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CARGOS PÚBLICOS

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CARGOS PÚBLICOS
A Constituição Federal refere-se a cargos públicos, empregos públicos e por ora em funções públicas. 
Cargos são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito Público e criadas por lei. 
Os servidores titulares de cargos públicos submetem-se a um regime especificamente concebido para reger esta categoria de agentes, tal regime é estatutário, de índole não contratual. 
Funções públicas são plexos unitários de atribuições, criados por lei, correspondentes a encargos de direção, chefia e assessoramento, a serem exercidas por titular de cargo efetivo, da confiança da autoridade que as preenche ( art., 37, V, CF).
Empregos Públicos são núcleos de encargo de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista. Quando se trata de empregos permanentes na Administração Direta ou em autarquia, só podem ser criados por lei, confome art. 61§ 1º, II, “a”.
Sujeitam-se a uma disciplina jurídica que, embora sofra inevitáveis influências advindas da natureza governamental da contratante, basicamente, é a que se aplica aos contratos trabalhistas em geral, prevista na CLT. 
Nas pessoas de direito público – pode haver tanto cargo quanto emprego público. Nas pessoas de direito privado da Administração Indireta, somente empregos públicos. 
A criação e a transformação de cargos públicos exige lei, de competência exclusiva do chefe do Executivo. A nível federal a previsão está no art. 61, § 1º, II, “a”, da CF. 
A criação significa sua institucionalização, com denominação própria, quantidade certa, atribuições e correspondente vencimento, bem como indicar a natureza do provimento: efetivo ou comissão. 
A transformação de cargo significa uma alteração de molde a atingir sua natureza, por exemplo, um cargo que era efetivo e passa a ser em comissão. 
Os cargos públicos classificam-se em: 
	em comissão – ocupado transitoriamente por alguém, sem direito de permanência indefinidamente. Qualificado como de livre nomeação e exoneração (art. 37, II). Não se exige concurso, podendo se fazer, por li, outras exigências.
São próprios para direção, comando ou chefia de certos órgãos, para os quais se necessita de um agente que a autoridade nomeante possua confiança e que se disponha a seguir as orientações, ajudando a promover a direção superior da Administração. Também podem ser de assessoramento. 
A criação dos cargos em comissão, sofre limitações, não devendo serem criados com atribuições meramente técnicas, nunca excedendo o número de servidores efetivos, e que um determinado percentual, definido em lei, seja reservado para o preenchimento por servidores ocupantes de cargos efetivos, conforme art. 37, V, CF. 
	efetivo – confere ao seu titular permanência, segurança. Próprios para o desempenho de atividades subalternas, em que seus titulares não exercem chefia, comando, direção, assessoramento, nem precisam para a nomeação ou permanência no cargo gozar de confiança da autoridade. 
As atribuições do cargo efetivo caracterizam-se como comuns ou técnicos profissionais. 
	Vitalícios – são os cargos destinados a receber um ocupante em caráter permanente, definitivo. A vitalicidade é concedida ao agente pública em função da liberdade que deve estar por trás de todo o seu comportamento no desempenho do cargo, tendo independência para agir. Tais cargos são unicamente os previstos na Constituição Federal. 
AGENTES PÚBLICOS
Para toda e qualquer execução de serviços e obras que estão à cargo da União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios, bem como autarquias, fundações públicas, empresas públicas, necessita-se de recursos humanos e materiais, que são os ingredientes indispensáveis à realização de qualquer tarefa.
Os recursos humanos constituem a massa de pessoas que sob variados vínculos e algumas vezes sem qualquer liame prestam serviços à Administração Pública, ou realizam atividades de suas responsabilidades. A essas pessoas denominam-se Agentes Públicos.
A noção de agente público alcança desde o Presidente da República, Governadores, Prefeitos, Ministros, Secretários, Senadores, Deputados, Vereadores, todos servidores públicos, temporários, requisitados.
Assim vemos que a noção abarca todos que desempenham função pública, independente da forma de investidura e da natureza da vinculação com a Administração Pública.
Concluindo, o agente público se caracteriza por estar investido em sua função pública e pela natureza pública da função.
Logo para ser agente público é necessário o cumprimento de dois requisitos:
	investidura em função pública;
	natureza pública da função.
Os agentes públicos podem ser classificados em:
	Agentes Políticos
	Agentes Temporários
	Agentes de Colaboração.
	Servidores Públicos
AGENTES POLÍTICOS 
São os detentores dos cargos da mais elevada hierarquia da organização da Administração Pública ou, em outras palavras, são os que ocupam cargos que compõem sua alta estrutura constitucional. Estão voltados, precipuamente, à formação da vontade superior da Administração Pública ou incumbidos de traçar e imprimir a orientação superior a ser observada pelos órgãos e agentes que lhes devem obediência.
O liame que os prende a Administração Pública é de natureza política, e o que os capacita para o desempenho dessas altas funções é a qualidade de cidadãos.
Assim os agentes políticos compreendem os componentes do governo nos seus primeiros escalões.
Possuem plena liberdade funcional, desempenhando suas atividades com prerrogativas e responsabilidades próprias, todas estabelecidas na Constituição Federal.
Tais prerrogativas são reconhecidas como necessária face às altas e complexas funções que exercem.
A forma de investidura desses agentes se dá através de eleição ou mediante nomeação.
Os agentes políticos recebem subsídios fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, conforme art. 39, § 4º da CF. Esses agentes vinculam-se ao Regime Geral da Previdência Social, conforme § 13 do art. 40, CF. 
São agentes políticos o Presidente da República, os Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos Chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das diversas pastas, bem como os Senadores, Deputados Federais e Estaduais e Vereadores.
A escolha desses agentes possui formas específicas para investidura, conduta e processo por crimes funcionais e de responsabilidade, que são privativos desta categoria.
Crimes de responsabilidade - CF arts. 51, 52, I, 85 e 102, I "c", e regulados pela Lei 1079, de 10/04/50 para alta cúpula.
2. AGENTES TEMPORÁRIOS 
O art. 37, IX, da Constituição Federal, faculta ao poder público a contratação de pessoas por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Possui caráter eventual, portanto não são agentes políticos e nem servidores públicos, assim não ocupam cargo nem emprego público. Desempenham função.
Assim, conceituando, agentes temporários são todos aqueles que se ligam à Administração Pública, por tempo determinado, para o atendimento de necessidades de excepcional interesse público, consoantes definidas em lei. Podem existir tanto na Administração Pública Direta quanto na Indireta.
O vínculo que celebram com a Administração Pública é o celetista, o único que se aperfeiçoa com o caráter temporário da contratação, está previsto no art. 479 da CLT, o contrato com prazo certo, determinado.
Por necessidade temporária entende-se a qualificada por sua transitoriedade, aquela que não é permanente, que tem um fim próximo, é passageira.
São exemplos de necessidade temporárias: restauração de sistema viário, continuidade de serviço do magistério em razão de afastamento de professor titular,vacinação emergencial, recenseamento, e outros.
A necessidade a ser atendida além de temporária, há de ser de excepcional interesse público. Tal interesse não há de ser relevantíssimo, mas simplesmente revelador de uma situação de exceção que pode ou não estar ligado à imperiosidade de um atendimento urgente. Em momento algum a Constituição federal exige que tal atendimento seja urgente para legitimar o ato da contratação, basta a sua transitoriedade e o excepcional interesse público, bem como demonstrar a impossibilidade do atendimento com os recursos humanos de que dispõe a Administração Pública.
O inciso IX do artigo 37 da Constituição Federal, criador dos agentes temporários, exige que a contratação seja por tempo determinado, isto é, por uma prazo suficiente para por fim a situação transitória que lhe deu causa. Assim a Administração Pública que demanda essa espécie de agente público deve estimar o mais precisamente possível esse tempo e grafá-lo no ajuste. Não pode haver contrato para tal fim sem prazo ou com prazo indeterminado ou, ainda, sem cláusula que atribua à Administração Pública contratante a competência para dizer quando está extinto o ajuste. Por isso entende-se não caber prorrogação ou renovação desse ajuste, salvo em razão de fatos ocorridos posteriormente e devidamente justificados.
A lei a que se refere é da entidade responsável pela correção da situação de anormalidade, ou seja, será federal, estadual, distrital ou municipal, conforme for à competência.
Para a contratação deve a Administração Pública promover a devida justificativa, com a correta descrição da situação de anormalidade e das razões que a tornam imprescindível e que caracterizam o excepcional interesse público. O descumprimento dessa obrigação pode levar à nulidade da contratação e à responsabilização da autoridade que a ensejou, dado configurar inobservância ao inc. II do art. 37 da Constituição Federal, conforme preceituado no § 2º dessa regra, sem prejuízo da competente ação popular, que pode ser impetrada por qualquer cidadão, para ver extinta a contratação e compelida a autoridade responsável a compor os danos que seu comportamento causou ao erário público.
No prazo da contratação temporária, a Administração Pública contratante deve promover, se necessária, a elaboração de projeto de lei criando os cargos ou empregos públicos satisfatórios ao desempenho da atividade administrativa e remetê-lo à apreciação do órgão competente, e uma vez transformado em lei, promover o indispensável concurso de ingresso, ou tomar esta última medida de imediato, quando se tratar de atividade contínua ou perene submetida à sua cura. Se assim não for, deve respeitar o fim do contrato, aceitando sua automática extinção. Com um ou outro desses comportamentos evita, tanto aqui como lá, a "perpetuidade" da contratação temporária.
Os agentes temporários, contratados pelo regime celetista, nas condições do inc. IX do art. 37 da Constituição Federal, salvo os que lhes for atribuído por lei específica, cumprem seus contratos junto à Administração Publica, em termos de direitos e obrigações, consoante dispuser a Consolidação das Leis do Trabalho, e no que respeita aos direitos previdenciários, o que dispuserem as leis pertinentes, à exceção do que condiz com a aposentadoria, cuja concessão será regulada em lei, consoante estabelece o art. 40, § 20o, da lei maior.
A contratação desses agentes temporários, nas condições e para os fins assinalados no mencionado inc. IX do art. 37 Da Constituição Federal, não exige concurso. A contratação de temporários e essa modalidade de seleção de interessados em ingressar na Administração Pública para prestar seus serviços são absolutamente incompatíveis.
A lei federal n. 8.745/93, dispôs sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. O art. 2o considera necessidade temporária de excepcional interesse público: ‘‘ I- assistência a situação de calamidade pública; II- combate a surtos endêmicos; III- realização de recenseamento; V- admissão de professores e pesquisador visitante estrangeiro; VI- atividades especiais nas organizações das Forças Amadas para atender a área industrial ou a encargos temporários de obras e de serviços de engenharias’’.
3. AGENTES DE COLABORAÇÃO
São pessoas físicas ou jurídicas, estas privadas (empresas mercantis, industriais) ou governamentais (entidades criadas pelo Estado, com recursos públicos, na sua totalidade ou na sua maior parte), que prestam serviço à Administração Pública, por vontade própria, por compulsão ou com a sua concordância.
Espécies
	Os que colaboram por vontade própria
São os que assumem validamente a gestão dos negócios públicos em momentos de emergência, de forma instantânea (prisão de um criminoso) ou duradoura (casos de guerra, em que as autoridades constituídas ou os agentes regulares abandonaram suas funções ou foram mortos ou presos pelo inimigo), para a salvaguarda dos interesses coletivos. São chamados pela doutrina de funcionários de fato. 
OS serviços de distribuição de água domiciliar, os de saúde pública e os de segurança, por exemplo, são considerados essenciais, e como tal, não podem sofrer solução de continuidade. Assim, em tempos de guerra, podem render calamidade pública ou rebelião, gerando a necessidade de que alguém assuma e os administre em prol da comunidade, em razão da ausência da autoridade competente. 
Normalmente nada recebem pela colaboração que prestam. Entre esses agentes e a Administração pública não há qualquer vínculo formal. Por essas razões o entendimento jurisprudencial é de que o tempo de prestação do serviço não é computado para qualquer efeito. 
Outrossim respondem pelos seus atos, e para fins penais, são considerados funcionários públicos. 
	Os que colaboram compulsoriamente
São os requisitados pela Administração pública, que necessita em dada circunstancia, do concurso ao colaborador dos administrados. Estes são forçados a desempenhar certa função ou realizar dado serviço. Desse são exemplos os mesários (componentes das mesas receptoras de votos em dia de eleição), os escrutinadores (componentes das justas apuradoras de votos) e os jurados (componentes do Conselho de Sentença do Tribunal do Júri).
Pela colaboração que prestam ao estado, em principio, nada recebem. Entre esses agentes e a Administração Pública que os requisita não há qualquer vinculo, salvo em relação aos recrutados para a prestação do serviço militar. Subordinam-se à autoridade requisitante, a exemplo do Juiz eleitoral nos períodos de eleição. Pelos danos que causarem, responde o Estado, ressalvado o direito de regresso nos casos de dolo ou culpa. Para fins penais, são havidos como ‘‘funcionários’’ públicos (art. 327 do CP).
	Os que colaboram com concordância da Administração
São os que prestam serviço a Administração Pública ante sua expressa concordância. São os contratados e os delegados de função, ofícios ou serviço público. Entre os contratados estão os que se vinculam à Administração Pública por uma locação de serviço. Exemplos ajustados para a execução de uma escultura ou para dar um parecer. Entre os delegados de função ou ofício público estão os tabeliães, os juízes de paz, os titulares de serventias públicas não oficializadas e os diretores de faculdades. Delegados de serviço público estão os concessionários, os permissionários e os autorizatários de serviços públicos, a exemplo do serviço de transporte de passageiro por ônibus, trem ou avião.
Pela colaboração recebem segundo os termos e condições dos atos de delegação e dos contratos que os ligam à Administração Pública. Respondem pelos seus atos e comportamento, cabendo ao Estado tão-só a responsabilidade subsidiária. Para fins penais respondem como ‘‘funcionários’’ públicos (art. 327 do CP).
SERVIDORES GOVERNAMENTAIS
São as pessoas que, sob um regime de dependência, ligam-se contratualmente às chamadas empresas governamentais, ou seja, as sociedades de economia mista,empresas públicas e fundações privadas, prestadoras ou não de serviços púbicos, mediante uma relação de trabalho profissional e não eventual. 
São caracterizados pela profissionalidade, pela dependência do relacionamento, pela perenidade e pela natureza celetista do vinculo que mantem com essas entidades. 
Os servidores governamentais, são os empregados públicos, das empresas privadas criadas pela Adminsitração Pública direta de qualquer nível de governo. 
O vínculo que os liga é regido, substancialmente pela CLT, decorrência normal da natureza privada das entidades e uma imposição do art. 173, § 1º, II da CF, ao qual se agregam, em razão da origem que tem e aporte de recursos públicos para sua constituição, limitações de ordem administrativa, reveladoras do interesse público que devem perseguir. Assim, a vinculação obedece a normas celetistas, às administrativas e às constitucionais, que prescrevem, por exemplo, a obrigatoriedade do concurso para ingresso e a necessidade de qualquer desligamento estar fundado no interesse público devidamente demonstrado. 
A formalização do contrato se dá mediante anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS do empregado.
O Servidor governamental, via de regra, ocupa, nas empresas governamentais e fundações, o chamado emprego, que é o centro de encargos para ser ocupado por servidor contratado pelo regime celetista. 
Os empregos podem estar, ou não, dispostos em quadro de carreira. No primeiro caso diz-se emprego de carreira, no segundo emprego isolado, cujos conceitos exigem a noção de que seja classe e carreira. 
Classe é o agrupamento de empregos da mesma profissão ou atividade e de igual padrão de remuneração. Carreira é o agrupamento de classes das mesma profissão ou atividades, dispostas hierarquicamente de acordo com o grau de dificuldades das atribuições e nível de responsabilidade. Ao conjunto de empregos chamamos quadro. 
O ingresso nos empregos faz-se mediante concurso público de provas ou provas e títulos. 
Submetidos ao regime celetista, tais servidores fazem jus aos direitos e obrigações assegurados pelo vínculo assim instituído e regulado. Alguns previstos pela CLT, e por outro lado a previsão do art. 7º, I, II, III, IV, VI, VIII, XVII, XXIV, XXVII, da CF. 
Se a entidade for prestadora de serviço público, seus servidores não tem direito a celebração de acordos ou convenções coletivas, conforme decisão do TST (enunciado n. 4.362). Já se forem interventoras de atividade econômica, seus empregados tem direito a celebração de acordos ou convenções coletivas. Como retribuição pelos serviços prestados recebem salário, conforme art. 457, da CLT. 
O regime previdenciário é o Regime Geral da Previdência Social. 
A extinção do vínculo dá-e nos termos e condições estabelecidos pela CLT, não militando a seu favor as vantagens da estabilidade, que é reconhecida aos servidores públicos. Porém não podem ser livremente dispensados, ou desligados ad nuto dos dirigentes das instituições. Só poderão ser dispensados se a motivar o desligamento existir uma razão de interesse público, cuja apuração exige procedimento regular em que o direito de ampla defesa deve ser de todo assegurado e exercitado. 
SERVIDORES PÚBLICOS
Segundo Celso Antonio Bandeira de Mello, são “todos aqueles mantém com o Poder Público relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência”. 
São caracterizados pela: 
	Profissionalidade – prestam serviços a Administração Pública Direta, autárquica e fundacional pública como profissionais;
	dependência do relacionamento – as entidades a que se vinculam prescrevem seus comportamentos nos mínimos detalhes, não lhes permitindo nenhuma autonomia
	perenidade (não eventualidade) da relação de trabalho que ajustaram com as referidas entidades. 
A expressão tem conteúdo amplo, designando os que prestam serviço sob o regime estatutário e os que executam serviço segundo o regime celetista para a U, E, DF e M, autarquias e fundações públicas. 
Compreendem:
			Servidores estatutários 
	Servidores Celetistas 
Os servidores estatutários são os que se vinculam a Administração Pública direta, autárquica e fundacional pública mediante um liame de natureza institucional. Estão submetidos ao regime estatutário, estabelecido em lei por cada uma das unidades da federação e modificável unilateralmente, desde que respeitados os direitos já adquiridos pelo servidor. 
Quando nomeados, eles ingressam numa situação jurídica previamente definida, à qual se submetem com o ato de posse, não há possibilidade de qualquer modificação das normas vigentes por meio de contrato, ainda que com a concordância da Administração e do servidor, porque se trata de normas de ordem pública, cogentes, não derrogáveis pelas partes.
O regime estatutário existe no interesse do serviço público, sendo que as suas cláusulas e condições poderão ser alteradas por lei, sem necessidade de aquiescência do trabalhador. Isto porém, não quer dizer que o Servidor não adquira direitos. Obviamente os adquire e, sempre que no regime da lei anterior o servidor satisfazer certas condições para a aquisição de um direito, nenhuma lei nova poderá prejudicar seu patrimônio jurídico (direito adquirido). Mas, se o direito ainda não foi adquirido, a lei nova sempre poderá alterar a situação, sem que se fale em expectativa de direito.
Nisso consubstancia-se o Regime Estatutário: não há contrato, mas submissão a Lei, que sempre poderá alterar as relações entre o Servidor Público e a Administração Pública, mesmo que seja para prejudica-lo (desde que ele ainda não tenha adquirido um direito, definitivamente), o importante é a fidelidade ao interesse do serviço público e sua eficiência.
Tais agentes também são chamados de funcionários públicos ou servidores civis. 
Os da segunda categoria são contratados sob o regime da legislação trabalhista, que é aplicável com as alterações decorrentes da Constituição Federal. O regime é o de emprego público. Na esfera federal, a Lei 9.962/2000, disciplina referido regime, dada a possibilidade de escolha ou mesmo da simultaneidade de regime de pessoal, permitida pelo art. 39, da CF. 
Não podem Estados e Municípios derrogar outras normas da legislação trabalhista, já que não tem competência para legislar sobre direitos do trabalho, reservada privativamente à União (art. 22, I, CF). Embora sujeitos à CLT, submetem-se a todas as normas Constitucionais referentes a requisitos para a investidura, acumulação de cargos, vencimentos, entre outras previstas no Capítulo VIII, do Título III da CF.
Acesso dos Servidores Públicos
Concurso
Sempre foi problema de difícil solução a escolha das pessoas físicas que preencheriam os cargos da Administração Pública.
A modalidade de escolha por concurso público, estatuída na Constituição Federal (art. 37, I), assegura igual oportunidade a todos que preencham os requisitos legais, na forma da lei, evitando o apadrinhamento, empreguismo e o nepotismo, práticas fisiológicas comuns no dia a dia da administração pública, que em nada contribuem para a qualidade do serviço público.
Imprescindível também o acompanhamento do certame em todas as suas fases, pois alguns montam toda uma estrutura para realizá-lo, aparentando estar presente todos os aspectos legais, entretanto, o que se tem na verdade é um jogo de cartas marcadas, onde os aprovados são previamente listados. É necessário que se verifique a idoneidade da empresa organizadora do concurso e se a composição da comissão obedece aos dispositivos que lhe são próprios, garantindo inclusive a participação de representação dos servidores.
É sem dúvida uma árdua missão, como aliás é todo o trabalho do Promotor de Justiça, principalmente, em Comarcas pequenas, em que imperam maus costumes e vícios seculares, mas que precisam de um freio.
Não se perca de vista que a regra constitucional do concurso público é dirigida tanto aos servidores regidospela CLT, os celetistas, como aos estatutários. Para ambos há exigência constitucional de que a investidura em cargo ou emprego público seja sempre precedida da aprovação em Concurso Público.
O concurso deverá ser unicamente de provas, de provas ou de títulos, vedado o concurso só de títulos.
O Estatuto dos Servidores Federais estabelece que o ato administrativo típico para a convocação de um concurso público é o EDITAL.
A Administração Pública, porém, é livre, para convocar ou não um concurso, determinar o número de vagas de irá prover, estabelecer as bases do certame e os critérios de julgamento, sendo neste particular totalmente discricionário, tendo apenas, necessariamente que garantir a igualdade a todos os candidatos. Tem da mesma forma o poder de a qualquer momento, alterar as condições do concurso, desde que não beneficie a candidato ou a um grupo.
Aberto porém o certame e escolhido suas regras o procedimento é totalmente vinculado, no que tange suas etapas.
É muito importante notar que os candidatos, mesmo inscritos, não têm direito à realização do concurso, que pode ser suspenso ou cancelado pela Administração Pública, mesmo após sua realização. Os concorrentes não tem direito, mas mera expectativa de direito.
Uma vez realizado o concurso público vale, no máximo, por dois anos, conforme art. 37, III, CF, com previsão de prorrogação única por igual período. 
Enquanto vigente concurso público, não poderá a administração abrir novo. Assim disciplina o art. 12, § 2º, da Lei 8.112/90: “não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado”. 
O portador de deficiência recebeu da CF tratamento próprio, na medida em qe o inciso VIII, do art. 37 estabeleceu que “ a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão”. No âmbito federal a matéria está regulada pela Lei 8.112/90, e pelo Decreto 3.298/99, que regulamentou a Lei n. 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de deficiência. 
A Lei 8.112/90 determina a reserva até 20% (vinte por cento) das vagas para portadores de deficiência, enquanto o Decreto 3.298/99, fala em 5% (cinco por cento). 
Na esfera dos E, DF e M e suas respectivas entidades da Administração Pública Indireta, a matéria deverá ser disciplinada em lei própria. 
Provimento
O preenchimento de cargo público por pessoa estranha ao funcionalismo é denominado provimento originário. Portanto, diz-se que o concurso é o procedimento seletivo pelo qual se realiza o provimento de certos cargos públicos efetivos.
O provimento de cargos públicos comissionados, independe de procedimento seletivo, vez que o cargo pode ser preenchido por quem o administrador desejar, servidor público ou pessoa estranha ao funcionalismo.
Preenchimento derivado, finalmente, é o preenchimento de cargo público por quem já é membro do funcionalismo.
A CF, em seu art. 37, XVI, disciplina quanto a proibição da acumulação de cargos públicos. Tal regra se estende a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público, salvo nas exceções previstas pela própria CF. 
Nomeação
O Provimento originário de um cargo público é feito pela nomeação de seu titular. Nomeação é o ato administrativo mediante o qual se atribui determinado cargo a pessoa geralmente estranha aos quadros do funcionalismo.
Posse
Ato solene pelo qual a pessoa nomeada pela Administração Pública, para o provimento de determinado cargo público, declara aceitar-lhe as atribuições. Tal solenidade pode inclusive dar-se por procuração, não caracterizando início do exercício das atribuições do cargo, mas mero termo de declaração.
Tal instituto não se confunde, com a nomeação, que é um ato unilateral da Administração, enquanto que a posse é ato unilateral do nomeado aceitando sua nova condição.
A nomeação para cargo público efetivo e, a seguir, a posse são requisitos necessários para a investidura no mesmo.
Exercício
É a prática pelo funcionário dos atos relativos ao cargo público para o qual foi nomeado. É o efetivo trabalho.
O exercício das funções inerentes ao cargo público completa a investidura do funcionário nesse cargo.
Vacância
É a condição do cargo público sem titular. A vacância pode ser originária, quando o cargo público vago nunca foi provido ou derivada, quando a vaga surgiu por motivo de promoção, transferência, aposentadoria, falecimento, exoneração ou demissão do titular.
Exoneração
É o desligamento do funcionário público do cargo que ocupa, rompendo o vinculo jurídico que une o funcionário ao Estado. Pode ocorrer por iniciativa da Administração Pública, quando não satisfeitas as condições do estágio probatório e quando tendo tomado posse, o servidor não entra em exercício no prazo estabelecido em lei, ou por iniciativa do funcionário, que requer seu desligamento dos quadros de pessoal do ente estatal. Não tem condão punitivo.
Demissão
É ato punitivo mediante o qual a Administração Pública exclui um funcionário de seus quadros, exercendo o Poder Disciplinar e depurando as suas fileiras de um servidor nocivo ao serviço. É a mais grave das penas disciplinares.
Para evitar impropriedades conceituais importantes a observação de Ivan Barbosa Rigolin acerca das diferenças entre demissão e exoneração:
Demissão é pena, aplicável ao servidor faltoso, pela administração; exoneração não é pena, consistindo na dispensa do servidor, dada pela Administração a pedido ou para câmbio normal de ocupante de cargo ou emprego livremente exonerável (em comissão). O confronto das redações do inc. II do art. 37 (exoneração) e do § 2° do art. 41 (demissão) evidencia a natureza de cada um desses institutos. A demissão sempre enseja processo prévio, se o cargo ocupado for de provimento efetivo, ou agora, se o emprego for permanente. É pacífica a jurisprudência superior sobre a necessidade de processo administrativo para demissão do funcionário, mesmo que ainda em estágio probatório bienal (mantido pelo art. 41 desta Carta); e, assim, o mesmo se deve concluir quanto aos empregados permanentes, se admitidos por concurso, pois a eles também a estabilidade se estende, exigindo interpretação analógica, extensiva ou indutiva quanto à proteção enquanto no estágio probatório. Demissão, hoje, portanto, enseja sempre processo administrativo prévio.
Exoneração, por outro lado, é a simples dispensa, nos casos em que ela é livremente procedível pela autoridade, de um servidor, como numa função temporária tornada desnecessária (art. 37, IX) ou num cargo ou emprego de confiança (art. 37, II); não se há, nunca, neste caso, de falar em processo administrativo.(O Servidor na Constituição de 1988, Saraiva, 1989, pág. 184/5)
Estágio Experimental ou Probatório
É o período, de trinta e seis meses, durante o qual o admitido nos quadros do funcionalismo mediante concurso, ou seja em caráter efetivo, fica em observação a fim de que a Administração verifique se o servidor preenche os requisitos necessários ao eficiente exercício do cargo público. Caso tal fato não ocorra, isto é, caso o servidor seja considerado inapto para o cargo, ele será exonerado (exoneração não é punição), ou se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado.
Estabilidade
O art. 41, da CF, prevê, em defesa do servidor estatutário e no interesse público, que são estáveis, após três anos de efetivo exercício, os servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em razão de concurso público de provas ou de provas e títulos, desde, como exigido pelo § 4º, sejam aprovados em avaliação especial de desempenho, por comissão instituída para essa finalidade. 
Trata-se da estabilidade do servidor público estatutário, que pode ser definida como a garantia constitucional de permanênciano serviço público, do servidor estatutário nomeado, em razão de concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após o transcurso do triênio constitucional.
Adquirida a estabilidade, o titular do cargo só poderá ser demitido (art. 41, § 1º, CF): 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
O § 2º, do art. 41, CF, disciplina que invalidade por decisão judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado. A reintegração é o retorno, por força de decisão judicial, do servidor estatutário estável ao cargo que ocupava, com plena restauração dos direitos violados e integral ressarcimento dos prejuízos sofridos, dado que ilegalmente demitido. 
Não se confunde a reintegração com a readmissão ou reversão. A readmissão é o retorno do servidor ao serviço público no mesmo cargo em que ocupava, sem direito a nenhum ressarcimento ou indenização, pois legítimo seu desligamento, observados os termos e condições da legislação pertinente. 
A reversão é o retorno do aposentado ao serviço público, no mesmo cargo em que ocupava ou no resultante da transformação uma vez cessara a razão (doença) da aposentadoria. Pode ocorrer a pedido do aposentado ou ex officio. 
Ainda tem-se a chamada Disponibilidade. O § 3º, do art. 41, disciplina que   extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. E mais, o § 2º, prevê Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
A disponibilidade é a garantia constitucionalmente assegurado ao servidor estável, que impede seu desligamento da Administração Pública quando extinto o cargo, declarada sua desnecessidade ou reintegrado seu titular, percebendo, enquanto durar a disponibilidade, proventos proporcionais ao tempo de serviço. 
Remuneração dos Agentes Públicos
Os Agentes públicos detentores de cargos de caráter efetivo ou temporário, bem como os empregados públicos são retribuídos por meio de remuneração, fixada e alterada por lei específica.
A remuneração pode receber várias nomenclaturas, as principais são vencimento e subsídio. Remuneração é o gênero e, vencimento e subsídio são as espécies. 
Os membros do Poder, os detentores de mandato eletivo, os Ministros de Estado, os Secretários estaduais e municipais são remunerados por subsídios fixado em parcela única, conforme art. 39, § 4º da CF/88. 
Os demais agentes são remunerados por vencimentos, constituídos por vencimento-base, acrescido de vantagens pecuniárias, estas que podem ser transitórias ou permanentes, constituindo vantagens pessoais, como adicionais de tempo de serviço, percentuais incidentes sobre gratificações em virtude de exercício de cargos comissionados. 
Em qualquer estrutura remuneratória, seja de subsídio ou vencimentos, a remuneração do servidor público deve obedecer ao teto fixado pela Constituição Federal, consoante estabelece o art. 37, XI, que disciplina:
Art. 37...
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
A imposição de teto remuneratório configura inegável limitação constitucional à autonomia da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no que tange à disposição da remuneração de seus servidores. Essa medida visa à contenção do déficit público associado a redução de gastos com pessoal do setor público. 
Limites Constitucionais
No texto do art. 169 da CF está o primeiro limite no que tange a gastos com pessoal. Tal dispositivo determina que a despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, não pode exceder aos limites estabelecidos em lei complementar. 
A EC 19/98 acrescentou parágrafos ao art. 169 da CF a fim de garantir o cumprimento do mesmo. 
A Lei Complementar 101/2000, atualmente em vigor, regulamentou o caput do dispositivo Constitucional, que disciplina em seu art. 19: 
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados:
I - União: 50% (cinqüenta por cento);
II - Estados: 60% (sessenta por cento);
III - Municípios: 60% (sessenta por cento).
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas:
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados;
II - relativas a incentivos à demissão voluntária;
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição;
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18;
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19;
VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes:
a) da arrecadação de contribuições dos segurados;
b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição;
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.
Tais limitações são do ente público e não restrições pessoais. 
Quanto ao limite da remuneração pessoal do servidor, a EC 41/03 estabeleceu um limite máximo, previsto pelo art. 37, XI da CF, acima já exposto.
O § 11, do art. 37, incluído pela EC 47/2005, estabelece que não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput do artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei, com isso, tudo que for auferido pelo servidor em caráter indenizatório, como acréscimos de férias, gratificação por serviços a Justiça Eleitoral, auxílios, diárias, etc., não são computáveis para fins de teto remuneratório. 
Revisão Geral
O inciso X, do art. 37, da CF, depois de prescrever que a remuneração dos servidores públicos somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cadacaso, assegura revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. 
A revisão geral significa a reposição da perda do poder aquisitivo ocorrida no ano anterior, decorrente dos índices inflacionários. Visa a manutenção do poder de compra dos servidores públicos e não à correção de eventuais injustiças ou valorização profissional de determinadas carreiras. Na revisão geral a Administração deverá observar o caráter uniforme, aplicando, na mesma data, o mesmo índice a todos os servidores. 
A revisão deve ser anual, valendo dizer que os servidores possuem uma expectativa de direito assegurado pela Constituição Federal de atualizar suas remunerações ao término do exercício, se não houver a revisão, o direito se materializa e pode ser buscado na via judicial.
Revisão não é reajuste, pois conforme ensina Carmem Lucia Antunes Rocha a revisão “implica examinar de novo o quantum da remuneração para adaptá-lo ao valor da moeda”, e o reajuste “ importa em alterar o valor para ajustá-lo as condições ou ao custo de vida que se entende dever guardar correspondência com o ganho do agente público”. 
Direitos Sociais
	
O artigo 39, § 3º, alterado pela Emenda Constitucional nº 19, estende aos servidores ocupantes de cargos públicos os seguintes direitos sociais previstos, no artigo 7º, para os trabalhadores urbanos e rurais:
	salário mínimo que atenda a todas as exigências indicadas no artigo 7º, IV;
	garantia do salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
	13º salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; essa vantagem é chamada de gratificação natalina pelo artigo 201, § 6º, da Constituição, não se justificando a pretensão de alguns servidores, que já se começa a esboçar depois da nova Constituição, no sentido de que o 13º salário não se confunde com a gratificação de Natal já assegurada pela legislação ordinária, podendo-se perceber as duas cumulativamente;
	remuneração do trabalho noturno superior à o diurno;
	salário – família para os dependentes;
	duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
	repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
	remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
	gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal; há que se entender que “salário normal” é tudo o que o servidor recebe, habitualmente, a título de remuneração ou vencimentos, ressalvadas aquelas vantagens não permanentes, vinculadas ao exercício de cargo, função ou emprego em condições especiais, como as decorrentes de horas extras, de participação em órgãos colegiados, ou as que são pagas a título de representação, quando em função ou missão fora do Estado;
	licença à gestante, sem prejuízo do emprego ou do salário, com a duração de 120 dias;
	licença – paternidade, nos termos fixados em lei;
	proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
	redução dos riscos inerentes ao trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
	proibição de diferença de salários, de exercícios de funções e critérios de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir ( conforme art. 39, 3º, parte final). 
EXTINÇÃO DO VÍNCULO
A relação jurídica institucional que se estabelece entre a Administração Pública direta, autárquica e fundacional pública e o servidor estatutário pode romper-se em razão de causas das mais diversas. 
A extinção do vínculo é o desaparecimento da relação jurídico institucional e o retorno das partes à situação de alheamento que antes existia. 
As causas da extinção podem dar-se: 
	por ato administrativo 
	de ofício:
	exoneração – desligamento, sem caráter punitivo, do servidor público do quadro de pessoal da Administração Pública direta, autárquica e fundacional, por entender não ser conveniente ou oportuno mantê-lo integrado ao quadro. Nessa espécie podem ser desligado o servidor ocupante de cargo efetivo em estágio probatório.
	Demissão - desligamento do servidor público do quadro de pessoal da Administração Pública direta, autárquica e fundacional pública, por ter cometido infração, em tese, sancionável com pena de demissão. 
	revogação do provimento – quando o servidor não tomar posse, n prazo legal, do cargo para que foi nomeado. 
	redução de despesas – decorrente do art. 169, CF. 
	a pedido do servidor: 
	exoneração a pedido
	pedido de aposentadoria
	fato natural
	idade-limite
	morte
	invalidez
	sentença – casos de cometimento de crimes passíveis da perda do cargo público. 
	
	
Curso de Direito
Direito Administrativo II – 1/2015
Profa. ROSELAINE DE ALMEIDA PÉRICO

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