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Efeito do laser de baixa potência na cicatrização de ferida cirúrgica em ratos

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511
Aplicação do laser de baixa potência na cicatrização de 
feridas
The use of low-power laser in the wound healing 
process
DESCRITORES
Keywords
Laser; Healing process; Wounds.
Endereço para correspondência
Ruthinéia Diógenes Alves Uchoa Lins
Universidade Estadual da Paraíba - UEPB (Departamento de Odontologia)
Rua Juvêncio Arruda, s/n -Campus Universitário - Bodocongó - CEP: 58.109-790 / Campina Grande – PB 
E-mail: ruthineia@bol.com.br ou keila.raposo@gmail.com 
ABSTRACT
The wound healing process has always been an excellent subject for researches. The use of low-power 
laser on wounds during postoperative period has increased the speed of the their healing process. It has 
been implied that low-power radiation affects cellular metabolic processes and improves biological 
effects (analgesic, anti-inflammatory and healing). Laser biostimulation influence the behavior of the he-
aling process. The aim of this paper is review the more interesting aspects of the use of low-power laser in 
the wound healing process.
RESUMO  
O processo de reparo de feridas tem sido ao longo dos anos motivo de numerosos estudos. O empre-
go do laser de baixa potência no período pós-operatório de feridas parece aumentar a sua velocida-
de de cicatrização. Tem sido implicado que a radiação emitida pelo referido laser afeta os processos 
metabólicos celulares, promovendo efeitos biológicos (analgésico, anti-inflamatório e bioestimulan-
te). A bioestimulação promovida pelo laser de baixa potência interfere diretamente no processo de 
reparo. Este trabalho visa revisar os aspectos mais relevantes da aplicação do laser de baixa potência 
no processo de reparo de feridas.
INTRODUÇÃO
O laser é um dispositivo, que produz um feixe de luz es-
pecial, comumente chamado de “Raio Laser”. Pode-se dividir 
os principais laseres em duas categorias: os laseres de baixa 
potência ou laseres terapêuticos e os laseres de alta potência 
ou laseres cirúrgicos1-3.
Os laseres de baixa potência são talvez os mais estuda-
dos mundialmente e, com certeza, já fazem parte da rotina de 
consultórios em uma grande quantidade de países. Uma das 
razões da popularidade desse tipo de laser está relacionada ao 
custo relativamente baixo do equipamento e à objetividade e 
simplicidade dos procedimentos clínicos terapêuticos1.
De um modo geral, os laseres terapêuticos apresentam 
uma série de indicações, podendo ser usados isoladamente 
ou como coadjuvante de outros tratamentos, sempre que se 
necessite de efeito biológico local, uma vez que, dentre as suas 
funções, modulam as células do sistema imune, estimulam a 
microcirculação, ativam a liberação de endorfinas e estimulam 
também a proliferação e a migração celulares, desempenhan-
do ação analgésica, anti-inflamatória e bioestimulante ou ci-
catrizante1,2,4-6. 
A fotobioestimulação promovida pelo laser de baixa 
potência tem sido empregada de maneira bastante eficaz, no 
pós-operatório de feridas cirúrgicas e no tratamento de lesões 
ulceradas, resultando, em uma reparação tecidual mais rápida 
e com padrão de qualidade histológica superior1,6,-11. 
A aplicação do laser de baixa potência no processo de 
reparo tem incentivado vários estudos, pois tal recurso vem 
trazendo benefícios a várias áreas da medicina e da odontolo-
gia moderna7,12. Frente ao exposto, o presente trabalho se pro-
põe a revisar, de forma atualizada, os principais aspectos rela-
cionados ao uso do laser terapêutico na cicatrização de feridas.
REVISÃO DA LITERATURA
O emprego do raio laser no processo de reparação teci-
dual foi estudado, pela primeira vez, por Mester et al. em 1971. 
Estes pesquisadores observaram que as feridas produzidas em 
ratos cicatrizavam de forma mais rápida, sob a ação do laser 
terapêutico. om base nesse estudo, várias investigações têm 
relatado resultados similares8,13.
Conforme alguns autores 3,10,14, os laseres de baixa potên-
cia não afetam os tecidos termicamente, no entanto aumen-
tam a velocidade do processo de reparo dos tecidos injuriados. 
Quando aplicado em doses apropriadas, o laser pode es-
timular um aumento na produção de linfócitos e ATP mitocon-
drial bem como um aumento na proliferação de fibroblastos, 
Laser; Cicatrização; Feridas
1. Professora Adjunta da Disciplina de Periodontia -UEPB.
2. Professor Adjunto da Disciplina de Periodontia – UNP.
3. Mestranda em Odontologia com área de concentração em Clínica Integrada – UFPE.
4. Professora Adjunta da Disciplina de Odontopediatria – UEPB.
5. Doutorando em Ciências pela FM-USP.
Ruthinéia Diógenes Alves Uchoa Lins1, Euler Maciel Dantas2, Keila Cristina Raposo Lucena3, Ana Flávia Granville-Garcia4, José Sandro Pereira da Silva5
Artigo de Revisão / Review Articie
Odontol. Clín.-Cient., Recife, Suplemento 511-516, out./dez., 2011
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promovendo efeitos anti-inflamatórios e analgésicos5.
O tratamento diário com o laser de baixa potência no 
período pós-operatório de feridas promove grandes benefí-
cios ao processo de cicatrização, entretanto a radiação laser 
aplicada a cada dois dias do período pós-operatório tem de-
monstrado poucos efeitos bioestimulantes6. 
Em um estudo para avaliar o efeito da fototerapia na ci-
catrização de úlceras na perna de dois pacientes diabéticos, a 
associação do laser (660/890nm) duas vezes por semana com 
a sulfadiazina tópica diária mostrou-se eficaz na cicatrização 
cirúrgica, constituindo-se numa terapia bioestimuladora, não 
invasiva e com adicional efeito analgésico15.
Muitas pesquisas3,10 sugerem que o laser terapêutico 
eleva significativamente a velocidade de cicatrização durante 
os primeiros dias do processo de reparo, não demonstrando 
efeitos benéficos, quando comparado com o grupo controle 
no final da segunda semana do ciclo de reparo das feridas, su-
gerindo que os estágios mais precoces do processo de reparo 
são também os mais sensíveis à laserterapia.
Os laseres de baixa potência mais comumente utilizados 
na laserterapia são: o laser de Hélio-Neon (He-Ne), cujo com-
primento de onda está situado dentro da faixa de luz visível 
(luz vermelha); o laser de Arsenato de Gálio-Alumínio (Ga-As-
-Al), também chamado de laser de diodo, cujo comprimento 
de onda situado fora do espectro de luz visível (luz infra-ver-
melha); e o laser combinado de Hélio-Neon diodo1-3,6,13,16,17. 
Alguns pesquisadores acreditam que ambos os tipos de 
laseres terapêuticos (vermelho e infravermelho) estimulam a 
cicatrização de feridas, enquanto outros acreditam no efeito 
bioestimulante apenas do laser de luz visível, especialmente o 
laser de He-Ne, não concordando assim com a participação do 
laser de luz infravermelha no processo de cicatrização tecidu-
al18. A maioria dos trabalhos encontrados na literatura sugere 
que o laser de He-Ne (632-633nm) é o mais efetivo no reparo 
de feridas7.
O efeito da associação de dois comprimentos de onda 
de laseres de baixa intensidade (685 e 780nm) do tipo Arsena-
to de Gálio sobre os eventos de reparação tecidual em feridas 
realizadas no dorso de ratos foi investigado19. Os autores con-
cluíram que as feridas tratadas com os dois comprimentos de 
onda apresentaram melhor reparação e contração teciduais, 
quando comparadas às feridas do grupo controle e àquelas 
tratadas apenas com um comprimento de onda.
Dois tipos de laseres de He-Ne (diodo e gás) foram exa-
minados quanto a sua efetividade no processo de cicatrização 
de feridas produzidas em ratos, tendo como resultados que o 
laser diodo (670nm) foi tão efetivo quanto o laser gás (632nm) 
no aumento da velocidade do reparo tecidual9. Conforme 
alguns autores14, a ação dos laseres nos tecidos depende da 
duração da emissão de suas diferentes densidades na área 
aplicada.
Não somente o tipo de feixe de luz (visível ou invisível) 
como também os níveis de fluência ou dosimetria (entre 1 e 
20J/ cm2)do laser de baixa potência influenciam no proces-
so de reparo9,10. Segundo esses autores, alguns estudos não 
especificam a dosimetria utilizada para promover os efeitos 
bioestimulantes, gerando assim resultados conflitantes. No 
entanto, os níveis extremos de energia afetam a velocidade de 
cicatrização e, portanto, a fluência ou dosimetria entre 4 e 20J/
cm2 parece ser a mais segura9.
A ação do laser diodo He-Ne com uma fluência de 1,2 J/
cm2 foi avaliada em incisões de retalhos gengivais realizados 
para exodontias10. Cinquenta e dois pacientes participaram da 
pesquisa, onde a velocidade de reparo foi avaliada clinicamen-
te bem como através de fotografias. Do total de incisões sub-
metidas à ação do laser, 77% demonstraram um reparo mais 
rápido do que as incisões controle, sugerindo que o laser dio-
do He-Ne, utilizado com o nível de energia supracitado, parece 
aumentar a velocidade da cicatrização de feridas gengivais em 
humanos, sem provocar efeitos colaterais.
Um outro experimento, com metodologia semelhante 
à anterior, porém utilizando uma fluência de 0,34 J/cm2, tam-
bém foi realizado11. De todas as incisões tratadas com o laser 
terapêutico, 69% apresentaram maior velocidade de reparo, 
resultando nas mesmas conclusões do estudo preliminar. 
Os efeitos do laser He-Ne com comprimento de onda 
de 632,8nm e do laser Ar-Ga. com comprimento de onda de 
940nm, ambos com densidade de energia de 1J/cm2, foram 
analisados em feridas realizadas em ratos diabéticos20. Os re-
sultados demonstraram que as feridas irradiadas com laser 
infravermelho apresentaram maior resistência à tração quan-
do comparadas às feridas usadas como controle e que o laser 
He-Ne mostrou-se mais efetivo do que o laser infravermelho. 
O autor sugeriu que os efeitos do laser podem estar na depen-
dência do comprimento de onda e das propriedades eletro-
magnéticas da radiação.
Utilizando um laser com comprimento de onda de 632nm 
e potência de 16mW em um período de quatro dias consecu-
tivos, foi estudado o efeito do laser de baixa intensidade em 
feridas cutâneas em animais portadores de diabetes tipo II, ob-
servando-se uma melhor reparação tecidual quando as feridas 
foram tratadas com densidade de energia de 4J/cm2 21.
Segundo citações de alguns pesquisadores6,7,22, as prin-
cipais modificações histológicas observadas nas feridas pro-
duzidas em ratos, tratadas com o laser terapêutico, incluem 
a diminuição da quantidade do infiltrado inflamatório, o au-
mento na formação do tecido de granulação, a epitelização 
precoce, o aumento na proliferação fibroblástica bem como 
na síntese de produtos da matriz extracelular, especialmente 
o colágeno, e uma maior neovascularização.
 Em um experimento de caráter clínico e microscópico, 
foi estudado o efeito do laser de Ga-As (904nm) na cicatrização 
de feridas provocadas na região caudal do dorso de ratos, não 
sendo verificadas diferenças no processo de reparo quanto à 
epitelização, proliferação fibroblástica e endotelial, formação 
e maturação do tecido de granulação e resolução do processo 
inflamatório, entre as feridas tratadas com o laser, as feridas 
não irradiadas e aquelas submetidas à radiação placebo13. Para 
esses investigadores, a laserterapia não influencia na repara-
ção tecidual de feridas.
A eficácia do laser de baixa potência do tipo Ga-Al-As 
(635nm) no tratamento de úlceras provocadas por dano tér-
mico em mucosa jugal de ratos Wistar albinos, foi verificada 
histologicamente utilizando 45 animais machos, cuja amostra 
foi dividida em 3 grupos: grupo controle (15 ratos), grupo pla-
cebo (15 ratos) e grupo experimental (15 ratos). Cada grupo foi 
dividido em 3 subgrupos, cada qual com 5 animais, que foram 
sacrificados com 2, 5 e 9 dias. Foram realizadas três aplicações 
com laser da seguinte forma: a primeira imediatamente após 
a queimadura, a segunda, 48 horas após, e a terceira, 5 dias 
após. Para cada uma das três aplicações, foi utilizado o tempo 
de 12,3 minutos, 3J/cm2 em cada uma das referidas aplicações, 
obtendo-se uma dose total de 9 J/cm2 ao final das três sessões. 
Os resultados histológicos obtidos demonstraram uma me-
lhor e mais rápida cicatrização no grupo irradiado, evidencia-
da pela maior proliferação fibroblástica no período de 9 dias, 
quando comparada com aquela do grupo controle23.
O efeito do laser de baixa intensidade foi avaliado na 
redução da incidência e da severidade da mucosite induzida 
em Ramisters24. Os animais foram divididos em três grupos: 
Grupo I – aplicação do laser de baixa intensidade InGaAIP, 
com comprimento de onda de 683nm e densidade de ener-
gia de 12J/cm2, em cinco pontos da mucosa jugal direita e es-
querda de 30 animais, durante 07 dias; Grupo II – não recebe-
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Aplicação do laser de baixa potência na cicatrização de feridas
Lins RDAU, et al.
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ram tratamento; Grupo III – controle negativo, composto por 
cinco animais que não receberam o protocolo de indução da 
mucosite. Houve diferença estatisticamente significativa en-
tre o grupo tratado com laser e o grupo não tratado quando 
se comparou, clínica e histologicamente, a intensidade da 
mucosite induzida. O autor concluiu que a aplicação do laser 
de baixa potência, nos parâmetros determinados para este 
estudo, promoveu a redução da severidade da mucosite oral 
e acelerou a cura das lesões, embora não tenha prevenido o 
surgimento destas.
Em humanos, as observações clínicas e os estudos com 
pequeno número de casos sugerem que o laser terapêutico 
estimula a cicatrização de feridas, diminui a sintomatologia 
dolorosa e reduz a inflamação gengival6. No entanto, estudos 
clínicos controlados têm produzido resultados divergentes.
Em uma revisão sobre a influência do laser de baixa 
intensidade na cicatrização tecidual, não foram encontrados 
resultados determinantes sobre o mecanismo de aço e os pa-
râmetros utilizados deste tipo de laser nas diferentes fases do 
processo de reparo em lesões cutâneas, sugerindo, assim, a 
realização de mais estudos acerca deste assunto14. 
Objetivando avaliar os efeitos cicatrizante, analgésico e 
anti-inflamatório dos laseres de baixa potência (He-Ne e Ga-
-As) no pós-operatório de cirurgias periodontais, 28 pacientes 
foram submetidos a cirurgias mucogengivais contralaterais, 
em que um sítio foi tratado com os referidos laseres, e o ou-
tro, com um procedimento de efeito placebo. Os resultados 
encontrados não mostraram diferenças significativas no ín-
dice gengival nem tão pouco no índice de cicatrização e na 
redução da sintomatologia dolorosa, quando a laserterapia foi 
comparada com a operação placebo, sugerindo assim que o 
laser de baixa potência pode não ser útil após a realização de 
procedimentos cirúrgicos gengivais realizados em humanos3. 
Alguns pesquisadores18 estudaram o efeito do laser de 
baixa potência infravermelho sobre a inflamação gengival. 
Participaram do estudo 10 estudantes do sexo feminino que 
tiveram a gengivite induzida pela suspensão dos métodos de 
higiene oral. Foi realizada a aplicação do laser durante 4 minu-
tos, correspondente a 1J/cm2, no incisivo lateral mandibular, e 
como controle, o incisivo do lado oposto foi submetido à luz 
comum. A avaliação foi feita por meio das mudanças no nú-
mero de vasos por um método estereofotográfico. Não foram 
encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os 
grupos experimental e controle, sugerindo que a aplicação do 
laser de baixa potência não influencia no processo de resolu-
ção da inflamação gengival.
Os efeitos do laser de baixa potência na cicatrização de 
pós-operatório de 13 pacientes foram estudados clínica e his-
tologicamente25. O laser usado para esse estudo foi o AsGaAl, 
com comprimento de onda de 670nm e densidade de ener-
gia de 4J/cm2. Após a cirurgia,o lado teste (direito) recebeu 
aplicação do laser a cada 48 horas durante uma semana, e o 
lado controle (esquerdo) não foi irradiado. Clinicamente, a ava-
liação foi feita por cinco examinadores por meio de fotos dos 
períodos de 7,14,21 e 60 dias do pós-operatório. Para análise 
histológica, foram realizadas biópsias incisionais, próximas à 
papila do canino, em ambos os lados, no período de 7,14,21 e 
60 dias do pós-operatório. Os resultados não mostraram dife-
rença estatisticamente significativa entre os grupos, concluin-
do que o laser não influenciou no processo de reparo após 
cirurgias de gengivoplastia.
Com o objetivo de avaliar clinicamente em humanos 
o efeito da irradiação pós-operatória do laser de baixa inten-
sidade no processo de reparo gengival após gengivoplastia 
pela técnica do bisel externo, foi realizado um estudo com 24 
pacientes portadores de hiperplasia gengival inflamatória26. O 
lado teste, escolhido aleatoriamente, recebeu aplicação do la-
ser com densidade de energia de 4J/cm2 imediatamente após 
o término da cirurgia e a cada 48 horas durante uma semana, 
totalizando quatro sessões; o lado controle não foi irradiado. O 
autor sugeriu que o laser influenciou clinicamente no proces-
so de reparo após cirurgias de gengivoplastia no período de 
02 a 15 dias de pós-operatório.
Por meio de um estudo histológico, foi avaliado o efeito 
do laser de Ga-As (904nm) no processo de reparo de feridas 
cutâneas, provocadas, por intermédio de um “Punch” de 8mm 
de diâmetro, na região dorsal de ratos8. Na análise comparativa 
dos eventos biológicos, após os períodos de observação de 3, 
7 e 14 dias, entre as feridas do grupo experimental (tratadas 
com o raio laser) e as do grupo controle (não irradiadas), os 
pesquisadores observaram que as feridas do primeiro grupo 
exibiram uma cicatrização mais evoluída e diferenciada, carac-
terizada por uma elevada taxa de migração epitelial, acentua-
da proliferação vascular e fibroblástica, com formação de teci-
do conjuntivo bem desenvolvido e rico em fibras colágenas, e 
maior velocidade de evolução do quadro inflamatório agudo 
para o crônico. Os eventos biológicos observados foram mais 
evidentes nos períodos de 3 e 7 dias, e nenhum sinal de efeito 
indesejável da aplicação do laser de baixa potência sobre a re-
paração das feridas foi detectado.
O estudo da terapia a laser de baixa potência sobre os 
diversos constituintes da matriz extracelular é crucial para o 
entendimento do processo cicatricial sob a ação desse agen-
te28. Objetivando avaliar a interferência do referido laser sobre 
as fibras colágenas e elásticas, tais pesquisadores realizaram 
ferimentos cutâneos padronizados no dorso de 72 ratos Wistar 
e, em seguida, aplicação pontual do raio laser do tipo Ga-As-Al 
com diferentes densidades de energia. Os animais foram sa-
crificados aos 5, 7 e 14 dias. Procedeu-se à análise das secções 
teciduais coradas com hematoxilina-eosina, sírius vermelho e 
orceína. Os resultados encontrados revelaram que, no grupo 
experimental, houve maior redução do edema e do infiltrado 
inflamatório e uma maior expressão de fibras colágenas e elás-
ticas, embora sem significância estatística (p>0,05). No trata-
mento com a fluência de 4 J/cm2, foram observados melhores 
resultados do que naquele em que foi utilizada a fluência de 
8 J/cm2. Nesse experimento, concluiu-se que o laser de baixa 
potência contribuiu para uma maior expressão de fibras colá-
genas e elásticas durante o processo cicatricial.
Com o objetivo de estudar comparativamente a influên-
cia do laser GaAlAs sobre a ação das proteínas morfogenéti-
cas ósseas (BMPs) em defeitos ósseos produzidos em fêmures, 
uma amostra com 12 ratos Winstar albino foi utilizada29. As 
amostras foram divididas em 4 grupos aleatoriamente; nos 
grupos 1 e 2, os defeitos foram preenchidos com uma subs-
tância osteoindutora, e os animais foram tratados com o laser 
GaAlAs com doses de 4J/cm2 em uma área de 1cm2. Os grupos 
3 e 4 foram utilizados como controle. Avaliações histológicas 
foram realizadas no 7º, 14º e no 21º dias do pós-operatório. Por 
fim, os autores concluíram que a associação entre a aplicação 
do laser com a substância osteoindutora alcançou um melhor 
resultado do que a aplicação do laser e a referida substância 
quando usadas separadamente. 
O laser de He-Ne aumenta a síntese de colágeno e a 
tensão de contração cicatricial, acelerando, dessa forma, o 
processo de reparo e o fechamento das feridas produzidas em 
ratos7. Entretanto, o laser de Argônio aumenta a produção de 
colágeno, mas não acelera a cicatrização das feridas nesses 
animais. Em um outro experimento, utilizando a pele de um 
animal que mais relembrava a pele humana, o laser de He-Ne 
não demonstrou acelerar à cicatrização de feridas. Para esses 
autores, em animais cuja pele está firmemente aderida à fás-
cia subjacente, o processo de reparo de feridas não é afetado 
pelo laser terapêutico, enquanto que a cicatrização de feridas 
Odontol. Clín.-Cient., Recife, Suplemento 511-516, out./dez., 2011
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Aplicação do laser de baixa potência na cicatrização de feridas
Lins RDAU, et al.
514
em animais de pele elástica, com musculatura subdérmica fina 
e pouca adesão às estruturas profundas, como os ratos, sofre 
forte influência da radiação laser.
Avaliando estudos anteriores em que se aplicou o laser 
de He-Ne com um comprimento de onda de 632,8nm em feri-
das de extração dental, foi observado um avanço na cronolo-
gia do processo de reparo alveolar12. Segundo citações desses 
autores, morfologicamente podem ser consideradas quatro 
fases fundamentais na evolução do processo de reparo alve-
olar, a saber: proliferação celular, desenvolvimento do tecido 
conjuntivo, maturação do tecido conjuntivo e diferenciação 
óssea ou mineralização. 
Os pesquisadores anteriormente citados, em seu pre-
sente experimento, no qual foi realizado um estudo histológi-
co dos efeitos da aplicação do laser de He-Ne, com um compri-
mento de onda de 550nm, no processo de reparo das feridas 
produzidas em ratos após extração dental, observaram que a 
proliferação fibroblástica e a formação de tecido osteoide não 
foram mais proeminentes no grupo irradiado, sugerindo assim 
que o uso da radiação laser He-Ne não leva a um incremento 
na formação de tecido de granulação e concomitante acelera-
ção do processo de reparo. A julgar pelos resultados obtidos, 
os autores acreditam que o comprimento de onda do laser do 
tipo He-Ne pode interferir na cronologia do processo de re-
paro.
Embora a aplicação do laser de baixa potência no pro-
cesso de cicatrização tenha sido bastante estudado, o seu uso 
no manejo de extensas lesões de tecido mole com grande 
contaminação bacteriana ainda não foi objeto de investiga-
ção adequada30. Com o objetivo de avaliar, por meio de es-
tudo bacteriológico in vitro, o efeito do laser com potência 
de 15W/904nm por 200 segundos e outro com potência de 
20W/904nm por 230 segundos, os referidos autores utilizaram 
fragmentos ósseos, colhidos diretamente do sítio de infecção 
após limpeza adequada da pele ao redor da ferida de pacien-
tes com osteomielite pós-traumática. Os autores concluíram 
que o efeito dos referidos laseres, na condição desse estudo, 
mostrou-se inócuo quanto ao aumento do número de unida-
des formadoras de colônias bacterianas.
DISCUSSÃO
De acordo com Pick e Powell17, a aplicação do laser de 
baixa potência no pós-operatório de feridas cirúrgicas parece 
interferir em seu padrão de cicatrização tecidual, acelerando o 
processo de reparo e melhorando a sua qualidade histológica. 
Pode-se inferir que o uso de um único tipo de laser terapêuti-
co no processo de reparo dos mais diversos tipos de tecidos 
pode não ser completamente eficaz quanto a sua capacidade 
de acelerar a cicatrização, visto que cada tecido apresenta umpadrão de absorção de energia específico, e apenas a luz laser 
absorvida produz realmente efeito biológico tecidual.
Apesar das possíveis aplicações clínicas do laser tera-
pêutico em tecidos mole e ósseo, os mecanismos biofísicos da 
irradiação do laser de baixa intensidade em células bacteria-
nas têm sido pobremente investigados. Em um estudo para 
avaliar dois tipos de laseres sobre diferentes populações bac-
terianas habitualmente presentes em feridas pós-traumáticas, 
Coutinho et al.30 observaram que o aumento do número de 
colônias mostrou-se inócuo nas doses utilizadas na pesqui-
sa. Tal resultado pode ter ocorrido em virtude das diferentes 
dosagens utilizadas neste estudo, uma vez que a resposta fo-
toquímica das células bacterianas parece ser dependente do 
comprimento de onda utilizado, sendo necessários mais estu-
dos para esse fim. 
As citações de Conlan, Rapley e Cobb7 apontam o la-
ser de He-Ne, com comprimento de onda variando de 632 a 
633nm, dentro da faixa de luz visível (vermelha), como sendo o 
laser de baixa potência mais efetivo na cicatrização de feridas. 
Entretanto, Rydén et al.18 trazem, em seu trabalho, a informa-
ção de que alguns autores também acreditam no efeito bioes-
timulante do laser de luz infravermelha no processo de reparo. 
De fato, os experimentos de Garcia, Okamoto e Kina8 e Locci19, 
utilizando laseres de Ga-As, cujo comprimento de onda está 
situado na faixa de luz invisível (infravermelha), revelaram re-
sultados positivos quanto à aceleração e à melhor qualidade 
histológica do processo de reparo de feridas irradiadas, embo-
ra os primeiros autores tenham utilizado o referido laser nos 
dois espectros de luz (visível e invisível). Em contrapartida, 
Hall et al.13 e Rydén et al.18 concluíram, em seus experimentos 
utilizando laseres de luz infravermelha, que a laserterapia não 
influencia na reparação tecidual de feridas bem como na reso-
lução do processo de inflamação gengival, respectivamente.
Ao comparar a efetividade dos laseres de He-Ne diodo 
(670nm) e gás (632nm) na cicatrização de feridas produzidas 
em ratos, Neiburger9 verificou que ambos foram efetivos no 
aumento da velocidade do processo de reparo tecidual, não 
mostrando nenhum tipo de diferença clínica. Posteriormente, 
este mesmo autor10,11 realizou outras pesquisas de caráter clí-
nico, agora em humanos, utilizando o laser de He-Ne diodo 
com o mesmo comprimento de onda do estudo anterior, e 
também observou uma aceleração no processo cicatricial dos 
tecidos injuriados. Em adição, Reddy20 sugeriu em sua inves-
tigação que o comprimento de onda e as propriedades ele-
tromagnéticas da radiação podem exercer influência sobre os 
efeitos do laser na área aplicada.
Resultados positivos quanto à influência da laserterapia 
na cicatrização de feridas têm sido, frequentemente, encon-
trados em pesquisas utilizando pequenos animais, como os 
ratos, porém em humanos os resultados experimentais não 
são muito convincentes, de acordo com os relatos de Conlan, 
Rapley e Cobb7.
Alguns pesquisadores3,18 não acreditam nos efeitos bio-
estimulante, analgésico e anti-inflamatório do laser terapêuti-
co, visto que, em seus experimentos utilizando os laseres de 
baixa potência no pós-operatório de cirurgias periodontais, 
não foram encontradas diferenças relevantes quanto à redu-
ção da sintomatologia dolorosa e os índices gengival e de ci-
catrização quando comparada à laserterapia com a operação 
placebo. De conformidade com esses autores, os resultados 
encontrados por Damante25 não verificaram os benefícios da 
terapia com o laser no processo de reparo após cirurgias de 
gengivoplastia. Em contrapartida, um outro estudo realizado 
por Camelo26 mostrou uma melhor resposta tecidual nas áre-
as tratdas com o laser de baixa potência, quando comparadas 
àquelas não irradiadas.
Em discordância com o estudo supracitado, Niccoli-Filho 
et al.12 aplicando o laser de He-Ne com um comprimento de 
onda de 550nm, inferior àquele utilizado em estudos anterio-
res (632,8nm), não mais observaram um avanço na reparação 
das feridas produzidas em ratos após extração dental, visto 
que a proliferação fibroblástica e a formação de tecido osteoi-
de não se mostraram mais pronunciadas no grupo irradiado, 
sugerindo assim que o comprimento de onda do laser de He-
-Ne pode perfeitamente interferir na cronologia do processo 
de reparo alveolar. Baseado nos resultados destas pesquisas 
e respaldado nas citações de Conlan, Rapley e Cobb7, quanto 
à maior efetividade do laser de He-Ne (632-633nm) na cicatri-
zação dos tecidos, sugere-se que o comprimento de onda na 
ordem de 632,8nm seja o ideal para a aceleração do processo 
de reparo tecidual.
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Depreende-se dos estudos de Neiburger9, Neiburger10 e 
Niccoli-Filho et al.12 que não somente o comprimento de onda 
do feixe de luz e o tempo de exposição à radiação como tam-
bém os níveis de energia, fluência ou dosimetria do laser de 
baixa potência interferem no processo de reparo. A importân-
cia da escolha do nível adequado de energia tem sido enfatiza-
da por muitos autores, porém a energia recomendada para se 
obter a bioestimulação ideal varia muito na literatura. 
Segundo Neiburger9-11, alguns estudos não especificam 
a dosimetria utilizada para promover os efeitos bioestimulan-
tes descritos, gerando, assim, resultados conflitantes. Esse pes-
quisador, em seus diferentes experimentos, utilizou diferentes 
dosimetrias, sendo elas respectivamente: 2,1-10,3 J/cm2, no 
primeiro estudo; 1,2 J/cm2, no segundo e 0,34 J/cm2, no últi-
mo. Em todos estes trabalhos, foi observado um aumento na 
velocidade de reparação tecidual, como já discutido anterior-
mente. Assim sendo, os níveis de fluência utilizados pelo pes-
quisador em suas diferentes pesquisas não interferiram dire-
tamente no processo de reparo. Entretanto, em seu trabalho 
realizado em 1959, afirma que os níveis extremos de energia 
afetam a velocidade de cicatrização, e, portanto, a fluência ou 
dosimetria entre 4 e 20 J/ cm2 parece ser a mais segura. 
No estudo de Pugliese et al.28, a fluência de 4 J/ cm2 foi 
mais efetiva no estímulo à expressão de fibras colágenas e 
elásticas do que a fluência de 8 J/ cm2. Corroboram com este 
resultado, os estudos de Byrbes et al.21 e Camelo26 que verifi-
caram uma melhor resposta tecidual quando as feridas foram 
tratadas com laser de baixa potência, com densidade de 4J/
cm2. Em acréscimo, resultados positivos do laser, utilizado com 
a mesma fluência supracitada, foram alcançados quando as-
sociado às BMPs para o preenchimento de defeitos ósseos em 
animais, de acordo com Carvalho et al.29. Conforme Coraza27, 
em um estudo comparativo entre o laser e o LED, ambos os 
instrumentos ajustados a uma densidade de energia de 5J/
cm2, resultados expressivos no estímulo angiogênico em pele 
lesada foram demonstrados. Contrariando tais estudos, Da-
mante25, utilizando laser com densidade de energia igual a 4J/
cm2, concluiu que esse instrumento não influenciou no pro-
cesso de reparo após cirurgia periodontal.
Muitas pesquisas sugerem que o laser de baixa potência 
eleva significativamente a velocidade de cicatrização durante 
os primeiros dias do processo de reparo, não sendo, portanto, 
tão efetivos no final da segunda semana do ciclo de reparo 
das feridas quando comparado ao grupo controle, sugerindo 
assim que os estágios mais precoces do processo de reparo 
são também os mais sensíveis à laserterapia. Isso pode ser con-
firmado pelos resultados do experimento de Garcia, Okamoto 
e Kina8, em que os eventos biológicos encontrados, incluindo 
uma elevada taxa de migração epitelial e uma acentuada pro-
liferação vascular e fibroblástica, foram mais evidentesnos pe-
ríodos de 3 e 7 dias do que no período de 14 dias. 
Contrariando a investigação anterior, Ponzi et al.23 obser-
varam em seu experimento uma maior proliferação fibroblás-
tica as feridas irradiadas no período de 9 dias do que nos perí-
odos iniciais de 2 e 5 dias. Tal divergência poderia ser explicada 
pelo fato de, no primeiro estudo8, as feridas terem sido pro-
duzidas por intermédio de um “Punch” e no segundo23 estas 
terem sido provocadas por um dano térmico, o que poderia 
justificar, em parte, a cicatrização mais lenta das feridas irradia-
das no segundo estudo, em virtude da ocorrência de um dano 
tecidual mais intenso. Em acréscimo, estudando o processo 
de reparo em gengivoplastias, Camelo26 verificou que o lado 
tratado com laser foi melhor, quando comparado com o lado 
controle no período de 2 a 15 dias de pós-operatório. Para Nei-
burger10, a intensidade do trauma e as condições patológicas 
da região injuriada podem perfeitamente influenciar a veloci-
dade do processo de reparo.
Entretanto, é importante ressaltar que, em ambos os 
estudos anteriores23,26, as feridas irradiadas mostraram um 
melhor e mais rápido padrão de cicatrização do que as feri-
das não irradiadas. Esses resultados não foram encontrados 
na pesquisa de Hall et al.13 na qual as feridas tratadas com o 
laser, as feridas não irradiadas e aquelas submetidas à radiação 
placebo exibiram processos de reparo semelhantes quanto à 
epitelização, proliferação fibroblástica e endotelial, formação 
e maturação do tecido de granulação e resolução do processo 
inflamatório.
Grande parte dos trabalhos encontrados na literatura 
pertinente revela que para o laser de baixa potência acelerar o 
processo de reparo de feridas cirúrgicas, este deve ser aplicado 
diariamente e não, a cada dois dias, durante o período pós-
-operatório. Segundo relatos de Walsh6, pesquisas nas quais o 
referido laser foi aplicado no período pré-operatório com igual 
finalidade falharam em detectar efeitos benéficos significati-
vos6. Esse autor ainda comenta que, em humanos, as inves-
tigações clínicas e os experimentos com pequeno número de 
casos sugerem que o laser de baixa potência estimula a cica-
trização de feridas. Tal fato pôde ser observado em um estudo 
realizado por Minatel et al.15 com dois pacientes diabéticos no 
qual a terapia com laser mostrou-se eficaz na cicatrização das 
úlceras na perna desses pacientes. No entanto, é importante 
ressaltar que, nesse estudo, houve uma associação entre o la-
ser e uma medicação tópica, o que pode ter contribuído para 
a análise final do estudo. 
Diversos estudiosos contestam os efeitos benéficos ad-
vindos do uso do laser de baixa potência na prática clínica, sa-
lientando que os resultados positivos obtidos em animais não 
podem ser transferidos para o homem em virtude da dissimi-
laridade da cor e da estrutura tecidual, da individualidade nas 
propriedades de absorção e reflexão de energia e das diferen-
ças nas susceptibilidades dos tecidos irradiados7,12. 
Uma outra característica importante que também deve 
ser observada, de acordo com os últimos autores menciona-
dos, é o tipo de pele animal, visto que, segundo relatos des-
tes, a cicatrização de feridas em animais de pele elástica, com 
musculatura subdérmica fina e pouca adesão às estruturas 
profundas, como os ratos, sofre forte influência da radiação 
emitida pelo laser terapêutico, enquanto que o processo de 
reparo de feridas em animais cuja pele está firmemente ade-
rida à fáscia subjacente, parece não ser afetado por tal laser. 
Ressalta-se ainda que grande parte da cicatrização das feri-
das produzidas em animais de pele elástica (ex.: ratos) ocorre 
por contração, ao passo que o processo de reparo da pele 
humana envolve uma maior epitelização para que ocorra o 
fechamento da ferida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Grande parte dos experimentos relatados e discutidos 
no presente trabalho demonstra o poder de aceleração do 
processo de reparo de feridas promovido pelo laser de baixa 
potência. Outras pesquisas, no entanto, são incapazes de do-
cumentar os efeitos bioestimulantes desse tipo de laser sobre 
o processo cicatricial e, finalmente, algumas ainda questionam 
o fato de que os achados obtidos podem não ser específicos 
da radiação laser. Baseado-se na análise dos referidos estudos, 
pode-se inferir que as divergências de resultados ocorrem 
notadamente em virtude da existência de diferentes tipos de 
laseres com diferentes comprimentos de onda, densidades 
de energia, frequência, potência e tempo de exposição bem 
como em consequência das falhas metodológicas e dos mais 
variados tipos de células e animais testados. Dada a comple-
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xidade do assunto, a aplicação dessta técnica merece estudos 
adicionais bem controlados, a fim de melhor conhecer o com-
portamento do processo de reparo das feridas frente à radia-
ção emitida pelo laser de baixa potência.
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