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Demências: Causas e Sintomas

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Demências 
- ​Demência é definida como: déficits múltiplos persistentes e progressivos ​comprometendo a 
memória e um ou mais dos seguintes domínios: linguagem, capacidade visuoespacial, 
emoção, personalidade ou cognição, capazes de interferir com as atividades sociais e 
ocupacionais. 
 
- As demências são causadas por doenças neurodegenerativas que se caracterizam por: perda 
seletiva e progressiva de neurônios; acúmulo de proteínas com conformações anormais, 
identificadas pela imuno-histoquímica, como o peptídeo β-amiloide e a proteína tau na 
doença de Alzheimer e a α-sinucleína na doença de Parkinson; vulnerabilidade seletiva, ou 
seja, apenas algumas classes de neurônios são suscetíveis à doença; progressão estereotipada, 
o que significa que cada uma das doenças se inicia em uma região específica do cérebro e se 
espalha sistematicamente pelas mesmas redes neurais. 
 
- Apesar dos sinais e sugestão clínica, o diagnóstico definitivo se dá apenas por autopsia. 
- ​Prevalência aumenta após os 65 a 75 anos​, chegando a quase 50% da população acima dos 
85 anos. 
- Principais: Alzheimer, Demência com corpos de Lewy e Demência vascular (doenças 
cérebro vasculares). A Doença de Parkinson considerada um distúrbio do movimento também 
pode cursar com quadros de demência. Muitas vezes elas se apresentam de forma conjunta. 
Doença de Alzheimer (DA)​​: 
- É uma doença neurodegenerativa progressiva, associada ao acúmulo de proteínas anormais 
formando placas amiloides (ou placas senis) e emaranhados neurofibrilares. 
- É a ​demência mais comum nos idosos e aumenta sua prevalência após os 65 anos, sendo a 
idade média de início da doença os 75 anos. Raramente tem início precoce (antes dos 60 anos 
– transmissão autossômica dominante). Em sua maioria é esporádica e, mesmo que haja 
identificação de mutação predisponente (como no alelo ApoE4), não necessariamente haverá 
a manifestação da doença. 
NÃO HÁ CURA E SEM REGRESSÃO 
Forma esporádica mais prevalente/ Forma familiar é mais rara e + grave. 
- ​Fatores de risco​: Idade acima de 65 anos, histórico familiar, diabetes, HAS, dislipidemia, 
tabagismo, gênero feminino, depressão 
- Fatores de proteção: dieta saudável, exercícios físicos e atividade intelectual. 
- Inicia-se de forma geral com transtornos de memória, atenção, julgamento, linguagem, 
tomada de decisões e desorientação. A progressão da doença leva a fases finais de 
debilitação, incapacidade de andar e incontinências, levando à óbito após cerca de 8 a 10 anos 
principalmente devido à broncopneumonias e doenças cardiovasculares. 
- Na DA, um dos principais eventos que leva à morte neuronal é a agregação do peptídeo 
insolúvel β-amiloide (Aβ) resultante da clivagem sequencial da proteína precursora do 
amiloide (APP) pelas enzimas β-secretase e γ-secretase, formando as chamadas ​placas 
amiloide ​s (ou placas senis) (extracitoplasmáticas). 
- O acúmulo de Aβ compromete a capacidade de neurotransmissão, causam dano neuronal 
por mecanismo excitotóxico, estresse oxidativo, ativação microglial e inflamação. Além disso 
estimulam uma ​hiperfosforilação da proteína tau (responsável por manter a estabilidade dos 
microtúbulos dos neurônios), prejudicando o transporte intracelular e formando os 
emaranhados neurofibrilares (intracitoplasmáticos) 
Alterações morfológicas: 
- Macroscopia: redução do peso do encéfalo, ​atrofia ​cortical difusa, bilateral e simétrica 
(estreitamento dos giros e alargamento dos sulcos), redução o volume da substância branca e 
consequente dilatação dos ventrículos (hidrocefalia ​ex vácuo​). 
- Microscopia: Perda neuronal ​(gravidade de localização correspondem à clínica do paciente 
– por exemplo: região neocortical frontal e temporal ​à gravidade da disfunção cognitiva). 
Placas amiloides – áreas arredondadas de alteração da estrutura do neurópilo (identificadas 
mais facilmente por impregnação por prata ou imunohistoquímica). ​Emaranhados 
neurofibrilares – espessamentos ou tortuosidades das neurofibrilas do corpo neuronal, 
formando emaranhados. 
Demência Vascular 
- Causada por doença cerebrovascular, portanto pode ter diversas etiologias (infartos, 
hemorragias, encefalopatia hipóxico-isquêmica, entre outras) que variam de acordo com 
aspectos de localização, gravidade da lesão e possuir patogênese multifatorial (aterosclerose, 
tromboembolias, angiopatia hipertensiva, entre outras). Frequentemente coexiste em 
pacientes com DA. 
- Fatores de risco são os mesmos das doenças cerebrovasculares: hipertensão arterial, 
fibrilação atrial, idade avançada, gênero masculino, etnia (negros), cardiopatia isquêmica, 
diabetes, tabagismo, hiperlipidemia, sedentarismo e história pregressa de acidente vascular 
cerebral. 
- A angiopatia amiloide cerebral (AAC) é uma das causas de demência vascular, podendo 
estar associada a DA. 
- A lesão de pequenos vasos com perda da camada muscular e substituição por fibrose hialina 
com redução da luz de vasos principalmente na substância branca e (arterioloesclerose) pode 
causar pequenas áreas de hemorragias e isquemias levando aos quadros de demência 
vascular, sendo essa lesão fortemente associada a quadros de HAS. 
Sinucleinopatias 
- São um grupo de doenças caracterizadas pelo acúmulo da α-sinucleína formando inclusões 
proteicas em neurônios (corpos de Lewy), compreendendo principalmente a Demência com 
corpos de Lewy e a Doença de Parkinson. 
Demência com corpos de Lewy 
- É a segunda causa mais frequente de demência em idosos, normalmente em sua forma 
esporádica e raramente em casos familiares (mutação nos genes responsáveis pela produção 
da α-sinucleína). 
- Os pacientes apresentam sinais demência, alucinações visuais e manifestações motoras 
semelhantes à doença de Parkinson (bradicinesia, rigidez, tremores durante o repouso, 
posição encurvada, passos encurtados, face inexpressiva), porém menos intensas. 
- Microscopicamente é caracterizada pela presença dos Copos de Lewy – inclusões 
intracitoplasmática arredondadas em neurônios. 
- Frequentemente ocorre de maneira concomitante com a DA. 
Doença de Parkinson 
- Distúrbio neurodegenarativo progressivo principalmente em neurônios produtores de dopamina da 
substância negra, que pode culminar em sintomas motores (parkisonismo) e não motores (demência, 
depressão). 
- Fatores de risco: idade avançada, histórico familiar, gênero masculino, fatores ambientais como 
contato com pesticidas e herbicidas. 
- Sinais clínicos: ​bradicinesia, rigidez, tremores durante o repouso, posição encurvada, passos 
encurtados, face inexpressiva. 
- Macroscopia: a lesão macroscópica característica é a despigmentação da zona compacta da 
substância negra no mesencéfalo. 
- Microscopicamente é caracterizada pela presença dos Copos de Lewy – inclusões 
intracitoplasmática arredondadas em neurônios. 
Neoplasias do SNC 
- As neoplasias que acometem o SNC são em sua maioria intracranianas (94%). São 
importantes por acometerem todas as faixas etárias, sendo o segundo grupo de neoplasias 
mais comuns na faixa etária pediátrica (ficando atrás apenas das leucemias). Possuem alta 
letalidade e, mesmo quando não malignas histologicamente, sua localização pode dificultar a 
remoçãocirúrgica, atingir volume considerável, comprometer a circulação e comprimir 
regiões importantes do SNC, causando a morte do paciente. 
- Dentre as neoplasias primárias, os tumores neuroepiteliais correspondem a cerca de 40% e 
compreendem principalmente os gliomas (astrocitomas, oligodendrogliomas e tumores 
ependimários). Os tumores de origem meningeana são cerca de 47%, das raízes cranianas 
10% e os tumores originados de células linfoides e germinativas correspondem aos 3% 
restantes. 
- A grande maioria das neoplasias do SNC são esporádicas, sem causa conhecida. 
- Em adultos, 70% dos tumores intracranianos se localizam acima da tenda cerebelar, 
enquanto que em crianças, 70% ocorrem abaixo da tenda cerebelar. 
- Nos adultos o gênero masculino é o mais acometido, com exceção dos meningiomas que 
acometem mais pessoas do gênero feminino. 
- Mesmo sendo o segundo grupo de neoplasias mais frequente em crianças, as neoplasias do 
SNC acometem mais idosos acima dos 65 anos. 
- Outros fatores de risco relacionados incluem exposição à radiação ionizante, leucemias 
durante a infância, pacientes com baixa imunidade e infecção pelo HIV. 
- As metástases de diferentes neoplasias para o SNC (como carcinomas de mama, intestino e 
pulmão) são extremamente mais comuns do que as metástases de tumores intracranianos para 
outras regiões do corpo, sendo que cânceres cerebrais primários normalmente se disseminam 
apenas no próprio SNC. 
Astrocitomas 
- Os astrocitomas são o tipo mais frequente de gliomas. 
- Podem ser classificados em diferentes graus: 
Astrocitoma grau I – pilocítico 
Astrocitoma grau II – difuso ou fibrilar 
Astrocitoma grau III – anaplásico 
Astrocitoma grau IV – glioblastoma 
Astrocitoma pilocítico: 
- Acomete mais frequentemente crianças e adolescentes, localizado principalmente no 
cerebelo, hipotálamo, tálamo e quiasma óptico. 
- Possui crescimento lento de padrão expansivo ou infiltrativo. 
- Macroscopicamente pode possuir limites pouco precisos ou áreas bem delimitadas, possui 
áreas compactadas mais esbranquiçadas e áreas de aspecto gelatinoso e acinzentado. É 
frequente a presença de cistos com conteúdo seroso. 
- Microscopicamente é composto por proliferação glial, com células fusiformes, 
prolongamentos longos e ricos em fibras gliais, podendo ser encontradas as fibras de 
Rosenthal (acidófilas e alargadas). 
- Quando realizada ressecção pode não haver recorrência ou progressão, havendo sobrevida 
de 5 anos após o diagnóstico em 90% dos casos. Sinais clínicos recorrentes após a cirurgia 
podem estar relacionados ao crescimento de cistos. 
- Alterações na via MAPK/ERK e nos genes BRAF e KIAA1549 (presentes em até 80% dos 
casos) estão sendo associadas à melhor prognóstico. 
Astrocitoma difuso: 
- Acomete homens adultos dos 25 aos 45 anos (mais frequente após os 40), preferencialmente 
nos hemisférios cerebrais. 
- Possui limites imprecisos e crescimento infiltrativo, possui coloração esbranquiçada, textura 
homogênea e compacta, por vezes com cistos. 
- Microscopicamente é composto por astrócitos neoplásicos por vezes com aspecto 
gemistocítico (citoplasma amplo e eosinofílico), possui grande quantidade de fibras gliais, 
celularidade moderada não mostra atipias acentuadas. 
- A ressecção cirúrgica completa pode ser difícil pelos limites imprecisos, havendo tendência 
à progressão para formas mais malignas. 
Astrocitoma anaplásico: 
- Características semelhantes ao astrocitoma difuso, porém com áreas focais ou extensas de 
acentuada anaplasisa e alta celularidade. Acomete adultos dos 30 aos 50 anos. 
- Macroscopicamente pode ser mais evidenciado devido coloração acinzentada. 
- Menos de um terço dos pacientes possuem sobrevida acima de 5 anos (média de 2 anos). 
Glioblastoma: 
- Acomete mais homens dos 45 aos 70 anos (mais comum acima dos 65), sendo o mais 
comum tumor cerebral primário maligno em adultos. 
- A grande maioria dos pacientes possui cerca de 1 ano de sobrevida, sendo pior o 
prognóstico quanto mais idoso o paciente. 
- Podem ter origem a partir de astrocitomas difusos (associados a mutações somáticas nos 
genes IDH1 e IDH2), sendo classificados como glioblastomas secundários e possuindo 
melhor prognóstico. 
- Geralmente possui crescimento rápido nos hemisférios cerebrais causando assimetria, 
alargamento de giros e destruição das estruturas nervosas normais. O tecido neoplásico tem 
coloração acinzentada, com áreas de necrose e hemorragia. 
- Microscopicamente possui grande celularidade e variabilidade celular, numerosas mitoses, 
proliferação microvascular acentuada além de áreas de necrose em faixa rodeadas por células 
fusiformes dispostas em pseudopaliçada. 
- Quando há hipermetilação do gene MGMT (gene de reparo do DNA), há melhor resposta à 
quimioterapia. 
Oligodendroglioma: 
- Originado de oligodendrócitos, possui baixa malignidade, crescimento lento, acomete 
igualmente homens e mulheres, preferencialmente dos 30-60 anos. 
- Sólido, de limites nítidos, róseo-acinzentado ou brancacento, pouco consistente, pode 
apresentar cistos de aspecto gelatinoso e calcificação distrófica, normalmente em córtex ou 
substância branca dos lobos frontal, temporal e parietal. 
- Microscopicamente apresenta células arredondadas, com núcleo hipercromático e redondo, 
frequentemente com vacúolo único no citoplasma em materiais fixados em formol e incluídos 
em parafina. 
- Dois terços dos pacientes possuem sobrevida de 5 anos após o diagnóstico. 
- Deleções combinadas nos cromossomos 1p e 19q indicam melhor resposta à quimioterapia 
com agentes alquilantes, sendo associados a maior sobrevida. Enquanto oligodenrogliomas 
anaplásicos com deleção ou metilação do CDKN2A/B exibem baixa resposta à quimioterapia 
e prognóstico reservado. 
Meduloblastoma 
- Tumor formado por células neuroepiteliais embrionárias. 
- Alto grau de malignidade, crescimento rápido, originando-se no cerebelo e propagando-se 
precocemente para encéfalo e medula espinhal. 
- É a neoplasia maligna do SNC mais frequente na infância, com preferência para o gênero 
masculino e especialmente crianças entre os 5 e 8 anos. 
- Macroscopicamente é bem delimitado, finamente granuloso, róseo-acinzentado e de 
consistência mole. Em crianças se localizada mais frequentemente no vérmis cerebelar e 
invade o IV ventrículo. 
- Microscopicamente apresenta acentuada celularidade, com células pequenas de citoplasma 
escasso, núcleo hipercromático, arredondados a ovalados, com frequente mitoses. O estroma 
é escasso e as células não se agrupam de maneira definida, mas por vezes podem formar 
rosetas neuroblásticas (Homer Wright). 
- Pode se disseminar pela via liquórica e metástases fora do SNC são encontradas em 15% 
dos casos, acometendo ossos, linfonodos, peritônio, fígado e pulmões. 
- Ressecção cirúrgica, quimioterapia e radioterapia podem levar a uma sobrevida de 5 anos 
em cerca de 80% dos pacientes, porém podem haver sequelas. 
Meningioma 
- São tumores predominantemente benignos originados das células meningoteliais. 
Acometem mais adultos e em maior frequência mulheres, sendo inclusive encontrados 
receptores para progesterona nesses tumores. 
- Possuem crescimento lento e em geral bom prognóstico dependendo da localização. 
- Se apresentam como massas nodulares de consistênciafirme, coloração branco-acinzentada 
e aderidos à dura-máter. Pode haver infiltração dos ossos e tecidos moles adjacentes. 
- As células são grandes e podem se organizar em feixes espiralados, arranjos lobulares 
separados por estroma fibroso, células alongadas e podem apresentar corpos psamomatosos. 
Linfomas 
- Os linfomas primários do SNC são pouco frequentes, mais comuns entre os 50 a 70 anos, 
afetam mais o gênero masculino e preferencialmente os hemisférios cerebrais, sendo um 
linfoma difuso de grandes células B. 
- Outros linfomas podem estar associados à pacientes imunocomprometidos (como na AIDS) 
e estão relacionados com o vírus Epstein-Barr, também se apresentando como linfoma difuso 
de grandes células B. 
Metástases 
- Acometem o SNC por via hematógena. 
- Principalmente: carcinoma broncopulmonar (35 a 64%), carcinoma de mama (14 a 18%), 
melanomas cutâneos (10%) e carcinomas do rim e do cólon (5 a 10%). 
- Nódulos múltiplos e bem delimitados, podendo estar associados a áreas de necrose e 
hemorragia. Distribuem-se principalmente nos hemisférios cerebrais. 
- Microscopicamente possuem as características do tumor primário, com limite bem definido 
do neurópilo associado à gliose reativa.

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