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metodologia de pesquisa aplicada na arquitetura

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Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
A Pesquisa Aplicada
A pesquisa científica não é muito comum em nossa 
profissão. Normalmente, quando somos levados à tarefa da 
pesquisa, o fazemos por exigência de um trabalho concreto: 
intervenção sobre uma área urbana habitada, restauração 
de um edifício de interesse histórico ou mesmo 
levantamentos preliminares feitos para projetos de escolas, 
hospitais, grandes obras habitacionais, etc.
O trabalho do arquiteto tem, portanto, se utilizado, com 
maior constância, da chamada pesquisa aplicada, que se 
volta para a solução de um problema em si, sem se 
preocupar com a construção ou a defesa de uma teoria, 
embora, ao solucionar um problema concreto de sua época, 
também contribua com um novo conhecimento, que se 
agrega ao acervo da sociedade e acrescenta dados para 
estudos posteriores.
Pirâmide do Louvre - Ieoh Ming Pei
(Paris, 1983 - 1989)
A Pesquisa Científica
A pesquisa científica tem finalidades que a diferenciam 
da pesquisa aplicada. Seu objetivo é a comprovação de 
uma tese e, para tanto, deve reunir os múltiplos 
elementos que compõem a totalidade do conhecimento 
sobre o objeto.
Outros profissionais mais afeitos à atividade acadêmica: 
sociólogos, filósofos e historiadores, por exemplo, têm-
se dedicado mais freqüentemente à ciência. 
Entretanto, é da maior importância para o 
desenvolvimento teórico da arquitetura e para o próprio 
conhecimento da profissão que, cada vez mais, 
arquitetos se dediquem ao estudo do fenômeno 
arquitetônico, que é arte e, como tal, obra humana e 
histórica, interligada a outras manifestações da 
sociedade.
Leonardo da Vinci – Estudos Anatômicos / laringe e perna (1510)
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
O Arquiteto e o Papel em Branco
Ao deparar-se com o papel em branco, mesmo não 
sabendo, o arquiteto busca em sua memória a matéria 
prima da criação acumulada ao longo da história.
Para Marx, a História não é uma compilação de fatos 
memoráveis que se sucedem ao longo do tempo e 
determinam resultados sobre as gerações posteriores, 
mas 
“A sucessão de diferentes gerações cada uma das quais 
explora os materiais, os capitais e as forças de 
produção a ela transmitidas pelas gerações anteriores; 
ou seja, de um lado prossegue em condições 
completamente diferentes a atividade precedente, 
enquanto, de outro lado, modifica as circunstâncias 
anteriores através de uma atividade totalmente 
diversa”. (1)
1) Karl Marx & Friedrich Engels: A Ideologia Alemã (1845 / 1846)
Arquiteto do século XIX, trabalhando em sua prancheta 
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
Il Campo (Siena - Itália)
A Dimensão Histórica da Arquitetura
A rigor, não existe uma história da arquitetura 
isolada da história da civilização, mas uma história 
da aventura humana que produz arte ao construir 
seu habitat. 
É neste entrelaçamento entre a produção material 
e a representação humana traduzida em arte, 
sobre as condições dadas à sua época, que reside 
a dimensão histórica da arquitetura e sua 
transcendência ao longo do tempo para as 
gerações sucedentes.
“ mi mayor interés está principalmente 
concentrado en el propósito de mostrar sus
relaciones recíprocas con las actividades
humanas y la semejanza de métodos que se 
emplean hoy día, lo mismo en construcción, 
pintura, urbanística y la ciencia.” (2)
(2) Siegfried Giedion: Spacio, Tiempo y Arquitectura (1940/1966)
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
O Método
A metodologia a ser empregada na análise do objeto deve 
ser também explicitada desde o início do trabalho, e se 
relaciona diretamente com o referencial teórico da pesquisa. 
A definição do universo a ser pesquisado, o tratamento a 
ser dado às informações colhidas e a compreensão que 
delas se extrai são parte da definição metodológica. 
O método é essencial para a definição do enfoque a ser 
dado ao objeto pesquisado e não deve ser confundido com a 
técnica de pesquisa.
O método orienta a pesquisa. Para Abbagnano, em seu 
Dicionário de Filosofia:
“De modo geral, não há doutrina que não possa ser 
considerada e chamada de Método, se encarada como 
ordem ou procedimento de pesquisa”.
Alfândega (Atual Casa Brasil França: Grandjean de Montigny; Rio – 1830)
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
As Técnicas de Pesquisa
Observação
Nossa arte intervém diretamente sobre o espaço. 
É, portanto, conhecendo o espaço e os fatores que 
envolvem a obra, sua criação, seus aspectos 
funcionais, estéticos, etc., que se pode 
compreender uma obra de arquitetura. 
A observação é, por esta razão, a técnica 
fundamental da pesquisa de arquitetura. Todo 
arquiteto deve ter uma curiosidade especial em 
relação ao espaço que o envolve.
Entretanto, quando essa curiosidade busca a 
totalidade do conhecimento sobre o objeto, deve-
se superar a simples observação estática do 
edifício e ampliá-la para os horizontes da relação 
espaço-tempo, que é indissolúvel na arquitetura. 
Mosteiro de São Bento (Rio de Janeiro – séc. XVII)
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
Partenon (Acrópole-Atenas)
As Técnicas de Pesquisa
A Análise Histórica
A permanência do edifício no espaço 
torna-o, ao longo do tempo, 
referência de largo alcance na 
sociedade, cujo significado 
transcende o período de sua 
construção.
Assim, se podemos ter na literatura 
a manifestação documentada do 
modo de vida de uma sociedade, 
pode-se também dizer que o 
convívio com a arquitetura, muitas 
vezes de um remoto passado, nos 
traz a materialização das intenções 
estéticas e funcionais que a 
nortearam. 
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
Perfil de uma coluna da Ordem Coríntia
As Técnicas de Pesquisa
A Análise Histórica
Ao estudar a arquitetura dos templos gregos, 
mantendo-nos no exemplo dado, deve-se somar, à
observação dos aspectos formais de suas ruínas, a 
análise da sociedade escravista que gerou aquele 
tipo de solução arquitetônica. 
-Compreender a função daquela religião e da 
reverência aos deuses; 
- o papel do artista na Antigüidade; 
- as constantes guerras entre cidades; 
- a base comercial e agrícola de sua economia;
- a divisão de classes; 
- a acumulação cultural; 
- a base tecnológica; 
enfim, as várias faces do fenômeno traduzidas em 
linguagem arquitetônica. 
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
Museu Guggenheim (Frank Gery; Bilbao - 1997)
O Objeto da Pesquisa
Os Limites e a Extensão do Objeto
Na pesquisa científica, o enunciado do problema não é oferecido 
por completo. As delimitações do estudo devem ser 
necessariamente estabelecidas pelo pesquisador e constituem 
tarefa preliminar do trabalho de pesquisa. É muito importante que, 
na fase inicial do trabalho, seja delimitado o objeto da pesquisa. 
Durante a coleta de dados preliminares, é comum que o 
pesquisador acrescente novas indagações e, com isso, estenda as 
frentes de trabalho.
Ampliar horizontes é positivo, mas pode levar à indefinição pela 
tentativa de “abraçar o mundo”, que é prejudicial ao 
estabelecimento de um objeto concreto, provocando a perda do 
foco da pesquisa. 
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
Opera Garnier (Parid – séc. XIX)
O Objeto da Pesquisa
Estética e Função
A maior permanência da dimensão plástica da 
obra arquitetônica pode conferir-lhe uma 
compreensão distorcida de atemporalidade. 
De fato, pode-se ouvir Mozart com o mesmo 
prazer estético da época de sua composição. 
Entretanto, a arquitetura, diferente de outras 
manifestações artísticas, possui um valor 
utilitário essencial para sua compreensão 
plena. 
Ao ouvir uma música não perguntamos pela 
sua utilidade. Para que serve? Todavia, 
observando um edifício, logo nos vem à
mente o fato de ser esse uma casa, um 
templo, um hospital, ou uma escola. Logo 
identificamosou queremos descobrir o “para-
que-serve”. 
Teatro Municipal (Rio de Janeiro – séc. XX)
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
O Objeto da Pesquisa
A Função como Dimensão 
Arquitetônica
Esse condicionamento é determinado 
basicamente pela função que o edifício 
desempenha para a sociedade. 
A função possui uma dimensão própria 
que se transforma, com maior rapidez, 
ao longo do tempo.
Usando o exemplo de Lúcio Costa, 
podemos repetir o modelo, ou o 
“estilo”, de um casarão do período 
colonial brasileiro. Todavia, o que dava 
sentido ao projeto, isto é, a presença 
do escravo, transportando água, 
acendendo lampiões, abanando os 
senhores à mesa; não mais existe, foi 
substituída pelos modernos serviços 
urbanos, aparelhos eletrodomésticos, e 
outros. 
Sem o escravo, a própria função 
“morar” perde o sentido. É comum 
vermos casarões como esses 
transformados em decadentes cortiços, 
ou restaurados com novas funções: 
museus, bares, centros culturais, etc. Paço Imperial. Rio, 1743
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
O Objeto da Pesquisa
A Dimensão Estética
Essa transformação revela não 
apenas a impossibilidade da 
transposição de uma arquitetura do 
passado às funções do presente, 
como também a mudança que 
ocorre no próprio significado da 
obra.
Entretanto, mesmo alterado em seu 
significado, o edifício arquitetônico 
sobrevive na paisagem urbana, 
transmitindo um pouco do passado. 
“Uma obra como o Partenon, em 
ruínas e nada mais significando para 
os rituais de uma religião que 
também pereceu, permanece viva e 
continua tocando a sensibilidade. 
Essa sobrevivência não se apóia no 
mero valor documentário - ela se 
nutre na capacidade de ensinar e de 
transmitir, comunicar algo do antigo 
pensamento grego”.
Edgar Graeff
Partenon (Acrópole-Atenas)
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
O Objeto da Pesquisa
O Programa de Necessidades como 
Síntese
“O programa de necessidades determina a 
realização de um espaço arquitetônico para 
abrigar e favorecer o exercício de certas 
atividades humanas. Sob a forma de um edifício 
ou sob a forma de um espaço urbano, o espaço 
arquitetônico tem como traço mais importante o 
fato de constituir um ambiente especialmente 
condicionado às atividades que abriga”. 
Edgar Graeff
Coliseu (Roma – séc. I)
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
Vila Savóia (França – séc. XX)
Conclusão
Cabe, portanto, compreender a obra, o 
monumento, como síntese da produção 
cultural de uma época para entendê-la em 
seu conjunto e em suas relações com a 
vida material dos homens.
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura
Bibliografia
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna.
1 ed. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1992.
COSTA, Lúcio. Lúcio Costa: 
registro de uma vivência. São 
Paulo: Empresa de Artes. 1995.
GRAEFF, Edgar Albuquerque. 
Edifício. Cadernos Brasileiros de 
Arquitetura. São Paulo: Projeto, 
1979. v.7:.
HAUSER, Arnold. História Social da 
Literatura e da Arte. São Paulo, 
Mestre Jou, 1982.
MARX, KARL, Engels Friedrich. A 
Ideologia Alemã: Teses sobre 
Feuerbach. São Paulo: Moraes, 
1984.
REIS Fº., Nestor Goulart dos. Quadro 
da Arquitetura no Brasil. 4 ed. 
São Paulo: Perspectiva, 1970.
Metodologia de Pesquisa em Arquitetura

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