seção transversal, de modo que a tensão normal média seja uniforme. Calcular a tensão e desenhar sua distribuição atuando em uma seção transversal fora do ponto de aplicação da carga.
Solução: Para obter as coordenadas e do centróide devemos nos lembrar que em triângulos ele se encontra à x= 1/3 da altura relativa a base, então podemos dividir em dois triângulos e obter as coordenadas x e y do centróide por somatórrio;
Sendo a tensão média uniforme, podemos calcular por;
A distribuição em uma seção qualquer será:
Fazer: O bloco pequeno tem espessura de 5 mm. Supondo que a distribuição de tensão desenvolvida pela carga no apoio varie como mostrado, determinar a força F aplicada ao bloco e a distância d até o ponto em que ela se aplica.
1.5-Tensão de cisalhamento média.
Ao lado F=2v, logo a tensão de cisalhamento média sobre cada uma das
duas seções será ;
Ela é a uniforme em cada ponto da seção;
Geralmente ocorrem dois tipos de cisalhamento:
Cisalhamento simples: 
 Cisalhamento duplo:
Para estar em equilíbrio de forças (em z e y), e 
momentos, um elemento removido da superfície onde atue a tensão de cisalhamento média;
requer as quatro tensões de cisalhamento com intensidades iguais e sentido contrário nas bordas opostas. (propriedade complementar do cisalhamento)
Exemplo: A embreagem de dentes é usada para transmitir um torque de 450 lb • pés em uma única direção. Supondo que cada eixo tenha apenas dois dentes em torno da circunferência, como mostrado, determinar a tensão de cisalhamento média ao longo da raiz AB de cada dente.
Sol: Façamos o DCL com os momentos e Forças na seção;
Passando tudo para polegada (1ft=12in), o equilíbrio de momentos dará F:
		
Como a área é 1/6 da área do anel;
A tensão média de cisalhamento será
 
1.6-Tensão Admissível
1.7-Projeto de Acoplamentos Simples
O fator de segurança (F.S.) é a relação entre a carga de ruptura Frup e a carga admissível Fadm.
Se a carga aplicada ao elemento for relacionada linearmente à tensão, como σ= P/A e τ=
V/A, então;
O F.S. é maior que 1.
Seja um elemento sujeito a uma força normal; a área requerida da seção será:
Seja um elemento sujeito a uma força cortante; a área requerida da seção será:
Vejamos 4 tipos comuns:
Área da Seção Transversal de um Elemento de Tração
Área da Seção Transversal de um Acoplamento Submetido a Cisalhamento.
Área Requerida para Resistir ao Apoio
Área Requerida para Resistir ao Cisalhamento Provocado por Carga Axial
Exemplo: A estrutura está submetida a uma carga de 1,5 kip. Determinar o diâmetro necessário dos pinos em A e B se a tensão de cisalhamento admissível para o material for 6 ksi. O pino A está submetido a cisalhamento duplo, enquanto o pino B está submetido a cisalhamento simples.
	
Sol: Precisamos dos esforços em B e A;
Usando DCL no braço DC:
Façamos DCL da estrutura:
Pelas Eq. Equil. obtemos os esforços
 em A e D:
Vamos finalmente obter os diâmetros em A e B:
Fazer: O mancal de encosto consiste de um colar circular A preso ao eixo B. Determinar a força axial máxima P que pode ser aplicada ao eixo de modo que não provoque tensão de cisalhamento admissível de 170 MPa ao longo das superfícies cilíndricas a ou b.
	
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!
Bibliografia:
R. C. Hibbeler – Resistência dos materiais – 5º Edição.

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