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REVISÃO DE REDAÇÃO INSTRUMENTAL AV.2

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REVISÃO DE REDAÇÃO INSTRUMENTAL – AV.2
Raciocínio dedutivo e indutivo:
O raciocínio dedutivo é um tipo de raciocínio que começa com uma ou várias reivindicações (local) e conclui com uma afirmação diferente (conclusão) cuja verdade é garantida pela validade do processo de raciocínio. O raciocínio indutivo, por outro lado, começa com uma ou mais premissas e tenta generalizar a partir delas o que é verdade em alguns casos, o que é provável que seja verdade em geral.
O raciocínio dedutivo faz uso das regras da lógica para se chegar a uma conclusão. Se as premissas são verdadeiras e as leis aplicadas estão corretas, então a conclusão é necessariamente verdadeira. Este é um exemplo de raciocínio dedutivo: “Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal…” A conclusão (“Sócrates é mortal”) é derivada das duas premissas (“Todos os homens são mortais” e “Sócrates é um homem”), aplicando a lei da lógica de predicados chamada instanciação universal.
No raciocínio indutivo, o papel das premissas é fornecer um forte apoio à conclusão, mas a verdade da conclusão não é garantida, porque este tipo de raciocínio não usa leis universais (tais como as leis da lógica) para chegar à conclusão. O seguinte trecho é exemplo de raciocínio indutivo: “Tenho visto muitos cisnes e eles eram todos brancos. Portanto, todos os cisnes são brancos. ” Neste caso, o raciocínio é correto porque a premissa apoia a conclusão, mas a conclusão é falsa, uma vez que existem cisnes negros.
Silogismo
O silogismo jurídico é um modelo de pensamento lógico que os profissionais do direito (advogados, juízes, promotores de justiça e etc) executam, principalmente, durante a apresentação de pareceres criminais, por exemplo.
A estrutura de um silogismo jurídico seria dividida em três etapas: a apresentação de uma premissa maior, baseada na lei; o caso concreto, ou seja, a apresentação dos fatos como ocorreram; e, por fim, a conclusão que consiste na aplicação da lei ao fato.
Por exemplo: “Matar uma pessoa é crime e assassino deve ser punido. Ora, João matou uma pessoa. Logo, João deve ser punido”.
Narrativa jurídica, os elementos
TEORIA E PRÁTICA DA NARRATIVA JURIDICA 
Classificação dos fatos
Narrar significa mostrar, no texto, a ação de um personagem, que opera uma transformação em seu meio. Aquele que escreve o texto deve definir, dentre os fatos que vai narrar: 
Os que são juridicamente relevantes;
Os que contribuem para a compreensão dos fatos juridicamente relevantes; 
Os que dão ênfase aos outros fatos, mais importantes e os que satisfazem a curiosidade do leitor ou despertam interesse na leitura.
Os fatos juridicamente relevantes são aqueles que importam diretamente para a aplicação da norma jurídica: um acidente de automóvel, por exemplo. As denúncias penais, normalmente, vão pouco além dos fatos juridicamente relevantes. 
Os fatos que contribuem para a compreensão dos fatos juridicamente relevantes são os que dão o contexto em que se desenrolaram. São elementos fáticos que não impõem, necessariamente, uma consequência jurídica, por eles mesmos. Exemplo: o motorista guardava distância do veículo que vinha à sua frente.
Entre os fatos relevantes e os secundários, deve-se procurar responder à estas questões: 
O quê - o fato, a ação. Exemplo: o acidente. 
Quem - os personagens. Exemplo: dois motoristas; autor e réu. 
Como - o modo como se desenrolou o fato. Exemplo: de onde vinham, para onde iam, mecânica do acidente. 
Quando - o momento ou a época em que se deu o fato. Exemplo: na noite do dia 15 de maio de 2003. 
Onde - o local onde se deu o fato. Exemplo: na avenida 23 de Maio. 
Por quê - as razões desencadeadoras do fato. Exemplo: pista molhada, velocidade excessiva. 
Por isso - a consequência dos fatos. Exemplo: danos causados ao veículo. 
Os fatos que dão ênfase aos demais devem ser bem sopesados, antes de serem inseridos no texto: podem tornar a narrativa longa e desinteressante. O ide al do texto narrativo é criar uma expectativa no leitor, fazer progredir o conflito de modo a prender a atenção de quem lê. Para esse fim alguns fatos que não estão no cerne da narrativa podem auxiliar: “o automóvel, um potente Audi A4, turbinado, feito para as autobahns alemãs, antes de colidir com o automóvel do autor, vinha ziguezagueando na avenida, até que…” 
Os fatos que satisfazem a curiosidade do leitor têm que ser ainda mais criteriosamente escolhidos: a idade dos motoristas, o que faziam antes do acidente, etc. 
A narrativa, enfim, não é só um encadeado objetivo de fatos. O advogado mais atento aproveita-se dela para, sem escapar à verdade, iniciar a exposição do seu ponto de vista, e começar a persuadir o leitor. 
A par da narrativa dos fatos - que terá lugar, no mais das vezes, apenas nas iniciais e nas contestações e defesas - o advogado não pode, nunca, deixar de enfrentar fatos narrados pela parte contrária. Pode tentar tirar-lhes a relevância, mas deve enfrentá-los, não só para que não fiquem incontroversos, mas especialmente para demonstrar a força dos seus próprios argumentos.
Diferença entre Narrativa Simples e Valorada
A Narrativa simples é uma narrativa sem compromissos de representar qualquer das partes. Deve apresentar todo e qualquer fato importante para a compreensão da lide, de forma imparcial. Seus elementos a serem narrados são: o que? quem? onde? quando? Como? Por que?. A redação deve-se iniciar por “trata-se de questão sobre...”.Exemplo: Maria esta com problema de saúde e necessita de uma cirurgia.
Narrativa valorada uma narrativa marcada pelos compromisso de expor os fatos de acordo com a versão da parte que se representa em juízo. Por essa razão, apresenta o pedido (da parte autora) e recorre a modalizadores. Os elementos a serem narrados são: o que?, quem?, onde?, quando? Como?, Por quê? E por isso (consequências) Sugerimos iniciar a redação por “fulano ajuizou ação de... em face de Beltrano, na qual pleiteia...” Exemplo: Maria, uma idosa, mãe de duas filhas com problemas de saúde, necessita de uma cirurgia, urgentemente! Deve-se valorar os fatos, dessa maneira.
Tipos de Argumentação
1. Argumento de Autoridade:
A ideia se sustenta pela citação de uma fonte confiável, que pode ser um especialista no assunto ou dados de instituição de pesquisa, uma frase dita por alguém, líder ou político, algum artista famoso ou algum pensador, enfim, uma autoridade no assunto abordado. A citação pode auxiliar e deixar consistente a tese.
Não se esqueça de que a frase citada deve vir entre aspas. Veja:
“O cinema nacional conquistou nos últimos anos qualidade e faturamento nunca vistos antes. ‘Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça’ - a famosa frase-conceito do diretor Glauber Rocha – virou uma fórmula eficiente para explicar os R$ 130 milhões que o cinema brasileiro faturou no ano passado”.
2. Argumento por Causa e Consequência:
Para comprovar uma tese, você pode buscar as relações de causa (os motivos, os porquês) e de consequência (os efeitos, a decorrência).
Observe:
“Ao se desesperar em um congestionamento em São Paulo, daqueles em que o automóvel não se move nem quando o sinal está verde, o indivíduo deve saber que, por trás de sua irritação crônica e cotidiana, está uma monumental ignorância histórica.
São Paulo só chegou a esse caos porque um seleto grupo de dirigentes decidiu, no início do século, que não deveríamos ter metrô. Como cresce dia a dia o número de veículos, a tendência é piorar ainda mais o congestionamento – o que leva técnicos a preverem como inevitável a implantação de perigos”.
3. Argumento de Exemplificação ou Ilustração:
A exemplificação consiste no relato de um pequeno fato (real ou fictício). Esse recurso argumentativo é amplamente usado quando a tese defendida é muito teórica e carece de esclarecimentos com mais dados concretos.
Veja o texto a seguir:
“A condescendência com que os brasileiros têm convivido com a corrupção não é propriamente algo que fale bem de nosso caráter. Conviver e condescendercom a corrupção não é, contudo, praticá-la, como queria um líder empresarial que assegurava sermos todos corruptos. Somos mesmo? Um rápido olhar sobre nossas práticas cotidianas registra a amplitude e a profundidade da corrupção, em várias intensidades.
Há a pequena corrupção, cotidiana e muito difundida. É, por exemplo, a da secretária da repartição pública que engorda seu salário datilografando trabalhos “para fora”, utilizando máquina, papel e tempo que deveriam servir à instituição. Os chefes justificam esses pequenos desvios com a alegação de que os salários públicos são baixos. Assim, estabelece-se um pacto: o chefe não luta por melhores salários de seus funcionários, enquanto estes, por sua vez, não “funcionam”. O outro exemplo é o do policial que entra na padaria do bairro em que faz ronda e toma de graça um café com coxinha. Em troca, garante proteção extra ao estabelecimento comercial, o que inclui, eventualmente, a liquidação física de algum ladrão pé-de-chinelo”.
4. Argumento de Provas Concretas ou Princípio:
Ao empregarmos os argumentos baseados em provas concretas, buscamos evidenciar nossa tese por meio de informações concretas, extraídas da realidade. Podem ser usados dados estatísticos ou falsos ou fatos notórios (de domínio público).
Veja como se processa:
“São expedientes bem eficientes, pois, diante de fatos, não há o que questionar... No caso do Brasil, homicídios estão assumindo uma dimensão terrivelmente grave. De acordo com os mais recentes dados divulgados pelo IBGE, sua taxa mais que dobrou ao longo dos últimos 20 anos, tendo chegado à absurda cifra anual de 27 por mil habitantes. Entre homens jovens (de 15 a 24 anos), o índice sobe a incríveis 95,6 por mil habitantes”.
5. Argumento por analogia (ou a simili):
É o argumento que pressupõe que se deve tratar algo de maneira igual, situações iguais. As citações de jurisprudência são os exemplos mais claros do argumento por analogia, que é bastante útil porque o juiz será, de algum modo, influenciado a decidir de acordo com o que já se decidiu, em situações anteriores.
Veja um exemplo desse argumento:
“Em relação à violência dos dias atuais, o Brasil age semelhante a uma noiva abandonada no altar: perdida, sem saber para aonde ir, de onde veio e nem para onde quer chegar. E a questão que fica é se essa noiva largada, que são todos os brasileiros, encontrará novamente um parceiro, ou seja, uma nova saída para o problema”.
6. Argumento de Senso Comum:
É o argumento que traz uma afirmação que representa consenso geral, incontestável. São mais utilizados quando se quer defender um ponto de vista, uma opinião, um argumento que é massificado; ninguém irá apelar contra, pois é conhecido universalmente.
7. Argumento de fuga:
É o argumento de que se vale o retórico para escapar à discussão central, onde seus argumentos não prevalecerão. Apela-se, em regra, para a subjetividade – é o argumento, por exemplo, que enaltece o caráter do acusado, lembrando tratar-se de pai de família, de pessoa responsável, de réu primário, quando há acusação de lesões corporais (ou homicídio culposo) em que é réu.
Operadores dos Discursos Argumentativos
1) Operadores que evidenciam o argumento mais forte de uma escala orientada no sentido de determinada conclusão: até / mesmo / até mesmo/ inclusive.
Exemplo: Ela me disse, inclusive, que você não era tão confiável.
2) Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão: e / também / ainda / nem / não só... mas também/ tanto... como / além de... / além disso... / a par de...
Exemplo: Além de ser um ótimo emprego, eu posso escolher o meu horário de trabalho.
3) Operadores que introduzem uma conclusão relativa a argumentos apresentados em enunciados anteriores: portanto / logo / por conseguinte / pois / em decorrência / consequentemente.
Exemplo: A mobilidade urbana tem seus problemas enraizados em questões que envolvem a cidadania. É um dever de todos, portanto, integrar uma movimentação para sanar essa situação.
4) Operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a conclusões diferentes ou opostas: ou / ou então / quer... quer / seja... seja.
Exemplo: Vamos dividir a conta hoje. Ou você prefere que eu pague hoje e você paga a próxima saída?
5) Operadores que estabelecem relações de comparação entre elementos com vistas a uma dada conclusão: mais...que / menos...que / tão...quanto.
Exemplo: Ele foi tão culpado quanto o pai.
6) Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado anterior: porque / já que / pois
Exemplo: Isso não está certo porque é contra a lei.
7) Operadores que introduzem pressupostos no enunciado: já / ainda / agora
Exemplo: Você ainda mora com a sua mãe?
8) Operadores distribuídos em escalas opostas: afirmação parcial ou total ou negação parcial ou total: quase / apenas
Exemplos:
- Quase 80% das mulheres, no Brasil, já sofreram algum tipo de assédio na rua.
- O Governo gasta, em média, apenas R$3,00 por dia com a saúde pública no Brasil.
9) Operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias: mas / porém / contudo / todavia / no entanto / embora / ainda que / apesar de (que)
Exemplo: Vivemos em um país democrático, no entanto, as minorias, no Brasil, não têm seus direitos garantidos.
Texto argumentativo de 15 linhas
Filhos. Casamento. Trabalho. Férias. Negócios. Patrimônios. Essas entre outras prioridades fazem parte da vida. Vivemos para cumprir metas, desejos, sonhos, muitas vezes já impostos pela própria sociedade ou contexto cultural, mas será que o fato de ter metas não seria prejudicial com o ciclo natural da vida? De acordo com pesquisadores, ao ser pressionado o ser humano tende a não cumprir certa tarefa por prazer. Algumas metas são essenciais para a saúde mental. Casamento, filhos e trabalho por exemplo, uma boa estabilidade financeira é uma família seria o necessário para o homem ter sua vida longe do caos, porém muitas vezes essas metas se atrapalham, a falta de tempo, desgosto, suicídios e depressão são consequências desses desejos que fazem os homens matarem e morrerem pelo mesmo.
Tipos textuais
► Narração: Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente situada em um tempo e espaço, com personagens, foco narrativo, clímax, desfecho, entre outros elementos. Os gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias etc.
► Dissertação: Tipo de texto opinativo em que ideias são desenvolvidas por meio de estratégias argumentativas. Sua maior finalidade é conquistar a adesão do leitor aos argumentos apresentados. Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação, editorial etc.
► Descrição: Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou situações. Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc. Também podem ser encontrados em textos literários por meio da descrição subjetiva.
► Injunção: São textos que apresentam a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando verbos no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, sempre indeterminando o sujeito. Os gêneros que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas culinárias, bulas, regulamentos, editais, códigos, leis etc.
► Exposição: O texto expositivo tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas características por meio de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros que se apropriam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo científico, seminário etc.
Modalizadores
Modalização é o fenômeno pelo qual o sujeito expressa sua adesão ao texto. Através da modalização é possível perceber qual a atitude do locutor na defesa do que pretende.
No texto, percebemos a presença dos modalizadores pelos elementos linguísticos que os expressam. Esses funcionam como indicadores de intenções, sentimentose atitudes do locutor com relação a seu discurso. Eles revelam o grau de engajamento do falante em relação ao conteúdo proposicional veiculado.
Recursos Linguísticos para a expressão da modalização:
· modos e tempos verbais;
· advérbios: talvez, felizmente, infelizmente, lamentavelmente, certamente...;
· predicados cristalizados: é certo, é preciso, é necessário;
· performativos explícitos: eu ordeno, eu proíbo, eu permito...;
· verbos auxiliares: poder, dever, ter que/ de, haver de, precisar de...;
· verbos de atitude proposicional: eu creio, eu sei, eu duvido, eu acho...
De acordo com os modalizadores que um autor utiliza, ele pode tornar seu discurso mais polêmico ou autoritário. Quando se constrói um discurso mais polêmico fazemos mais uso dos modalizadores inseridos no eixo do crer. Quando o autor faz esta escolha, ele proporciona ao leitor a chance de tirar suas próprias conclusões.

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